quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Entre zumbis, vinganças e heróis: Luciano Máximo na III FLICBonjê

 


Na tarde quente da III FLICbonjê, em Bon Jesus do Itabapoana, entre livros e sorrisos, brilhou uma presença que misturava ficção, memória e emoção: Luciano Máximo, presidente da Academia Linharense de Letras, voltou à cena como quem retorna ao lar simbólico — onde a literatura pulsa e o leitor encontra abrigo.

Radicado em Linhares desde a juventude, Luciano não esqueceu suas raízes cariocas, mas fincou seu imaginário literário na terra que o acolheu. “À minha linda Linhares que me acolheu...”, escreveu ele em Zumbis em Linhares, obra inaugural que, mesmo banhada em sangue e terror, reverencia o amor por uma cidade e por um povo que trabalha, que sonha, que resiste.

Com Tia Tita, ele nos leva pela mão por corredores escuros, onde a vingança sussurra seu nome. Em A velha águia, somos apresentados a Juca Teixeira, herói improvável, paraibano de nascimento e carioca por destino, que desmascara mistérios com olhos atentos e coragem de sobra. Já em As sete vidas, em parceria com Felícia Scabello, Luciano nos provoca: e se os monstros forem reais? E se a gente for o próprio monstro?

Luciano Máximo não escreve para nos confortar. Ele escreve para nos deslocar, nos fazer pensar, sentir, temer — e, sobretudo, para que nunca deixemos de imaginar. Suas narrativas não apenas entrelaçam suspense, terror e ficção — elas espelham a alma humana em seus cantos mais escuros e, por vezes, mais luminosos.

Na III FLICBonjê, evento organizado com sensibilidade e vigor pela jovem Alessandra Abreu, sua presença foi mais que simbólica: foi uma afirmação do poder transformador da literatura. Entre uma mesa e outra, entre olhares curiosos e páginas folheadas, Luciano firmou-se como voz essencial da ficção nacional.

Porque em tempos de ruído, ainda há quem ouça. Em tempos de pressa, ainda há quem escreva. E em tempos de sombras, ainda há quem acenda histórias como faróis.











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