sexta-feira, 8 de maio de 2020

Dezenove Heróis Bonjesusenses lutaram na 2ª. Guerra Mundial

Enviado por Antonio Soares Borges



Homenagem aos heróis bonjesuenses fixou placa no pátio da Prefeitura Municipal no dia 08/05/1981

No dia 08 de maio, comemora--se o Dia da Vitória, na Segunda Guerra Mundial.Cerca de 25. 334 soldados brasileiros foram enviados à Itália para lutar na 2a. Guerra Mundial. Desses, 19 eram bonjesuenses. Estudos recentes, contudo, indicam que o número é maior. Morreram em batalha, 465 soldados.  O expedicionário bonjesuense Paulo Moreira foi um desses.


O bonjesuense Jorge Jabôr foi à 2a. Guerra Mundial, juntamente com outros 18 heróis bonjesuenses


Jorge Borges Jabôr, filho  dele  com Genilda Jabôr guarda  importante acervo sobre sua atuação na guerra.

Jorge Jabôr é filho de Nahim Jabôr, libanês nascido em Beirute. Veio com 14 anos de idade para o Rio de Janeiro e, posteriormente, se fixou em Bom Jesus do Itabapoana.


Jorge Jabôr e os preparativos para a tomada do Monte Castelo, na Itália



Segundo Genilda declarou ao O Norte Fluminense, em antiga entrevista,  "Jorge ficou traumatizado com a guerra. Ele contava que viu Paulo Moreira morrer na guerra, com tiros. Jorge era muito quieto".

Paulo Moreira morou na rua localizada atrás da Igreja Matriz, que leva seu nome: Rua Expedicionário Paulo Moreira.
Genilda Jabôr, viúva do herói bonjesuense, 


Genilda Borges Jabôr nasceu no dia 5 de agosto de 1926, na Barra do Pirapetinga.  Atendeu nossa reportagem em seu apartamento localizado na Praça Astolpho Lobo, em Bom Jesus do Norte (ES). Filha de Randolfo de Moraes Borges e Minervina de Almeida Borges, seus avós paternos são Ernesto Borges e Minervina Borges, oriundos da Barra do Pirapetinga. Seu avô materno é Honório de Almeida Ramos.

Genilda guardou vários documentos de seu marido, como o relativo ao "Teatro de Operação da Itália. 6 de outubro de 1944 a 11 de agosto de 1945, no Regimento Sampaio". Outro documento refere-se à sua passagem para a Reserva: " Licenciado em 10 de setembro de 1945, passando para a Reserva do Exército Nacional". Consta, ainda, um "Diploma da medalha de campanha. Sem nota desabonadora".



Genilda Borges Jabôr e Jorge Jabôr. Foto de 1999


Genilda lembrou um pouco de sua vida: "Trabalhei na roça, na Barra do Cágado, para cima da Barra do Pirapetinga. Trabalhei na panha do café e lavava café. Casei-me no dia 23 de março de 1949. Jorge era mecânico e estabeleceu a Oficina São João. Ele faleceu no dia 9 de novembro de 1999", assinala.

O casal teve dois filhos: Jorge Borges Jabôr e Eliane Borges Jabôr. São seis os netos: Betina, Isabela, Vitória, Jorge Neto, Maria Luísa e Saulo.


Jorge Borges Jabôr e as medalhas do pai


 Segundo Jorge Borges Jabôr, filho de Jorge, "o nome do meu pai era apenas Nahim. No Brasil resolveram colocar o sobrenome de Jabôr", salienta. 


PAULO MOREIRA, O HERÓI DA 2ª GUERRA MUNDIAL QUE MORREU EM COMBATE



José Francisco Melo Laurindo


O texto que segue é de autoria de José Francisco Melo Laurindo, com importantíssima contribuição do sr. Cláudio Moreira Pillar, sobrinho do Expedicionário Paulo Moreira.
Paulo Moreira

O Expedicionário Paulo Moreira nasceu em 23 de dezembro de 1918, no município de Bom Jesus do Itabapoana - RJ. Era filho do Sr. Joaquim Lopes Moreira e Dona Alice Mello Moreira. 


Paulo Moreira residia na esquina entre a Rua Expedicionário Paulo Moreira e a Rua Buarque de Nazareth


Ao todo, Paulo Moreira tinha sete irmãos, quatro do primeiro matrimônio de seu pai: José, Floriano, Sebastião e Maria Laudicéia (Zizi) e três do segundo matrimônio: Joaquim, Alice, Aylton e Paulo que era o caçula.                                             

Foto de Paulo, o mais novo, e seus irmãos, em ordem cronológica: Alice, Joaquim, Aylton,  Célia e Paulo
 Joaquim Lopes Moreira, pai de Paulo Moreira



Alice Mello Moreira, mãe de Paulo Moreira

O sr.Joaquim Lopes Moreira era farmacêutico e possuía uma farmácia em um dos pavimentos térreos da casa onde a família morava. 


Da esquerda para a direita: Rozildo, Paulo Moreira, Francisco Teixeira (Chicão), Argemiro Nunes, Elbio Mathias (Binho),  Conchinha, José Mathias (bandeirinha)
Agachados, na mesma ordem: Ruy Gastro, Zizico Lima, Petrônio, Ary, Tamandaré, Antônio da Lioneza (goleiro) (Olympico FC, década de 1930).



Dona Alice era costureira e criou os seus filhos com muito amor e sacrifício. Ela possuía os seguintes irmãos: Altino, Aristides, Sinhô, Zulmira, Arinda e Adalzina.


Paulo Moreira vivia com os pais em um sobrado na esquina da rua que hoje tem seu nome (Rua Expedicionário Paulo Moreira) com a Rua Buarque de Nazareth, no local onde hoje se encontra o edifício José Guilherme. 



Paulo cresceu ao redor de sua grande família e, como a maioria dos meninos adorava futebol, chegou a fazer parte do Olympico Futebol Clube. Segundo um relato do saudoso Dr. Luciano Augusto Bastos, ele era considerado um bom e dedicado jogador.

Última página de uma carta de Paulo Moreira, enviada do Rio de Janeiro, a sua mãe








Quando o Brasil declarou guerra às forças do Eixo (aliança político-militar formada pela Alemanha Itália e Japão) em 1942, Paulo Moreira servia o Exército em Niterói- RJ. Ao observarmos as cartas de Paulo nesse período, percebemos sua preocupação com os familiares, principalmente com a sua mãe. Durante a guerra, o Expedicionário integrou o 1º Regimento de Infantaria (Regimento Sampaio) do Rio de Janeiro, que juntamente com o 6º Regimento de Infantaria, de Caçapava, São Paulo e o 11º Regimento de infantaria (atual Regimento Tiradentes) de São João del Rei, Minas Gerais, formavam a base da Infantaria da 1º DIE -Divisão de Infantaria Expedicionária. Em campo de batalha onde dor, desespero, sofrimento e morte andam de mãos dadas, Paulo Moreira atuava como enfermeiro ocupando a graduação de 3º Sargento.

No dia 04 de Janeiro de 1945, na região de Porreta Terme, na Itália, Paulo atendia alguns feridos quando o grupo em que ele estava foi surpreendido por um morteiro da artilharia alemã. Com a explosão, vários militares que se encontravam ali morreram na hora, inclusive Paulo que fora atingindo por estilhaços que seccionaram sua carótida. Nesse dia também, morreram o soldado Miguel Francisco Dias, do 6ª RI e o 3º Sargento Paulo Inácio de Araújo do 1ª RI. Em relação a esse episódio, o Sr. Nilo Escudino, em uma entrevista realizada em 2005,  forneceu-me as seguintes informações: “... morreu na porta do hospital, aí eu estava em Livorno, um amigo me ligou: ô Nilo, seu conterrâneo..., houve um acidente com ele...” . O Sr. Nilo Escudino também era combatente e residia em Bom Jesus  do Norte - ES.






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