segunda-feira, 11 de maio de 2020

Rumo ao Exílio!, por Rogério Loureiro Xavier

Olá pessoa amiga e do bem.

Passado sem tirar nem por.

Rumo ao Exílio!

No dia 16 de novembro de 1889, D.Pedro II e a família Real permaneceram detidos no Paço Imperial (Praça XV), com soldados de baionetas cercando o prédio. Os militares republicanos acertaram que a família imperial poderia assistir a sua última missa em solo brasileiro na Capela do Carmo, vizinha ao palácio.
Entretanto, de madrugada, foram acordados e comunicados que o governo provisório do Mal. Deodoro temia o derramamento de sangue na partida.
Quando o Imperador foi informado que deveria se vestir para embarcar, surpreso e revoltado, disse "que não embarcaria como um negro fugido...". Contudo, por volta das três da manhã, foi escoltado juntamente com a Imperatriz e toda a família, além de alguns amigos para o Cais Pharoux, bem atrás do Paço Imperial (próximo da Estação das Barcas atualmente).
Foi disponibilizado uma carruagem puxada por dois cavalos, onde foram os imperadores e a princesa Isabel; os demais seguiram a pé. Uma lancha do Arsenal de Guerra, tripulada por quatro alunos da Escola Militar, aguardava-os, para serem transportados ao pequeno Cruzador Parnaíba, apelidado de "gazela do mar", fundeado na Baía de Guanabara, próximo à Ilha Fiscal.
Entre os amigos que foram se despedir de D. Pedro II, estava o Almirante Joaquim Marques Lisboa, o Marquês de Tamandaré.
Ao meio-dia de 17 de novembro de 1889, o Cruzador Parnaíba, sob o comando do Capitão de Fragata José Carlos Palmeira, suspendeu em direção a Ilha Grande para encontrar o Paquete Alagoas, da Companhia Brasileira de Navegação.
O transbordo dos passageiros para o Alagoas foi realizado com dificuldades e perigos de um mar agitado, sendo a Imperatriz ajudada por dois marinheiros.
Foi determinado pelo Governo provisório que o Encouraçado Riachuelo, sob o comando do então Capitão-Tenente Alexandrino Faria de Alencar, fizesse a escolta do Paquete Alagoas até a linha do Equador, já fora de águas territoriais brasileiras. Entretanto, durante a viagem D. Pedro notou que a velocidade da embarcação estava muito lenta e indagou ao comandante do Alagoas, a velocidade do Riachuelo. Foi informado que era de apenas sete ou oito nós.
O Riachuelo tinha pouco mais de cinco anos de uso e D. Pedro II sabia que quando foi construído sua velocidade máxima era de 16 nós. Assim, ele concluiu que a embarcação estava com problemas mecânicos e reclamou aos oficiais que estavam a bordo para cumprir as determinações das autoridades republicanas:
"Se o Riachuelo é honraria, eu dispenso; se quer dizer receio, eu não quero voltar. O Brasil não me quer, vou-me embora!"
Então, na altura da Bahia, no dia 22 de novembro de 1889, o Riachuelo encerrou sua missão, regressando para Salvador, e o Paquete Alagoas seguiu sua viagem, em uma velocidade compatível com suas caldeiras.

Foto: Encouraçado Riachuelo.
Acervo Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha.

Roger LX


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