quarta-feira, 10 de junho de 2020

Os 440 anos de Camões

JP | EFEMÉRIDE



Há exatos 440 anos, a 10 de junho de 1580, Luís Vaz de Camões morria, em Lisboa.
Camões deve ter nascido por volta de 1524, e recebeu uma educação “clássica”, típica do renascimento, onde dominava o Latim, a Literatura e a História. Cedo iniciou-se na vida poética, na Corte de D. João III, tendo uma existência repleta de aventuras e desventuras.
No tempo que frequentou a Corte de D. João III, Luís de Camões viveu intensamente os amores, que tão bem cantava, desde damas da Nobreza a mulheres do Povo. Contudo, foi um amor frustrado que levou Camões a alistar-se como militar e partir para África, onde perdeu um olho em batalha. Voltando de novo ao Reino, o temperamento intempestivo do Poeta levou-o a entrar em conflito com um servo do Paço, ferindo-o. Preso, Camões foi perdoado, mas partiu para o Oriente na nau São Bento, na frota de Fernão Álvares Cabral, em 1553.
Camões passou vários anos no Oriente, onde combateu várias vezes a favor do Estado português da Índia, porém foi preso inúmeras vezes, sobretudo, devido ao seu estilo combativo e sangue quente. O facto de ter passado pelas regiões onde Vasco da Gama navegara em 1500, inspirou-o, começou, então, a escrita d’Os Lusíadas, onde contava as aventuras dos descobrimentos e da História de Portugal.
Numa das viagens pelo Índico, conforme se conta, a nau onde Camões navegava afundou-se, tendo o poeta que se atirar ao mar para salvar o seu manuscrito. Assim, Camões salvou Os Lusíadas. Esta situação, inspirou-lhe as célebres redondilhas Sobre os rios que vão, deixando-o com um trauma do naufrágio, que se refletiu na sua poesia posterior.
Em dezembro de 1567, Camões iniciou a sua viagem de regresso a Portugal. A bordo da nau Santa Clara, chegou a Lisboa, a 7 de abril de 1570. Rapidamente finalizou Os Lusíadas, dedicando o livro a D. Sebastião, rei com um forte espírito guerreiro, que se interessou pela obra de Camões. D. Sebastião recebeu uma pequena pensão do Rei pelos serviços prestados à Coroa, mas depois do desaparecimento de D. Sebastião em Alcácer Quibir, viveu na miséria.
Luís Vaz de Camões morreu pobre. Depois da sua morte, a sua obra lírica foi publicada numa coletânea chamada Rimas, assim como 3 obras de teatro cómico. Em pouco tempo, o reconhecimento que não recebera em vida, chegava. Era visto como um ícone da Literatura Ocidental, um renovador da Literatura e da Língua portuguesa. Os Lusíadas tornaram-se numa das obras de referência do Renascimento.
Francisco Miguel Nogueira

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Enviado por Antonio Soares Borges

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