sexta-feira, 19 de julho de 2024

TROVAS E SONETOS DE LUCIANA PESSANHA PIRES



Luciana Pessanha Pires



                                      TROVAS

                          Luciana Pessanha Pires


Que momentos cruciais

nos umbrais das invernadas,

quando ecoam nossos ais

pelas decisões erradas...


Da janela dos teus olhos,

vejo o brilho da esperança,

que o futuro colhe em molhos

em teu riso de criança. 


Sob a luz dos pirilampos,

estou só, essa é a verdade, 

com o olhar correndo os campos,

albergado na saudade.


Sublime fraternidade

de quem no frio agasalha

o irmão com humanidade, 

sempre que a igualdade falha.


Sua oferta de amizade,

guardo nas minhas memórias,

contas de cumplicidade

no meu rosário de histórias.


                                 SONETOS 

                      Luciana Pessanha Pires



                     SONETO À LUZ BENDITA


Ao longe vejo a doce luz que emana

a força que jamais houvera em mim

e aclara o pensamento e não se afana,

bendita luz ao senso acena sim! 


Serena, mas, potente luz irmana

as almas que da aurora estão a fim,

encopa a mente e o fruto não engana,

braceja toda a sua força enfim.


Resplende a luz enquanto a noite desce, 

embala o sonho sem nenhum temor,

dissipa a amarga dor e o dia tece.


Matiz de azul no céu o olhar pincela 

bordado em tela, vejo agora a cor

e a vida se refaz brilhante e bela. 




                   SONETO DA PAZ ALMEJADA 


Haja paz onde o amor esvai-se, avesso

e vista-se de luz o pensamento

na ardente comunhão, em franco apreço, 

qual trigo repartido sem tormento.


Sem ressalvas quaisquer e sem tropeço 

sempre a remir o mal no vão momento.

Que se desfrute a paz qual recomeço

e comungue o que haurimos: sacramento.


Renuncia à aridez dessa armadura

emudecendo o apelo à intolerância

nas rotas, em gentil semeadura.


Assim, em confluência social,

face à vertiginosa circunstância:

paz, meta humanitária - essencial.







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