A Lira Calheirense Maestro Áureo Fiori durou dois anos: foi fundada no dia 12 de agosto de 2017, e se apresentou pela primeira vez na praça Três Irmãos, no dia 5 de agosto de 2018, por ocasião do 1º Festival de Cultura e História de Calheiros
Em Calheiros, a Lira Calheirense Maestro Áureo Fiori nasceu em 12 de agosto de 2017, como um gesto coletivo de esperança. A primeira apresentação ocorreu em 5 de agosto de 2018, durante o 1º Festival de Cultura e História de Calheiros, organizado por Eraldo Saluto de Rezende. Naquele dia, as notas pareciam suspender o tempo.
O maestro Áureo Fiori aceitou conduzir a jovem agremiação sem cobrar pelas aulas ou pelo trabalho de estruturá-la. Era como se colocasse à disposição da comunidade não apenas sua técnica, mas a própria alma.
Samia de Oliveira Linhares, diretora da Escola Municipalizada Cel. Luiz Vieira de Rezende, abriu as portas do educandário para as aulas. A Lira 14 de Julho de Rosal, centenária e venerada, estendeu a mão com generosidade: emprestou músicos e instrumentos, cedeu ensaios, soprou confiança aos iniciantes. O Maestro Cely Tinoco, ícone da Lira rosalense, com o mesmo idealismo e amor de sempre à música, também se fez presente para prestar seu apoio.
O jornal O Norte Fluminense adquiriu os primeiros instrumentos e custeou o combustível do maestro. Cada gesto era uma peça invisível na construção de um sonho que, por momentos, pareceu maior que a própria vila.
A apresentação inaugural tomou a Praça Três Irmãos, espaço marcado pelos nomes dos ex-governadores Roberto e Badger Silveira e do ex-deputado federal Zequinha Silveira, sob o olhar atento do monumento ao Padre Preto. Músicos da Lira 14 de Julho se misturaram aos calheirenses como quem diz: estamos aqui, caminhem conosco.
O sonho, porém, durou apenas dois anos. Com a morte do maestro Áureo Fiori, o ímpeto inicial esmoreceu. Razões diversas impediram a continuidade da iniciativa que, por breve período, havia reacendido o espírito comunitário.
Ainda assim, o jornal O Norte Fluminense registrou cada passo, preservando a memória do que se ergueu com fé e esforço. A chama pode ter se apagado, mas permanece o gesto: lutar pelo que se acredita, ainda que o mundo pareça contrário.
Restou a lembrança de um tempo em que mãos diversas se uniram para materializar o improvável. As luzes se apagaram, a cortina baixou, mas a história não se dissipou.
Resta a pergunta que paira como último acorde: a centelha de 2017 encontrará novamente o sopro capaz de reacender o fogo da realização?
![]() |
| A alegria dos alunos da Escola Municipalizada Coronel Luiz Vieira de Rezende, em Calheiros, com a chegada dos primeiros instrumentos musicais adquiridos pelo jornal O Norte Fluminense em 2017 |
Assista à 1ª aula do Maestro Áureo Fiori na Escola Municipalizada Coronel Luiz Vieira de Rezende, em Calheiros, em 2017
![]() |
| Ensaio em Rosal com jovens músicos da Lira 14 de Julho, com o idealismo da musicista Fabiana Morais e o o ícone rosalense Maestro Cely Tinoco |












Nenhum comentário:
Postar um comentário