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Fazenda do Jacó, do início do séc. XX, parcialmente reformada |
Orlando da Silva Pereira, 58 anos, é um dos proprietários da Fazenda São João Batista, que divide com 12 herdeiros, e é conhecida como Fazenda do Jacó, localizada no distrito de Carabuçu, em Bom Jesus do Itabapoana. Casado com Maria Cristina Boniolo Pereira, ambos nasceram na região. Orlando é descendente de portugueses, enquanto Maria Cristina é descendente de italianos que se fixaram inicialmente em Minas Gerais.
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Orlando e Maria Cristina no interior do casarão |
Possuem 3 filhos: Washington, Danilo e Daniela Boniolo Pereira (os dois últimos, gêmeos). São 2 os netos: Orlando e Hugo.
Explica Orlando que o nome de Jacó se deve ao português Jacó Furtado que desbravou a área e construiu a fazenda: "Jacó abriu enormes áreas de mata na região nos idos de 1870. A fazenda foi sendo transmitida às novas gerações, e eu sou da última", arremata.
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A avó Maria Adelina
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João Pereira de Azevedo, tio de Orlando |
Uma pequena ponte que dá acesso à Fazenda, foi construída há cerca de 20 anos.
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Ponte que dá acesso à sede da fazenda
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"A antiga sede da fazenda, da qual não há vestígios, estava localizada em outro ponto, onde os escravos também ficavam alojados", explica Orlando.
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Tulhas da Fazenda do Jacó: verdadeiros museus na zona rural
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O atual casarão, contudo, foi construído, segundo Orlando, nos idos de 1910, e mantém relíquias da época. Uma das preciosidades constitui o que Orlando chama de "parafuso da engenhoca, uma das peças do tempo dos escravos. Colocava-se um pau na abertura inferior, que imprensava a massa de mandioca, para fazer farinha de trigo e polvilho. Na fazenda havia um moinho para fazer fubá, que era dado para a criação. Havia ainda uma turbina, um gerador e um debulhador de milho. Moía-se cana, fazia-se rapadura, açúcar batido e melado", explica.
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Casa de Engenho da Fazenda do Jacó: uma relíquia
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"Parafuso da engenhoca" |
Conta Orlando que seu pai chegou a emprestar o tronco onde os escravos eram torturados, mas o objeto não foi devolvido à fazenda.
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Porão da Fazenda do Jacó
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Orlando admite um desejo: "Eu queria conservar o patrimônio histórico que está na fazenda, mas nós, na roça, temos pouca ajuda do governo. Se eu pudesse, eu reformaria tudo, para preservar a memória dos antepassados".
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Washington, filho do casal, e o chuveirão do Bar do Jacó, ao lado da fazenda |
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Orlando e Maria Cristina: luta difícil para preservar o patrimônio histórico |
Como descendente de Jacob Furtado de Mendonça - avô de meu bisavô -, fico feliz de saber que a fazenda foi preservada, dentro do possível). Parabéns aos "primos" por isso!
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