Dra Nísia Campos
"Seu" Hildebrando, militar do Exército, se encontrava na Ilha de Fernando de Noronha, preparando-se para ir lutar na 2a. Guerra Mundial, quando a mesma findou, fazendo com que ele retornasse ao rincão natal.
Dra. Nísia possui quatro irmãos: Neuza, Newton, Nilma e Zanoni. Quando contava com seis meses de idade, seu pai mudou-se com toda a família para o distrito de Rosal, onde foi chefiar o destacamento do Tiro de Guerra. Todos os seus quatro irmãos nasceram nesse distrito. Com cinco anos e meio, dra Nísia já sabia ler, sendo alfabetizada pela professora Idê Brasil, diretora do Grupo Escolar Luiz Tito de Almeida, que "observou meu vívido interesse pelas letras".
Considerando que, em seguida, seu pai fora para a reserva do Exército, e levando-se em conta a necessidade de dra. Nísia "fazer o Admissão no Colégio Rio Branco", "seu" Hildebrando resolveu mudar-se com a família para Bom Jesus do Itabapoana.
Recorda-se que seu pai fazia questão de que os filhos morassem em casa própria, principalmente após a experiência de viver boa parte de sua vida em residências de outras famílias. Em Bom Jesus, estabeleceu-se na rua Benedita Taroquela, sendo vizinho do casal Luciano e Leny Bastos, o que ensejou uma amizade permanente entre as famílias.
Quando ingressou no Colégio Rio Branco, dra. Nísia teve de conseguir três uniformes: o de gala, de cor branca, o de educação física e o de estudo regular, este com cor verde caqui e letras CRB. Foi seu tio quem lhe presenteou o uniforme de gala. Posteriormente, dr. Luciano Bastos ofereceu a seu pai a possibilidade de lecionar Educação Física, o que acabou colaborando para melhorar as condições de vida da família, "inclusive a alimentação".
Em 1967, dra. Nísia concluiu o Ginásio. Em 1968, estudou no Curso Normal, pela manhã, e no Curso de Técnico em Contabilidade, à noite. Com o conhecimento de música obtido através das aulas de Marisa Pacheco e do Maestro "Bastião", a mesma fora convidada a lecionar música no Colégio Rio Branco.
Posteriormente, cursou 5 (cinco) Faculdades: Pedagogia e Letras em Itaperuna (RJ), Psicologia em Niterói (RJ), Direito em Cachoeiro de Itapemirim (ES) e Comunicação em Campos dos Goytacazes (RJ). Concluiu, ainda, os cursos de pós-graduação em Orientação Educacional, Administração Escolar, Supervisão Escolar e Inspeção Escolar.
Pontuou dra. Nísia que "nunca imaginei que os cursos de pós-graduação em Inspeção e Supervisão Escolar fossem ser tão importantes em minha vida. Graças a eles pude atuar em vários postos do Município e do Estado".
DONA ROMILDA
A lembrança de Dona Romilda, sua mãe, a emociona permanentemente:
"Tudo o que eu tenho agradeço à minha mãe, Romilda", diz dra. Nísia, com lágrimas nos olhos. "Minha mãe só tinha o primário, mas era profundamente sensível e habilidosa. Pintava e bordava com rara sensibilidade. Não pintou mais porque não possuía recursos para comprar material. De um pano no chão era capaz de fazer uma obra de arte. Ela ficava deslumbrada, embevecida com a cultura. Ninguém ensinou a ela. Interessante isso, porque minha avó não possuía habilidade para a cultura, embora conhecesse das coisas da roça. Minha mãe, ao contrário, admirava música clássica. Foi o professor 'Bastião' quem ensinou minha irmã Neusa a tocar acordeon. Eu, contudo, fui aconselhada a tocar violão, uma vez que o acordeon poderia trazer problemas à minha coluna. Foi o vovô quem comprou o violão para mim".
Dra. Nísia relata sobre a doença de sua mãe: "Certa vez, o médico dr. Abelha descobriu que minha mãe, então com 34 anos de idade, possuía câncer. Ela levou oito anos lutando contra a doença e sua morte nos marcou a todos para sempre", voltando a emocionar-se.
O irmão de dra. Nísia, Newton, quando do falecimento de Leny Borges Bastos, esposa de Luciano Bastos, encaminhou aos familiares deste um texto emoldurado em um quadro, intitulado "GRATIDÃO", com uma foto de dona Leny e a referência a dona Romilda, duas mães que deram suas vidas pelos filhos e pela família.
A VOZ DO POVO
Em 1980, dra. Nísia ingressou no jornal A VOZ DO POVO, "a convite do dr. Salim Tanus e dona Amália". Atuava como "redatora na retaguarda". Recorda-se de Salim Tanus como pessoa "mansa e tranquila, como meu avõ". No ano de 1988, dona Amélia comunicara à dra. Nísia que esta deveria apor seu nome no jornal como "Redatora". O registro pela Associação Brasileira de Imprensa ocorreu "logo em seguida. Além disso, senti-me confortável com a situação, uma vez que eu estudava o Curso de Comunicação".
Salienta dra. Nisia que "Ésio Bastos foi meu mestre no jornalismo. Diziam que o 'seu' Ésio era uma pessoa intransigente, mas na verdade ele era uma pessoa verdadeira. Ele sempre procurou ajudar as pessoas que estavam começando e que tinham vontade de crescer na vida. Quando, por exemplo, saía alguma matéria 'truncada' em A VOZ DO POVO, ele saía da Gráfica Gutenberg e ia orientar-me. Aprendi, com meus tempos de pobreza que, de um jornal se pode fazer uma flor", exclama dra. Nísia, para complementar: "Não é na gastança que se mostra a força de um jornal, mas na criatividade que se revela, mesmo havendo poucos recursos".
Ésio Bastos, o mestre de jornalismo de dra Nísia Campos
RECONHECIMENTO
Em Campos dos Goytacazes, dra. Nísia publicou artigos no jornal "Monitor Campista" e no "Jornal Literário", órgão oficial do Instituto Campista de Literatura. Passou a integrar as fileiras da Academia Pedralva (fundada em 20 de fevereiro de 1947, cujo nome é formado pelas iniciais de Pedro Batista Manhães, Almir Soares e Walter Siqueira). O reconhecimento dos seus méritos literários, portanto, ocorreu inicialmente na cidade campista.
O reconhecimento definitivo das suas qualidades literárias, ocorreu, segundo dra. Nísia, com sua poesia "CAJUEIRO AMIGO", estampada no livro "CASTELO DE SONHOS", editado em 1996. Tal poema valeu-lhe uma referência especial do poeta Antonio Miguel e do presidente da ABDL, dr. Ayrghon Borges Seródio (conferir textos, in fine).
ILA
O Instituto de Letras e Artes Dr. José Ronaldo do Canto Cyrillo, o ILA, é uma das grandes paixões de dra. Nísia, que sugeriu o nome "ao dr. Ayrthon, à Maria Ângela e ao dr. Paulo Figueiredo, e que foi acolhido imediatamente". Segundo dra. Nísia, "dr. José Ronaldo merecia a homenagem, porque era exímio sonetista, inclusive de versos alexandrinos, com estilo que lembrava o de Machado de Assis, além de conceituado professor de português".
Para a criação do ILA, ela inspirou-se na Pedralva. Embora integrasse a Academia Bonjesuense de Letras (ABDL), dra. Nísia diz que "tinha a visão de aglutinar em uma entidade, diversas atividades artísticas". Recorda-se que "convidei o dr. Ayrton Seródio para funda o ILA , que disse: 'A ideia é muito interessante.Vamos trabalhar nisso'. Dr. Ayrton era membro da Pedralva, como sócio-correspondente".
Dra. Nísia recorda-se, ainda, que "seu Ésio (Ésio Bastos) não entendeu no início a ideia de criação do ILA e chegou a indagar: ' mas se já tem a Academia, para que outra?'. Contudo, após saber que o objetivo era integrar numa entidade diversas manifestações culturais além das Letras, ele passou a dar o seu apoio. O dr. Francisco Amim e o dr. Luciano Bastos também apoiaram a ideia".
Dra. Nísia recorda-se de outros apoiadores como "Ana Maria Batista, Maria da Conceição Fragoso, Vilma Portugal, Edson Chaves, o poeta Onofre, dra. Helena Pimentel, dr. José Cabral de Melo, Heliton Dias Pimentel e Maria José Martins. A professora Maria Ângela Borges Guedes foi outra pessoa importantíssima no contexto. Com a sua habilidade, confeccionou as opas acadêmicas além de ter contribuído com inúmeras ideias para o nascimento da instituição".
Foi assim que na data de 11 de agosto de 1995 ocorreu a fundação do ILA, no auditório do então Colégio Técnico Agrícola, hoje Instituto Federal Fluminense (IFF). "O dr. Paulo Faria de Figueiredo foi o primeiro presidente, e eu a vice-presidente. A criação do ILA teve apoio da administração de Álvaro Moreira que destinou recurso da cultura para a confecção das opas acadêmicas, aquisição de livros, envelopes impressos, entre outros". Recorda-se que "seis ônibus vieram de outros municípios. O Acadêmico Alaor Eduardo esteve presente representando Niterói (RJ). Além disso, vários ônibus de Campos trouxeram intelectuais e apoiadores para o evento".
Para a criação do ILA, ela inspirou-se na Pedralva. Embora integrasse a Academia Bonjesuense de Letras (ABDL), dra. Nísia diz que "tinha a visão de aglutinar em uma entidade, diversas atividades artísticas". Recorda-se que "convidei o dr. Ayrton Seródio para funda o ILA , que disse: 'A ideia é muito interessante.Vamos trabalhar nisso'. Dr. Ayrton era membro da Pedralva, como sócio-correspondente".
Dra. Nísia recorda-se, ainda, que "seu Ésio (Ésio Bastos) não entendeu no início a ideia de criação do ILA e chegou a indagar: ' mas se já tem a Academia, para que outra?'. Contudo, após saber que o objetivo era integrar numa entidade diversas manifestações culturais além das Letras, ele passou a dar o seu apoio. O dr. Francisco Amim e o dr. Luciano Bastos também apoiaram a ideia".
Dra. Nísia recorda-se de outros apoiadores como "Ana Maria Batista, Maria da Conceição Fragoso, Vilma Portugal, Edson Chaves, o poeta Onofre, dra. Helena Pimentel, dr. José Cabral de Melo, Heliton Dias Pimentel e Maria José Martins. A professora Maria Ângela Borges Guedes foi outra pessoa importantíssima no contexto. Com a sua habilidade, confeccionou as opas acadêmicas além de ter contribuído com inúmeras ideias para o nascimento da instituição".
Foi assim que na data de 11 de agosto de 1995 ocorreu a fundação do ILA, no auditório do então Colégio Técnico Agrícola, hoje Instituto Federal Fluminense (IFF). "O dr. Paulo Faria de Figueiredo foi o primeiro presidente, e eu a vice-presidente. A criação do ILA teve apoio da administração de Álvaro Moreira que destinou recurso da cultura para a confecção das opas acadêmicas, aquisição de livros, envelopes impressos, entre outros". Recorda-se que "seis ônibus vieram de outros municípios. O Acadêmico Alaor Eduardo esteve presente representando Niterói (RJ). Além disso, vários ônibus de Campos trouxeram intelectuais e apoiadores para o evento".
As reuniões iniciais ocorreram no Anfiteatro Iracema Seródio Boechat, localizado na Prefeitura Municipal. Posteriormente, passaram a ocorrer nas dependências do Colégio Rio Branco e, atualmente, sucedem no salão da Câmara Municipal. Dra. Nísia descobriu sua capacidade de liderança durante o período em que estudou no Colégio Rio Branco. Diz ela que " o colégio era efervescente. Tudo era motivo para comemorar, e eu gostava de declamar. A direção da escola me confiava o comando das solenidades e nunca dizia: 'quero ver antes a programação' . Ao final, as pessoas sempre a cumprimentavam pela organização dessa solenidades, o que servia de estímulo para mim. O fato é que o ILA tem, ao longo de seus anos de existência, contribuído para o desenvolvimento da cultura bonjesuense, promovendo o lançamento de livros, realizando concursos literários e, através das solenidades, reverenciado a memória do município e dos antepassados ilustres", sintetiza dra. Nísia.
LIVROS
Dra Nísia salienta o papel importante do Dr. Ayrton Seródio à frente do Conselho Municipal de Cultura de Bom Jesus. "Dr. Ayrton lutava para que os escritores bonjesuenses tivessem seus livros publicados, mas seus próprios livros eram custeados por ele mesmo. Dr. Ayrton costumava dizer: ' Eu não tenho rabo preso com político algum'. Foi através dele que diversas obras foram publicadas pelo Conselho Municipal de Cultura, como as obra do dr. Paulo Figueiredo, de Edson Chaves, do poeta Onofre e a minha própria".
Dra. Nísia assinala que "fui a primeira a escrever um livro sobre Pe. Mello". Ressalta ainda que há a possibilidade de tal obra ser relançada neste ano. No livro, a autora procurou registrar depoimentos de pessoas que conviveram com Pe. Mello, o que faz da obra um importante trabalho "histórico". Além disso, está concluindo dois outros livros. Ao final da entrevista, dra. Nísia quis registrar o seguinte: "Agradeço a você, dr. Gino, pela oportunidade. Estou muito emocionada com esta entrevista. Nunca imaginei que nós, que fomos criados juntos e fomos vizinhos, fôssemos um dia estar juntos com você me entrevistando para um jornal que é tão querido, como O Norte Fluminense".
Seguem manifestações de Antonio Miguel, do dr. Ayrthon Borges Seródio, que cognominou dra. Nísia como a Embaixatriz da Cultura de Bom Jesus e de Edson LoboTeixeira, presidente da Academia Calçadense de Letras, no jornal A Ordem.
"SURSUM CORDA"
(Homenagem de A VOZ DO POVO a Nísia Campos)
ANTONIO MIGUEL
"Nísia, nossa companheira de "preclaros remígios", no dizer do mestre Octacílio de Aquino, tem algo muito bonito que de certo modo continua escondido no cofre dos seus sonhos: a sua poesia; essa que é singela como a sua alma e agradável como a sua voz, quando murmura frases poéticas que evidenciam a sua qualidade de "deuses".
Nísia-poetisa, quase não deu a Bom Jesus mostras do seu "dossiê" poético. E se o fez, fê-lo pouco. Mas, ela tem coisas bonitas, singelas agradáveis:
CAJUEIRO AMIGO
Nísia Campos
Meu velho e querido cajueiro,
amigo, companheiro e conselheiro!
Há muito tempo não nos víamos!
Você era rapaz,
eu era menina,
quando saí pela vida...
Tudo aconteceu,
menos a felicidade!
Nas horas mortas,
em que a ventania gemia
pelos corredores de minha vida,
pensava em você,
meu velho amigo!
Castelos coloridos
construí, na utopia
de meus sonhos.
Mas, bem cedo,
as lágrimas
os fizeram sombrios.
Tudo foi ilusão,
hoje escondida
nas páginas do tempo.
Você, porém, ficou
desfrutando a embriaguez do vento
e o perfume das flores.
Hoje retornei,
meu velho e querido cajueiro,
para desfrutar, na sua sombra acolhedora,
os instantes finais
da verdadeira e imorredoura paz!
Vejam vocês, queridos bonjesuenses, como as jóias delicadas andam escondidas neste solo fecundo.
Nísia é poetisa de recursos, dentro da sua temática. Seus versos são compreendidos ao primeiro lance; e não deixam dúvidas quanto à simplicidade de que se revestem. É a poesia-moça, do bimbalhar dos sinos, anunciando o marulhar das ondas, a carícia das folhas sussurrando amor, embaladas pelo vento. É a vida jovem, pulsando na expressão e fecundação de um ser-poeta."
Por outro lado, o dr. Ayrthon Borges Seródio, presidente da Academia Bonjesuense de Letras e do Conselho Municipal de Cultura de Bom Jesus do Itabapoana, escreveu no dia 15 de abril de 1996, na apresentação do livro CASTELO DE SONHOS, o seguinte:
"A autora é advogada, professora, orientadora educacional, orientadora pedagógica, supervisora educacional, jornalista, cronista, poetisa e declamadora. Ocupa atualmente a presidência da Câmara de Letras e Artes do Conselho Municipal de Cultura, onde desenvolve um trabalho fecundo e bastante relevante, na promoção e divulgação das letras e artes nos vales do Itabapoana e do Muriaé, e com o qual granjeou o epíteto de Embaixatriz da Cultura de Bom Jesus.
A poetisa, com seu estro fluente e descompromissado, nos brinda com poemas cheios de lirismo e de ternura, que se enquadram perfeitamente na corrente neomodernista e são jóias de rara beleza, pela linguagem simples e espontânea.
Entre os poemas, eu ratifico as palavras do poeta Antonio Miguel e destaco "Cajueiro Amigo", sem dúvida seu melhor trabalho, digno de figurar nas melhores Antologias da Poesia Neomodernista, um cromo da sua meninice nas serras altaneiras de Varre-Sai, onde, suponho, tudo era sonho, festa e fantasia. Destaco, ainda, "Entardecer", um belíssimo poema, reminiscência também de sua infância irrequieta e cheia de alacridade. E por último não poderia deixar de citar "Lembranças", um poema dedicado à sua inolvidável mãe, onde, com um ponto de nostalgia, se vislumbra o amor filial cristalizado no coração da poetisa, em correspondência ao amor de mãe, que deveria ser mais duradouro, o amor sublime nos versos de Coelho Neto..."
Por fim, o jornal "A Ordem", de São José do Calçado (ES), publicou em outubro de 2011 a seguinte matéria: " NASCIMENTO DA ACADEMIA CALÇADENSE DE LETRAS".
"Em 28 de outubro de 1991, às19 h 30 min, na casa do professor aposentado Epaminondas Gomes Moreira, aconteceu a primeira reunião que teve como escopo criar, em São José do Calçado-ES a Academia Calçadense de Letras.
A referida reunião que se deu na residência do citado professor contou com a presença de Nísia Campos Teixeira, Alcemilson P. Gomes, professores Nadia Teixeira de Rezende (falecida), e Edson Lobo Teixeira.
Ressalta-se que o sonho de criar uma Academia Literária em São José do Calçado já existia desde a década de 80,em1986, quando os bardos Nadia Teixeira de Rezende, Joana D'Agustini, Florisbela Poubel e Edson Lobo Teixeira lançaram o livro de poesia "Nós Quatro" e, desde então, se reuniam os quatro durante anos, em encontros literários, continuamente nutrindo o sonho de aglutinar os escritores os escritores calçadenses numa confraria.
É certo e verdade que, a ideia de criar-se a Academia de Letras, em São José do Calçado, foi decorrente de uma conversa informal entre os professores Nísia Campos e Edson Lobo Teixeira, no Colégio Estadual Padre Mello, em Bom Jesus do Itabapoana-RJ.
Alguns meses depois, na noite de Autógrafos da professora Mercês Garcia Vieira, a professora Nísia Campos sentiu entusiasmada com os valores da terra calçadense e se empenhou em ajudar a alcançar aquele sonho considerado, no início, como "longínquo": Criação de uma Academia de Letras.
Assim sendo, a escritora Nísia Campos participou com os literatos locais de outras reuniões, o que iria posteriormente, culminar na fundação da Academia Calçadense de Letras, em reconhecimento aos valores do município. Em vista disso, foi feita uma esmiuçadora análise dos cidadãos que se destacaram no panorama da vida calçadense.
Em um outro dia, no inspirador recinto bucólico entre flores e colibris do casal Ivonildes e Epaminondas, foi servido pelos anfitriões um coquetel de confraternização. No encerramento deste encontro, os presentes sugeriram um outro encontro para a quarta-feira seguinte, dia 06 de novembro de1991.
Com isso, sucessivamente aconteceram várias reuniões em seguida. Após a escolha dos 40 membros efetivos e dos 40 membros correspondentes, então finalmente, no dia 19 de dezembro de 1991, foi fundada a Academia Calçadense de Letras, no Salão Nobre da Câmara Municipal, a Academia Calçadense de Letras".
(Homenagem de A VOZ DO POVO a Nísia Campos)
ANTONIO MIGUEL
"Nísia, nossa companheira de "preclaros remígios", no dizer do mestre Octacílio de Aquino, tem algo muito bonito que de certo modo continua escondido no cofre dos seus sonhos: a sua poesia; essa que é singela como a sua alma e agradável como a sua voz, quando murmura frases poéticas que evidenciam a sua qualidade de "deuses".
Nísia-poetisa, quase não deu a Bom Jesus mostras do seu "dossiê" poético. E se o fez, fê-lo pouco. Mas, ela tem coisas bonitas, singelas agradáveis:
CAJUEIRO AMIGO
Nísia Campos
Meu velho e querido cajueiro,
amigo, companheiro e conselheiro!
Há muito tempo não nos víamos!
Você era rapaz,
eu era menina,
quando saí pela vida...
Tudo aconteceu,
menos a felicidade!
Nas horas mortas,
em que a ventania gemia
pelos corredores de minha vida,
pensava em você,
meu velho amigo!
Castelos coloridos
construí, na utopia
de meus sonhos.
Mas, bem cedo,
as lágrimas
os fizeram sombrios.
Tudo foi ilusão,
hoje escondida
nas páginas do tempo.
Você, porém, ficou
desfrutando a embriaguez do vento
e o perfume das flores.
Hoje retornei,
meu velho e querido cajueiro,
para desfrutar, na sua sombra acolhedora,
os instantes finais
da verdadeira e imorredoura paz!
Vejam vocês, queridos bonjesuenses, como as jóias delicadas andam escondidas neste solo fecundo.
Nísia é poetisa de recursos, dentro da sua temática. Seus versos são compreendidos ao primeiro lance; e não deixam dúvidas quanto à simplicidade de que se revestem. É a poesia-moça, do bimbalhar dos sinos, anunciando o marulhar das ondas, a carícia das folhas sussurrando amor, embaladas pelo vento. É a vida jovem, pulsando na expressão e fecundação de um ser-poeta."
Por outro lado, o dr. Ayrthon Borges Seródio, presidente da Academia Bonjesuense de Letras e do Conselho Municipal de Cultura de Bom Jesus do Itabapoana, escreveu no dia 15 de abril de 1996, na apresentação do livro CASTELO DE SONHOS, o seguinte:
"A autora é advogada, professora, orientadora educacional, orientadora pedagógica, supervisora educacional, jornalista, cronista, poetisa e declamadora. Ocupa atualmente a presidência da Câmara de Letras e Artes do Conselho Municipal de Cultura, onde desenvolve um trabalho fecundo e bastante relevante, na promoção e divulgação das letras e artes nos vales do Itabapoana e do Muriaé, e com o qual granjeou o epíteto de Embaixatriz da Cultura de Bom Jesus.
A poetisa, com seu estro fluente e descompromissado, nos brinda com poemas cheios de lirismo e de ternura, que se enquadram perfeitamente na corrente neomodernista e são jóias de rara beleza, pela linguagem simples e espontânea.
Entre os poemas, eu ratifico as palavras do poeta Antonio Miguel e destaco "Cajueiro Amigo", sem dúvida seu melhor trabalho, digno de figurar nas melhores Antologias da Poesia Neomodernista, um cromo da sua meninice nas serras altaneiras de Varre-Sai, onde, suponho, tudo era sonho, festa e fantasia. Destaco, ainda, "Entardecer", um belíssimo poema, reminiscência também de sua infância irrequieta e cheia de alacridade. E por último não poderia deixar de citar "Lembranças", um poema dedicado à sua inolvidável mãe, onde, com um ponto de nostalgia, se vislumbra o amor filial cristalizado no coração da poetisa, em correspondência ao amor de mãe, que deveria ser mais duradouro, o amor sublime nos versos de Coelho Neto..."
Por fim, o jornal "A Ordem", de São José do Calçado (ES), publicou em outubro de 2011 a seguinte matéria: " NASCIMENTO DA ACADEMIA CALÇADENSE DE LETRAS".
"Em 28 de outubro de 1991, às19 h 30 min, na casa do professor aposentado Epaminondas Gomes Moreira, aconteceu a primeira reunião que teve como escopo criar, em São José do Calçado-ES a Academia Calçadense de Letras.
A referida reunião que se deu na residência do citado professor contou com a presença de Nísia Campos Teixeira, Alcemilson P. Gomes, professores Nadia Teixeira de Rezende (falecida), e Edson Lobo Teixeira.
Ressalta-se que o sonho de criar uma Academia Literária em São José do Calçado já existia desde a década de 80,em1986, quando os bardos Nadia Teixeira de Rezende, Joana D'Agustini, Florisbela Poubel e Edson Lobo Teixeira lançaram o livro de poesia "Nós Quatro" e, desde então, se reuniam os quatro durante anos, em encontros literários, continuamente nutrindo o sonho de aglutinar os escritores os escritores calçadenses numa confraria.
É certo e verdade que, a ideia de criar-se a Academia de Letras, em São José do Calçado, foi decorrente de uma conversa informal entre os professores Nísia Campos e Edson Lobo Teixeira, no Colégio Estadual Padre Mello, em Bom Jesus do Itabapoana-RJ.
Alguns meses depois, na noite de Autógrafos da professora Mercês Garcia Vieira, a professora Nísia Campos sentiu entusiasmada com os valores da terra calçadense e se empenhou em ajudar a alcançar aquele sonho considerado, no início, como "longínquo": Criação de uma Academia de Letras.
Assim sendo, a escritora Nísia Campos participou com os literatos locais de outras reuniões, o que iria posteriormente, culminar na fundação da Academia Calçadense de Letras, em reconhecimento aos valores do município. Em vista disso, foi feita uma esmiuçadora análise dos cidadãos que se destacaram no panorama da vida calçadense.
Em um outro dia, no inspirador recinto bucólico entre flores e colibris do casal Ivonildes e Epaminondas, foi servido pelos anfitriões um coquetel de confraternização. No encerramento deste encontro, os presentes sugeriram um outro encontro para a quarta-feira seguinte, dia 06 de novembro de1991.
Com isso, sucessivamente aconteceram várias reuniões em seguida. Após a escolha dos 40 membros efetivos e dos 40 membros correspondentes, então finalmente, no dia 19 de dezembro de 1991, foi fundada a Academia Calçadense de Letras, no Salão Nobre da Câmara Municipal, a Academia Calçadense de Letras".
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