Francisco Verdan Corrêa Neto |
Gostei da matéria sobre Jorge Lengruber Jabor publicada na página 12 do nº 2289 deste jornal.
Todavia, tomo a liberdade de "corrigir" a expressão: " Os norte-americanos mandaram meu pai trocar de nome". Os americanos não tinham autoridade para trocar nome de ninguém; o que valia juridicamente era o nome registrado no cartório brasileiro. Entendi que os americanos "sugeriram" que o soldado Jabor omitisse o "Lengruber" por segurança. Na verdade, o soldado Jabor não era de origem alemã, mas suíça.
Será que os americanos, ou ele mesmo, sabiam disso?
Contrariamente ao que disse o oficial americano, levanto as seguintes questões:
a) Na FEB, havia o sargento Wolff, descendente de alemães, vindo de Santa Catarina, e nada houve contra ele.
b) Daqui de Petrópolis, seguiu o sargento Boening (leia-se Bêning) e também não houve "problema" algum.
Ambos caíram em combate. Em Niterói (RJ), dentro da sede do Clube de Sub-Oficiais e Sargentos, há a Escola Municipal Sargento Wolff, nome altamente considerado nas Forças Armadas, e aqui em Petrópolis, há uma rua Sargento Boening. Ambos heróis nacionais.
c) Mesmo no exército americano, considerando-se a grande imigração alemã para os EUA, no século XIX e início do século XX, deveria haver muitos, em todas as patentes, militares com nomes alemães, italianos, etc.
Portanto, a "sugestão" dada ao soldado Lengruber não tinha cabimento, seja do ponto de vista social, seja jurídico. Portanto, continua prevalecendo a lei brasileira; ele foi registrado como Lengruber Jabor e continua sempre sendo Jorge Lengruber Jabor, um herói nacional.
Por tudo isso, a palavra "Lengruber" deveria constar na placa em homenagem aos heróis pracinhas afixada na Prefeitura de Bom Jesus do Itabapoana.
Francisco Verdan Corrêa Neto é professor e historiador.
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