http://g1.globo.com/rj/norte-fluminense/noticia/2015/10/brasileiro-e-premiado-no-reino-unido-por-criar-dispositivos-solares-baratos.html?utm_source=facebook&utm_medium=share-bar-desktop&utm_campaign=share-bar
08/10/2015 20h00 - Atualizado em 09/10/2015 08h24
Brasileiro é premiado no Reino Unido por pesquisar células solares baratas
Gabriel Lugão, de Bom Jesus, RJ, participa do 'Ciência Sem Fronteiras'.
Dispositivos têm potencial para funcionarem em altas temperaturas.
Premiação aconteceu no dia 2 de setembro, no Reino Unido (Foto: Divulgação/Universidade de Swansea)
Aluno de Engenharia de Materiais, Gabriel Bartholazzi Lugão de Carvalho, de 23 anos, não acreditou ao ouvir seu nome ser anunciado como vencedor entre 50 brasileiros em um prêmio do Programa “Ciência Sem Fronteiras” no Reino Unido. O jovem de Bom Jesus de Itabapoana, no Norte Fluminense, desenvolveu dispositivos solares de terceira geração com baixo custo de fabricação. A novidade pode colaborar para o barateamento de futuros painéis solares, facilitando o acesso da população a essa tecnologia.
O que diferencia esses dispositivos com os painéis solares a base de silício, que dominam o mercado atualmente, é que eles funcionam muito bem quando são expostos a altas temperaturas. Os painéis normais perdem eficiência à medida que os telhados ficam super aquecidos. A premiação aconteceu no dia 2 de setembro na empresa Specific, que pertence a Universidade de Swansea, e possui um centro de pesquisa voltado para células solares.
Dispositivos possuem um baixo custo de fabricação,
o que levaria um barateamento de futuros painéis
solares (Foto: Gabriel Bartholazzi Lugão de Carvalho)
o que levaria um barateamento de futuros painéis
solares (Foto: Gabriel Bartholazzi Lugão de Carvalho)
“Foi uma felicidade muito grande quando anunciaram o meu nome. Na hora não acreditei. Esse intercâmbio tem sido uma experiência única para o meu crescimento pessoal e profissional, sendo que a oportunidade de viver em uma cultura diferente ensina muito. Assim como trouxe minhas experiências do Brasil para o Reino Unido, espero levar de volta o que aprendi de bom e poder ajudar no crescimento e desenvolvimento do meu país, como pesquisador e pessoa. Sendo o Brasil um país que recebe grande incidência de energia solar o ano todo, espero que em um futuro próximo nosso país reduza a utilização de recursos não renováveis e se insira nesse mercado de painéis solares, tão promissor e importante para o nosso futuro”, declarou Gabriel.
Os dispositivos foram comparados com diferentes
níveis de iluminação
(Foto: Gabriel Bartholazzi Lugão de Carvalho)
níveis de iluminação
(Foto: Gabriel Bartholazzi Lugão de Carvalho)
O projeto do aluno de Engenharia de Materiais foi eleito o melhor da exposição pelo conteúdo científico e organização visual. Durante a apresentação, que foi em formato de pôsteres, os 50 brasileiros mostraram suas ideias para alunos, visitantes e professores da universidade que estavam presentes. Na oportunidade, havia uma banca de jurados avaliando os melhores projetos, que elegeu Gabriel como vencedor.
“Eu produzi dois diferentes tipos de dispositivos me baseando nos métodos de fabricação da empresa Specific, sob a tutoria do galês Matthew Davies, e os comparei com diferentes níveis de iluminação através de um simulador solar (desde um dia claro até um dia bem nublado). Ambos foram produzidos através de camadas de filmes finos sendo que um dos dispositivos foi a base de perovskita (mineral que permite flexibilidade e um bom nível de transparência), e o outro a base de corantes sensibilizadores. Tais dispositivos possuem métodos de fabricação distintos”, explica.
Projeto do aluno de Engenharia de Materiais foi eleito
o melhor da exposição pelo conteúdo científico e
organização visual (Foto: Matheus Torquato)
o melhor da exposição pelo conteúdo científico e
organização visual (Foto: Matheus Torquato)
A pesquisa comprovou que ambos os dispositivos possuem grande potencial para atuar tanto em ambientes de alta luminosidade (dias claros) como em ambientes de baixa luminosidade (dias nublados), e até mesmo aplicações indoor (dentro de um escritório, por exemplo). Essa pesquisa foi realizada na empresa Specific durante o verão no Reino Unido, entre os meses de Junho e agosto.
Passado e futuro
Gabriel Bartholazzi estudou até o nono ano no Colégio Maria da Conceição Baptista de Oliveira. Já o primeiro ano do Ensino Médio foi feito no Instituto Federal Fluminense (IFF) de Campos dos Goytacazes e depois os estudos foram concluídos no IFF do Rio de Janeiro. Antes de embarcar para o Reino Unido, Lugão cursou até o nono período de Engenharia de Materiais na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ele chegou ao país no dia 4 de julho do ano de 2014 para estudar três meses de inglês e dois semestres na Universidade de Swansea.
“Esperava um país com pessoas reservadas e frias, mas o que recebi quando cheguei foi algo totalmente inesperado. As pessoas aqui estão sempre sorrindo e dispostas a ajudar, sempre puxando assunto e conversando sobre o tempo, que é o assunto predominante”, afirmou.
Atualmente Gabriel realiza um estágio na empresa Specific, com data de volta para novembro. “Após voltar, vou cursar dois semestres para terminar a minha graduação. Espero também poder contribuir e aplicar os conhecimentos que aprendi aqui nos laboratórios do departamento de materiais da UFRJ. Para o futuro, pretendo seguir a carreira de pesquisador e realizar um mestrado ou doutorado no Reino Unido”
“O sol emite quantidades gigantescas de energia diariamente em todo mundo. Aprender como capturar essa energia e usá-la a nosso favor de uma forma eficiente e de fácil acesso a todos é fundamental para um planeta mais limpo e sustentável”, finalizou o estudante.
Gabriel volta ao Brasil em novembro com vários projetos para colocar a sua ideia em prática no país
(Foto: Marcus Vinícius / Arquivo Pessoal)
(Foto: Marcus Vinícius / Arquivo Pessoal)
Nenhum comentário:
Postar um comentário