terça-feira, 24 de novembro de 2015

Conferência em Laje do Muriaé indica candidaturas para o Conselho de Cultura




A Secretaria Estadual de Cultura está realizando Prévias de Conferência, para explicar o processo eleitoral do Conselho Estadual de Política Cultural.

A Prévia da Conferência Regional/Noroeste ocorreu no dia 16 de novembro, na Casa da Cultura Dr. Manoel Ligiéro, em Laje do Muriaé (RJ). O encontro do Fórum de Gestores de Cultura do Noroeste contou com a participação da representante da Secretaria de Estado de Cultura, Clarissa Semensato, da Coordenação de Políticas Culturais e Gestores, que destacou a importância da eleição do Conselho. Ela dissertou sobre as Conferências Regionais e o Sistema Estadual de Cultura entre outros pontos relevantes, estabelecendo um diálogo construtivo onde foram esclarecidas dúvidas dos participantes. Os gestores foram recebidos pelo Secretário Municipal de Cultura e pela Diretora da Casa da Cultura, Maria Beatriz Silva.



Marcaram presença o Presidente do Fórum de Cultura do Noroeste (RJ), e Secretário Municipal de Cultura e Turismo de Miracema, Carlos Eduardo Fíngolo Tostes, além dos gestores das Secretarias de Cultura de Itaperuna, Miracema, Varre-Sai, Santo Antônio de Pádua, Aperibé, Bom Jesus do Itabapoana, Porciúncula e São José de Ubá. 

Durante a Prévia, Carlos Eduardo Fíngolo Tostes foi indicado pelos gestores presentes para a candidatura de representante da Região Noroeste para integrar o Conselho Estadual de Política Cultural (CEPC). Maria Beatriz Silva foi indicada, por sua vez, como representante suplente.

O município de MIracema será anfitrião para a Conferência que elegerá  os representantes da sociedade civil no Conselho Estadual de Política Cultural do Noroeste. A eleição ocorrerá no dia 27 de novembro, das 16h às 21h, no Auditório do Centro Cultural Melchiades Cardoso, Praça Ary Parreiras, nº 156, centro. É importante a participação de um número significativo de agentes culturais para que se possa promover a celebração deste momento importante da cultura fluminense.





As eleições fazem parte do processo de estruturação do CEPC, peça integrante do Sistema Estadual de Cultura, instituído recentemente em julho, com a aprovação da Lei Estadual de Cultura.

Ao todo, serão feitas 10 conferências para a escolha dos representantes do CEPC.  Esse conselho será composto por 16 membros titulares e seus respectivos suplentes, indicados pela Secretaria de Estado de Cultura (SEC), mais 16 membros titulares e seus respectivos suplentes, representantes da Sociedade Civil. Destes, um membro titular e um suplente de cada uma das 10 regiões do estado serão eleitos nestas conferências regionais.

(fotos e texto enviados pelo Centro Cultural Maria Beatriz, de Laje do Muriaé/RJ)




ATUAÇÃO DE MARIA BEATRIZ  É RECONHECIDA

A atuação em favor da cultura, de Maria Beatriz Silva, presidenta do Centro Cultural Maria Beatriz e diretora da Casa de Cultura de Laje do Muriaé (RJ) foi reconhecida pelos participantes da Prévia da Conferência Regional/Noroeste, que indicaram seu nome para concorrer a representante suplente de Carlos Eduardo Fíngolo Toste, de Miracema, no Conselho Estadual de Política Cultural. A suplência constitui cargo relevante, que exige perfeita sintonia com o titular, que nem sempre poderá se fazer presente nas reuniões deliberativas. A eleição ocorrerá no próximo dia 27 em Miracema. 


Prévia da Conferência Regional/Noroeste indicou Maria Beatriz para concorrer ao importante cargo de representante suplente no Conselho Estadual de Política Cultural 

OS DESAFIOS URGENTES PARA A CULTURA EM BOM JESUS DO ITABAPOANA


Espera-se que o Sistema Estadual de Cultura possa apoiar Bom Jesus, de modo imediato, nos seguintes itens:

1) CASA DA FARINHA (Prédio do século XIX)


Uma parede da Casa da Farinha, do século XIX, que pertenceu a Antônio Ignácio, o avô dos governadores Roberto e Badger Silveira, foi ao chão após forte tempestade


Uma das paredes da Casa da Farinha, prédio do século XIX, veio a baixo após a última tempestadade ocorrida há dias atrás, tornando-se necessária a intervenção imediata para sua preservação.

A Casa da Farinha pertenceu a Antônio Ignácio, avô dos governadores Roberto e Badger Silveira, que teve atuação importante na luta pela primeira emancipação de nosso município, ocorrida no dia 25 de dezembro de 1890.






                                                           Como era o prédio antes da tempestade



2) PRÉDIO DO TEATRO CINEMA CONCHITA DE MORAES




 Teatro Cinema Conchita de Moraes


O Teatro Cinema Conchita de Moraes, localizado na Usina Santa Maria, foi edificado na década de 1950 pelos irmãos Pereira Pinto. Por ele atuaram nomes consagrados nacionalmente como Orlando Silva e Ellen de Lima.

A comunidade almeja o restabelecimento do mesmo para que possa ser mola propulsora de desenvolvimento cultural e econômico.

É necessária intervenção imediata do Poder Público para preservar o prédio e fomentar o desenvolvimento cultural e econômico da região.




Teatro Cinema Conchita de Moraes


3) PRÉDIO DA SEDE SOCIAL DO USINA SANTA ISABEL F.C.



A sede social do Usina Santa Isabel F.C. possui em suas paredes pinturas do artista plástico Délio Porto, realizadas na década de 1960, retratando a vida da comunidade.

Somente a restauração imediata do prédio poderá preservar esta obra de arte, propiciando também o ponto de partida para o ressurgimento de atividades culturais e econômicas na comunidade.







4) FORNO INDÍGENA NO DISTRITO DE CALHEIROS




                                                                              Foto de 1998
Foto de 1998
                                                                               Foto de 1998

                       


O professor Ondemar Dias participou do PRONAPA (Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas), em 1968, que objetivava fazer um levantamento do patrimônio arqueológico no Brasil. Ele fez apontamentos sobre este forno existente no distrito de Calheiros, em nosso município.

Texto científico intitulado "Notícias preliminares sobre o programa arqueológico do Norte Fluminense", de Alfredo A.C. Mendonça de Souza, do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural e do ISCB, e de César Augusto Lotufo, Joel Coelho de Souza e Murilo Osmar Coelho de Souza, do Centro de Estudos e Pesquisas em Arqueologia Analítica/ISCB-RJ emitiu em 1982 um comunicado à "comunidade científica" sobre os "primeiros resultados colhidos".

Texto preservado no Arquivo do Museu da História Natural, vol. VIII/IX, refere-se ao Forno Indígena de Bom Jesus do Itabapoana  (Acervo da dra. Simonne Teixeira)


Ali é destacado o "Forno Indígena (Bom Jesus do Itabapoana)" que "é uma construção do período colonial, provavelmente destinada à queima de cerâmica, ainda com muitos cacos nas suas proximidades, e que foi descoberto acidentalmente, quando da realização de obras na estrada".


Posteriormente, uma máquina passou sobre o forno, danificando a parte externa e cobrindo o mesmo. É necessário um trabalho para que se possa verificar se a parte interna do forno foi preservada e, assim, preservar este patrimônio histórico e cultural.


                                                                         Foto de 2014
Dra. Simonne Teixeira e seu retorno a Calheiros, 16 anos depois: destruição parcial do forno colonial

Simonne Teixeira, Doutora em História e Doutora em Filosofia e Letras pela Universidade Autônoma de Barcelona, na Espanha, é especialista em arqueologia pela UENF (Universidade Estadual do Norte Fluminense).


Segundo Simonne, "em 1998, eu tive acesso a este registro e fiz questão de vir a Calheiros, e constatei que se tratava de um forno colonial, do século XIX, de importante valor histórico. Na época, as pessoas diziam que jogavam entulhos e vidros dentro do forno, pois temiam que as crianças se machucassem brincando dentro do buraco", assinalou.

Segundo dra. Simonne, "ao retornar a Calheiros, verifico, contudo, que uma parte superior foi destruída e assoreada. É possível, contudo, que a parte do subsolo deste forno esteja intacta, especialmente a câmara de combustão, onde ficavam as peças. Teria de ser feito um trabalho para identificar isso", assinalou.

Segundo dra. Simonne, "nenhuma olaria no estado é parecida como esta. Em Itaocara encontrei 3 fornos coloniais e, lamentavelmente, um proprietário passou com o trator em cima de um deles, destruindo-o totalmente".

Os fornos realizam queima redutora quando o ambiente é fechado. A queima é oxidante, quando é feita em ambiente aberto, que é o caso do forno de Calheiros.

O tipo de forno daqui indica que se trata de uma construção colonial, uma vez que os indígenas não tinham conhecimento para edificá-lo. A cerâmica nasce da necessidade de se construir louças, tijolos e potes de barro para transportar água. A proximidade do rio faz com que o barro seja farto.

Em Itaocara, os frades capuchinhos foram os primeiros a estabeleceram estes fornos e utilizavam os índios puris para cortarem as madeiras e fazerem balsas, uma vez que estes possuíam habilidades nestes ofícios. Isso ocorreu na região do Itabapoana, do Muriaé, do Paraíba e da Zona da Mata", explica. 


Dra. Simonne lamenta que não haja no Estado e no município política para valorizar este patrimônio. Disse ela que "temos que valorizar os casarões e as Igrejas, mas valorizar também o trabalho que existiu na sociedade escravocrata. Patrimônio cultural é tudo isso. É importante frisar que tudo o que há debaixo da terra é propriedade da União e destruir objeto arqueológico constitui crime inafiançável".

Dra Simonne finaliza: "É relevante, ainda, ir nas escolas e ensinar as crianças a preservarem o patrimônio material e imaterial. Tudo tem que começar desde criança. Se isso não ocorrer, os adultos não valorizarão este patrimônio. É o que eu chamo de alfabetização cultural".



Dra Simonne estudou fornos indígenas e coloniais do Brasil



















s

Nenhum comentário:

Postar um comentário