Revista Literária A Folha é uma das preciosidades do CCMB |
Uma das preciosidades da Biblioteca do CCMB (Centro Cultural Maria Beatriz), de Laje do Muriaé (RJ), é a edição da Revista Literária "A Folha", n° 15, de março de 1962.
Neste volume, encontramos a poesia "NUNCA MAIS!", do campista Silvio Fontoura, que editou o 1° jornal de Bom Jesus do Itabapoana intitulado "Itabapoana", em 1° de agosto 1906, que reproduzimos a seguir.
NUNCA MAIS!
Olhamo-nos na rua fixamente
E ainda e sempre na rua, muitas vezes
Os nossos olhos vivos e corteses
Bateram-se num toque impertinente.
Foi na rua, passados alguns meses,
Que nos falamos educadamente
Enquanto à nossa volta toda gente
Nos via com os olhares mais soeses...
Depois... beijamo-nos na rua,
Por culpa nossa foi, por minha e sua...
Que gozo aquele! Que delícia aquela!
Depois... depois fugiu de minha vista
Quem sempre foi minha maior conquista
E nunca mais tive notícias dela.
Maravilhoso soneto, eu que sou fã de sonetos e tenho facilidade para compô-los. No primeiro verso do primeiro terceto falta alguma palavra de 2 sílabas, ou o poeta repetiu "depois"? Com a métrica perfeita e as rimas, ele não teria errado, precisa verificar. Gostei de conhecer. Corrigir meu sobrenome: Niemann. O brigada
ResponderExcluirJanske Niemann, sua observação é interessante e oportuna. Eu não componho soneto, gosto muito de ler e a construção do mesmo me encanta. Escrevo aqui o que eu observo ao ler a poesia “NUNCA MAIS” de Silvio Fontoura: Percebo que ele não escreveu um soneto, e, sim um sonetilho. O sonetilho é o soneto em versos de métrica curta, que não obedece rigorosamente à rima das quadras e dos tercetos. Ele parece vir acompanhado a uma música de fundo, tem uma harmonia interna que ao ler percebe-se cantando. A rima, o metro curto, a desnecessária presença da tônica dando liberdade à construção sem tirar o ritmo do verso é uma característica fascinante nos sonetilhos. Ao ler “Nunca Mais”, percebo o casamento perfeito entre o poema e a música. Dentre os grandes poetas que cultivam o sonetilho, tive o prazer de ler, B. LOPES - poeta Simbolista Brasileiro, autor do valioso livro de sonetilhos com temas campesinos: Editora Cromos (1893). Vinícius de Moraes também é autor de alguns sonetilhos. Nosso agradecimento pelo seu comentário. Maria Beatriz
ResponderExcluirRealmente um belo soneto!
ResponderExcluirUm soneto e um conto.Muito leve.Maravilhoso.
ResponderExcluirUma graça de soneto sim! E bela a notícia do exemplar de 1962!!!
ResponderExcluirMaravilhoso! Amei...
ResponderExcluirParabéns, lindo!
ResponderExcluirIvone Boechat
Memória
ResponderExcluirTrago na memória do meu luar
Luar que olhos não vão encontrar
Na selva de pedra de luz embutida
Sem rio corrente, só mar, e alarida.
O ar correndo sem um empecilho
Balanço suave, o plantio do milho,,
Musica nas folhas dos carnaubais
Gorjeio de aves nas madrugais
O banho na água em abundância
Perece correnteza em vigilância
O nado hábil encontra afoiteza.
Corpo e alma entregue na nudez
Oculta o olhar tirano do cortes,
À caça, o desejo nato, a presteza.
Lindo soneto.O encontro acontece e num de repente foge... Natural.
ResponderExcluirParabéns pelo jornal!
Abçs!
Diná