sábado, 13 de fevereiro de 2016

DESALENTOS



                         Casimiro Dantas




Um pobre que costumava
Pedir esmola na rua
Achou pouco o que eu lhe dava;

E vai, entendeu na sua
Não dever pedir mais nada;
Se lhe falta o pão jejua!

Assim eu fiz: esfaimada
De amor minha alma triste
Chorava um dia, coitada!

Pedi-te amor e tu riste
Deste-me pouco - uma afronta;
Nunca mais pedir-me viste

Que eu não quero amor por conta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário