DESALENTOS
Casimiro Dantas
Um pobre que costumava
Pedir esmola na rua
Achou pouco o que eu lhe dava;
E vai, entendeu na sua
Não dever pedir mais nada;
Se lhe falta o pão jejua!
Assim eu fiz: esfaimada
De amor minha alma triste
Chorava um dia, coitada!
Pedi-te amor e tu riste
Deste-me pouco - uma afronta;
Nunca mais pedir-me viste
Que eu não quero amor por conta.
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