segunda-feira, 26 de setembro de 2016

WILSON JOSÉ CARRERETH: A GRANDEZA DA FRANÇA E DA ESPANHA EM BOM JESUS DO ITABAPOANA (RJ)

Wilson José Carrereth

Wilson José Carrereth é descendente de franceses e espanhóis, podendo-se dizer que constitui a síntese da grandeza das duas nacionalidades. Filho de José Antônio Carrereth -  filho de franceses - e da espanhola Rosa Rodrigues Carrereth, que veio para o Brasil com 12 anos de idade, nasceu no Sítio da Fortaleza, no dia 29 de março de 1936, na localidade conhecida como França Bonjesuense, onde hoje está situado o empreendimento Ferjack. Teve dois tios paternos: João e Ana Carrereth.
Área do Sítio da Fortaleza, onde havia uma residência, na qual nasceu Wilson Carrereth




O Ferjack, de propriedade de Sérgio Carrereth, homenageia suas filhas Fernanda de Jackeline, e está estabelecido na área conhecida como França Bonjesuense

Wilson é neto dos franceses Jean Pierre Carrereth e Catherine Carrereth, que chegaram em Bom Jesus do Itabapoana (RJ) e aqui se estabeleceram por volta do ano de 1907. Os membros da família Carrereth, na França, estão fixados, em geral, em Gurrette, sul da França, e em Oloron-Santa Marie.

Os avós espanhóis, por sua vez, vieram para Bom Jesus nos idos de 1914: Jesus e Ramona e seus filhos Maria, Rosa e Ramona. Genaro veio por último, e estabeleceu uma olaria em uma região do Bairro Pimentel Marques, onde passou a fabricar tijolos. Rosa casou-se com José Antônio, enquanto Maria, irmã de Rosa, contraiu núpcias com João, irmão de José Antonio. Duas irmãs espanholas, portanto, casaram-se em Bom Jesus do Itabapoana, com dois irmãos descendentes de franceses.


Wilson estudou na região conhecida por pertencer a Odilon Diniz, próxima ao Sítio, com a professora Dalca Soares, sua grande mestra, "Recordo-me que ela, que era parente de João Soares, dava aula para cerca de 30 alunos e considerava cada um como se fosse seu filho, tratando cada um com muito carinho", salientou.

Com cerca de 14 anos, passou a prestar serviços para a Usina Santa Isabel. "A partir dos 18 anos, fui contratado pelo usineiro Jorge Pereira Pinto. Ele era muito correto e severo. Recordo-me que, certa vez, em época de eleição, em que os eleitores votavam em todos os cargos no mesmo dia, eu dirigi-me ao 'seu' Jorge e lhe informei que desejava votar em dois candidatos que não eram apoiados por ele: dr. Emanuel e dr. Cid Bastos Borges, 'Seu' Jorge me disse, então, que eu era um jovem de coragem e que respeitava a minha decisão, solicitando, contudo, que, para os outros cargos, eu votasse nos candidatos que ele apoiava". Trabalhei em muitas funções na Usina. Descarreguei mercadorias e fui caixa do açougue e da padaria. Só não aceitei o cargo de fiscal de serviços, porque não queria denunciar eventuais faltosos. Entre 1956 e 1962, fui designado como responsável pelo pagamento dos funcionários das Usinas Santa Isabel e Santa Maria, razão pela qual fiquei sediado na cidade".


Em 1962, Wilson foi trabalhar na firma A Social, para Dário Vieira Borges.  Casou-se em 21/01/1965, com Maria Cristina Borges Carrereth, filha de Dário Vieira Borges e Branca Fragoso Borges. Tem dois filhos: Fabrício e Brícia, e quatro netos: Thiago Araújo, Brnaca, Marina e João Marcelino.

Em 1970, Dário o convida a ser sócio da empresa, juntamente com seu filho Antônio. Com o falecimento de Dário e o afastamento de Antônio, assumiu a empresa.


Dário Vieira Borges tornou-se sócio de Antônio Tinoco de Oliveira, na A Social,  após o fechamento da Loja Tinoco, localizada na antiga rua dos Mineiros (foto da Loja Tinoco na década de 1930)

A Social, que teve suas origens na Loja Tinoco, de propriedade de Antônio Tinoco de Oliveira, situada na antiga rua dos Mineiros, estabeleceu-se na rua Buarque de Nazareth, fruto de sociedade entre Dário Vieira Borges e Antônio Tinoco e, hoje, ampliou suas atividades, formando o Grupo A Social, constituído em três lojas: A Social Calçados, A Social Tecidos e Armarinho Primavera.


Prédio histórico onde funcionou A Social, na rua Buarque de Nazareth, atualmente, serve de almoxarifado para a empresa

O cenógrafo Raul Travassos inspirou-se em A Social, na novela da TV Globo "Terra Nostra", entre os anos de 1999 e 2000





Umas das poucas lojas tradicionais em atividade, no município, Wilson revela a razão do seu êxito: "Devo dizer, primeiramente, que Dário era um comerciante impressionante e nos deu um grande legado na atuação profissional. A primeira regra, no comércio, é o bom atendimento. Trata-se de princípio essencial. Em segundo lugar, está a transparência, a honestidade e a confiança que se passa ao cliente. Em terceiro lugar, vem o preço. O conjunto destas três circunstâncias favorece o sucesso no empreendimento", registra.


A Social, em foto de 1975

Segundo Wilson, "o Grupo já teve 38 funcionários, mas, hoje, em decorrência da crise, conseguimos manter 29 empregos. Atualmente, devido às circunstâncias, não se pode pensar em investimentos, mas em manter as conquistas e procurar elevá-las pouco a pouco."


José Luís, Reginaldo (Tupã), Osvaldo Cúrcio, Alair Campos, Robson, Wilson com seu filho Fabrício, Ademir Figueiredo e Moacir Borges. Foto de 1975


A Social, em foto de 2010


Wilson Carrereth, o neto Thiago (penúltimo) e as gerações de funcionários de A Social Tecidos


Wilson Carrereth e os funcionários da A Social Tecidos

Wilson fornece, também, o segredo de sua grande vitalidade: "Trabalho! O trabalho nos impõe um cansaço que nos permite dormir bem! Registro que ando a pé ou de bicicleta. Só me desloco de carro quando tenho de viajar para outro município. Além disso, sou um homem de fé. Aprendi com meu tio José Carrereth a rezar o terço toda a noite antes de dormir. Fiz minha primeira comunhão, aos dez anos, com a professora Dalca, que era extraordinária e me deu aula de catecismo. Sinto-me um homem feliz pela família que tenho, pelos amigos que possuo."

Wilson termina a reportagem com uma mensagem para as novas gerações: "Trabalho e religiosidade!"


Wilson Carrereth: trabalho e religiosidade





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