Moro inventa e condena Lula
Viva Lula!
João Augusto
01
Esse caso do triplex,
De Moro e de Dallanhol,
É a maior das piadas
Da Justiça, sob o Sol,
Digna do sólido com eme,
Que se excreta no urinol!
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Embora tenha esse lado
Que aqui trato com humor,
É uma coisa bem séria
Juiz ser acusador,
Agindo mancomunado
Com polícia e promotor.
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A Lava Jato hoje mostra
Sua face deletéria,
Que é transformar a Justiça
Em uma reles matéria
Pra perseguição política,
Em vez de ser coisa séria.
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A História do Brasil
Vai ter de investigar
A razão de os tribunais
Deixarem se rebaixar
Aos ditames de um juiz
Que acusa, sem julgar!
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Além disso, suas ações
Vem de trazer ao país
Uma crise pavorosa
Que atingem fundo a raiz,
Aumentando o desemprego,
Fazendo o povo infeliz!
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Submete o grande Lula,
Nosso maior presidente,
A humilhações degradantes,
De processos indecentes,
Que apequenam a Justiça,
E deixam o povo descrente.
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Moro despreza as provas
Que a defesa apresenta,
Dallanhol, desrespeitoso,
Das audiências se ausenta:
É uma farsa completa,
Que a vil direita implementa.
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Dentro de um cronograma,
Fixado pela Globo,
A sentença do triplex
Não pasa de um arroubo
De um juiz parcial,
Que pensa em fazer-nos bobos.
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Vejamos a tal sentença,
Que na semana passada,
Por pressão da TV Globo
Foi por Moro exarada,
Baseada numa única
Deduração premiada.
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Ela tem coisas notáveis,
Que é preciso ler pra crer:
Só referiu-se ao triplex
– Pasmem -, pra poder dizer
Que não importa que seja
Lula o dono, pra o prender!
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Isso porque não há provas
Que comprovem tal asneira;
Foi tanto dinheiro público
Jorrado pela torneira,
Por um juiz parcial,
Com vocação justiceira.
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Porém, qual é mesmo o crime,
Pra Lula ser condenado,
Se Moro agora diz,
De modo destrambelhado,
Que Lula não é o dono
Do triplex arranjado?
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Baseado em depoimento
De um delator informal,
Que até pode mentir
Sem sofrer o menor mal,
Moro mudou sua tática
De maneira radical.
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Sem considerar as provas
E todas as audiências
Que, unânimes, deram a Lula
Provas claras de inocência,
Moro inventor uma história
Digna de alguém com demência.
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Acusa que Lula fez
Uma negociação
Com o tal do delator
Que mudou de posição,
Pra reduzir drasticamente
O tempo de sua prisão.
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Então, sem nenhuma prova,
O juiz incriminou
Lula, inocente completo,
Que o delator dedurou
Só pra agradar à direita,
Com quem sempre se juntou.
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A nove anos e meio,
De forma bem arbitrária,
Moro, então, condena Lula
De maneira temerária,
Pois não cabe a um juiz
Ter posição partidária.
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Após ler sua sentença,
Depois inda foi capaz
De tomar os bens de Lula,
Pra pagar à Petrobras;
Mas sua sentença diz,
Que isso não cabe mais!
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Está brincando com fogo
Esse tal juiz de piso,
Que mensalmente viaja,
Talvez para dar aviso
Aos EUA, dos estragos
Que aqui tem produzido.
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Em fins do século XVIII,
Na Revolução Francesa
Fez-se um hino bem famoso
Chamado de Marselhesa
Que orgulha os que nasceram
Naquela pátria beleza.
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O que deflagrou, no entanto,
Aquela Revolução
Foi a Tomada da Bastilha
Que era a grande prisão,
De onde os revolucionários
Ganharam libertação.
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Diante das injustiças
Impostas pela nobreza,
O povo toma a Bastilha
E afasta a realeza,
Trazendo uma nova fase
Para a política francesa.
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A França, assim demonstrou
O valor da Liberdade,
Que vinha associada
À tão sonhada Igualdade,
Que completava a mensagem
Com a doce Fraternidade.
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Tais palavras operaram
Grandioso movimento,
Que ultrapassou fronteiras,
E gerou desdobramentos,
No mundo dos explorados,
Após aqueles momentos.
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Portanto, não é um juiz
Como esse, de direita,
Que vai mudar a história,
Com sua visão estreita,
Pois o povo, que não é bobo,
A sua visão rejeita.
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Se Lula, que conquistou,
Com tanta luta, o poder,
Junto com gente decente
Que o quer reeleger,
Como é que um juiz da Globo,
Vem com ele se meter?
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Se quem tem obrigação
De a Justiça aplicar
Vem se meter em política,
Para a vida piorar,
Vai ter a sua Bastilha,
Não perde por esperar.
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Se inventarem processo
Pra por Lula na cadeia,
Como agora vem fazendo
O juiz cabra de peia,
Ele vai para a Papuda,
Pois povo não titubeia.
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Numa Nação soberana
Juiz não deve mandar,
Pois é com as eleições
Que o poder pode mudar,
E se Lula for eleito
É ele que vai governar.
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Portanto, Moro, se manque
Não se meta a justiceiro,
Porque a verdade aparece,
Mesmo se for trapaceiro
O juiz que julgue em falso,
Pra esconder o verdadeiro.
Salvador, 23 de julho de 2017
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