terça-feira, 17 de julho de 2018


                              Joel Boechat

T e a t r o   d e  a r e n a
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  Joel Boechat- cantinho de  tristes histórias

                                                       Teatro da vida não tem palco
                                                        É um Teatro de Arena.
                                                        Artistas...lobos rapaces do tempo
                                                        Muitos leões e hienas ...

Aquele que se ufana de tudo que fez
e teve na vida
E, aos quatro cantos, proclama
ter sido o melhor ...

Nem sempre diz a verdade
Não foi o Melhor em tudo
Enquanto um perde, outro ganha
Enquanto um fala, outro ouve
Enquanto um ouve, outro se cala ...

Procuro soltar aos ventos
As tristezas, dores e mágoas
Mas sinto embargos na fala
E, os meus  olhos rasos  d'água

Festas,  reuniões,  homenagens
Procurava sempre  a melhor mesa
Expondo ofuscantes joias
É sua rara beleza...

Nessa  firma, não tive talento
Para gerir os negócios
Sem que soubesse, adquiriram ações
E se tornam meus sócios.

Poder, fortuna, nome
Ficam no fundo da taça
Das noites mal dormidas...

Hoje, num pequeno quarto
Volto às noites sofridas
Tentando curar as feridas...
Disfarçando as cicatrizes

Esquecer uma atriz
Que, no quase vazio teatro,
Fez papel de uma  infeliz...

Como vespa, atraída
A melhor mesa ainda procura
Mas,  nem toda feiúra é beleza
Nem toda beleza e feiura ...

Não mais bachareis e iludidos coroneis
Que numa  taça de champanhe
Ao final da triste peça
Num brinde, a acompanhe ...

O tampo lhe trouxe o  desgosto...
As suas imensas alegrias
Das coisas boas da vida
Agora são nostalgias...

No corpo muitas estrias
E muitas rugas no rosto..

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