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terça-feira, 4 de setembro de 2018
As brincadeiras da Vida
Joel Boechat
Cantinho
das minhas poesias e devaneios
Lembra?
Não fazes favor nenhum
em gostar de alguém...
Nem eu, nem eu, nem eu
De minha vida fizeste brinquedo
Alguém fez da tua, um também...
Da minha vida, fizeste uma brincadeira
Mas a vida que não é nenhum brinquedo
Só a quem lhe convém, da tua vida, querida
Fez brincadeira também...
Era a deusa querida, a razão do meu sonhar
Era o verso lindo que eu compunha
Com os tempos do Verbo Amar
Um verde mar de sonhos, no verde do teu olhar
Era a Lua Cheia de prata, na noite feita para amar...
A Santa coberta de flores no meu altar e andores
Com quem costumava caminhar
Foi a primeira e única Santa que entronizei nesse altar
Um dia veio o ciume, terrível mal de amor
Tristeza, lágrimas, queixumes,
Flores sem perfume, perfumes sem nenhum fragrância
Solidão, em só um coração, um coração de criança
Mas se o amor causou sofrimento e dor,
Pior, bem pior foi a ilusão da minha perfumada flor
Que a ninguém mais provocou ciúmes
Pois perdeu todo seu perfume e, das cores
todo fulgor...
Procurou outro brinquedo
E, nas brincadeiras da sua vida, que não chegaram a ser
Os seus melhores brinquedos
Foi brinquedos de outro alguém
Não brinque mais, minha querida,
Com certos brinquedos da vida
Pode ser que sua vida, que não é só brinquedo,
Seja mais de um brinquedo, de um alguém
Para outro alguém.
A vida não é um brinquedo
Somente a quem lhe convém...
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