quinta-feira, 8 de novembro de 2018

APONTAMENTOS DE TIÃO COSME



Tião Cosme é uma das personalidades da Barra do Pirapetinga. 

Em 2016, O Norte Fluminense registrou algumas informações preciosas sobre nossa história, que são reveladas agora.

"Duas tropas serviam as Fazendas São Tomé e das Areias, localizadas em Pirapetinga de Bom Jesus.

Elas levavam café, milho,arroz, feijão.

Cada lote tinha 10 burros.

Havia um carro de boi em cada fazenda e dois tropeiros em cada lote. Todos com burro de guia, com s
eis guizos no pescoço.

Em Rosal, havia o Alvim Tropeiro.

Na Serrinha, havia Sebastião Mulato e Valinho. 


Havia um "arreeiro",  em Córrego da Chica, Boa Ventura.


Episódio que marcou a comunidade foi o assassinato de Osório Garrafão.


Eu me casei com Cenira Florenço Almeida Rosa, de Sacramento
.

A Fazenda do Meio fica localizada na saídada Barra, à esquerda de quem vai para Rosal.

Havia um policial conhecido como Zé Caganeira. Sei do seguinte episódio:

"Antonio Adão: - minhas filhas estão no baile. Antonio levantou Zé Caganeira com a mão. O Chico Magalhães, dono do bar, falou para o soldado Zé Caganeira para deixar entrar, se não ele ia ter de matar o Antonio Adão".


Quim Jacó  e Severo Coco foram outros nomes de fama. Era bravos.

Colocavam cruzes onde matavam as pessoas.

Na Serônia, Jacó acertou um tiro de espingarda 21 em Severo Coco, que foi socorrido e se recuperou meses depois. Este comprou, então, envelope, caneta e carta, e enviou para Quim Jacó: "Você não soube atirar, você vai ver como se mata um homem".


Severo Jacó ficou de tocaia numa pedra alta. Escondido, sem comer, ou comendo mal, por vários dias. Um dia, Quim Jacó veio e Severo Jacó acertou-o. Severo chegou diante do cadáver de Quim Jacó, bateu com a coronha da espingarda na cabeça de Quim Jacó e disse: "você é um patife e não sabe atirar".

Severo Coco morreu no Alcantilado, Guaçui, em uma cama de palha de bananas.

"Quase que eu entrei numa dessas. Uma mulher branca e linda deu em cima de mim e passei a ter um caso com ela. Ocorre que ela era desejada por um proprietário que contratou Zé Baiano para me matar. Por três vezes eu consegui sair da casa da mulher e me desvencilhei do pistoleiro que ficava me aguardando do lado de fora da casa.


Para conseguir isso, socorri-me com o caxambu, assim: " pedi licença à lua, etc.. e tal... Ninguém conseguiu decifrar:

Tira o couro dessa nega
Quero ver ela na pele
Quero ver se ela ainda tem a marca
Do tempo do cativeiro

O tatu tá cavucando
A terra tá
Eu pergunto ao  João Gueira
Onde a terra tá vindo

Plantei uma angola
Na raiz saiu guiné
O cemitério novo
A catacumba é de quem é

Lá na lagoa preta
Nâo tinha você e nem tal bar
Lá apareceu um bezerro macho
Me conta como foi..."

Tião possui 14 filhos: Florenço, Sebastião, Paulinho, Roberto, Neli, José, Gracinha, Helena, Valdéia, Sirlene, Clarice, Maria das Graças, Claudia e Alessandro
.

Um comentário:

  1. Gostei do relato, publicado pelo Jornal o Norte Fluminense. Eu nasci na área rural de Guaçuí, mais precisamente no Córrego Grande, em 1948, em terras do falecido Dr. Chiquinho, que foi governador do ES. por 2 mandatos. O local onde eu nasci era bem próximo ao Patrimônio da Prata RJ. onde eu ia com minha mãe e tias a missa aos domingos. Morei também na fazenda do Alcantilado e ouvia meus pais e tios falarem sobre um tal de "Severo Coco". Eu era bem criança e não entendia e tampouco me interessava sobre o assunto. Hoje resolvi pesquisar no Google a respeito de Severo Coco e encontrei esta historieta, a respeito da pessoa dele. Achei interessante!

    Paulo Barbosa - Americana - SP - pafedoba@gmail.com

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