terça-feira, 30 de abril de 2019

O Perfume e as  Joias...
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                               Joel Boechat


Cantinho de
            Sonhos de Amantes

     
     Só algumas poucas raras
     De passar, não sabem
     Cantar sozinhas
     Quando se sentem a um só
     Ninho aprisionadas.

     Quando cantam acasaladas
     Em outro ninho
     São  maviosos os cantos
     Nos ninhos de acalanto
     Os outros, abandonados


A minha encantada amante
Não importava, até então,
Se seria a Sua rainha
Apenas por um dia...

Vivia no mundo da Fantasia
Do fulgor dos lindos anéis
De brilhantes...

Do seu toucador, famosos.
perfumes franceses
Que realçam o suave olor
Que aprisiona os amantes.

Na realidade, na maioria,
Infelizes burgueses do
Sacrossanto lar distantes

Num falso suspiro de
Apaixonado Amor...
Seu anelado sonho de um
dia conhecer Paris
" vos charme et défilés de
   mode "
É de ser rica e feliz.

Confusa fica essa amante
Triste e deprimida
De seus olhos uma lágrima
Morna,  descolorida
Depois da sua partida

Sofre sozinha a dor
Angustiante
De uma falsa paixão
Que está  sendo vivida

Numa taça de cristal
Serve hoje a essa amante
Uma espuma de suave
Champanhe

Quem sabe se, noutras
Apaixonadas noites
De falsos amor...
A outras suas Amantes
Também servirá em taças
Semelhantes

Cheias desse suave
Doce espumante e,
No dedo delas...
Outros anéis faíscantes

A amante...
Recorda sua Vida então...
E sabe ...
Que só com perfume
Da Verdadeira Mulher
Nenhuma  flor morre
Em Botão...

"Quanto mais VAZIA, mais BARULHO faz..."

Rogerio Loureiro Xavier

Olá pessoa amiga e do bem.

LEIAM E MEDITEM, VALE A PENA:

"Certa manhã, meu pai, muito sábio, convidou-me a dar um passeio no bosque e eu aceitei com prazer.

Ele se deteve numa clareira e depois de um pequeno silêncio me perguntou:
- Além do cantar dos pássaros, você esta ouvindo mais alguma coisa?
Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi:
- Estou ouvindo um barulho de carroça.
- Isso mesmo, disse meu pai, é uma carroça vazia .
Perguntei ao meu pai:
- Como pode saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos?
Ora, respondeu meu pai. É muito fácil saber que uma carroça está vazia; por causa do barulho.
Quanto mais vazia a carroça maior é o barulho que faz.

Tornei-me adulto e, até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, gritando (no sentido de intimidar), tratando o próximo com grosseria inoportuna, prepotente, interrompendo a conversa de todo mundo e, querendo demonstrar que é a dona da razão e da verdade absoluta, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai dizendo: 'Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz…'"

Roger LX


A MENSAGEM DE ROGÉRIO LOUREIRO XAVIER

Olá pessoa amiga e do bem.

30 de Abril

Desejar sentimentos bons é a melhor maneira de recomeçar um novo dia celebrando e energizando felicidade, saúde, paz e amor para as pessoas que amamos.

"Abençoados sejam os nossos caminhos! Que a paz nos fortaleça e o amor seja nosso escudo... Que a fé nos ilumine e a esperança seja nossa companheira!"

Roger LX


segunda-feira, 29 de abril de 2019

A NOVA MENSAGEM DE ROGÉRIO LOUREIRO XAVIER

Olá pessoa amiga e do bem.

A GERAÇÃO DE 50 e 60 ESTÁ INDO, AGORA QUEM VAI SUBSTITUI-LOS...

Um jovem perguntou: "Vovô, como você viveu antes?
- Sem tecnologia
- Sem aviões
- Sem internet
- Sem computadores
- Sem tv’s de plasmas ou led
- Sem ar condicionados
- Sem carros
- Sem celulares, tablets, notebook e laptop? "
O vovô respondeu:
“Como a sua geração vive hoje:
Sem oração,
Sem compaixão,
Sem honra,
Sem respeito,
Sem vergonha,
Sem esforço,
Sem responsabilidades,
Sem modéstia,
Sem educação,
Sem Amor ao próximo"
Nós, que temos mais de 60 anos,
Somos uma geração única e mais compreensiva, porque somos a última geração que ouviu seus pais, avós e tios. Também respeitamos os pais, professores, pessoas mais velhas e amavamos de verdade, nós tínhamos apelido e não era desrespeito, as músicas quê ouvíamos não agredia, nós não pegavamos ninguém, nós namoravamos e muitos de nós se casou com a primeira namorada e está casado até hoje.
Somos uma edição LIMITADA! Todos os dias somos menos. Aproveite enquanto você pode.
Aprenda conosco.
E tenha em mente que, tivemos muito trabalho para construir um *MUNDO* que hoje está sendo destruído por falta do que no passado tínhamos em abundância, *AMOR AO PRÓXIMO*.

Roger LX

A MENSAGEM DE ROGÉRIO LOUREIRO XAVIER

Olá pessoa amiga e do bem.

Sempre é tempo de recomeçar.

Fico recordando cantigas de rodas.
Tudo volta para as minhas origens.
Nada é como antes...
Flutuo no tempo...
Dourados dias...
Valeu vida...
Reinventar...
Hoje é o meu melhor momento,
Continuo vivendo feliz!

Roger LX




Tudo tem o seu  tempo e hora
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                              Joel Boechat


Cantinho da
                Fé  e do Amor


Não havia chegado a hora.
De O reconhecerem
Como O Messias...

O cego de nascença
De onde deveria haver
Maior crença, a Betsaida
de conterrâneos Judeus
Um dos maiores prodígios
Do  Unigênito...
Filho  de Deus...

Sua saliva, o Viático,
Se funde à argila
Para que, em duas fases,
Se concretizasse a cura
Da infeliz criatura

Ainda com incerteza
De ter o Mestre , do Pai
Recebido a Grandeza...

O Senhor o leva pelas
Sagradas mãos para
Fora do povoado

De bom grado
Aguardar a oportunidade
Para mostrar-se curado
Aos discípulos, na
Pecadora Cidade

Senhor!
Vejo árvores andando
Caminhando como gente
Em minha direção

Mas Suas Mãos
Na Segunda imposição
Total foi a cura do
Cego...
Recuperada  a Visão 

Tudo tem seu tempo e
Hora

Por isso, o Mestre
Ordena ao agraciado
Não saia por enquanto
Do povoado,
Na ocasião oportuna
Serás  comunicado..

Discípulos já crentes
Na Sua Messianidade
Divisam o recém curado
Caminhando de vagar
Pelas vielas daquela
Impiedosa Cidade...

Hoje, como naqueles
Longínquos dias,
Aguardamos cura da
Nossas cegueira

Dependendo da Fé.
E, principalmente,
Conhecendo Deus,
As nossas inúmeras
Necessidades

Pela transformação
temos a ajuda divina
Para com ouvidos
Ouvir melhor
Com os olhos, a melhor
Visão
Numa só etapa...

Curar, nossos males,
o maior deles...

Falta de Compreensão
e de  Amor
Dentro do coração!

domingo, 28 de abril de 2019

LUIZ OTÁVIO BARRETO: UM GÊNIO DO PIANO EM BOM JESUS



Luiz Otávio e a avó Leda de Azevedo. no ECLB, em 2014 



Luiz Otávio Barreto é um dos gênios do piano, radicado em Bom Jesus do Itabapoana.

Sua sensibilidade humana, que se reflete na habilidade artística, pode ser constatada não apenas através das teclas do piano, mas do seu dia-a-dia, como por exemplo, nas caminhadas pelas ruas da cidade sempre em companhia de sua querida avó Leda de Azevedo.

Foi Luiz Otávio que orientou na escolha do piano alemão para o Espaço Cultural Luciano Bastos (ECLB), em 2011.  Desde então,  há, portanto, cerca de 8 anos, a entidade tem sido palco de inúmeras manifestações culturais de qualidade, fortalecendo nossa tradição pianística. A última, ocorreu no dia 27 de abril, no auditório Dona Carmita, do ECLB, por ocasião do almoço para Padres e Freiras, evento que ocorreu dentro das comemorações dos 156 anos de nascimento de Padre Mello.

Vejam, a seguir, um pouco da trajetória de Luiz Otávio.

3piano em 2011, no ECLB



Luiz Otávio Barreto, Ana Luíza Xavier,  Bendia Júnior e Mateus Sinis se apresentaram em 2012, na Câmara Municipal, em homenagem ao jornal A Voz do Povo 



3piano, em 2012, no ECLB



Recital da Escola de Música Cristo Rei, no ECLB, em 2013


Apresentação da Escola de Música Cristo Rei, no ECLB, em 2013

Coro Infantil Asa'Sanba, da Escola Municipal Olívio Bastos, regido por Luiz Otávio Barreto, em 2013, no ECLB


Concerto de Natal, em 2013


Em 2014, Luiz Otávio Barreto tocou o hino de Bom Jesus para o Desembargador Wilian Couto Gonçalves, no ECLB


Recital de fim de ano de Luiz Otávio, no ECLB, em 2014


Euphonia foi apresentado em 2014, no ECLB



Polyanthéa foi apresentado em 2015


Em 2015, Luiz Otávio, na Audição da Escola de Música Cristo Rei, no ECLB



Escola de Música Cristo Rei, em 2017



         Luiz Otávio realizou, gentilmente, mais uma apresentação de gala, com músicas portuguesas, no ECLB, no dia 27 de abril, dentro da comemoração dos 156 anos de nascimento de Padre Mello (foto: blog do Jailton da Penha)

A NOVA MENSAGEM DE ROGÉRIO LOUREIRO XAVIER

Olá pessoa amiga e do bem.

Preciso de alguém que me olhe nos olhos quando falo. Que ouça a minha tristeza, com paciência, e ainda que não compreenda, respeite meus sentimentos. Preciso de alguém amigo o suficiente para dizer-me a verdade, mesmo sabendo, que posso odia-lo por isso. Que teime em ser leal, simples e justo. Preciso de um amigo, que me aceite como sou, e que me ame de verdade!

Roger LX

A MENSAGEM DE ROGÉRIO LOUREIRO XAVIER

Olá pessoa amiga e do bem.

Bom dia repleto de carinho.

"Dizem que, na vida, quem perde o telhado ganha as estrelas. É assim mesmo. Às vezes você perde o que não queria, mas conquista o que nunca imaginou. Nem tudo depende de um tempo, mas sim de uma atitude.  O tempo é como um rio. Você nunca poderá tocar na mesma água duas vezes, porque a água que já passou, nunca passará novamente. Aproveite cada minuto de sua vida e lembre-se: Nunca busque boas aparências, porque elas mudam com o tempo. Não procure pessoas perfeitas, porque elas não existem. Mas busque acima de tudo, um alguém que saiba o seu verdadeiro valor. Tenham quatro amores: Deus, a vida, a família e os amigos. Deus, porque é o dono da vida, a vida porque é curta, a família porque é única e os amigos porque são raros!"

Roger LX

Emanuel é campeão no xadrez

Emanuel Ângelo Quintino venceu o 1o. CIMAX

Emanuel Ângelo Quintino foi campeão do 1o. CIMAX ( Circuito Municipal Absoluto de Xadrez) ocorrido ontem no Colégio Municipal Antonio Honorio, em Bom Jesus do Norte (ES). A competição foi arbitrada pelo prof. Fábio de Souza Vargas.

As demais colocações foram as seguintes: Ítalo Felippe Abrahão, Wesley Augusto Silva Lima, Mateus Pimentel dos Santos, Igo Domingos da Silva, Kayo Rodrigues Máximos e Thiago Lopes Fernandes.




 Rogério Cantele, Secretário Municipal de Educação, prestigiou o evento





Ítalo Felippe Abrahão e Emanuel Ângelo Quintino decidiram o 1o. CIMAX

Cardápio português, hoje, no Bistrô Histórico




Hoje, o Bistrô Histórico estará atendendo na pracinha da rodoviária com um almoço musical e cardápio português. 

Aguardo vocês, a partir das 10 horas.

Marília Almeida

Marília Almeida oferece cardápio qualificado

O QUINTO IMPÉRIO


Triste de quem vive em casa,
Contente com o seu lar,
Sem que um sonho, no erguer de asa,
Faça até mais rubra a brasa
Da lareira a abandonar!

Triste de quem é feliz!
Vive porque a vida dura.
Nada na alma lhe diz
Mais que a lição da raiz —
Ter por vida a sepultura.

Eras sobre eras se somem
No tempo que em eras vem.
Ser descontente é ser homem.
Que as forças cegas se domem
Pela visão que a alma tem!

E assim, passados os quatro
Tempos do ser que sonhou,
A terra será teatro
Do dia claro, que no atro
Da erma noite começou.

Grécia, Roma, Cristandade,
Europa — os quatro se vão
Para onde vai toda idade.
Quem vem viver a verdade
Que morreu D. Sebastião?

21-2-1933

Mensagem, Fernando Pessoa

 Enviado por Antônio Soares Borges

DESCOBRINDO PADRE MELLO – Da Ribeira Chã a Bom Jesus de Itabapoana

Por José Pacheco
Hoje, 27 de Abril, celebra-se o 156º aniversário de Padre Mello. Mas quem foi esta figura e que importância teve para nós ou para outras culturas?
António Francisco de Mello, nasceu no Lugar de Achada Grande (actual freguesia da Achada), concelho de Nordeste, ilha de São Miguel, Açores, a 27 de Abril de 1863. Filho de camponeses de nome Mariano de Mello e Roza Maria de Pimentel.
Frequentou o Seminário de Angra onde termina os seus estudos sacerdotais sendo ordenado sacerdote a 28 de Agosto de 1888, com 25 anos de idade.
A sua relação com a Ribeira Chã inicia-se em 1890 com a sua vinda como capelão local. Esta permanência durou até 1895 deixando algumas marcas que ainda carecem de serem estudadas e divulgadas.
Rua de São José, na Ribeira Chã, onde viveu Padre Mello durante a sua permanência nesta freguesia açoreana
Do pouco que pude apurar até ao momento, residiu na Rua de São José, possivelmente onde vive a família Flora actualmente. Quando ruma ao Brasil deixa a sua moradia para a família Amaro, segundo relatos dos descendentes, mas ainda uma informação escassa e imprecisa.
Segundo os estudos do historiador Miguel Amaral, o Padre Mello teve um papel fundamental durante uma epidemia grave que assolou a Ribeira Chã, durante a sua passagem por cá, tendo uma função de quase médica, em que conseguiu salvar muitas vidas humanas. Assim se confirma que este sacerdote era um homem culto e de grande inteligência que também sabia colocar as suas capacidades ao serviço das pessoas naquilo que é o bem mais precioso: a vida.
Outro facto interessante é o do Padre Mello ter sido o autor do Hino do Seminário Episcopal de Angra.
Após este período rumou ao Brasil onde desenvolveu um grande trabalho cultural, social e espiritual na cidade de Bom Jesus do Itabapoana, até ao seu falecimento em 1947.
Busto de Padre Mello em Bom Jesus de Itabapoana, no Brasil
Esta cidade com pouco mais de 35 mil habitantes, mantém muito viva a memória do Padre Mello quer através dos vários monumentos e toponímia com o nome deste ilustre açoreano.
A ligação com os Açores manteve-se constante através do Culto ao Divino Espírito Santo naquela cidade, que perdura até aos dias de hoje. Introduziu elementos da cultura açoriana, como o Hino do Divino Espírito Santo e a entronização dos Símbolos Sagrados (Coroa, Cetro e Bandeira) na visita às casas.
Mas Padre Mello foi muito mais que um sacerdote. Ele foi um escritor e poeta; redactor do jornal “Meu Campinho”; músico, engenheiro, historiador e, fundamentalmente, um grande líder comunitário e espiritual.
A importância de Padre Mello foi enorme, se bem que por cá há muita pouca informação e até mesmo interesse sobre a sua vida e obra. Todo este puzzle tenho montado ao longo de vários anos com a preciosa ajuda do historiador António Borges, um estudioso desta figura e um entusiasta da sua celebração e homenagem, na cidade de Bom Jesus de Itabapoana, no Rio de Janeiro, Brasil.
Igreja Matriz Senhor Bom Jesus, em Bom Jesus de Itabapoana
A “fama” de Padre Mello chegou aos ouvidos do Padre João Caetano Flores que endereçou uma carta à paróquia no Brasil a tentar obter mais informações. Talvez fosse vontade do Padre Flores fazer a justa homenagem que na Ribeira Chã ainda está por fazer. E até me atreveria a dizer que possa ter sido uma forte fonte de inspiração para aquele que foi a maior figura e obreiro da Ribeira Chã, Padre João Caetano Flores. As semelhanças na vida e nas obras de ambos não serão mera coincidência, mas uma inspiração Divina que acredito vir sempre do DivinoSanto.
Deixo aqui nesta minha cronica a vontade e o compromisso de continuar a estudar a vida e obra deste ilustre Padre Mello para que em breve possamos fazer a justa homenagem e divulgar de forma ampla a sua vida e obra.
Neste sentido já foi dado um passo importante com a geminação e cooperação cultural entre a Associação Filhos da Terra, da Ribeira Chã, e o Centro de Estudos Portugueses, em Bom Jesus de Itabapoana, através do historiador António Borges e a minha pessoa.

Ribeira Chã, 27 de Abril de 2019
José Pacheco
In Azores Today (Açores) e O Norte Fluminense (Bom Jesus do Itabapoana)
Fotos de José Pacheco e O Norte Fluminense
Fonte: www.azorestoday.com

Maria Apparecida Dutra e Padre Mello



 MARIA APPARECIDA DUTRA 



Maria Apparecida Viestel, que completará 89 anos de idade em setembro,  é uma das fontes importantes de nossa história. Neta de Pedro Gonçalves da Silva Jr, o primeiro prefeito de Bom Jesus do Itabapoana, por ocasião de nossa primeira emancipação, trouxe revelações importantes sobre Padre Mello. Em 2015, escreveu o seguinte depoimento:


"Fui batizada pelo Pe. Mello em 20 de janeiro de1931 e dele recebi a primeira Eucaristia em 29 de junho de 1941.
De 1941 a 1945, período do antigo primário e ginásio no Colégio Rio Branco, sua presença era constante nas reuniões do Grêmio Estudantil, onde ele, às vezes participava incentivando os alunos, e também sendo homenageado.
Na minha turma de ginásio, quando o professor de latim passava uma tarefa difícil, algumas colegas iram pedir ajuda a ele.
Nas comemorações cívicas do município, ele estava sempre presente, aplaudia e aproveitava para enaltecer a pátria.
Na Farmácia Normal, sua presença era constante para trocar ideias com meu pai, Antônio Dutra, e com os amigos que frequentavam a Farmácia, onde haviam dois bancos confortáveis, em que os 'fregueses' discutiam os assuntos de política e literatura.
Suas pregações eram tão eloquentes que, até hoje, me lembro de sua voz dizendo: 'Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus..."


                                                                                        

Em 2012, ela concedeu entrevista histórica ao jornal O Norte Fluminense, que reproduzimos a seguir.



A MESTRA FORMADORA DE GERAÇÕES

Da Série Entrevistas de O Norte Fluminense




A entrevistada deste mês é a professora Maria Apparecida Dutra Viestel,  que completará  82 anos de idade em  09 de setembro. Neta de Pedro Gonçalves da Silva,  primeiro prefeito de Bom Jesus do Itabapoana - que passou a ser município no dia 24 de novembro de 1890 - ,  foi graças a seu pai, o historiador Antonio de Sousa Dutra, que os originais das edições do primeiro jornal de Bom Jesus, o "Itabapoana", de 1906, chegaram até nós. Pedro Dutra, irmão de Maria Apparecida, deu continuidade à preservação destas relíquias e, posteriormente, acabou doando-as a Luciano Bastos. Hoje, elas se encontram no Museu da Imprensa, localizado no Espaço Cultural Luciano Bastos (ECLB), à disposição de toda a sociedade. Outros jornais, revistas e escritos de Antonio de Sousa Dutra, a quem Luciano Bastos dizia ser um homem além do seu tempo, também se encontram no mencionado Museu.



Maria Apparecida foi sempre portadora de uma bondade e mansidão transformadoras, peculiar das  pessoas santas.  Com 13 anos de idade, já escrevia textos como "ANCHIETA", publicado no jornal "A Voz do Estudante", órgão literário dos alunos do antigo Ginásio Rio Branco.

     
Maria Apparecida foi sempre portadora de uma bondade e mansidão transformadoras, peculiar das  pessoas santas.  Com 13 anos de idade, já escrevia textos como "ANCHIETA", publicado no jornal "A Voz do Estudante", órgão literário dos alunos do antigo Ginásio Rio Branco.


Pode-se dizer, além disso, que Maria Apparecida é uma síntese do que foram o seu avô e seu pai, aglutinando a singular capacidade de liderança com um notável tino de observação dos acontecimentos. Soube passar estas qualidades, como nenhuma outra pessoa, às gerações de alunos que formou em salas de aula ao longo de quatro décadas.

Deixemos, contudo, que Maria Apparecida discorra sobre sua vida:



MARIA APPARECIDA POR ELA MESMA



" Minha vida se confunde com a História de Bom Jesus.

Se tenho algum mérito, devo aos meus antepassados e a inúmeras pessoas desta terra.


ORIGENS

Pelo lado materno, descendo do meu avô Pedro Gonçalves da Silva, que foi o 1o. Intendente de Bom Jesus do Itabapoana. Minha avó, Isabel de Figueiredo, era descendente do alferes Silva Pinto, que foi um dos colonizadores de Bom Jesus.

Pelo lado paterno, meu avô, Joaquim Dutra, era proprietário de uma das primeiras fazendas de Bom Jesus, localizada na zona rural de Quebrados.



Meus pais, Alice Gonçalves da Silva e Antonio de Sousa Dutra, deixaram como herança para mim e para meus irmãos Pedrinho e Lúcia, os ensinamentos para vivermos uma vida de dignidade e de serviço ao próximo.



  

Em 1899, 
Padre Mello fez a
"Consagração 
do Gênero Humano ao
Coração Sacratíssimo 
de Jesus Christo Rei"

(Acervo de Maria Apparecida Dutra Viestel)


A PAIXÃO PELOS LIVROS E OS ESTUDOS


Do meu pai, tanto eu como meus irmãos, herdamos também o amor pela leitura: desde a infância, nossa principal diversão nas férias eram os livros de Monteiro Lobato e de Malba Tahan.

Eu e meu irmão Pedrinho  fizemos o curso primário na Escola da grande educadora Amália Teixeira, nos idos de 1930. Recordo-me dos professores Alice Moreira e Nenci Castro, filha de Abílio Castro. Na época, havia também a Escola da dona Nair Melo, que funcionava no bairro Volta d’Areia.  Na década de 1940, enfrentamos o rigoroso exame de admissão no Colégio Rio Branco, cujas provas tinham como modelo aquelas que eram aplicadas no Colégio Pedro II do Rio de Janeiro. O inspetor era o dr. Abelardo Vasconcelos, médico que clinicava em Bom Jesus e o diretor era o sr. Olívio Bastos.

Na adolescência, tive grande influência das "Leituras Católicas de São João Bosco". Eram livros e revistas que recebíamos de Colégio Salesiano de Niterói, onde meu irmão Pedrinho estudava; por isso, mais tarde, ele dizia que eu devia a ele minha predileção pelas leituras religiosas; esta dívida tenho também pela grande educadora Adélia Bifano, que foi, além de professora, quem preparava os jovens para ingressar nas associações da Igreja. Adélia chegou a passar para o vestibular de Medicina no Rio de Janeiro, em 1930. Ocorre que o marido de sua irmã, Bárbara, falecera, e ela preferiu ficar em Bom Jesus para apoiar a irmã.  Por outro lado, com tábuas cedidas por seu irmão, o pai de Adélia, que era pedreiro, construiu alguns bancos e Adélia acabou criando sua escola. Este é um exemplo de vida para quem começa do nada.


BACHARÉIS DE 1945
HomenageadosRozendo M. de Azevedo,  Dr. Francisco Baptista, Halley Jansen, Lenita São José, José de Oliveira Borges, Dr. Colombino Siqueira (Inspetor), Stella Aguiar, Dr. Benjamin Haman, Humberto Cappai, Alfredo Silva 

FormandosMaria da Penha da Silva, Maria Apparecida Gonçalves Dutra, Maria Alves Pereira, D. Maria do Carmo Baptista de Oliveira (Diretora) Dr. Deusdedit de Rezende (Paraninfo), Olívio Bastos (Diretor),  Pedro Gonçalves Dutra, Nilton Matos da Silva, Ediberto Rezendo Dutra

Maria Sylvia Maia Costa, Maria da Coneição Fragoso de Oliveira, Teresinha Moreira Megre, Wilma Nacif, Maria da Penha, Lair Junger, Walter Oliveira, Adeil Pedrosa Leandro, Carlos Borges Garcia, Washington C. de Oliveira 

Cristina T. Pontes, Josette Helena Costa, Alíria Tinoco Matias, Nair Borges Barbosa, Georgina Mello Teixeira, Aliozete Batista Poubel, Geraldo Batista, Antonio Carlos Menezes, Gabriiel da Fonseca, José Nahim.




Em 1945, terminamos o curso ginasial no Colégio Rio Branco, com uma solene formatura, da qual foi paraninfo o Dr. Deusdedit Tinoco de Rezende, insigne professor de Geografia Geral e do Brasil. O orador foi o aluno Pedro Gonçalves Dutra.

Em 1953, terminamos, eu e minha irmã, Lúcia Gonçalves Dutra, o curso de formação de professores no Colégio Rio Branco, onde era diretora Dona Maria do Carmo Batista de Oliveira, mais conhecida como Dona Carmita. Os métodos por ela adotados, tanto na direção com em sala de aula, na disciplina e aprendizagem de História, que ela lecionava, hoje seriam desaprovados, no entanto, deixaram bons resultados.


TURMA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO COLÉGIO RIO BRANCO em 1953.Terezinha Mansur, Maria Apparecida, Maria Stela, Maria José Borges, Célia Machado, Neusa Siqueira, Luísa Seródio, Dulce Pedrosa, Arieth Taliuli, Mariazinha Ferolla, Juracy de Aguiar-sobrinha de Octacílio de Aquino- Laura Silveira, Amélia Salim, Lúcia Gonçalves Dutra, Terezinha Chalhoub, Aline Borges Campos, Maria da Penha Freitas, Otália Boechat e Sirley Loureiro. Sentada: Dona Carmita


Como prova destes resultados, foi a preferência que tivemos, eu e Pedrinho, ao escolhermos, na Faculdade, o curso de Estudos Sociais.

O MAGISTÉRIO, OS FILHOS E OS NETOS


Durante 4 décadas exerci o magistério, procurando transmitir aos alunos não só os ensinamentos curriculares, mas também os princípios para uma vida digna.

É gratificante quando encontro com um ex-aluno e ele se recorda principalmente dos conselhos para agir corretamente. Estes mesmo exemplos alegro-me de ter passado aos filhos, aos sobrinhos e aos netos, que procuram cumpri-los, cada um em sua vocação.

Meus filhos são:
Miguel Ângelo, bancário aposentado, é professor de Biologia. Maria Alice é professora de Educação Musical e Artística. Maria Adelaide é farmacêutica e divulga a cultura brasileira na Dinamarca. Marco Antônio exerce a profissão de bancário no Centro Cultural do Banco do brasil. Maria Angélica é veterinária da UENF (Universidade Estadual do Norte Fluminense).

Os netos Henrique e Bernardo são universitários. As netas Alice, Raquel e Luísa são estudantes.

Ao completar 80 anos de vida, sente-se o desejo de dizer: missão cumprida! Porém, há o apelo das amigas, dos jovens que nos procuram, incentivando a fazer algo mais.

Naquela data natalícia - 09/09/2010 - recebi dos sobrinhos mais um incentivo, na mensagem escrita e enviada por Luísa, Kenneth e André:


AOS 80 ANOS DA TIA APPARECIDA


É uma grande alegria pdoer comemorar este aniversário! São vários os motivos desta alegria. O mais egoísta dele é a esperança de também chegarmos lá. Outro, não menos egoísta, é contar com uma pessoa especial para torcer, rezar, zelar por nós. É muito bom saber que ela está aí.
 

Além do mais, quem vai lebrar da história? Para quem podemos ligar e perguntar sobre coisas passadas e presentes? Quem tem tempo para ouvir e procurar saber? A quem procuramos quando precisamos lembrar de alguma coisa? E, mais que tudo, quem faz isso com dedicação e afeto?
 

Muitos de nós queríamos fazer uma super-festa, mas respeitamos o desejo de tranquilidade e sossego da aniversariante. Festejamos, então, nos nossos corações.
 

Saúde e muitos anos de vida!!
 

Feliz aniversário!
 

Luísa,
 

Kenneth
 

André
 "







A RESIDÊNCIA DA FAMÍLIA  GONÇALVES DA SILVA


 
1822 - A colonização e o povoamento de Bom Jesus, pelos mineiros, começaram nas terras onde cultivavam o café.



1850 - Construção de casas para residência no "povoado" - freguesia da Comarca de Campos dos Goytacazes.




        Pedro Gonçalves da Silva, o 1o. Intendente de Bom Jesus do Itabapoana


1880 - Pedro Gonçalves da Silva, farmacêutico, vindo de Campos a convite do deputado Dr. Leônidas Peixoto Abreu Lima, estabelece-se em Bom Jesus. Pedro Gonçalves da Silva compra do sr. Modesto Andrade Camargo a "Farmácia Normal" e a casa ao lado, de outro proprietário.



  O sobrado de Pedro Gonçalves da Silva e a Farmácia Normal


1921 - A residência de Pedro Gonçalves da Silva, ao lado da Farmácia, passa a ser sobrado, em estilo colonial, em cuja fachada ainda constam a data da reforma e as iniciais PGS.



  
    
O sobrado e a fachada, destacando-se: 1921 e PGS



1925: Praça Governador Portela
                                    

            Praça Governador Portela em 1925


1960 a 2006 - A residência passou a pertencer à família de Pedro Gonçalves Dutra, neto de Pedro Gonçalves da Silva. Atualmente, o prédio pertence à senhora Márcia Mascarenhas Soares. Na parte térrea localiza-se um consultório médico e uma
barbearia.


  A residência do 1o. Intendente de Bom Jesus foi vendida


Vista parcial da praça Governador Portela, a partir da sacada da residência.
 

Os familiares de Pedro Gonçalves da Silva levaram consigo fotografias e recordações