O Perfume e as Joias...
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Joel Boechat
Cantinho de
Sonhos de Amantes
Só algumas poucas raras
De passar, não sabem
Cantar sozinhas
Quando se sentem a um só
Ninho aprisionadas.
Quando cantam acasaladas
Em outro ninho
São maviosos os cantos
Nos ninhos de acalanto
Os outros, abandonados
A minha encantada amante
Não importava, até então,
Se seria a Sua rainha
Apenas por um dia...
Vivia no mundo da Fantasia
Do fulgor dos lindos anéis
De brilhantes...
Do seu toucador, famosos.
perfumes franceses
Que realçam o suave olor
Que aprisiona os amantes.
Na realidade, na maioria,
Infelizes burgueses do
Sacrossanto lar distantes
Num falso suspiro de
Apaixonado Amor...
Seu anelado sonho de um
dia conhecer Paris
" vos charme et défilés de
mode "
É de ser rica e feliz.
Confusa fica essa amante
Triste e deprimida
De seus olhos uma lágrima
Morna, descolorida
Depois da sua partida
Sofre sozinha a dor
Angustiante
De uma falsa paixão
Que está sendo vivida
Numa taça de cristal
Serve hoje a essa amante
Uma espuma de suave
Champanhe
Quem sabe se, noutras
Apaixonadas noites
De falsos amor...
A outras suas Amantes
Também servirá em taças
Semelhantes
Cheias desse suave
Doce espumante e,
No dedo delas...
Outros anéis faíscantes
A amante...
Recorda sua Vida então...
E sabe ...
Que só com perfume
Da Verdadeira Mulher
Nenhuma flor morre
Em Botão...
DESCOBRINDO PADRE MELLO – Da Ribeira Chã a Bom Jesus de Itabapoana
Hoje, 27 de Abril, celebra-se o 156º aniversário de Padre Mello. Mas quem foi esta figura e que importância teve para nós ou para outras culturas?
António Francisco de Mello, nasceu no Lugar de Achada Grande (actual freguesia da Achada), concelho de Nordeste, ilha de São Miguel, Açores, a 27 de Abril de 1863. Filho de camponeses de nome Mariano de Mello e Roza Maria de Pimentel.
Frequentou o Seminário de Angra onde termina os seus estudos sacerdotais sendo ordenado sacerdote a 28 de Agosto de 1888, com 25 anos de idade.
A sua relação com a Ribeira Chã inicia-se em 1890 com a sua vinda como capelão local. Esta permanência durou até 1895 deixando algumas marcas que ainda carecem de serem estudadas e divulgadas.
Do pouco que pude apurar até ao momento, residiu na Rua de São José, possivelmente onde vive a família Flora actualmente. Quando ruma ao Brasil deixa a sua moradia para a família Amaro, segundo relatos dos descendentes, mas ainda uma informação escassa e imprecisa.
Segundo os estudos do historiador Miguel Amaral, o Padre Mello teve um papel fundamental durante uma epidemia grave que assolou a Ribeira Chã, durante a sua passagem por cá, tendo uma função de quase médica, em que conseguiu salvar muitas vidas humanas. Assim se confirma que este sacerdote era um homem culto e de grande inteligência que também sabia colocar as suas capacidades ao serviço das pessoas naquilo que é o bem mais precioso: a vida.
Outro facto interessante é o do Padre Mello ter sido o autor do Hino do Seminário Episcopal de Angra.
Após este período rumou ao Brasil onde desenvolveu um grande trabalho cultural, social e espiritual na cidade de Bom Jesus do Itabapoana, até ao seu falecimento em 1947.
Esta cidade com pouco mais de 35 mil habitantes, mantém muito viva a memória do Padre Mello quer através dos vários monumentos e toponímia com o nome deste ilustre açoreano.
A ligação com os Açores manteve-se constante através do Culto ao Divino Espírito Santo naquela cidade, que perdura até aos dias de hoje. Introduziu elementos da cultura açoriana, como o Hino do Divino Espírito Santo e a entronização dos Símbolos Sagrados (Coroa, Cetro e Bandeira) na visita às casas.
Mas Padre Mello foi muito mais que um sacerdote. Ele foi um escritor e poeta; redactor do jornal “Meu Campinho”; músico, engenheiro, historiador e, fundamentalmente, um grande líder comunitário e espiritual.
A importância de Padre Mello foi enorme, se bem que por cá há muita pouca informação e até mesmo interesse sobre a sua vida e obra. Todo este puzzle tenho montado ao longo de vários anos com a preciosa ajuda do historiador António Borges, um estudioso desta figura e um entusiasta da sua celebração e homenagem, na cidade de Bom Jesus de Itabapoana, no Rio de Janeiro, Brasil.
A “fama” de Padre Mello chegou aos ouvidos do Padre João Caetano Flores que endereçou uma carta à paróquia no Brasil a tentar obter mais informações. Talvez fosse vontade do Padre Flores fazer a justa homenagem que na Ribeira Chã ainda está por fazer. E até me atreveria a dizer que possa ter sido uma forte fonte de inspiração para aquele que foi a maior figura e obreiro da Ribeira Chã, Padre João Caetano Flores. As semelhanças na vida e nas obras de ambos não serão mera coincidência, mas uma inspiração Divina que acredito vir sempre do DivinoSanto.
Deixo aqui nesta minha cronica a vontade e o compromisso de continuar a estudar a vida e obra deste ilustre Padre Mello para que em breve possamos fazer a justa homenagem e divulgar de forma ampla a sua vida e obra.
Neste sentido já foi dado um passo importante com a geminação e cooperação cultural entre a Associação Filhos da Terra, da Ribeira Chã, e o Centro de Estudos Portugueses, em Bom Jesus de Itabapoana, através do historiador António Borges e a minha pessoa.
Ribeira Chã, 27 de Abril de 2019
José Pacheco
In Azores Today (Açores) e O Norte Fluminense (Bom Jesus do Itabapoana)
In Azores Today (Açores) e O Norte Fluminense (Bom Jesus do Itabapoana)
Fotos de José Pacheco e O Norte Fluminense
Fonte: www.azorestoday.com