Teve ampla repercussão as obras de preservação e de restauro de fachada relativas ao prédio localizado na rua Buarque de Nazareth, levadas a efeito pelo jornal O Norte Fluminense.
Construído na década de 1920, pelo capitão João Manoel Teixeira, pai de Napoleão Teixeira e Amália Teixeira Chalhoub, professora do ex-governador Roberto Silveira, o prédio estava na iminência de tornar-se comprometido, em decorrência da infiltração que ocorria em sua ala direita.
Diante da inércia do poder público em preservar o patrimônio histórico e cultural, o jornal O Norte Fluminense não mediu esforços para preservar o belo prédio, que traz consigo uma grande história.
Após tratativas com os proprietários do imóvel, restou assinado, no dia 29 de agosto, contrato que viabilizou as obras.
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Dia 29 de agosto: solenidade para a Aassinatura do contrato para as obras de preservação e restauro |
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A assinatura do contrato |
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Prédio estava com infiltração e na iminência de ter sua estrutura comprometida |
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O interior da ala direita do prédio |
No dia 12 de setembro, quando O Norte Fluminense
registrava o início dos trabalhos, a sra. Jacira Barroso de Oliveira
indagou: "Vocês estão realizando esta obra de preservação deste prédio?". Diante da resposta positiva, ela afirmou:
" Que Deus os abençoe por preservar este prédio histórico. Quando eu
era criança, meu pai Mário Barroso costumava me trazer na parte inferior
do prédio, já que ele era amigo do sr. Alexandre, que administrava uma
oficina de conserto de bicicletas. Eu sempre achei lindo este prédio e,
certa vez, perguntei ao meu pai como eles conseguiam fazer as flores da
fachada. Meu pai respondia que era obra de estucador, um especialista", explicou.
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Jacira Barroso de Oliveira: "Que Deus os abençoe por preservar este prédio" |
Jacira prosseguiu: "O
primeiro prefeito de Bom Jesus, Zezé Borges, foi padrinho do casamento
de meus pais ( Mário Barroso e Maria Gomes Marques). Nasci em Iuru,
distrito de Apiacá (ES), mas fui criada em Bom Jesus do Itabapoana, que é
a melhor cidade do mundo. Aqui é um paraíso. O povo daqui é educado e
gentil. Após viver no Rio de Janeiro e criar meus filhos, estou
retornando a Bom Jesus, que merece o nome que tem. E estou feliz com a
preservação deste prédio, porque um povo sem passado é um povo sem
história", finalizou.
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Após a troca do telhado, o início das obras da fachada |
O blog do Jailton da Penha repercutiu sobre a inauguração das obras. Após discorrer sobre a história do prédio e assinalar que " a cerimônia contou com as presenças de convidados, dos familiares de
Elias Melhim Chalhoub e Amália Teixeira Chalhoub e os atuais
proprietários do prédio, Tico e Rui", registrou sobre a atuação do jornal O Norte Fluminense em "diversos eventos em prol da cultura de Bom Jesus do Itabapoana".
(http://jailtondapenha.blogspot.com.br/search?updated-max=2014-10-20T22:19:00-02:00&max-results=20&start=20&by-date=false )
O blog do Frederico Sueth, por sua vez, postou:
Homenagem a Amália Teixeira | Os personagens deste marco de nosso patrimônio histórico
A
inauguração e restauro da fachada do casarão onde residiu Amália Teixeira teve
momentos de grande emoção e entusiasmo com a iniciativa do Jornal O Norte
Fluminense pela preservação de nosso patrimônio histórico.
Registro as merecidas congratulações
e agradecimentos ao Jornal O Norte Fluminense extensivo a todos os
colaboradores, em especial ao Doutor Gino Bastos, o "Promotor de
Cultura" que tem engrandecido nossa história em sua constante luta pelo
resgate de nosso patrimônio cultural.
(http://blogdofredericotv.blogspot.com.br/2014/10/homenagem-amalia-teixeira-os.html)
A SOLENIDADE
O radialista e jornalista Jailton da Penha abriu a solenidade como cerimonialista da noite festiva, saudando a todos e narrando sobre a história do prédio que foi construído com janelas gêmeas, nos moldes do Castelinho do Flamengo, do Rio de Janeiro.
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Jailton da Penha brilhou mais uma vez como cerimonialista |
Em seguida, comandou a Oferenda Floral realizada na praça Amália Teixeira Chalhoub. Foram lembrados, neste momento, o Capitão João Manoel Teixeira, sua esposa Dona Regina de Carvalho Teixeira, seus filhos Napoleão Teixeira e Amália Teixeira Clhaoub, além de Francisco Degli Esposti, Iraci Dutra Degli Esposti, Hermínio Rosa Garcia, Bárbara Lima Garcia, Adelipton Dias do Canto e Mercedes Dutra Dias, proprietários do prédio desde a década de 1920.
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Leonan Degli Esposti, Rui Lima Garcia, Reginaldo Teixeira Chalhoub, Acir Tinoco do Couto e Rosineia Maria da Silva do Canto: júbilo durante a Oferenda Floral |
Reginaldo Teixeira Chalhoub, neto da capitão João Manoel Teixeira, e filho de Amália Teixeira Chalhoub e Elias Melhim Chalhoub, prosseguiu, então, lendo, emocionado, o discurso que segue.
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A emoção de Reginaldo Teixeira Chalhoub: "quase retorno ao útero materno" |
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SENHORAS, SENHORES
TODOS MEUS AMIGOS:
Estar aqui hoje, em momento tão especial, é mais especial
ainda para mim, que sou bonjesuense, nascido e criado até a adolescência neste
pedaço da chão, neste prédio, que a gente chamava de "sobrado"; nesta
calçada, que além de ser a calçada da alfaiataria do meu pai, era também a da
venda do velho tio Nacif, da "Mina de Ouro" e do Jogo do Bicho do
"Seu" Viana, do "Café em
Pé" do Geraldo Santiago e de tantos outra motivos para relembrar e chorar.
Estar aqui hoje é, para mim, um quase retorno ao útero
materno. Neste sobrado, moraram meus avós. o bondoso e caridoso Capitão João
Manoel Teixeira, farmacêutico e fundador do Centro Espírita "Bom
Jesus", falecido prematuramente aos 50 anos de idade, vítima de uma
violento ataque cardíaco em plena praça Governador Portela. E a não menos
generosa Dona Regina de Carvalho Teixeira.
Com eles, é claro,
moraram seus filhos Napoleão Teixeira, posteriormente referência internacional
na Medicina, no Magistério e na
Literatura Médica Mundial, nome de rua em nossa cidade, tão ilustre
filho daqui que o foi. - E Amália, a doce Amália - por quem se apaixonou o intrépido libanês
Elias. Amália, a doce Amália dos versos do Padre Mello, e que foi figura
exponencial da intelectualidade e do ensino de sua época em Bom Jesus, com o
nome imortalizado na simpática praça aqui ao lado.
De toda essa história, nasci eu, pelas mãos da dona Lilica, a
mais competente parteira da época, assistida pelo Dr. Columbino Teixeira de
Siqueira, primo da minha mãe e meu padrinho depois. Acho até, e que me perdoem
todos pela imodéstia, que a obra mais perfeita da grande professora e sua maior
façanha foi exatamente o seu filho orgulhoso, descendente dos velhos Teixeiras,
ilhéus açorianos, e dos bravos e tradicionais Chalhoubs, resistentes cristãos
da linda terra dos majestosos e seculares cedros do Líbano.
Brincadeira é claro!
Foi por isso que me chamaram aqui, porque eu e minha irmã
Aparecida, que lamentavelmente não pôde comparecer,
somos o que restou da história deste SOBRADO, que a inteligência, o dinamismo e
o amor â nossa terra, contidos no coração generoso do Dr. Gino Bastos buscou resgatar,
homenagear e fazer chorar.
Também, pudera, amigos, queridos saudosos amigos, Leny e
Luciano foram os "culpados" por gerarem essa alma generosa e figura
dinâmica do Gino, a quem Bom Jesus, por todos os serviços que lhe vêm
prestando, deve agradecer e aplaudir com muito calor, E DE PÉ!
Obrigado a todos!
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Dr. Gino Martins Borges Bastos: "sentimento de dever":
Ao após, utilizou da palavra o dr. Gino Martins Borges Bastos, que falou que, diante das recentes demolições de prédios históricos, e tendo em vista a inércia do poder público, "sentia-se no dever de colaborar para preservar este prédio e sua história ".
Após um breve relato sobre as duas emancipações de Bom Jesus ocorridas em 25 de dezembro de 1890 e em 1o. de janeiro de 1939, e apontar diversos imóveis históricos que correm o risco de perecimento, consignou que "este não é o final, mas o início de um movimento para o resgate do rico patrimônio histórico e cultural do nosso município".
Distribuiu, em seguida, folheto sobre a vida do Capitão João Manoel Teixeira e entregou livros sobre a história de Bom Jesus e de poesia de autores
bonjesuenses, publicados pela Editora O Norte Fluminense, para ficarem à
disposição dos visitantes no Bar do Rui.
Aproveitou a oportunidade para
lançar, ainda, uma campanha pelo tombamento do Aero Clube que, segundo ele,
corre o risco de ser demolido. Deu início, outrossim, a uma campanha para o
estabelecimento de um Museu do Poder Judiciário no município de Bom
Jesus do Itabapoana, restabelecendo-se a fachada do antigo Fórum da
década de 1930 [ver matérias nesta edição].
Posteriormente, assinalou: "Estes movimentos não objetivam apenas a discussão sobre os temas específicos, mas pretendem ser um uma instância para discutir, com amplitude, sobre nosso passado, nossa história. Não existe hoje sem ontem".
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Acir Tinoco do Carmo, um dos proprietários do prédio |
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Rui Lima Garcia, o outro proprietário |
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Paulo César Dutra Domingues comandou a equipe de obras |
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Prosseguiram-se
nas falas os atuais proprietários do
imóvel, Rui Lima Garcia e Acir e Tinoco do Carmo, que manifestaram
sentimento de agradecimento e alegria. Utilizou a palavra, em seguida, o
responsável pelas obras de preservação e restauro, Paulo César Dutra
Domingues, informando sobre os trabalhos realizados por sua equipe.
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Ao final, Jailton da Penha convidou todos os presentes a apreciarem as fotos históricas do Capitão João Manoel Teixeira e sua família, assim como dos governadores Roberto e Badger Silveira e do irmão José Teixeira Silveira, deputado federal pelo Paraná, que foram fixadas no Bar do Rui, localizado na parte inferior do prédio.
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Público marcou presença |
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Fotos históricas foram fixadas em parede do Bar do Rui |