quarta-feira, 30 de março de 2022

"Bom Jesus: Capital do Piano", um projeto do pianista Luis Otávio de Azevedo Barreto

 

Luis Otávio de Azevedo Barreto: um gênio do piano em Bom Jesus do Itabapoana

O Norte Fluminense realizou entrevista histórica com um dos grandes pianistas do Brasil, Luis Otávio de Azevedo Barreto. Ele possui uma trajetória brilhante: frequentou cursos com diversos professores particulares, além de vários cursos de especialização. Participou de semanas internacionais de masterclasses, de workshops e de cursos de verão da Escola de Música de Brasília. Na Escola de Música Cristo Rei, de dona Marise Xavier, em Bom Jesus, sua trajetória musical se consolidou. Agraciado recentemente pela Lei Aldir Blanc, foi contemplado também por um outro edital: "Cultura nas Redes 2", com o projeto " Um piano pelos caminhos do Rio", que falará do piano e de sua viagem a até 400 km do mar, no estado do Rio de Janeiro. Luis Otavio é um gênio sonhador com os pés no chão, e tem desenvolvido outros  importantes projetos, durante a sua trajetória musical. O mais recente é "Bom Jesus, capital do piano". Segue a entrevista histórica.

1. Qual seu nome completo, data e local de nascimento?

R: Luis Otavio de Azevedo Barreto, 30/10/1988, Itaperuna, RJ. 

2. Nomes dos pais, avós e, se lembrar, dos bisavós. De onde eles vieram?

R: Oséas e Marcela Barreto, minha família paterna é do Rio, enquanto que a materna tem suas origens em Carabuçu. Meus avós paternos foram Antônio Barreto, dos Barreto de Macaé e Zenir Dias de Oliveira, e os maternos foram Ruy Soares, já falecido, e Leda de Azevedo. Meus bisavós maternos foram José Pereira de Azevedo e Jandyra Pereira de Oliveira, os paternos não conheci. Neste aspecto, tive muita sorte! Convivi com todos e pude aprender e viver coisas incríveis! Com especial destaque para a genialidade de vovó Jandyra, uma mulher muitíssimo culta e dona de uma coleção de saberes práticos e artísticos que lhe punha a frente de seu tempo. 

3. Quantos irmãos?

R: Um, mais novo dois anos: Carlos Eduardo Barreto. 

4. Estudou em que educandários?

R: Colégio Batista; Instituto Eber Teixeira de Figueiredo e Colégio Técnico Agrícola Ildefonso Bastos Borges. 

5. Quando surgiu a percepção de sua vocação para o piano?

R: Isso é bastante curioso, porque ela surgiu de repente. Quer dizer, não houve um esforço terceiro, veio de mim e por mim. Na casa dos tios Ana Maria e Francisco Major havia um piano. Eu olhava aquilo e achava o máximo. Era a figura do instrumento, como um elemento místico. Na Primeira Igreja Batista também. A Eloisa Godoy acompanhava os cantos da congregação, os coros e eu ficava admirado com a cena, com o som... na mesma época meu pai comprou um teclado eletrônico e eu comecei a tocar (tocar é ótimo! Risos). Ele viu que ia dar em alguma coisa e logo me matriculou no curso de música.


6. Há quantos anos você se dedica ao piano?

R: Há quase 30, contando desde o princípio. Agora, esse ano faz 22 desde a minha primeira experiência tocando em público.  

7. Como foi sua vinda a Bom Jesus do Itabapoana?

R: Muita gente pensa que vim de fora. Acho isso gozado! Eu já viajei bastante e morei fora durante um tempo, mas sou daqui desde pequeno! Acho que isso também se deve ao fato de não ser membro de nenhuma das famílias tradicionais da cidade, de meus pais terem vindo de fora...minha avó se mudou quando minha mãe e minha tia eram ainda pequenas, voltaram depois de adultas. 

8. Como foi sua experiência no apoio à Escola de Música Cristo Rei, de Dona Marise Xavier?

R: Ah...dona Marise é minha alfabetizadora musical! Tudo começou ali naquela escola! Os pianos eram disputados! Tinha uma gente muito boa! As audições de fim de ano eram concorridas e temidas, pelos iniciantes. Era uma festa! Depois, passei a ajudá-la com a organização de algumas audições, inclusive no Espaço Cultural Luciano Bastos, já com o piano Schumann. Da XV de Novembro, esquina com Padre Mello, saíram grandes músicos.  

9. Você participou de quantos grupos musicais? 

R: Eu não sei precisar, porque já toquei, de maneira regular, para alguns coros, grupos vocais, bandas, mas há alguns que marcaram a história: 3piano, que acho ter sido um dos melhores que já toquei. Aquilo foi um negócio da ordem do extraordinário. Também teve a Gatilho do Tempo, participei durante uns meses como pianista/tecladista, fizemos coisas lindas! E tem os corais das igrejas por onde toquei; experiência de uma riqueza gigantesca! Por último, toco num trio de jazz, com Allex Petrilo e Arthur Pains, muito trabalho e muita diversão! 

3Piano: momento importante na trajetória de Luis Otavio

10. Quais os locais onde exerceu atividade profissional?

R: Dei aulas de música em algumas escolas do município; Cel. Olívio Bastos, Mariquinha Batista, Cel. Luiz Tito de Almeida, Cel. Luiz Vieira. Também no Cecam, em Itaperuna; piano, canto coral, percepção e linguagem. Além de casamentos, cultos, missas e, até, missas de defunto! No Rio, houve uma época, em que eu tocava todos esses serviços, a gente recebia de acordo com a ocasião, com a igreja contratante, com a família...

11. Quantos projetos culturais envolvendo o piano você realizou?

R: Não sei dizer ao certo, mas muitos! Desde concertos solo, duo, trio, grupo, coros...também fotografia, escrita de artigo...há um em produção: “Um Piano pelos Caminhos do Rio”, que foi contemplado pelo projeto “Cultura nas Redes 2”, da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro. É muita coisa! 

12. Qual é a importância do poder público municipal na realização de seus projetos?

R: Eu não sei dizer isso. Até então tenho contado com a iniciativa privada! Há uma dificuldade na liberação de recursos. Só muito recentemente é que tive algum suporte, através da Lei Aldir Blanc. Mas, a despeito disso, é fundamental! Porque há uma série de coisas que não dependem só do artista ou de quem está produzindo e, ultimamente, tenho gostado mais de produzir! Conseguimos os patrocínios aos trancos e barrancos, mas, quase sempre, aliás, sempre, a gente acaba tirando do próprio bolso! Não quero ficar chorando pitangas (risos) mas é bom esclarecer que todo apoio financeiro do município não é só bem-vindo, mas, também, fundamental! Bom Jesus tem um potencial artístico incrível! Falta ser valorizado! 

13. Como é o seu projeto  "Bom Jesus, capital do piano"?

R: Alguém dirá: - É um maluco! (Risos) Que seja! Mas a coisa está acontecendo, tranquilamente, plácida como as águas do Itabapoana no mês de julho. Temos muitos pianos nessa cidade! Muitas casas com instrumentos! E tantos outros estão chegando! Só eu trouxe, desde 2019, 7 pianos! Sem contar outros que soube que chegaram pelas mãos de outras pessoas! Ora, isto num período de pandemia, sinceramente, acho um feito considerável! Não são violões, teclados ou flautas, são pianos! E não são para igrejas ou escolas de música! Já são, pelas minhas mãos, mais 7 casas com um piano em cada! Esses dias, em conversa com Hênio Marcos, meu amigo e afinador de pianos, falamos sobre isso. Tenho ido ao Rio trazer os pianos de lá para cá! Só na minha casa há dois, fora dessa conta daí! Temos boas escolas, soube que o Thadeu está com alunos promissores, na Musicart! Já temos pianos em locais abertos ao público! E jajá colocarei mais!!! Me aguardem! 

14. Considerações finais.

R: Meu maior desejo é que as pessoas sejam felizes, se sintam bem, inspiradas, que brilhem! Sei que o piano é capaz de luzir vidas, inspirar movimentos de vida, de promover novos saberes e de melhorar o homem! A música de piano é maravilhosa! O instrumento é fantástico e me importa tirá-lo de um lugar inacessível e colocá-lo disponível para quem quiser, quando quiser, como puder! Quero mostrar que o piano é possível, que ele é democrático, que ele está aí para tudo e todos! Bom Jesus tem todos os requisitos para isso.

Luis Otávio de Azevedo Barreto:  pianista realizador de seus sonhos


SINTO SAUDADES, por Rogério Loureiro Xavier

 


Olá 👋 pessoa amiga e do bem. 


*"SINTO SAUDADES"*


"Saudades… Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida. Quando vejo retratos, quando sinto cheiros, quando escuto uma voz, quando me lembro do passado, eu sinto saudades. Sinto saudades de amigos que nunca mais vi, de pessoas com quem não mais falei ou cruzei… Sinto saudades dos que foram e de quem não me despedi direito ! Daqueles que não tiveram como me dizer adeus; sinto saudades das coisas que vivi e das que deixei passar, sem curti na totalidade. Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que… Não sei onde. Para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi."


✍ ... amigo Roger LX

*"A vida é isso: é aprender a lidar com a saudade de tudo e saber seguir em frente!"*

terça-feira, 29 de março de 2022

Bar do Zeca Pagodinho, por Rogério Loureiro Xavier

 


Olá 👋pessoa amiga e do bem. 


Bar do Zeca Pagodinho.


Avenida das Américas, RJ.


Vai uma cervejinha aí??

🍺🍺🍺🍺🍺🍺🍺


Local maravilhoso, cheio de vibrações positivas e o melhor samba do Rio.


Parabéns amigo Zeca 👍✌


✍ ... amigo Roger LX 

👏👏🎼🎵🍻🍻🎤🥁



segunda-feira, 28 de março de 2022

COLÓQUIO

 


Wilma Martins Teixeira Coutinho


Falei para o Beija flor:

Feliz é esta rosa 

Que escolhestes para beijar

Ele pousou em minha mão 

E se pôs a me olhar


Parece que entendeu 

A pergunta que lhe fiz

Bateu de leve as asinhas 

Num vôo muito feliz


Foi beijar as outras flores 

Com o néctar diferente 

Sumiu no horizonte 

Sob um lindo sol poente

Casa do Artesão com Feira Orgânica

Ecobike: 10 de abril

 


Memória: reunião histórica com o dr Ayrthon Borges Seródio

Dr Ayrthon Borges Seródio recebeu, em sua casa, em outubro de 2011, Gino Martins Borges Bastos, Jailton da Penha, Martha Salim, Neumar Monteiro e Paulo Xavier

 

Em outubro de 2011, o Dr Ayrthon Borges Seródio, fundador da Academia Bonjesuense de Letras, e seu presidente por mais de 25 anos, recebeu em sua casa, Gino Martins Borges Bastos, Jailton da Penha, Martha Salim, Neumar Monteiro e Paulo Xavier. Na ocasião, manifestou o interesse em ver reativada a Academia Bonjesuense de Letras.

10 de abril: Inauguração do Parque Natural Municipal Sabiá Laranjeira de Rosal


 

domingo, 27 de março de 2022

QUIMERA

 

Wilma Martins Teixeira Coutinho


É sob este Céu tão azul

Que me vêm a inspiração 

Sob ele faço meus versos 

Inspirados na paixão 


Amores conquistados

Ante olhares de paixão 

Sentíamos a felicidade 

Às vezes faltava o chão 


A conquista era difícil 

O romantismo imperava 

Sentíamos uma Princesa

E assim a vida passava


Os anos correm  velozes

Mas na alma permanece 

Os momentos que vivemos 

Estes ninguém esquece!

Usina Hidrelétrica - Bom Jesus do Itabapoana, por Rogério Loureiro Xavier

 


Olá 👋 pessoa amiga e do bem. 


*"Usina Hidrelétrica · Bom Jesus do Itabapoana - RJ"*


Eu passo a vida recordando...


"Réplica, em miniatura, da Usina Franca Amaral construída na década de 1950, que ficava na Praça Governador Portela. Carinhosamente chamada de "Cachoeirinha" .

Em outubro de 2011 a réplica da Usina Franca Amaral foi desmontada para remodelação da praça, com a promessa de restauração da réplica. Todavia, apesar do fim das obras na praça, a réplica até hoje (2022) não foi reinstalada."


*"Quando uma foto diz mais do que qualquer lembrança de infância. Acho difícil essa nova geração se lembrar."*


✍ ... amigo Roger LX

*"A réplica da Usina Franco Amaral foi, durante décadas, ponto de referência para as famílias que frequentavam a Praça Governador Portela, em Bom Jesus do Itabapoana-RJ."*

sábado, 26 de março de 2022

ROBERTO E BADGER

 


Wilma Martins Teixeira Coutinho


Nessa casinha singela

Que dá gosto de olhar

Nasceram dois personagens

De quem fez o povo amar 


Vieram com o mesmo destino

De este Estado governar

E este mesmo destino

Não os deixou terminar


Mas Bom Jesus não esquece

Seus filhos que se destacaram

Na Pracinha ergueram seus Bustos

Suas memórias: Eternizaram!

Linda Família Loureiro, por Rogério Loureiro Xavier

 


Olá 👋 pessoa amiga e do bem. 


*"Linda Família Loureiro"* 


Que tempo bom... saudade 💖


*"A vida é assim, leva quem amamos para longe... e nos deixa uma saudade gigante de presente!"*


✍ ... amigo Roger LX

*"O coração fica apertado, dói e as lágrimas escorrem. É assim que me sinto quando bate a saudade da família!"*




Uma homenagem á Juíza Patrícia Acioli por ocasião de seu falecimento

 

Wilma Martins Teixeira Coutinho


Á MÁRTIR DA MAGISTRATURA

(Réquiem à Juíza Patrícia Acioli)


Julgando crimes alheios

Fostes arrebatada 

Deste mundo conturbado

Deixando a família amada


Pagastes com a vida

Honrando a profissão 

Cumprindo o Juramento 

Feito em oração 


Deus lá no céu recebeu

Os Entes queridos também!

A Juíza corajosa 

Feito na terra refém


Dos bandidos sem caráter 

Comprometidos com a lei

Ceifaram uma vida

Por que meu Deus? Eu não sei!


E ninguém sabe também 

É difícil imaginar 

Quem tem tal procedimento 

Na prisão há de  pagar!


Não vão  ficar impunes

A Lei há de imperar

É a Justiça divina 

Vamos com o tempo aguardar

Edital de Convocação - Academia Maria Antonieta Tatagiba


 Aos Presidentes Vitalícios, de Honra, Acadêmicos Correspondentes, Eméritos e Honorários. bom dia.


     Compartilho, com alegria, o Edital de Convocação da Assembleia Geral para eleição da Diretoria para o quadriênio de 2022 a 2026, em acordo com nosso Estatuto, no qual consta estarem aptos para compor a Diretoria, os Acadêmicos Fundadores e Titulares, respeitadas as exigências estatutárias.

    Chegamos, com o apoio de todos, ao final do nosso mandato.

     Em nome da Diretoria agradeço a todos que de variadas formas, construíram os resultados alcançados.

A grandeza do Município de São Pedro do Itabapoana/ES, de 1887 a 1930 e dos que a construíram, formam nosso estímulo e exemplo para a grandeza do Sítio Histórico, que dele decorre.

O VIVIFICAR LEGADOS é a ação que marca nossa Academia MARIA ANTONIETA TATAGIBA - Artes - História - Letras e nos confirma a importância de uma Academia de Letras e suas congêneres,como fator de desenvolvimento da sua comunidade 


Dr Pedro Antônio de Souza

Presidente da Academia.

sexta-feira, 25 de março de 2022

Ao nobre e reverendíssimo Padre Mello, por Francisco Gonçalves

Francisco Amaro Borba Gonçalves


 157o. aniversário

Alguém deixou de se achar na Achada/ Num Portugal tão cheio de confusões/ Tempos de republicanas aspirações/ Adeus essa terra, sua morada/ Navegou rumando às suas missões/ Sem bem saber qual sua chegada/ Assim viajou, sob influxo dos Céus/ Deixando a casa mimosa de Deus.

Deixou provas de lirismo especial/ Poesia, Angra, Seminário/ Provas de um grande missionário/ São Miguel, Açores, Terra Natal/ Seu destino protetor do sacrário/ No Brasil, terra irmã de Portugal/ Chegando um dia com sua mana/ Algures: Bom Jesus do Itabapoana

Deslumbrado no imenso campinho/ Riqueza do Vale com seus bons pastos/  Encontrou as famílias Borges, Bastos/ Seródio e outros em seu caminho/ Imigrantes, Açorianos, gastos/ Pioneiros em Bom Jesus, seu ninho/  Parabéns a todos e ao Padre Mello/ Pelo legado mui rico e belo.


27 de abril de 2020, Francisco Amaro Borba Gonçalves 



quinta-feira, 24 de março de 2022

Não chores meu filho...

Gonçalves Dias

Não chores, meu filho;

Não chores, que a vida

É luta renhida:

Viver é lutar.

A vida é combate,

Que os fracos abate,

Que os fortes, os bravos

Só pode exaltar.

Versos Íntimos

 

Augusto dos Anjos


Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de sua última quimera.
Somente a Ingratidão – esta pantera –
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

MEDITAÇÃO

 


Wilma Martins Teixeira Coutinho


Vendo as estrelas brilhando

Neste céu enluarado

Fico aqui imaginando 

Como Deus foi detalhado!


A perfeição do Universo 

As flores com seus matizes

E seus perfumes exalando 

Fazendo-nos todos felizes


O mundo parece irreal

Com tanta beleza vista

A Natureza é um poema 

Que a todos nós conquista


Os poetas se deslumbram

Diante de tanta!!!! perfeição 

Inspirando-se em seus versos 

Os poemas do coração!

.

Exposição une Grandes Mestres Artesãos

 

No dia 8 de abril, ocorrerá, em Barra de São João, na Casa de Casimiro de Abreu, uma importante Exposição de arte na cerâmica, que contará com a presença do ateliê Filhos do Barro,  fundado e dirigido pelo Mestre Artesão Daniel de Lima, sediado no distrito de Farol São Thomé, de Campos dos Goytacazes, em parceria com a Mestre Artesã Euzi S. Licasali, também do município campista, uma articulação inédita entre dois Mestres da Arte da Cerâmica.

A abertura do evento ocorrerá às 17h, com apresentação musical de Jonas Abreu, e com declamação de poesia por Hélio Barroso, e será precedida de um Workshop às 13h30.


Obras de Daniel de Lima





Obras de Euzi Licasali









quarta-feira, 23 de março de 2022

UM ACORDAR DE SAUDADES.

 



Dr Pedro Antônio de Souza


Divino tempo na mobilidade alcançável do seu infindo corpo, pronto para viajar sessenta e mais anos, desses setenta e uns de minhas vidas que tanto nascem-morrem em sua permanente magia.

Que distância é essa que chega a infância tão viva, tão forte, tão longe?

Que força é essa que me habita?

TEMPO, Senhor da Razão, eu te apequeno no tempo de minhas  lembranças que se "atamanham" ao universo.

Que razão, Senhor Tempo,  me dá para que te-me VIVA?

Que força essa sua que me arranca de mim e põe meu pleno EU em andar nos corpos outros que andam, à BANDA, quando os vejo-acordo-ouço?

A Banda passa "bandando" a magia do tempo, mnemis plena, divina em ser!

E vai...vai habitar o silêncio que me recolhe, me retorna em mim, nos mesmos que todos sou.

O acordar em saudades...

Acordar a SAUDADE!

Acordar AGOSTO...

Alvorecer na ALMA de BOM JESUS DO ITABAPOANA!


Pedro Antônio de Souza


15 de agosto de 2021

Bom Jesus do Itabapoana/RJ



Foto da 1a. Equipe do Olympico FC em 1914


 

APELO

 


Wilma Martins Teixeira Coutinho


Quando eu partir dessa Missão terrena

Que é a vida desde que eu nasci

Não fiquem tristes peço por favor!

Porque fui feliz enquanto aqui vivi


Na caminhada só encontrei encantos 

Trocando por tropeços que encontramos 

Viver! é uma Arte, diz o Poeta

É compartilhar com todos que amamos


Só uma filha Deus me concedeu

Mas de coração muitos embalei

E guardo na memória essa relíquia

Porque a todos acreditem, amei!


Na longevidade em que me encontro

Vivo cada minuto  com alegria e amor

Aproveitando a sorte que Deus me deu

Apreciando a Natureza e colhendo flor


(Qualquer semelhança com despedida é mera coincidência)

WilmaMTC

terça-feira, 22 de março de 2022

A tragédia que ocorreu com nossos líderes políticos

 

José Augusto Neves

Sempre que acontece uma tragédia com uma personalidade política de um país, cria-se uma grande comoção em toda a população. Imagine agora nesse momento em que a Rússia invadiu a Ucrânia, o assassinato ou a morte do presidente Voloyimyr Zelensky da Ucrânia.

Em grande escala, isso afeta o mundo inteiro, porém se olharmos para uma situação em pequena escala no município brasileiro, vamos perceber que a tragédia que aconteceu com seus líderes políticos é maior que em todo e qualquer lugar do mundo.

O primeiro grande desastre que tivemos em Bom Jesus de Itabapoana com um líder político foi a morte do prefeito Gauthier Figueiredo, quando o avião que o transportava para o Rio de Janeiro chocou-se com um avião da Força Aérea Americana sobre a baía de Guanabara, próximo à enseada de Botafogo. Gauthier representava uma mudança transformadora em Bom Jesus de Itabapoana. Líder evangélico, numa cidade eminentemente católica, mas respeitado pela sua postura, honestidade e decência, venceu a oligarquia pessedista que vinha desde o período de Getúlio Vargas e Amaral Peixoto.

Outro grande desastre com um bom-jesuense foi a morte do Governados Roberto Silveira na queda de um helicóptero que o levaria para ajudar nas enchentes no Noroeste Fluminense. Líder nato, deputado estadual, vice-governador, era um estrela ascendente na política nacional, que sem dúvida o levaria ao mais alto cargo político do país.

As próximas tragédias com políticos nascidos em Bom Jesus do Itabapoana ocorreram por conta da implantação da ditadura militar em 1964. Naquele ano, nosso conterrâneo, Badger Silveira, foi destituído do mandato popular que havia conquistado em 1962 sem nenhuma justificativa que explicasse tal medida.

Mais tarde, após a edição do AI-5, dois deputados estaduais nascidos em nossa cidade, tiveram seus mandatos cassados e seus direitos políticos suspensos do 10 anos: Michel Salim Saad e José Augusto Pereira das Neves. Estes episódios reduziram a eleição de bom-jesuenses para cargos eletivos, o que vinha acontecendo desde o fim da ditadura Vargas em 1946. Após a fusão com o antigo estado da Guanabara ficou ainda mais difícil a eleição de um conterrâneo.

CIDADE CELEIRO DE LÍDERES POLÍTICOS

 

José Augusto Neves


Antes da fusão do antigo estado da Guanabara com o estado do Rio de Janeiro, a possibilidade de eleição de políticos do antigo estado do Rio era muito grande. Mesmo sendo uma região com pequeno número de eleitores, como é o nosso Noroeste Fluminense, era possível ter uma representação muito grande. Se olharmos o eleitorado atual do estado do Rio de Janeiro, que é mais do que 12 milhões de eleitores, vamos perceber que quase 65% dos eleitores estão localizados na região metropolitana do Rio de Janeiro, o que faz com que bairros da cidade do Rio, como Copacabana, Ipanema, possam ter um a dois representantes de deputados estaduais.

Um partido para eleger um deputado estadual precisa que a soma dos votos no partido seja em torno de 120.000. O somatório do eleitorado do Noroeste Fluminense chega muito perto disso. Já, no antigo estado do Rio de Janeiro, era possível que a nossa região pudesse contar com representantes em cada uma das legislaturas. Fazendo uma revisão dos períodos anteriores à fusão, vamos perceber que em todas as legislaturas tivemos um representante da nossa cidade.

Ao final da ditadura Vargas, em 1946, Bom Jesus elegeu 2 deputados estaduais: Roberto Silveira, bem jovem, e José de Oliveira Borges, Zezé Borges, político que havia sido prefeito da cidade no período da intervenção do governador Amaral Peixoto.

Na eleição de 1950, Bom Jesus continuou com 2 deputados estaduais eleitos: José Vieira Seródio, tradicional médico na cidade, e Roberto Silveira para um segundo mandato. O deputado estadual eleito em 1954 não nasceu em Bom Jesus, mas era ligado à cidade por ser genro do Zezé Borges e havia sido o primeiro pretor após a instauração da democracia ao fim da ditadura Vargas: Emmanuel Pereira das Neves.

Em 1958, os bom-jesuenses elegeram Tito Nunes como deputado estadual. Na eleição de 1962, logo após a morte do governador Roberto Silveira, voltamos a ter 2 deputados estaduais eleitos: Antônio Carlos Pereira Pinto e Michel Salim Saad. Mas, foi na eleição de 1966, que Bom Jesus conseguiu a maior representação na Assembleia Legislativa, mesmo sendo a região Noroeste Fluminense um município de reduzido eleitorado: Michel Salim Saad (reeleito), José Antônio Saad e José Augusto Pereira das Neves.

Depois desse período, ficou mais difícil a eleição de bom-jesuenses, não só pela concentração de votos na região metropolitana do Rio de Janeiro, como a presença forte dos candidatos desta região obterem apoio na nossa cidade, não prestigiando os candidatos locais.

Mas, Bom Jesus não deixou de ter representantes ligados à cidade. Jorge Roberto Silveira, deputado estadual eleito bem jovem, e posteriormente prefeito de Niterói cuja administração foi reconhecida como de alta qualidade, Eduardo Travassos, que foi vice-prefeito na primeira gestão de Jorge Roberto, e o único deputado federal eleito por Bom Jesus, ex-prefeito Paulo Portugal. Bom Jesus também teve mais um conterrâneo eleito deputado federal, mas pelo Paraná, o irmão de Roberto e Badger Silveira, Zequinha Silveira.

Máquina francesa Alauzet, do século XIX, e o jornal O Norte Fluminense

João Batista Assad, diretor comercial do jornal O Norte Fluminense 

 

domingo, 20 de março de 2022

27 de março: há 69 anos, a Leopoldina Railway assumia a Cia Ferroviária Itabapoana

 




Imagem relacionada
Estação da Cia Ferroviária Itabapoana em Bom Jesus do Norte (ES)







Dentre os temas históricos que foram esquecidos em nossa comunidade, está o da Cia Ferroviária Itabapoana.

Acompanhando o rio Itabapoana, existia uma via férrea de 33 km entre as localidades de Bom Jesus do Norte (hoje, município, na época distrito de São José do Calçado/ES) e Ponte de Itabapoana (distrito de Mimoso do Sul/ES), onde interligava-se com a Leopoldina.

Das poucas informações que conseguimos encontrar sobre a Itabapoana, a maior parte acha-se nos arquivos do jornal O Norte Fluminense de Bom Jesus  do Itabapoana, que circula desde 1946, graças à atuação de Esio Bastos, fundador de nosso jornal. Outras informações foram conseguidas na publicação "Pino e Manilha", de 1995, editada pela Associação Brasileira da Preservação Rodoviária, de Cachoeiro de Itapemirim (ES), no Guia Levi (edição de novembro de 1938) e do suplemento da Revista Ferroviária Estradas de Ferro do Brasil, edição de 1952-1953.



O Cel. João Ferreira Soares fundou a Companhia Ferroviária Itabapoana

A Itabapoana era uma companhia particular fundada pelo industrial e fazendeiro João Ferreira Soares no princípio deste século, sendo que os trilhos chegaram a Apiacá/ES (antiga Antonio Caetano) em 1914 e Bom Jesus em 1916, faltando capital para o prolongamento até São José do Calçado.


Manoel Mangaravite trabalhou na Usina de Força e Luz Itabapoana, de João Ferreira Soares


Segundo Manoel Mangaravite, que trabalhou na Usina de Força e Luz Itabapoana, de João Ferreira Soares, este era proprietário também da Usina de Força e Luz Itabapoana e da Usina Santa Isabel.

Segundo Manoel, "foi João Ferreira Soares quem estabeleceu a Usina Hidrelétrica Mangaravite na década de 1930. O nome foi dado em homenagem ao meu avô Fortunato Mangaravite, que era o proprietário das terras da região. Meu avô era italiano e veio para o Brasil com a esposa Maria Gualhano. A Usina cedia energia para o Estado do Rio de Janeiro e para o Estado do Espírito Santo. João Ferreira Soares foi também proprietário da Cia. de Estrada de Ferro Itabapoana. Era, portanto, um empreendedor e visionário".

Em entrevista para o jornal O Norte Fluminense, em 2013, o empresário João Bousquet Jr informou que passou a trabalhar na Usina de Força e Luz Itabapoana em 1934, substituindo Joaquim Ferreira Ramos. "João Ferreira Soares era sobrinho de Carlos Firmo. Recordo-me que João Soares costumava dizer: 'quando quero ver um homem honesto, vou ao espelho'".



Joãozinho Bousquet trabalhou para João Soares a partir de 1934


A Itabapoana funcionava como um ramal da Leopoldina, sendo que os horários do trem de passageiros (misto) era sincronizado com os daquela ferrovia (veja quadro de quilometragens e horários). Devido a um empréstimo de Cr$ 2.700.000,00 lavrado pelas escrituras de 27/03/33 entre a Leopoldina Railway e a Itabapoana, esta ficou sob a administração daquela, para garantia do pagamento do mesmo (O Norte Fluminense, 31/07/49), embora continuasse como propriedade do "coronel" João Soares. Segundo esta mesma edição do Jornal, pelas escrituras de 06/09/46, o empréstimo atingia ainda o valor de Cr$ 2. 398.042,00 nesta data, quando foi reformulado.

A encampação da Leopoldina Railway pelo governo federal motivou exaltados discursos de parlamentares fluminenses e capixabas, pela inclusão da Itabapoana à rede da Leopoldina. O senador Atílio Viváqua (ES) chegou a apresentar a emenda de 25 milhões de cruzeiros ao plano SALTS (Saúde, Alimentação, Trasporte e Energia) para estudos visando a encampação da Itabapoana e seu prolongamento até Calçado, num trecho de 20km, "de cujo leito 14 km já se acham concluídos", segundo palavras do próprio senador (O Norte Fluminense, 12/06/1949).

Também era pedida a equiparação de salários entre os funcionários da Leopoldina (cerca de 14.000) e os da Itabapoana (75 famílias), segundo esta mesma edição de O Norte Fluminense, onde era lembrado que um guarda-chaves da Leopoldina recebia Cr$1.200,00, ao passo que um da Itabapoana apenas Cr$ 400,00. Por causa dos baixos salários, houve até greve de funcionários, como noticia o mesmo jornal em 23/01/49, ocasião em que o tráfego ficou paralisado entre 20 a 22 daquele mês.

Movimento de passageiros e cargas na Itabapoana em 1946 e 1950

Ano     passageiros     carga (ton)
1946    59.344               16.357
1950    38.422                 5.525

Fonte:  O Norte Fluminense, 04/05/52

Apesar de ser uma tributária da Leopoldina, a Itabapoana não foi incluída em sua encampação e, abandonada à própria sorte, entrou em declínio (vide quadro acima), acabando por suprimir o transporte de passageiros em março de 1951 e o de cargas em abril de 1952 (O Norte Fluminense, 04/05/1952).

Para o pagamento das dívidas, foi nomeado o liquidante Oscar Georg de Oliveira. Entretanto, uma pronta reação do povo (mais de mil pessoas) impediu a retirada dos trilhos, como noticia O Norte Fluminense em 05/06/1955. Amparado por uma alteração do artigo 15 das Disposições Transitórias da constituição do Espírito Santo, proposta pelo deputado Pedro Vieira Filho, o então governador Francisco Lacerda de Aguiar teve de cumprir uma promessa de campanha e comprou o espólio da Itabapoana em 21/10/55, por 5 milhões de cruzeiros (O Norte Fluminense, 06/11/55).

O acervo da Itabapoana, conforme o mesmo Jornal, em edição de de 19/07/1953, compreendia 33 km de trilhos, 4 boas estações, 3 paradas, 3 casas de turma de conserva, 3 desvios, além dos das estações, 4 locomotivas, 2 vagões de passageiros, 8 vagões de carga, 3 caixas d'água, 2 triângulos e uma bem montada oficina de reparos, sediada em Ponte do Itabapoana".

Segundo informações obtidas junto ao sr. Esio, as locomotivas eram 5, sendo que apenas 3 funcionavam. Não conseguimos fotos das mesmas, quando funcionavam e  suas respectivas rodagens. A úncia coisa que sobrou, que apodrece de fronte a Usina Santa Maria, em Santo Eduardo (Campos -RJ), aparece na capa desta edição.

A Itabapoana transportava, além dos passageiros, principalmnete café (de Bom Jesus para Itabapoana) e também de um armazém e máquina beneficiadora instalada em Santa Paz, onde havia um desvio, e açúcar. Antes da Estação São Manoel, existia um desvio que, atravessando o rio sobre uma ponte de cimento (ainda existente) servia a Usina Santa Isabel (hoje desativada), situada, portanto, no estado do Rio de Janeiro. Desta usina saía açúcar para exportação, via Leopoldina (com vagão) e chegava cana de açúcar, principalmente de Santa Paz. Das 5 locomotivas, duas foram transferidas para a Estrada de Ferro Itapemirim, juntamente com um carro de passageiros e um auto de linha, onde foram sucateados juntamente com todo o material da quela ferrovia.


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Estação de trem em Antonio Caetano, hoje Apiacá (ES)


Companhia Ferroviária Itabapoana

Estação        km    horários
Itabapoana    01          7:17    9:30     16:55      19:51
Santa Paz      08            -
Apiacá          18          6:37   10:06    17:38      19:11
São Manoel   23              -
Iuru                25          6:15   10:26    17:59      18:51
Bom Jesus     34          5:50   11:03    18:22       18:30

Fonte: Quilometragens em "Estradas de Ferro..." e horários do Guia Levi.
OBS: Segundo o Guia Levi, passavam por Ponte de Itabapoana o Noturno N1, procedente de Barão de Mauá, às 9:08 e outro de passageiros às 8:04, vindo de Cachoeiro (trem S4). O S3, que saía de Barão do Mauá às 5:36, passava em Ponte às 16:49. O N2 procedente de Vitória, passava em Ponte às 20:23.





     OLÍVIO BASTOS E A CIA FERROVIÁRIA ITABAPOANA


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Olívio Bastos nasceu em Campos dos Goytacazes (RJ) aos 19 de outubro de 1889. Em 1933, veio com sua família para Bom Jesus, assumindo o cargo de Administrador da Cia. Ferroviária. Naquela época, a Estrada de Ferro, que ligava Bom Jesus do Norte ao distrito mimosense de Itabapoana, passava por grave crise econômica e financeira e o seu proprietário, João Soares, a entregou à Leopoldina Railway Ltda. para comandá-la. Esta, por sua vez, enviou  Olívio Bastos para administrá-la. 

Na Cia. Ferroviária Itabapoana, Olívio Bastos imprimiu uma grande administração, colocando as estações bem aparelhadas e reparando o leito da linha férrea. Além disso, repuxou locomotivas, remodelou o carro de passageiros e estabeleceu o tráfego mútuo com a Leopoldina, tendo criado a Caixa de Aposentadorias e Pensões para os empregados.

Imprimiu administração moderna para a época com venda de passagens diretas para o Rio, Vitória e Niterói, instalando linha telegráfica em tráfego mútuo com a Leopoldina para o transporte de café de Bom Jesus para a estação destinatária. Para se ter uma ideia, já em setembro de 1933 foram transportadas 32.936 sacas de café. 

Olívio Bastos assumiu também a Empresa Luz e Força ltabapoana, empreendendo ali uma radical transformação administrativa. Essa empresa, também sediada em Bom Jesus do Norte, passou a receber melhoramentos refletindo no benefício dos seus funcionários e da população, estendendo seus fios até Santo Eduardo, distrito de Campos dos Goytacazes (RJ). 
  

Foi um dos fundadores do Centro Popular Pró Melhoramentos de Bom Jesus e fez parte da sua primeira diretoria, na qualidade de tesoureiro, sendo, depois, seu Presidente. Com extraordinário tino administrativo, promoveu ampla reforma no Hospital São Vicente de Paulo, que estava fechado, advindo daí o crescente desenvolvimento dessa grande instituição. Também o Colégio Rio Branco recebeu de Olívio Bastos os benefícios de sua visão administrativa. Assumindo a direção em momento difícil para o educandário, coube a ele introduzir grande transformação no tradicional Colégio, ampliando e construindo salas novas, laboratório, e a quadra de esportes.



Olívio Bastos foi um dos fundadores do Rotary Clube de Bom Jesus e um dos fundadores do Aero Clube de Bom Jesus em 1942, tendo presidido esta sociedade. Participou ativamente das atividades em Bom Jesus, colaborando para o progresso da terra bonjesuense e de sua gente.



Casado com a professora Vivaldina Martins Bastos, de tradicional família campista, desse enlace nasceram os seus filhos Esio Martins Bastos, jornalista, comerciante e fundador do jornal "O Norte Fluminense", Luciano Augusto Bastos, advogado, educador e diretor do Colégio Rio Branco, por vários anos, e Maria Ruth Bastos Guerra, viúva de José Sebastião de Vasconcelos Guerra, funcionário aposentado do Banco do Brasil.

Olívio Bastos faleceu nesta cidade no dia 29 de novembro de 1957, aos 68 anos de idade. A vida de Olívio Bastos é um hino de trabalho e dedicação em prol desta terra. Trazendo o conhecimento administrativo que ele recebeu dos ingleses da Leopoldina Railway, empregou em Bom Jesus todo o seu vasto cabedal administrativo, sendo mesmo um pioneiro, à época em que éramos ainda distrito de Itaperuna. Era um administrador enérgico, porém justo e humano, além de pautar seus atos com dignidade e honradez.


Sua vida de grande administrador será sempre um espelho para a juventude bonjesuense. 

Cia. Ferroviária Itabapoana – 1938
Recepcionando dirigente da “The Leopoldina Railway Co. Ltda”, nome oficial de Estrada de Ferro Leopoldina, pertencente aos ingleses, na Estação de Bom Jesus do Norte, sede da Administração da Cia. Ferroviária Itabapoana, administrada pelo sr. Olívio Bastos.

Da esquerda para a direita: Dermevaldo Bastos Tavares (Contador), Antonio Corrêa Escalda, dirigente da firma Vivacqua S/A, compradora de café; Olivio Bastos, Administrador da CFI; Juvenal Santos (atrás), funcionário; Dr. Dirceu Cabral Henriques, médico da Caixa de Aposentadoria e Pensões; Luiz Carlos Martins Bastos, filho de Olívio Bastos; Derocy Pacheco, Chefe das Oficinas; Domingos Siqueira, auxiliar do Escritório; e Esio Martins Bastos, Chefe do Escritório de Administração.

Ao lado o Trole, carrinho da linha férrea usado pela Administração. A Estrada de Ferro já não mais existe, tendo sido desativada face à política imposta pelos governantes pós Revolução de 1964, de extinguir os ramais ferroviários.

No local da foto, hoje está situado o Edifício do Forum de Bom Jesus do Norte, Poder Judiciário, e na parte alta o Centro Cívico.

(Galeria Histórica, publicada por Luciano Bastos no Jornal O Norte Fluminense em 26.09.2004)