SOB PRESSÃO, GREVE TERMINA: PRESIDENTE DO SINDICATO RENUNCIA
"O CENTRO POPULAR VIROU UM 'PANELÃO' "
Leia entrevista com Ana Maria da Silva Motta
Como anunciado anteriormente, os funcionários do Hospital São Vicente de Paulo entraram em greve no dia 28 de julho passado, mas a pressão sobre os funcionários, que foram ameaçados de demissão, fez com que o movimento paredista terminasse dois dias depois, com a renúncia do presidente do Sindicato, Waldir Batista Motta.
O ex-presidente declarara ao O NORTE FLUMINENSE, no dia 28, que os funcionários estariam "com quase três meses sem receber os salários, não havendo nenhuma perspectiva de solução para o problema, porque não há produtividade suficiente. Se o CTI, a Hemodiálise e o Banco de Sangue voltassem a funcionar, haveria aumento na arrecadação, mas a situação continua como antes. Por outro lado, a direção do Hospital ainda não nos chamou para um diálogo".
A Polícia Militar foi chamada pela direção do Hospital
Waldir salientara ainda que o sindicato estaria cumprindo a lei de greve, mantendo 30% dos serviços, registrando, ainda, que "não desejamos prejudicar a sociedade, que, há muito tempo, já está sendo prejudicada pela crise no Hospital, mas queremos mostrar à sociedade que estamos trabalhando sem receber".
Waldir aproveitara para lamentar o falecimento do médico Aloísio Iram que "sempre apoiou a instituição, incluindo os funcionários. Foi uma perda para a sociedade".
Por outro lado, ainda no dia 28, funcionários acusaram a direção do Hospital de chamar a PM para "intimidar os funcionários", assim como de divulgar notícias de que "ocorreriam demissões para quem aderisse à greve".
No dia seguinte, 29, Waldir apresentou carta de renúncia à presidência do sindicato, tendo a greve terminado no dia 30.
De acordo com o dirigente sindical Celso Leonardo, a direção do Hospital anunciou, no dia 31, o pagamento de 50% dos salários relativo ao mês de maio. Além disso, assinalou que haverá uma reunião da diretoria para decidir quem ocupará a presidência da entidade.
No dia seguinte, 29, Waldir apresentou carta de renúncia à presidência do sindicato, tendo a greve terminado no dia 30.
De acordo com o dirigente sindical Celso Leonardo, a direção do Hospital anunciou, no dia 31, o pagamento de 50% dos salários relativo ao mês de maio. Além disso, assinalou que haverá uma reunião da diretoria para decidir quem ocupará a presidência da entidade.
ENTREVISTA COM ANA MARIA MOTTA
Ana Maria da Silva Motta: "O Centro Popular virou 'um panelão' "
Ana Maria da Silva Motta completará 70 anos de idade no dia 27 de agosto. Nascida na Fazenda Matinhos, distrito de Serrinha, é filha de Lauro da Silva Motta, ex-vereador de Bom Jesus do Itabapoana, e de dona Dora.
O interesse pelo que ocorre com o Hospital São Vicente de Paulo vem desde o tempo em que seu pai lutava pelo nosocômio. Conta ela que " se recorda da época em que se fazia a campanha da Rainha da Festa de Agosto para obter recursos e ampliar o Hospital. Meu pai participava com paixão, porque o objetivo era ajudar o São Vicente. Todo mundo chegava junto. Lembro-me, por exemplo, que a Cooperativa até doava um percentual de leite para o Hospital".
Ana Maria afirmou que "na época, todo o dinheiro era utilizado dentro do Hospital. Por isso o Hospital cresceu. Além disso, havia prestação de contas. Todos queriam o crescimento do São Vicente".
Ana Maria divulgou Carta Aberta às autoridades em 2008
Sua atenção com o São Vicente se acentuou, segundo ela, a partir do ano de 2008, com o fim de um plano de saúde, da qual era associada por 17 anos, e que possuía conexão com a antiga Casa de Saúde Aurora Avelino: "na época, distribuí uma 'carta aberta às autoridades de Bom Jesus', denunciando que estava acontecendo 'mais uma vergonha para a população' ".
Continuou: "ressaltei, no documento, há quatro anos atrás, que a omissão é a pior desgraça numa sociedade... esse Hospital pertence ao Centro Pró-Melhoramentos de Bom Jesus, foi construído pelo povo e para o povo...o Hospital encontra-se em péssimas condições de funcionamento, espaço (consequência do fechamento da Casa de Saúde), roupas de cama, material e muito mais... O povo bonjesuense tem conhecimento destes fatos, mas não possui condições de lutar sozinho contra esses problemas graves de saúde que afetam a todos nós' ".
Ao final do documento, conclamou os vereadores para que se unissem ao povo e lutassem "para que alguns não destruam o nosso Hospital São Vicente de Paulo, que foi construído por homens de bem da nossa sociedade durante muitos anos".
Sua atenção com o São Vicente se acentuou, segundo ela, a partir do ano de 2008, com o fim de um plano de saúde, da qual era associada por 17 anos, e que possuía conexão com a antiga Casa de Saúde Aurora Avelino: "na época, distribuí uma 'carta aberta às autoridades de Bom Jesus', denunciando que estava acontecendo 'mais uma vergonha para a população' ".
Continuou: "ressaltei, no documento, há quatro anos atrás, que a omissão é a pior desgraça numa sociedade... esse Hospital pertence ao Centro Pró-Melhoramentos de Bom Jesus, foi construído pelo povo e para o povo...o Hospital encontra-se em péssimas condições de funcionamento, espaço (consequência do fechamento da Casa de Saúde), roupas de cama, material e muito mais... O povo bonjesuense tem conhecimento destes fatos, mas não possui condições de lutar sozinho contra esses problemas graves de saúde que afetam a todos nós' ".
Ao final do documento, conclamou os vereadores para que se unissem ao povo e lutassem "para que alguns não destruam o nosso Hospital São Vicente de Paulo, que foi construído por homens de bem da nossa sociedade durante muitos anos".
Ana Maria: "parte da verba para ampliação do Hospital teria sido desviada por político"
"HÁ MUITO MAIS COISA ALI DO QUE O SENHOR PENSA"
De acordo com Ana Maria, a partir de sua luta, ela passou a receber informações de que estaria ocorrendo, desde aquela época, desvio de dinheiro do Hospital, razão pela qual encaminhou os documentos recebidos às autoridades: "Chegou aos meus ouvidos, por exemplo, a notícia de que uma grande soma de dinheiro teria ficado com um político, por ocasião da ampliação das instalações do Hospital. Recebi até ameaça de morte, mas não temo nada, vou continuar a denunciar e a lutar pelo Hospital até o fim", para acrescentar, com ares de suspense: " Há muito mais coisa ali do que o senhor pensa!".
"HOSPITAL SEM PLANTONISTA"
Ana Maria, que sofre com problema na coluna e está para receber intervenção cirúrgica para a implantação de duas placas e parafusos, conta que seu irmão, Claudio, está internado no Hospital, como associado da UNIMED: "na tarde do dia 8 de julho passado, meu irmão ficou com 160 de glicose e pressão 8. Ele necessitava de um atendimento urgente de um médico, mas não havia médico plantonista no Hospital. Foi necessário que o médico que fazia plantão no PU saísse de suas atividades para atender meu irmão. Eu consegui um médico, mas muitas pessoas ficam desesperadas por não conseguirem médico para atender seus parentes e entes queridos".
Ana Maria termina a entrevista dizendo que "no Centro Popular Pró-Melhoramentos, entidade que rege o Hospital e o Instituto de Menores não há 'panelinha', mas um verdadeiro 'panelão'. Ali não há prestação de contas e nem há transparência. A verdadeira saída para o Hospital é se abrir para a sociedade. Mas eles não abrem para novas pessoas. Eles atuam sempre em lugar fechado e, num ambiente assim, o ar fica viciado. O uso do cachimbo faz a boca ficar torta", finaliza Ana Maria.
"HÁ MUITO MAIS COISA ALI DO QUE O SENHOR PENSA"
De acordo com Ana Maria, a partir de sua luta, ela passou a receber informações de que estaria ocorrendo, desde aquela época, desvio de dinheiro do Hospital, razão pela qual encaminhou os documentos recebidos às autoridades: "Chegou aos meus ouvidos, por exemplo, a notícia de que uma grande soma de dinheiro teria ficado com um político, por ocasião da ampliação das instalações do Hospital. Recebi até ameaça de morte, mas não temo nada, vou continuar a denunciar e a lutar pelo Hospital até o fim", para acrescentar, com ares de suspense: " Há muito mais coisa ali do que o senhor pensa!".
"HOSPITAL SEM PLANTONISTA"
Ana Maria, que sofre com problema na coluna e está para receber intervenção cirúrgica para a implantação de duas placas e parafusos, conta que seu irmão, Claudio, está internado no Hospital, como associado da UNIMED: "na tarde do dia 8 de julho passado, meu irmão ficou com 160 de glicose e pressão 8. Ele necessitava de um atendimento urgente de um médico, mas não havia médico plantonista no Hospital. Foi necessário que o médico que fazia plantão no PU saísse de suas atividades para atender meu irmão. Eu consegui um médico, mas muitas pessoas ficam desesperadas por não conseguirem médico para atender seus parentes e entes queridos".
Ana Maria termina a entrevista dizendo que "no Centro Popular Pró-Melhoramentos, entidade que rege o Hospital e o Instituto de Menores não há 'panelinha', mas um verdadeiro 'panelão'. Ali não há prestação de contas e nem há transparência. A verdadeira saída para o Hospital é se abrir para a sociedade. Mas eles não abrem para novas pessoas. Eles atuam sempre em lugar fechado e, num ambiente assim, o ar fica viciado. O uso do cachimbo faz a boca ficar torta", finaliza Ana Maria.
ASSOCIADO CONTINUA SEM RESPOSTA
Não obstante o artigo 11 do Estatuto do Centro Popular Pró-Melhoramentos de Bom Jesus garanta aos associados, em sua alínea "f", o direito de "fazer representações à Diretoria e ao Conselho", o associado André Luis ainda não foi atendido nos requerimentos apresentados ao Hospital no dia 30 de abril de 2012, em que requereu as seguintes informações: a) "cópia da Prestação de Contas do período de março e abril de 2012"; b) "esclarecimentos a respeito da liberação por parte do Conselho Deliberativo no sentido de tomar empréstimo de 1 milhão de reais junto ao Banco Itaú. O que foi feito com tal dinheiro?"; c) "informações acerca da contribuição ao INSS dos servidores. Está sendo feita?"
Não obstante o artigo 11 do Estatuto do Centro Popular Pró-Melhoramentos de Bom Jesus garanta aos associados, em sua alínea "f", o direito de "fazer representações à Diretoria e ao Conselho", o associado André Luis ainda não foi atendido nos requerimentos apresentados ao Hospital no dia 30 de abril de 2012, em que requereu as seguintes informações: a) "cópia da Prestação de Contas do período de março e abril de 2012"; b) "esclarecimentos a respeito da liberação por parte do Conselho Deliberativo no sentido de tomar empréstimo de 1 milhão de reais junto ao Banco Itaú. O que foi feito com tal dinheiro?"; c) "informações acerca da contribuição ao INSS dos servidores. Está sendo feita?"