sábado, 10 de novembro de 2012



FAZENDA DO BÁLSAMO


A sede da Fazenda do Bálsamo, localizada no distrito de Rosal, foi edificada na época imperial.

Foi com o Coronel João Alt que a fazenda  tornou-se, em 1939, uma das mais importantes da região, criando gado bovino.O café foi outra atividade econômica relevante. Por ocasião da emancipação de Bom Jesus, em 1939, o jornalista Porphirio Henriques Filho editou uma revista comemorativa, onde  procurou "retratar todos os aspectos da vida cultural e econômica deste recanto da tera brasileira".

O NORTE FLUMINENSE reproduz, abaixo, a página dedicada à Fazenda do Bálsamo

          Fazenda do Bálsamo: uma das mais importantes de Bom Jesus, em 1939
              Acervo: Luiz Tito Nunes de Almeida



Posteriormente, a fazenda passou a ser propriedade de Abílio de Sá Viana.

Um dos administradores da fazenda, nessa época, foi Sebastião Deascanio, conhecido como Sebastião Domingos. Ele morou por cerca de 40 anos na região. Diz ele que "Abílio de Sá Viana possuía cerca de 150 alqueires de terra, sendo 30 alqueires só com café. Na fazenda, plantava-se milho, feijão e arroz, além da criação de 500 cabeças de gado".

       Sebastião Deascanio: "Abílio tinha amor pelos pássaros"


"Abílio tinha amor pelos pássaros.Ele mandou construir no terreiro um 'cochinho' para os canários da terra se alimentarem. Abílio não gostava de prender as aves. Gostava de vê-las livres", lembra Sebastião.

                                           Abílio de Sá Viana

Abílio de Sá Viana havia cedido, em época passada, uma  área de outra fazenda para a instalação da escola pública Escola Mista Humaitá, que fora dirigida pela professora Altiva Alt dos Santos. Foi, também, vereador nas duas primeiras legislaturas de Bom Jesus do Itabapoana, entre os anos de 1947 e 1951 e entre 1951 e 1955.

Uma escola estadual, hoje desativada, recebeu seu nome. Além disso, foi homenageado com o nome de uma rua no centro da cidade de Bom Jesus do Itabapoana e  no distrito de Rosal. Com o falecimento de Abílio, sucedeu-o seu filho Armando de Sá Viana, que prosseguiu o trabalho do pai, mas as circuntâncias levaram a uma crise na região, fazendo com que as atividades econômicas cessassem e a própria sede da fazenda viesse, posteriormente, literalmente ao chão.



                   Base de pedra é o que restou da sede da Fazenda do Bálsamo


 Escola Estadual Abílio de Sá Viana: desativada

                           
O atual proprietário da Fazenda do Bálsamo, é José Nunes,  filho de Carlison Nunes e Áurea Lúcia da Fonseca Nunes.

Ele se recorda da época em que a fazenda pertenceu a Abílio de Sá Viana. Nessa época, a fazenda produzia café: "tudo era terreiro de café. Aqui havia gerador de energia, máquina de pilar café e plantava-se arroz ".                                


José Nunes: o atual proprietário da Fazenda do Bálsamo
                        
José Nunes cuida atualmente de gado leiteiro e retira cerca de "mil litros de leite". Na estrada, que margeia a propriedade, há um pequeno gerador de energia e um "tanque de expansão" que permite que o caminhão de uma empresa sedidada em Patrocínio do Muriaé (MG) leve o leite resfriado, a cada dois dias.

                  Tanque de expansão trouxe benefícios aos produtores de leite


Os únicos sinais visíveis da fazenda, atualmente, são a base de pedra que sustentou a antiga sede, um muro de pedras e  uma casa localizada nos fundos, que ainda está em pé: "pretendo preservar este prédio", diz José Nunes.


                           Casa nos fundos da fazenda: única construção em pé


                                         José Nunes: "pretendo conservá-la"


                    
A base onde foi edificada a antiga sede da Fazenda do Bálsamo ainda se mantém intacta, como a esperar que novos sonhos sejam sobre ela erguidos.





ADEUS A GEDÁLIA LOUREIRO XAVIER
Edição de 23 de outubro de 2008



Queridos amigos, nesse sábado, às 18:30h, Mãe Dala (minha querida avó) foi descansar ao lado do Pai.

Na próxima sexta-feira, dia 26 de setembro de 2008, às 20:00 h, será celebrada missa de sétimo dia, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no bairro de Guaratiba, na cidade do Rio de Janeiro.

Aos 88 anos, com 62 de casada com o Pai Elcio (meu querido avô), ela deixou seu marido, 5 filhos, 12 netos e um bisneto, para descansar ao lado do Pai e reencontrar sua filha Rosália, seus pais, avós, irmãos e amigos que já se foram.

Sem inimigos, uma pessoa boníssima, que se preocupava com todos e rezava por todos sem esquecer ninguém.

Sua fé inabalável e sua força de viver são exemplos para muitos.

Eu sei que ela está bem melhor agora, mas não consigo imaginar como seguiremos sem ela por aqui...

Mãe Dala, muito obrigada por seu exemplo de vida, todos os seus ensinamentos, suas poesias, suas canções, suas histórias, as aulas de tricô e crochê, sua paciência infinita, seu sorriso sempre presente, sua maneira única de nunca reclamar de nada e nem de dor, suas receitas deliciosas, as raspas dos bolos na batedeira, os enxovais dos recém-nascidos, os fins de semana alegres com os primos no sítio, os "bom dia", "boa noite", "vai com Deus" e "Deus te abençoe" de todos os dias, o espelho nosso amigo, as novenas do Pai Eterno. Seus olhos lindos que me olharam até hoje com um brilho tão lindo não saem de minha cabeça.

Fecho os olhos e ouço "Deus te abençoe, minha filha".

Deus te abenço, minha mãezinha querida.

Mãe Dala, descansa em paz!

Um dia nos encontraremos e receberei novamente a sua bênção. Sentiremos sua falta, sentiremos muita saudade, não consigo nem imaginar. Mas prometo com todas as minhas forças fazer o que a senhora me pediu.

Por favor, amigos, rezem por ela.

Buscarei forças pra cuidar do Pai Elcio, da minha mãe, do meu pai, dos meus irmãos e do meu marido.

Beijos grandes...

Ranny
Galeria Histórica
Edição de 23 de outubro de 2008

DA ITÁLIA PARA O BRASIL
Família Privato Capaccia e Clorinda Elisa Pegoré (Anita)


Privato Capaccia, Clorinda Elisa e família


Nosso Brasil, gigante e do qual tanto nos orgulhamos, deve muito aos imigrantes que aqui chegaram, se identificando com nosso povo e nossa Pátria, participando do nosso desenvolvimento. Na foto histórica, a família de Privato Capaccia e de sua esposa Clorinda Elisa Pagoré (Anita). Ambos chegaram ao Brasil em 1894, ele vindo da cidade de Vitergo e ela de Treviso, da Itália. Posteriormente se casaram, constituindo família composta de onze filhos que ornamentam a foto.

A partir da esquerda, em pé, no alto: José (1), Idalina (2), Elvira (3), Santa (4), Osvaldo (5). Na segunda coluna, em pé: Ângela (6). Sentada, Da. Clorinda (7), esposa de Privato, que se encontrava grávida de Virgínia. Sentado, a seguir, o menino Sebastião, "Pituta" (8), o sr. Privato Capaccia (9), também sentado, Maria (10) e Luiz (11). Na última fileira, em pé, à esquerda, Olga (12). Deitado, à frente, o cachorro de estimação de nome "Soberbo".

A foto nos foi ofertada pelo sr. José Capaccia (no. 1 do retrato), nosso assinante e amigo aqui residente e que completará no dia 29 de novembro próximo 91 anos de idade, lúcido e forte, ex-aluno do Colégio Rio Branco, na década de 30, e filho dos saudosos Privato e Clorinda, foto que passa a integrar nosso Arquivo.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

 Da Série Entrevistas de O Norte Fluminense

O CANTOR DE DEUS

Anízio Gomes Pimentel
Anízio Gomes Pimentel nasceu em 15/12/1937 na Fazenda São Luís, zona rural de Rosal, distrito de Bom Jesus do Itabapoana.

Filho de Francisco Gomes Pimentel e de Hilda Araújo Leite Pimentel, teve como avós maternos Anízio de Araújo Leite e Maria José Alves Pimentel de Araújo Leite. Os avós paternos foram Francisco Gomes de Oliveira (Chico Gomes) e Ana Alves Pimentel de Oliveira.



CHICO GOMES E A 1a. BANDA DE BOM JESUS 


Chico Gomes fundou a 1a. Banda de Bom Jesus do Itabapoana, em sua residência, localizada na Fazenda Barra Funda, no dia 26 de julho de 1911. A banda existiu até o ano de 1946.

Uma fotografia dessa época é retratada abaixo. O maestro da banda era Ernestino, conhecido como Cafuxim, o primeiro sentado, à esquerda, na foto tirada em 1915. Ele havia sido maestro da Banda de Natividade (RJ) e fora trabalhar como carpinteiro na Fazenda de Chico Gomes, que costumava dizer que "um fio de cabelo do meu bigode vale mais que qualquer nota promissória assinada por mim". Chico Gomes teve uma filha com Maria Marques: Ana Cecília, que reside em Santa Fé.


Anízio se recorda dos seguintes parentes e vizinhos integrantes da banda (sempre com referência da esquerda para direita): Carlos Nunes, José Pimenta (terceiro, em pé), José Gomes (quarto, sentado), Sebastião Gomes de Oliveira e Júlio Gomes de Oliveira (sexto, sentado).



A 1a. Banda de Bom Jesus: Banda de Chico Gomes (direita), fundada em 1911


O LAMPIÃO DE ROSAL

Anízio se recorda de fatos marcantes da época de seu avô, Chico Gomes. 


Segundo ele, certa vez, fora morar em Rosal um homem conhecido como Tenente Silvino. 

"Diziam que ele era capanga de Lampião. Seria do Exército e teria desertado. Fora preso em Recife, mas quando um preso adoecera e fora acodido pelo carcereiro, ele e mais onze presos conseguiram fugir. Tenente Silvino, contudo, era considerado pior que Lampião. Ele chegava nas casas e se gostasse de alguma mulher, dava ordens e a possuia", conta Anízio.

Por conta disso, há comentários de que Tenente Silvino teria tido descendente na região.

Continua Anízio: "Se ele via, por exemplo, algum capado, determinava: 'mata aquele capadinho e coloca na lata para eu levar', fazendo o terror na região".

O homem dos 3 jotas

"Certa vez, à noite, o cidadão João José Jacomini estava andando de cavalo em Bom Jesus do Norte (ES), próximo ao cemitério. Neste momento, ouviu uma voz que gritou: "Quem vem aí?" João respondeu: 'Aqui vai o homem de três jotas'. A voz replicou: 'Pois aqui é o Tenente Silvino. Vamos, então, medir força!' Neste momento, tiros começaram a ser disparados em direção a João José, que caiu do cavalo, sem ser alvejado, e se embrenhou no mato. Depois de duas horas, após percorrer 4 quilômetros com todos os cuidados possíveis, conseguiu chegar até a sua casa", relata Anizio.

Rifas


"Tenente Silvino costumava realizar rifas em que os ganhadores eram sempre pessoas desconhecidas. Certa vez, ele ofereceu uma para Chico Gomes, que, contudo, recusou a compra.

Tenente Silvino resolveu, então, levar, à noite, cerca de seis capagans para matar Chico Gomes. Quando avistaram a residência de Chico Gomes, o Tenente Silvino gritou para Chico Gomes: 'Vamos cruzar o bigode!'

Ocorre que Tenente Silvino, ao observar atentamente a residência de Chico Gomes, constatou uma grande movimentação de pessoas. Ouviu uma falação alta e vultos se deslocando entre os esteios da casa. Supondo que lá estavam pessoas para defender Chico Gomes, resolveu se retirar do local.


Foi Zezé André quem informou este fato ao próprio Chico Gomes. Tenente Silvino disse a Zezé André que na casa de Chico Gomes havia 30 homens armados, muito falatório e atiradores de elite atrás dos esteios da casa. 


Chico Gomes, entretanto, esclareceu, depois, que estava acontecendo uma reunião festiva em sua casa, onde havia muita gente falando e as crianças brincavam se escondendo entre os esteios da casa. Como tudo era iluminado por lampião, deu-se a impressão que pessoas se movimentavam escondendo atrás dos esteios da casa. 

Tenente Silvino morreu em uma troca de tiros com cerca de 30 policiais comandados por um major que veio de Niterói. Quando morreu, Tenente Silvino estava acompanhado apenas de um capanga, uma vez que os demais resolveram fugir", registrou Anízio.


ESTUDOS, ESPORTE E FÉ

Anízio entrou para a escola aos 8 anos de idade, na Escola Estadual Monte Azul, onde estudou por 2 anos.  "Depois, vim estudar na Escola Luiz Tito de Almeida, em Rosal, onde terminei o primário".

"Mudei-me para a Fazenda Santa Rosa de Lima, em Bom Jesus do Itabapoana, no dia 3 de agosto de 1952. No dia 13 de agosto do mesmo ano entrei para a Associação Religiosa Congregação Mariana, na Igreja Matriz e, depois, na Igreja do Abrigo dos Velhos". No dia 15 de agosto deste ano, fez 60 anos de Congregado, onde foi homenageado com uma placa comemorativa.



Relata Anizio que "no dia 1o. de março de 1954, entrei para o Colégio Rio Branco, onde fiz a 1a. e a 2a. séries do ginasial. Parei os estudos em 1956 para fazer o Tiro de Guerra. No dia 13 de agosto do mesmo ano, fui campeão de corrida de fundos de 5.000 m na festa de agosto. Em 1957, fui estudar no Colégio Coronel Antônio Honório, em Bom Jesus do Norte, onde concluí o curso ginasial em 8 de dezembro de 1958".


Nesta época, integrou o Coral da Igreja Matriz, juntamente com Ruimar Viestel, Renato Reis, Carlos Heinrique Furtado, Edmundo Goulart, Jarbas Ferreira Dias e Geraldo Cyrillo.


Anízio e o Coral da Igreja Matriz em São Fidélis, em 23/04/1958

                                                  
Em 15 de novembro de 1958, atuou como atleta e, depois, como técnico do time de basquetebol do Colégio Antônio Honório. Nesta condição, disputou uma competição com todos os colégios do Estado do Espírito Santo e acabou sagrando-se campeão. "A final foi emocionante, e impomos derrota ao time do Colégio de Guarapari, pelo placar de 32 a 28. A equipe foi integrada por José Chaves, Surley Poubel, José Coury, Fábio Ronaldo, Sebastião de Almeida, Batista e Ademir Nunes ", esclareceu Anízio.


     Time campeão de basquete, em 1958, utilizando o uniforme do Aero Clube


"Em 1959, voltei para o Colégio Rio Branco para fazer o Curso Técnico em Contabilidade, terminando o mesmo em 8 de dezembro de 1961. No dia 1o. de março de 1960, resolvi também ingressar no Curso de Formação de Professores, sendo o único do sexo masculino a fazer este curso. Tive, contudo, de abandoná-lo por motivo de trabalho, mas o concluí em 1969."






Terço dos homens, na madrugada, organizado por Padre Francisco, em 1962

"Em 1o. de janeiro fui trabalhar no Ministério da Agricultura até o dia 30/06/1960, quando fui trabalhar na Gráfica Gutenberg, de Ésio e Luciano Augusto Bastos, onde permanecei até o dia 31/07/1962. 


No dia 07 de agosto de 1962, fui trabalhar na Distribuidora de Veículos União, que era representante de Willys Overland do Brasil. Depois, fui trabalhar na Ford, onde trabalhei até o dia 13 de agosto de 2003, quando se encerraram as atividades em Bom Jesus. Na época, eu já estava aposentado
.




"
                        Anízio, a esposa Luzmar e o neto Mateus, em foto de 2002


"Fui eleito funcionário padrão na Ford, em 16 de outubro de 1995. No mesmo ano, fui técnico da equipe de futebol de campo da Ford, e sagrei-me campeão em torneio realizado em comemoração ao Dia do Trabalho, que era promovido pelo comércio local.

 
Anízio casou-se com Luzmar Aguiar Pimentel, que era professora, no dia 06 de fevereiro de 1966. Ela aposentou-se no Colégio Anacleto José Borges Neto em 1995. Desse casamento, tiveram 3 filhos: Francisco Alvim, Anízia Maria e Luiz Gonzaga Aguiar Pimentel. Posssuem 6 netos: Tiago Luiz, Douglas, Alvian, Mateus, Maria Clara, Miguel Arcanjo e Maria Micaela.

"Hoje, estamos aposentados e gostamos de tomar conta dos netos e ajudamos nossa filha Anízia Maria Aguiar Pimentel dos Santos, que é diretora da Escola de Música JEMAJ (Jesus, Maria e José) Musical", finaliza Anízio.


JEMAJ E A TRADIÇÃO FAMILIAR 

Fundada em 17 de fevereiro de 1997, e localizada na rua 21 de Abril, no. 115, com telefone 22-38311704, a Escola de Música JEMAJ dá prosseguimento a uma tradição familiar de fé e de amor à música, que teve início com Chico Gomes em 1911.



Anízia Maria, em foto de 2000

Escola de Música JEMAJ: luta pela preservação da tradição








MUSEU DE ROSAL SERÁ REATIVADO


            Luiz Tito e um dos prédios históricos de Rosal: contribuição para a cultura


Luiz Tito Nunes de Almeida é filho de Euzechias Tito de Almeida e Ana Maria Nunes de Almeida. Tem, como avós paternos Durval Tito de Almeida e Ingracia Roseira de Almeida e, como avós maternos, o Capitão Anselmo Nunes e Acylina de Campos Nunes.

É bisneto de Luiz Tito de Almeida, o primeiro maestro da Lira 14 de Julho de Rosal. Seu bisavô é de origem portuguesa que se estabeleceu, inicialmente, em São Fidélis (RJ).

Luiz Tito reside no prédio histórico onde morou seu avô, o Capitão Anselmo Nunes, e ao qual deu o nome de "Xodó do Tuca", como era conhecido seu pai. O imóvel é  guarnecido por vários móveis que constituem preciosidades.

No dia 26 de julho de 2003, Luiz Tito emprestou um de seus prédios históricos para a instalação da Casa da Cultura e Museu Rogério Gonçalves Figueiredo. Ocorre que a entidade teve pouco tempo de duração.


                                             Jabuticabal do Xodó do Tuca

Ano que vem, quando a entidade completaria 10 anos de existência, Luiz Tito pretende reativá-la: "possuo objetos de grande interesse histórico, que comporão o acervo do Museu", assinala.

Luiz Tito possui outros planos e pretende voltar a fabricar vinho de jabuticaba, como fazia seu pai: "há noventa pés de jabuticaba no quintal de minha casa, e até os fabricantes de vinho de Varre-Sai costumam vir comprar a fruta em minha casa".

Um dos empreendimentos de sucesso de Luiz Tito, contudo, é a produção de orquídeas. No amplo quintal de sua casa, estabeleceu um orquidário que necessita de mais espaço: "tenho dois mil vasos de orquídeas, fora as que se desenvolvem nas árvores. Eu não tinha noção do que era ser orquidófilo. Aprendi a polinizar e, hoje, sei como produzir mudas. Ano que vem pretendo montar uma estufa profissional. Eu e outras pessoas criamos, em 27 de novembro de 2010, a Associação Orquidófila do Vale do Itabapoana (AOVI)", comenta.


                                                  O orquidário de Luiz Tito

Outra ideia de Luiz Tito é reunir-se com Carlos Ferreira Vargas e sua esposa Arlete, proprietários da fábrica de queijos e doces "Produtos Rosalense", e realizar um evento fora das outras datas existentes no distrito, de modo a divulgar a Casa da Cultura, o Museu, as orquídeas, o vinho de jabuticaba, os queijos e os doces de Rosal.

Luiz Tito possui inúmeros tesouros, que são para o mundo.



terça-feira, 6 de novembro de 2012

ELES QUEREM A "REEMANCIPAÇÃO" DE SÃO PEDRO DO ITABAPOANA




                                     Maurino, Vilma e o casarão da época imperial

Maurino Gomes de Vasconcelos e sua esposa, Vilma Fraga de Oliveira Nascimento, residem num bem conservado casarão da época imperial, em São Pedro do Itabapoana, distrito de Mimoso do Sul (ES). Tombado como patrimônio histórico e artístico do Estado do Espírito Santo desde 1987, o distrito é famoso nacionalmente pelos Festivais de Inverno de Sanfona e Viola que ocorrem anualmente no mês de julho.

     São Pedro do Itabapoana: patrimônio histórico e artístico

Até 1930, São Pedro era a sede do município, que passou, desde então, a ser João Pessoa, atual Mimoso do Sul. Maurino, contudo, até hoje, não se conforma com o que ocorreu: "Com a Revolução de 30, o interventor Bley enviou 13 caminhões com soldados para levarem documentos de São Pedro para Mimoso do Sul. Ainda me pergunto sobre o real motivo desta violência contra o povo de São Pedro. Ainda pretendo ter acesso ao decreto do interventor. Por que não deixaram que São Pedro continuasse a ser município? Entendo que é possível, hoje, que São Pedro do Itabapoana possa 'reemancipar-se', integrando-se ao mesmo os distritos de Ponte do Itabapoana e dona América", concluiu.

       Portal de entrada de São Pedro e rua construída por escravos


Balbino Miguel Nunes, um dos administradores do Museu São Pedro de Alcântara do Itabapoana, vê com simpatia a ideia do casal. Ele é um apaixonado por antiguidades, possuindo um antiquário bastante requisitado. Possui sonho de restauração de imóveis históricos e de recuperação de objetos históricos que desapareceram de São Pedro.


Museu São Pedro de Alcântara do Itabapoana

          Balbino e o Antiquário São Miguel

Maurino, Vilma e Balbino são sonhadores. Se os sonhos são possíveis ou não, só o futuro dirá.

   Vilma, Maurino e Balbino: construtores de sonhos