FAZENDA DO BÁLSAMO
A sede da Fazenda do Bálsamo, localizada no distrito de Rosal, foi edificada na época imperial.
Foi com o Coronel João Alt que a fazenda tornou-se, em 1939, uma das mais importantes da região, criando gado bovino.O café foi outra atividade econômica relevante. Por ocasião da emancipação de Bom Jesus, em 1939, o jornalista Porphirio Henriques Filho editou uma revista comemorativa, onde procurou "retratar todos os aspectos da vida cultural e econômica deste recanto da tera brasileira".
O NORTE FLUMINENSE reproduz, abaixo, a página dedicada à Fazenda do Bálsamo
Fazenda do Bálsamo: uma das mais importantes de Bom Jesus, em 1939
Acervo: Luiz Tito Nunes de Almeida
Posteriormente, a fazenda passou a ser propriedade de Abílio de Sá Viana.
Um dos administradores da fazenda, nessa época, foi Sebastião Deascanio, conhecido como Sebastião Domingos. Ele morou por cerca de 40 anos na região. Diz ele que "Abílio de Sá Viana possuía cerca de 150 alqueires de terra, sendo 30 alqueires só com café. Na fazenda, plantava-se milho, feijão e arroz, além da criação de 500 cabeças de gado".
Sebastião Deascanio: "Abílio tinha amor pelos pássaros"
"Abílio tinha amor pelos pássaros.Ele mandou construir no terreiro um 'cochinho' para os canários da terra se alimentarem. Abílio não gostava de prender as aves. Gostava de vê-las livres", lembra Sebastião.
Abílio de Sá Viana
Abílio de Sá Viana havia cedido, em época passada, uma área de outra fazenda para a instalação da escola pública Escola Mista Humaitá, que fora dirigida pela professora Altiva Alt dos Santos. Foi, também, vereador nas duas primeiras legislaturas de Bom Jesus do Itabapoana, entre os anos de 1947 e 1951 e entre 1951 e 1955.
Uma escola estadual, hoje desativada, recebeu seu nome. Além disso, foi homenageado com o nome de uma rua no centro da cidade de Bom Jesus do Itabapoana e no distrito de Rosal. Com o falecimento de Abílio, sucedeu-o seu filho Armando de Sá Viana, que prosseguiu o trabalho do pai, mas as circuntâncias levaram a uma crise na região, fazendo com que as atividades econômicas cessassem e a própria sede da fazenda viesse, posteriormente, literalmente ao chão.
Base de pedra é o que restou da sede da Fazenda do Bálsamo
Escola Estadual Abílio de Sá Viana: desativada |
O atual proprietário da Fazenda do Bálsamo, é José Nunes, filho de Carlison Nunes e Áurea Lúcia da Fonseca Nunes.
Ele se recorda da época em que a fazenda pertenceu a Abílio de Sá Viana. Nessa época, a fazenda produzia café: "tudo era terreiro de café. Aqui havia gerador de energia, máquina de pilar café e plantava-se arroz ".
José Nunes: o atual proprietário da Fazenda do Bálsamo |
José Nunes cuida atualmente de gado leiteiro e retira cerca de "mil litros de leite". Na estrada, que margeia a propriedade, há um pequeno gerador de energia e um "tanque de expansão" que permite que o caminhão de uma empresa sedidada em Patrocínio do Muriaé (MG) leve o leite resfriado, a cada dois dias.
Tanque de expansão trouxe benefícios aos produtores de leite
Os únicos sinais visíveis da fazenda, atualmente, são a base de pedra que sustentou a antiga sede, um muro de pedras e uma casa localizada nos fundos, que ainda está em pé: "pretendo preservar este prédio", diz José Nunes.
Casa nos fundos da fazenda: única construção em pé
José Nunes: "pretendo conservá-la"
A base onde foi edificada a antiga sede da Fazenda do Bálsamo ainda se mantém intacta, como a esperar que novos sonhos sejam sobre ela erguidos.