Há poucos anos atrás, o Hospital São Vicente de Paulo era referência em Bom Jesus do Itabapoana e em toda a região pela alta qualificação dos serviços prestados.
Em pouco tempo, contudo, uma série de crimes, de orgia administrativa e de omissão dos dirigentes do Centro Popular Pró-Melhoramentos e do Hospital levaram o nosocômio a uma situação similar a de moribundo.
A empresa Multi-Hospitalar Assessoria, Administração e Consultoria elaborou, no início do ano de 2011, um documento intitulado "Diagnóstico Organizacional" relativo ao Hospital e, pela análise do mesmo, conclui-se que houve a prática sistemática de crimes, além uma orgia administrativa generalizada que pode ser resumida pela expressão "todo mundo faz tudo, mas ninguém faz nada".
"Diagnóstico Organizacional" elaborado pela empresa Multi-Hospitalar Assessoria, Administração e Consultoria: dificuldade para obter dados
O mencionado documento informa ainda a respeito da "dificuldade na obtenção de dados", como se o Hospital possuísse informações assemelhadas às que sustentam o conceito de Segurança Nacional.
OS CRIMES
Entre os crimes que podem ser verificados a partir de tal documento, constam os seguintes:
a) Não são realizadas cotações para a aquisição de bens, o que faz com que empresas possam ser favorecidas com preços superfaturados;
b) Inexistência de controle patrimonial e de estoque, o que pode estimular o furto contínuo de bens do Hospital;
c) Emissão de relatórios desconexos e sem exatidão, caracterizando os crimes de falsidade;
d) Apropriação Indébita, indicando possível subtração de dinheiro dos funcionários.
ORGIA ADMINISTRATIVA
A orgia administrativa está caracterizada pelo que a empresa assinalou como "todo mundo faz tudo, mas ninguém faz nada". Alguns pontos assinalados, entre outros, são:
a) Utilização de medicamentos não indicados para o Posto de Urgência;
b) Impressoras e recargas com custo muito alto;
c) Gasto com manutenção de equipamentos elevado;
d) Contas sem controle;
e) Desvio de funções;
f) Consultas com o valor e forma de recebimento mau definidos;
g) Inexistência de contratos;
h) Inexistência de controle de custos;
i) Valor de compra mensal elevado;
j) Desconhecimento de dados, recursos e contas fora do prazo e falhas nos processos, impossibilitando o recebimento;
k) Contratado favorecido, recebendo salário maior que o dobro do que funcionários que exercem a mesma função;
l) Taxas bancárias elevadas.
O documento "Diagnóstico Organizacional" revelou as irregularidades ocorridas no Hospital
OMISSÃO DOS DIRIGENTES
Não obstante o documento tenha sido elaborado no início do ano de 2011, e mesmo havendo notícias de instauração de vários Inquéritos Policiais para apurarem fatos criminosos, é certo que a Administração do Centro Popular não deveria aguardar o desfecho dos inquéritos e dos processos-crimes - que podem levar anos para findarem - para promover procedimentos administrativos internos com o objetivo de apurar as responsabilidades assim como para aforar ações de reparação do dano contra os infratores. Entretanto, não se tem qualquer notícia de que os dirigentes tenham implementado qualquer procedimento para moralizar as atividades do Hospital.
AÇÃO JUDICIAL IMPEDE VENDA DE IMÓVEIS
Por outro lado, atendendo ação judicial impetrada pelo dr. GINO MARTINS BORGES BASTOS, através dos advogados dr. VÍTOR COSTA FURTADO e DR. JOÃO BATISTA LIMA, a Juíza de Direito Dra. FABÍOLA COSTALONGA, com parecer favorável do MINISTÉRIO PÚBLICO, suspendeu a convocação de assembléia dos associados feita pelo Centro Popular Pró-Melhoramentos de Bom Jesus, para os dias 23 e 29 de dezembro passados, que tinha o fito de vender dois imóveis.
Em sua Decisão, a MMa. Juíza acolheu os fundamentos da ação, entre os quais: a) ausência de fundamentação sobre os motivos e o destino dos dois imóveis a serem vendidos; b) o Conselho Deliberativo já havia rejeitado a deliberação para a alienação dos imóveis; c) ausência de moralidade ao marcarem as antevésperas de Natal e do Ano Novo para realizarem assembléias. Além disso, a Decisão ressaltou a manifestação do Parquet segundo a qual a atitude da direção dos dirigentes do Centro poderia "configurar até fraude à execução".
Dr. Gino Martins Borges Bastos: os administradores são obrigados a prestar contas
NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL
O Dr. GINO MARTINS BORGES BASTOS salientou ao O NORTE FLUMINENSE a importância das informações que recebeu por parte do Conselheiro do Centro Popular Pró-Melhoramentos, JÚLIO CÉSAR AGUIAR, assim como a atuação idealista dos advogados que ajuizaram a ação. Por outro lado, Dr. GINO realizou, no fim de ano passado, NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL ao presidente do Centro Popular Pró-Melhoramentos para que no prazo de 30 dias encaminhe a ele a relação nominal de todos os credores do Hospital, indicando os fatos que geraram os débitos, para se poder comprovar a autenticidade das dívidas. Dr. GINO quer saber ainda o destino dos empréstimos bancários realizados, assim como as taxas pactuadas com os bancos, que segundo o documento "Diagnóstico Organizazional" seriam "elevadas".
Segundo o DR GINO, os dirigentes do Centro Popular e do Hospital não podem permanecer silentes diante dos graves fatos envolvendo o nosocômio, como se sobre eles "incidisse o princípio da irresponsabilidade civil e penal" próprio dos "interditados e dos seres supremos", concluindo: " o que se administra não são bens particulares individuais, mas bens pertencentes ao Hospital, que constitui um patrimônio de toda a coletividade", razão pela qual têm o dever de prestar contas.
Caso as informações não sejam prestadas no tempo assinalado, o DR. GINO consignou que tomará as "medidas cabíveis para fazer o direito do associado subscritor, assim como dos demais associados e, enfim, de toda a sociedade, a ter as informações que até o momento estão sendo subtraídas injustificadamente a toda a coletividade". Ressaltou, contudo, o dr. GINO ao O NORTE FLUMINENSE a convicção de que o Hospital possa ser novamente reerguido, caso os dirigentes sigam as orientações apresentadas pelo documento "Diagnóstico Organizacional".
Jornal fundado por Ésio Martins Bastos em 25 de dezembro de 1946 e dirigido por Luciano Augusto Bastos no período 2003-2011. E-mail: onortefluminense@hotmail.com
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
domingo, 8 de janeiro de 2012
OS CEDROS DO ITABAPOANA
Da Série Entrevistas de O NORTE FLUMINENSE
ABDO EID NASSAR nasceu na cidade libanesa de Ramallah, distrito de Aley, província de Monte Líbano, no dia 23/05/1921.
Seu pai, Eid El Cury Nassar, praticava o comércio de carneiros guiando-os desde o Egito, passando pela Síria, até chegar ao Líbano. Além disso, era proprietário de área de terra onde produzia legumes, frutas, azeitona e azeite, assim como uva e vinho rosé.
Sua mãe, Shamuny Nassara, cuidava com todo o desvelo de Abdo e de seus outros dois irmãos: Eid Nassar Tannus, já falecido, e Michael Eid Nassar, atualmente residindo na França.
Adulto, Abdo estabeleceu uma espécie de lanchonete em Beirute.
Contudo, com a intensificação dos conflitos sociais, que fazia com que o comércio ficasse freqüentemente com portas fechadas, Abdo resolveu, no ano de 1952, tentar melhor sorte no Brasil, seguindo os passos de inúmeros de outros compatriotas.
FÁBRICA DE CHOCOLATE
Articulou, assim, com colegas, a implantação de uma fábrica de chocolate na cidade de São Paulo, a qual receberia o nome de "President". Partiram, assim, no navio "Providence", onde planejavam seguir a rota passando por Dacar, na África, e alcançando Marselha, na França.
Um fato inesperado, contudo, ocorreu quando desembarcaram em Dacar. Como a língua falada por Abdo e seus colegas era o francês, acabaram por confundir a informação verbal de que o navio partiria às dezoito horas, ao invés de oito horas, uma vez que as palavras eram pronunciadas de modo similar. Quando se deram conta do equívoco, o "Providence" já estava em alto-mar, levando todas as suas bagagens. Abdo e seus colegas permaneceram em Dacar apenas com a roupa do corpo e respectivos passaportes.
Graças, contudo, a amigos da cidade africana, foram acolhidos e, após muitas tratativas, conseguiram recursos para realizarem uma viagem de avião para o Rio de Janeiro, chegando na então capital brasileira três dias antes do navio e, assim, puderam dar continuidade a seus planos.
Ocorre que a alteração da situação econômica no Brasil acabou impedindo que a fábrica continuasse a ser construída. O resultado é que seus colegas desistiram da mesma e retornaram ao Líbano. Só Abdo permaneceu no Brasil, atraído pela "tranquilidade social do país", em relação à situação de sua terra de origem.
CHEGADA A BOM JESUS DO ITABAPOANA
Chegando ao Rio de Janeiro, Abdo veio a Bom Jesus do Itabapoana (RJ), onde casou-se em 1953 com Olívia Elias Abib Nassar. Posteriormente, mudou-se para Muriaé (MG), onde estabeleceu comércio de armazém até 1963, mudando-se posteriormente para Miracema (RJ) onde instalou um restaurante e uma lanchonete. Após sua aposentadoria, que ocorreu em 1983, retornou a Bom Jesus do Itabapoana onde vive até hoje, próximo dos seus três filhos: Abdo Eid Nassar, cirurgião dentista, Gisela Abdo Nassar Mattos, professora, e Antonio José Abdo Nassar, bancário, e dos netos.
Seu pai, Eid, chegou a conhecer, posteriormente, o Brasil, fixando residência na cidade mineira de Visconde do Rio Branco por cerca de 5 anos, onde procurou desenvolver a atividade de compra e venda de gado. Depois, preferiu retornar ao Líbano.
MENSAGEM
Como mensagem para as próximas gerações, Abdo exclama apenas três palavras: "educação, método e ética". Seu modo de ser e de viver encontra indiscutível paralelo com o Cedro, a majestosa árvore símbolo do Líbano. Como tantos libanesese que vieram para o Brasil, Abdo Abib Nassar trouxe consigo a dignidade e a grandiosidade típicas dos que souberam lutar e construir um mundo melhor.
JORGE ELIAS HABIB é descendente de libaneses, da região de Ramhalla, mesma de onde nasceu Abdo Eid Nassar, e reside com este e familiares, na rua Tenente José Teixeira, próximo à ponte da divisa com o Espírito Santo.
Jorge é filho de Elias Jorge Abib e Septe Sar Cury, que vieram do Líbano em 1910, estabelecendo residência inicialmente em Varre-Sai (RJ) e, em seguida, em Bom Jesus do Itabapoana.
LEMBRANÇAS
Seu pai sempre exerceu o ofício de comerciante. Fixou moradia inicialmente em Bom Jesus do Norte, na antiga Rua da Estação, para depois estabelecer-se na rua Tenente José Teixeira. O comércio era sempre exercido no mesmo prédio de sua residência. Seu pai faleceu em 31/05/1959, enquanto sua mãe faleceu no dia 06/02/1986.
Jorge se recorda de muitos fatos de Bom Jesus do Itabapoana. Lembra, por exemplo, que "na região, nos idos de 1958, havia quatro cinemas e dois clubes: a) AERO CLUB e b) PALACE CLUB, que constava com um bar na parte inferior e um salão na parte superior".
Lembra, ainda, com saudades, do dia 13 de agosto, quando, durante a Festa da cidade, ocorria o jogo Progresso x Olimpico, no Estádio Carlos Firmo, em Bom Jesus do Norte (ES) e no dia 15 de agosto ocorria a partida Olimpico x Progresso, no Estádio Coronel Fernando Lopes da Costa, em Bom Jesus do Itabapoana.
Rememorou ainda que eram quatro os times de futebol que possuíam vida ativa: Olimpico,Progresso,Fluminense e Atlético.
Jorge listou relação de libaneses e descendentes que contribuiram decisivamente para o progresso da região: "José Mansur, o líder da comunidade, Dahud, Jorge Abib, Merhige Hanna Assad, Elias Jorge Habib, Elias Chalhoub, Tebet Coury, Miguel Fed, Rachid, Salim Antonio, Miguel Antonio Fadel, Mingeul Antonio, Alexandre José Assad, José Nagib, irmão da esposa de José Mansur, Estefano Cury, Mansur Tabour, Padre Namtal Cury, Felilpe Luís e Abdo Assad, de Bom Jesus do Norte (ES)".
MENSAGEM
Deixou uma mensagem para as novas gerações: "Que os jovens de hoje cresçam em união, amor e fraternidade com os seus, para que sejam fortes e perseverantes em seus objetivos e tenham sucesso em suas vidas".
A figura meiga, bondosa e alegre de Jorge sobressai a cada gesto. Quando a reportagem de O NORTE FLUMINENSE o encontrou caminhando na calçada, próximo ao sinal da ponte, e sugeriu a realização da entrevista, ele estampou um sorriso e um imediato consentimento, levando-nos até à sua residência. No caminho, gracejou: "moro bem longe, do outro lado da ponte". Uma brincadeira que certamente se baseou no fato de ter residido em Bom Jesus do Norte. Com efeito, poucos passos adiante já estávamos em sua residência.
Pode-se dizer que a mescla da cultura libanesa com a brasileira foi capaz de gerar em Jorge Elias Abib um dos mais formosos Cedros legados pela colonização libanesa, que fincou raizes sólidas em nossa terra regadas pelas águas do rio Itabapoana.
A preocupação com a família sempre foi um ponto alto da cultura libanesa. Na foto, em pé: Antônio José Abdo Nassar, Gisela Abdo Nassar Motta, Abdo Eid Nassar Filho e o representante da 4a. geração, Vitor Nassar Motta. Sentados: Jorge Elias Habib, Olívia Elias Abib Nassar e Abdo Eid Nassar.
JOÃO SALIM MELHIM nasceu no Brasil no dia 18 de julho de 1930. Seus pais, Salim Hanna Saad e Tepet Chalhoub Saad, católicos ortodoxos, nasceram "na vila de Silvéia", na República do Líbano. Quando cresceram, foram viver na região de Ramallah, na província de Monte Líbano. Trabalharam na lavoura e possuíam criação de ovelhas, além de cultivarem trigo, oliveira, uva, pera, maçã, entre outros.
Salim Hanna Saad veio para o Brasil, fixando-se inicialmente em Varre-Sai, mas ficou pouco tempo com os irmãos Merihge Hanna Saad e Karin João. Por volta de 1920, vieram para Bom Jesus do Itabapoana e abriram uma loja de variedades, consistindo em armarinho, tecidos, calçados e mantimentos. Tal sociedade foi estabelecida onde hoje está localizada a residência de Joaquim Cezário, mais conhecido como Joaquim Relojoeiro.
Segundo João Salim, "os libaneses mascateavam, isto é, realizavam comércio ambulante, até se estabelecerem em prédio fixo". Posteriormente, os irmãos Karin João e Merhige Hanna Saad retiraram-se da sociedade e estabeleceram uma firma de compra e venda de café. Já Salim Hanna Saad abriu uma loja onde atualmente funciona a Foto Real. Em 1921, seu pai adquiriu uma casa na Rua Buarque de Nazareth, onde hoje está estabelecido o Magazine Salim Antonio.
Seu pai faleceu subitamente, por causa de um enfarte no dia 27 de setembro de 1953, enquanto sua mãe faleceu no dia 25 de março de 1996. Com a morte de seu pai, restou organizada uma sociedade entre os filhos José, Michel e João. Na época, Michel Saad fazia o curso de Direito em Niterói.
MICHEL SAAD
Uma das maiores alegrias de João Salim ocorreu quando Michel Saad foi eleito deputado estadual, com a maior votação dada a um político, ao mesmo tempo que Badger Silveira fora eleito governador. Recorda-se, com indignação, que Michel Saad fora, posteriormente cassado pelo SNI que o chamava de "Miguel", o que demonstraria que os militares nem conheciam o seu verdadeiro nome. É com orgulho ainda que se recorda de que foi Michel Saad o responsável pela vinda do Colégio Estadual Padre Mello para Bom Jesus, não obstante futuramente, o prédio atual do educandário tenha sido obra de Delton de Mattos. Em 1985, Michel e José sairam da sociedade, que continua até hoje nas pessoas do próprio João, sua esposa Edir e seu filho Roberto.
A REGIÃO CENTRAL E OUTRAS RECORDAÇÕES
João Salim se recorda de que a região onde está estabelecido seu comércio era antigamente o centro comercial do município com quatro bancos: "Banco do Brasil,Caixa Econômica Federal, União de Bancos e Banco Predial, sem falar no BANERJ,que ficava em região mais distante".
Com a construção da nova ponte, distante de onde ficava a ponte velha, e com o início das enchentes, os bancos passaram a mudar de endereço, trazendo uma diminuição na vida econômica da região outrora próspera.
Recorda-se, ainda, da epoca em que o Colégio Rio Branco passou por sérios problemas financeiros. Na ocasião, foi instalada uma junta governativa integrada por Olívio Bastos, José Mansur e José de Oliveira Borges. Segundo João Salim, "José Mansur apoiou com recursos financeiros e, depois,retirou-se juntamente com José de Oliveira Borges, permanecendo Olívio Bastos na administração e propriedade do educandário".
A lembrança de um fato pitoresco faz com que com um sorriso surja nos lábios. Era o tempo em que era estudante "meio rebelde". Dona Carmita, professora e diretora do Colégio Rio Branco obrigou-o, certa vez, a "copiar seis mil vezes a frase 'não devo ser indisciplinado ' ".
Outro fato está em sua memória. Por ocasião da Segunda Guerra Mundial, o então aluno Delton de Mattos resolveu comandar uma manifestação contra os alemães, apoiando uma passeata que chegou a passar em frente à residência de um alemão que residia em Bom Jesus.
Nossa reportagem solicitou que João Salim comentasse a respeito de alguns libaneses que se estabeleceram em Bom Jesus, e ele prontamente atendeu à solicitação.
MERHIGE HANNA SAAD
"Merhige ganhou muito dinheiro na função de comprador/vendedor de café", disse ele. Quanto a isso, João Salim acrescentou: "Eu me lembro de uma conversa entre tio Merihge e o sr. Osório Carneiro, dono do jornal A Voz do Povo, em 1947, na Praça Governador Portela. Estava sendo demolido um velho casarão onde funcionava um hotel, e tio Merhige disse a Osório que iria construir um cinema e seriam gastos três milhões de cruzeiros. Osório ponderou se não seria melhor que ele aplicasse este dinheiro na cidade do Rio de Janeiro. Ao que tio Merhige replicou: 'eu ganhei este dinheiro aqui em Bom Jesus e investirei este dinheiro aqui em Bom Jesus' "
Segundo ainda João Salim, "o prédio que fica próximo ao Cine Monte Líbano é histórico para Bom Jesus, porque foi, durante 8 (oito) dias, durante o ano de 1959, e outros 8 (oito) dias durante o ano de 1960, sede do Palácio do Governo do Estado do Rio de Janeiro. O Governador Roberto Silveira nestes dois anos transferiu a capital do Estado do Rio de Janeiro para Bom Jesus, com todo o secretariado e deputados, durante a Festa de Agosto".
JOSÉ MANSUR
José Mansur "foi o líder da colônia libanesa em Bom Jesus. Ajudou muito a desenvolver o município. Foi grande comerciante, comprador/vendedor de café e homem de grande visão. Como comerciante, foi correspondente do Banco do Brasil e ajudava muito os mais necessitados. Ajudou bastante o Hospital São Vicente de Paulo".
Segundo Joao Salim, "José Mansur trouxe diversas agências bancárias para Bom Jesus. A velha ponte de madeira era sempre por ele reparada, quando havia necessidade".
JOSÉ EID, ABDO NASSAR E OUTROS ILUSTRES LIBANESES
José Eid "foi um grande homem. Caridoso, tinha muita visão. Fazia parte de todo o movimento que procurava colocar Bom Jesus em direção ao progresso. Há uma rua, no Bairro Pimentel Marques, que leva seu nome". Ja Abdo Nassar é "o único libanês vivo em Bom Jesus".
João Salim se recorda ainda de outros insignes libaneses que vieram para Bom Jesus: "1) José Mansur e Bahia Mansur; 2. Nagib José e Helena; 3. Salim Hanna Saad e Tepet Chalhoub Saad; 4. Merhige Hanna Saad e Alzira Sauma Saad; 5. Karin João e Julia Habib; 6. Tannus Mansur Saad; 7. Elias Melhim Chalhoub; 8. Elias Nascif e Nabia Nascif; 9. Namem Melhim Chalhoub e Gandura Chalhoub; 10. Daud Jorge Habib e Réze Habib; 11. Salomão Paulo e Michel Paulo; 12. Tebete Cury; 13. Elias Jorge Abib e Tepet Habib; 14. Rachid Luiz (Felipe Luiz); 15. Miguel Féres; 16. Rachid Féres; 17. Cesar Felício; 18. Nametala Abib; 19. José Abib; 20. Miguel Antonio; 21. Miguel Fadel; 22. Mansur Jabor; 23. Naime José; 24. Naime Jabor; 25. Naime José; 26. Alexandre José Assad; 27. Liesse José Assad; 28. Salim Elias; 29. Adib Salim; 30. Pedro Waquim, Chicre Mansur, Mansur Chicre Mansur, José Said (Lé)".
MENSAGEM
João Salim possui 3 filhos: Rosângela Cavichini Salim Hertal,Carla Maria Cavichini Salim Silva e Roberto Cavichini Salim. Ao final da reportagem, deixou uma mensagem: " Peço a Deus que ilumine a todos nós, descendentes de libaneses, para continuarmos a seguir os exemplos dos mesmos, trabalhando para o bem juntamente com nossas famílias e a comunidade. Agradecemos também tudo a Deus, por estarmos vivendo neste país maravilhoso Brasil, e nesta cidade maravilhosa que é Bom Jesus".
Segundo o texto da proclamação da independência do Líbano em 1920, “um cedro sempre verde é um povo sempre jovem, apesar de um passado cruel. Embora tenha sido oprimido, jamais conquistado. O cedro é sinal de união. E pela união, pode enfrentar a todos os ataques”. O prédio onde está assentado atualmente o comércio Magazine Salim Antônio é um dos mais antigos de Bom Jesus. Inaugurado com o nome de Casa Syria, em 1923, passou depois a se chamar Casa Salim Antônio, antes de ser nominado de Magazine. Adentrar no comércio de João Salim é como fazer uma emocionante viagem a um passado que continua presente e aponta para o futuro. João Salim é o idealista e vencedor que faz questão de continuar sonhando, tal qual seus antepassados.
Você sabia?
1. O Estado (muhafazah, em árabe) de Monte Líbano é uma das seis províncias do Líbano.
As seis províncias são:
1. Beirute
2. Monte Líbano (capital: Baabda)
3. Líbano Setentrional (capital: Trípoli)
4. Beqaa (capital: Zahleé)
5. Nabatyeh
6. Líbano Meridional (capital: Sidon)
2. O cedro foi escolhido como emblema da bandeira libanesa por simbolizar força e imortalidade. Há árvores com 3 mil anos de idade e chegam a atingir até 40 metros de altura e 14 metros de diâmetro no tronco. A Associação dos Amigos da Floresta dos Cedros mantém o site http://www.cedarfriends.org/en/ e um dos jornais eletrônicos libaneses pode ser conferido no site http://www.alhayat-j.com.
ABDO EID NASSAR nasceu na cidade libanesa de Ramallah, distrito de Aley, província de Monte Líbano, no dia 23/05/1921.
Seu pai, Eid El Cury Nassar, praticava o comércio de carneiros guiando-os desde o Egito, passando pela Síria, até chegar ao Líbano. Além disso, era proprietário de área de terra onde produzia legumes, frutas, azeitona e azeite, assim como uva e vinho rosé.
Sua mãe, Shamuny Nassara, cuidava com todo o desvelo de Abdo e de seus outros dois irmãos: Eid Nassar Tannus, já falecido, e Michael Eid Nassar, atualmente residindo na França.
Adulto, Abdo estabeleceu uma espécie de lanchonete em Beirute.
Contudo, com a intensificação dos conflitos sociais, que fazia com que o comércio ficasse freqüentemente com portas fechadas, Abdo resolveu, no ano de 1952, tentar melhor sorte no Brasil, seguindo os passos de inúmeros de outros compatriotas.
FÁBRICA DE CHOCOLATE
Articulou, assim, com colegas, a implantação de uma fábrica de chocolate na cidade de São Paulo, a qual receberia o nome de "President". Partiram, assim, no navio "Providence", onde planejavam seguir a rota passando por Dacar, na África, e alcançando Marselha, na França.
Um fato inesperado, contudo, ocorreu quando desembarcaram em Dacar. Como a língua falada por Abdo e seus colegas era o francês, acabaram por confundir a informação verbal de que o navio partiria às dezoito horas, ao invés de oito horas, uma vez que as palavras eram pronunciadas de modo similar. Quando se deram conta do equívoco, o "Providence" já estava em alto-mar, levando todas as suas bagagens. Abdo e seus colegas permaneceram em Dacar apenas com a roupa do corpo e respectivos passaportes.
Graças, contudo, a amigos da cidade africana, foram acolhidos e, após muitas tratativas, conseguiram recursos para realizarem uma viagem de avião para o Rio de Janeiro, chegando na então capital brasileira três dias antes do navio e, assim, puderam dar continuidade a seus planos.
Ocorre que a alteração da situação econômica no Brasil acabou impedindo que a fábrica continuasse a ser construída. O resultado é que seus colegas desistiram da mesma e retornaram ao Líbano. Só Abdo permaneceu no Brasil, atraído pela "tranquilidade social do país", em relação à situação de sua terra de origem.
CHEGADA A BOM JESUS DO ITABAPOANA
Chegando ao Rio de Janeiro, Abdo veio a Bom Jesus do Itabapoana (RJ), onde casou-se em 1953 com Olívia Elias Abib Nassar. Posteriormente, mudou-se para Muriaé (MG), onde estabeleceu comércio de armazém até 1963, mudando-se posteriormente para Miracema (RJ) onde instalou um restaurante e uma lanchonete. Após sua aposentadoria, que ocorreu em 1983, retornou a Bom Jesus do Itabapoana onde vive até hoje, próximo dos seus três filhos: Abdo Eid Nassar, cirurgião dentista, Gisela Abdo Nassar Mattos, professora, e Antonio José Abdo Nassar, bancário, e dos netos.
Seu pai, Eid, chegou a conhecer, posteriormente, o Brasil, fixando residência na cidade mineira de Visconde do Rio Branco por cerca de 5 anos, onde procurou desenvolver a atividade de compra e venda de gado. Depois, preferiu retornar ao Líbano.
MENSAGEM
Como mensagem para as próximas gerações, Abdo exclama apenas três palavras: "educação, método e ética". Seu modo de ser e de viver encontra indiscutível paralelo com o Cedro, a majestosa árvore símbolo do Líbano. Como tantos libanesese que vieram para o Brasil, Abdo Abib Nassar trouxe consigo a dignidade e a grandiosidade típicas dos que souberam lutar e construir um mundo melhor.
JORGE ELIAS HABIB é descendente de libaneses, da região de Ramhalla, mesma de onde nasceu Abdo Eid Nassar, e reside com este e familiares, na rua Tenente José Teixeira, próximo à ponte da divisa com o Espírito Santo.
Jorge é filho de Elias Jorge Abib e Septe Sar Cury, que vieram do Líbano em 1910, estabelecendo residência inicialmente em Varre-Sai (RJ) e, em seguida, em Bom Jesus do Itabapoana.
LEMBRANÇAS
Seu pai sempre exerceu o ofício de comerciante. Fixou moradia inicialmente em Bom Jesus do Norte, na antiga Rua da Estação, para depois estabelecer-se na rua Tenente José Teixeira. O comércio era sempre exercido no mesmo prédio de sua residência. Seu pai faleceu em 31/05/1959, enquanto sua mãe faleceu no dia 06/02/1986.
Jorge se recorda de muitos fatos de Bom Jesus do Itabapoana. Lembra, por exemplo, que "na região, nos idos de 1958, havia quatro cinemas e dois clubes: a) AERO CLUB e b) PALACE CLUB, que constava com um bar na parte inferior e um salão na parte superior".
Lembra, ainda, com saudades, do dia 13 de agosto, quando, durante a Festa da cidade, ocorria o jogo Progresso x Olimpico, no Estádio Carlos Firmo, em Bom Jesus do Norte (ES) e no dia 15 de agosto ocorria a partida Olimpico x Progresso, no Estádio Coronel Fernando Lopes da Costa, em Bom Jesus do Itabapoana.
Rememorou ainda que eram quatro os times de futebol que possuíam vida ativa: Olimpico,Progresso,Fluminense e Atlético.
Jorge listou relação de libaneses e descendentes que contribuiram decisivamente para o progresso da região: "José Mansur, o líder da comunidade, Dahud, Jorge Abib, Merhige Hanna Assad, Elias Jorge Habib, Elias Chalhoub, Tebet Coury, Miguel Fed, Rachid, Salim Antonio, Miguel Antonio Fadel, Mingeul Antonio, Alexandre José Assad, José Nagib, irmão da esposa de José Mansur, Estefano Cury, Mansur Tabour, Padre Namtal Cury, Felilpe Luís e Abdo Assad, de Bom Jesus do Norte (ES)".
MENSAGEM
Deixou uma mensagem para as novas gerações: "Que os jovens de hoje cresçam em união, amor e fraternidade com os seus, para que sejam fortes e perseverantes em seus objetivos e tenham sucesso em suas vidas".
A figura meiga, bondosa e alegre de Jorge sobressai a cada gesto. Quando a reportagem de O NORTE FLUMINENSE o encontrou caminhando na calçada, próximo ao sinal da ponte, e sugeriu a realização da entrevista, ele estampou um sorriso e um imediato consentimento, levando-nos até à sua residência. No caminho, gracejou: "moro bem longe, do outro lado da ponte". Uma brincadeira que certamente se baseou no fato de ter residido em Bom Jesus do Norte. Com efeito, poucos passos adiante já estávamos em sua residência.
Pode-se dizer que a mescla da cultura libanesa com a brasileira foi capaz de gerar em Jorge Elias Abib um dos mais formosos Cedros legados pela colonização libanesa, que fincou raizes sólidas em nossa terra regadas pelas águas do rio Itabapoana.
A preocupação com a família sempre foi um ponto alto da cultura libanesa. Na foto, em pé: Antônio José Abdo Nassar, Gisela Abdo Nassar Motta, Abdo Eid Nassar Filho e o representante da 4a. geração, Vitor Nassar Motta. Sentados: Jorge Elias Habib, Olívia Elias Abib Nassar e Abdo Eid Nassar.
JOÃO SALIM MELHIM nasceu no Brasil no dia 18 de julho de 1930. Seus pais, Salim Hanna Saad e Tepet Chalhoub Saad, católicos ortodoxos, nasceram "na vila de Silvéia", na República do Líbano. Quando cresceram, foram viver na região de Ramallah, na província de Monte Líbano. Trabalharam na lavoura e possuíam criação de ovelhas, além de cultivarem trigo, oliveira, uva, pera, maçã, entre outros.
Salim Hanna Saad veio para o Brasil, fixando-se inicialmente em Varre-Sai, mas ficou pouco tempo com os irmãos Merihge Hanna Saad e Karin João. Por volta de 1920, vieram para Bom Jesus do Itabapoana e abriram uma loja de variedades, consistindo em armarinho, tecidos, calçados e mantimentos. Tal sociedade foi estabelecida onde hoje está localizada a residência de Joaquim Cezário, mais conhecido como Joaquim Relojoeiro.
Segundo João Salim, "os libaneses mascateavam, isto é, realizavam comércio ambulante, até se estabelecerem em prédio fixo". Posteriormente, os irmãos Karin João e Merhige Hanna Saad retiraram-se da sociedade e estabeleceram uma firma de compra e venda de café. Já Salim Hanna Saad abriu uma loja onde atualmente funciona a Foto Real. Em 1921, seu pai adquiriu uma casa na Rua Buarque de Nazareth, onde hoje está estabelecido o Magazine Salim Antonio.
Seu pai faleceu subitamente, por causa de um enfarte no dia 27 de setembro de 1953, enquanto sua mãe faleceu no dia 25 de março de 1996. Com a morte de seu pai, restou organizada uma sociedade entre os filhos José, Michel e João. Na época, Michel Saad fazia o curso de Direito em Niterói.
MICHEL SAAD
Uma das maiores alegrias de João Salim ocorreu quando Michel Saad foi eleito deputado estadual, com a maior votação dada a um político, ao mesmo tempo que Badger Silveira fora eleito governador. Recorda-se, com indignação, que Michel Saad fora, posteriormente cassado pelo SNI que o chamava de "Miguel", o que demonstraria que os militares nem conheciam o seu verdadeiro nome. É com orgulho ainda que se recorda de que foi Michel Saad o responsável pela vinda do Colégio Estadual Padre Mello para Bom Jesus, não obstante futuramente, o prédio atual do educandário tenha sido obra de Delton de Mattos. Em 1985, Michel e José sairam da sociedade, que continua até hoje nas pessoas do próprio João, sua esposa Edir e seu filho Roberto.
A REGIÃO CENTRAL E OUTRAS RECORDAÇÕES
João Salim se recorda de que a região onde está estabelecido seu comércio era antigamente o centro comercial do município com quatro bancos: "Banco do Brasil,Caixa Econômica Federal, União de Bancos e Banco Predial, sem falar no BANERJ,que ficava em região mais distante".
Com a construção da nova ponte, distante de onde ficava a ponte velha, e com o início das enchentes, os bancos passaram a mudar de endereço, trazendo uma diminuição na vida econômica da região outrora próspera.
Recorda-se, ainda, da epoca em que o Colégio Rio Branco passou por sérios problemas financeiros. Na ocasião, foi instalada uma junta governativa integrada por Olívio Bastos, José Mansur e José de Oliveira Borges. Segundo João Salim, "José Mansur apoiou com recursos financeiros e, depois,retirou-se juntamente com José de Oliveira Borges, permanecendo Olívio Bastos na administração e propriedade do educandário".
A lembrança de um fato pitoresco faz com que com um sorriso surja nos lábios. Era o tempo em que era estudante "meio rebelde". Dona Carmita, professora e diretora do Colégio Rio Branco obrigou-o, certa vez, a "copiar seis mil vezes a frase 'não devo ser indisciplinado ' ".
Outro fato está em sua memória. Por ocasião da Segunda Guerra Mundial, o então aluno Delton de Mattos resolveu comandar uma manifestação contra os alemães, apoiando uma passeata que chegou a passar em frente à residência de um alemão que residia em Bom Jesus.
Nossa reportagem solicitou que João Salim comentasse a respeito de alguns libaneses que se estabeleceram em Bom Jesus, e ele prontamente atendeu à solicitação.
MERHIGE HANNA SAAD
Preciosidade arquitetônica da Praça Governador Portela, em Bom Jesus do Itabapoana é legado libanês, por obra de Merhige Hanna Saad, na década d 1950 |
"Merhige ganhou muito dinheiro na função de comprador/vendedor de café", disse ele. Quanto a isso, João Salim acrescentou: "Eu me lembro de uma conversa entre tio Merihge e o sr. Osório Carneiro, dono do jornal A Voz do Povo, em 1947, na Praça Governador Portela. Estava sendo demolido um velho casarão onde funcionava um hotel, e tio Merhige disse a Osório que iria construir um cinema e seriam gastos três milhões de cruzeiros. Osório ponderou se não seria melhor que ele aplicasse este dinheiro na cidade do Rio de Janeiro. Ao que tio Merhige replicou: 'eu ganhei este dinheiro aqui em Bom Jesus e investirei este dinheiro aqui em Bom Jesus' "
Segundo ainda João Salim, "o prédio que fica próximo ao Cine Monte Líbano é histórico para Bom Jesus, porque foi, durante 8 (oito) dias, durante o ano de 1959, e outros 8 (oito) dias durante o ano de 1960, sede do Palácio do Governo do Estado do Rio de Janeiro. O Governador Roberto Silveira nestes dois anos transferiu a capital do Estado do Rio de Janeiro para Bom Jesus, com todo o secretariado e deputados, durante a Festa de Agosto".
JOSÉ MANSUR
José Mansur "foi o líder da colônia libanesa em Bom Jesus. Ajudou muito a desenvolver o município. Foi grande comerciante, comprador/vendedor de café e homem de grande visão. Como comerciante, foi correspondente do Banco do Brasil e ajudava muito os mais necessitados. Ajudou bastante o Hospital São Vicente de Paulo".
Segundo Joao Salim, "José Mansur trouxe diversas agências bancárias para Bom Jesus. A velha ponte de madeira era sempre por ele reparada, quando havia necessidade".
JOSÉ EID, ABDO NASSAR E OUTROS ILUSTRES LIBANESES
José Eid "foi um grande homem. Caridoso, tinha muita visão. Fazia parte de todo o movimento que procurava colocar Bom Jesus em direção ao progresso. Há uma rua, no Bairro Pimentel Marques, que leva seu nome". Ja Abdo Nassar é "o único libanês vivo em Bom Jesus".
João Salim se recorda ainda de outros insignes libaneses que vieram para Bom Jesus: "1) José Mansur e Bahia Mansur; 2. Nagib José e Helena; 3. Salim Hanna Saad e Tepet Chalhoub Saad; 4. Merhige Hanna Saad e Alzira Sauma Saad; 5. Karin João e Julia Habib; 6. Tannus Mansur Saad; 7. Elias Melhim Chalhoub; 8. Elias Nascif e Nabia Nascif; 9. Namem Melhim Chalhoub e Gandura Chalhoub; 10. Daud Jorge Habib e Réze Habib; 11. Salomão Paulo e Michel Paulo; 12. Tebete Cury; 13. Elias Jorge Abib e Tepet Habib; 14. Rachid Luiz (Felipe Luiz); 15. Miguel Féres; 16. Rachid Féres; 17. Cesar Felício; 18. Nametala Abib; 19. José Abib; 20. Miguel Antonio; 21. Miguel Fadel; 22. Mansur Jabor; 23. Naime José; 24. Naime Jabor; 25. Naime José; 26. Alexandre José Assad; 27. Liesse José Assad; 28. Salim Elias; 29. Adib Salim; 30. Pedro Waquim, Chicre Mansur, Mansur Chicre Mansur, José Said (Lé)".
MENSAGEM
João Salim possui 3 filhos: Rosângela Cavichini Salim Hertal,Carla Maria Cavichini Salim Silva e Roberto Cavichini Salim. Ao final da reportagem, deixou uma mensagem: " Peço a Deus que ilumine a todos nós, descendentes de libaneses, para continuarmos a seguir os exemplos dos mesmos, trabalhando para o bem juntamente com nossas famílias e a comunidade. Agradecemos também tudo a Deus, por estarmos vivendo neste país maravilhoso Brasil, e nesta cidade maravilhosa que é Bom Jesus".
Segundo o texto da proclamação da independência do Líbano em 1920, “um cedro sempre verde é um povo sempre jovem, apesar de um passado cruel. Embora tenha sido oprimido, jamais conquistado. O cedro é sinal de união. E pela união, pode enfrentar a todos os ataques”. O prédio onde está assentado atualmente o comércio Magazine Salim Antônio é um dos mais antigos de Bom Jesus. Inaugurado com o nome de Casa Syria, em 1923, passou depois a se chamar Casa Salim Antônio, antes de ser nominado de Magazine. Adentrar no comércio de João Salim é como fazer uma emocionante viagem a um passado que continua presente e aponta para o futuro. João Salim é o idealista e vencedor que faz questão de continuar sonhando, tal qual seus antepassados.
Você sabia?
1. O Estado (muhafazah, em árabe) de Monte Líbano é uma das seis províncias do Líbano.
As seis províncias são:
1. Beirute
2. Monte Líbano (capital: Baabda)
3. Líbano Setentrional (capital: Trípoli)
4. Beqaa (capital: Zahleé)
5. Nabatyeh
6. Líbano Meridional (capital: Sidon)
2. O cedro foi escolhido como emblema da bandeira libanesa por simbolizar força e imortalidade. Há árvores com 3 mil anos de idade e chegam a atingir até 40 metros de altura e 14 metros de diâmetro no tronco. A Associação dos Amigos da Floresta dos Cedros mantém o site http://www.cedarfriends.org/en/ e um dos jornais eletrônicos libaneses pode ser conferido no site http://www.alhayat-j.com.
Artista Peruano expõe obras na Tenda Cultural
Richard José Bolivar nasceu em Arequipa, ao sul do Peru. Recebeu a influência artística da Escola Arequipenha Aquarela e da Escola Cuzquenha, de forte influência no país. É casado com a artista plástica, também peruana, Diony Gallegos, e possui uma filha: Paula Libertad, de 17 anos de idade.
Richard Bolívar especializou-se em "muralismo", que consiste em criação de obras com formatos maiores para serem expostas, por exemplo, em paredes. Trata-se, segundo ele, de uma tradição na América Latina, especialmente no Méxio, no Chile e na Bolívia.
Ensina o artista, que há duas vertentes de muralismo: a) antiga, com abrangência nos mexicanos e chilenos, e b) contemporânea, enfatizada por bolivianos, que procuram retratar temas atuais, partindo da realidade.
Bolívar mudou-se para o Brasil no ano de 1993, fixando-se inicialmente em São Paulo, onde teve contato com grafiteiros. Posteriormente, mudou-se para Belo Horizonte, onde reside até hoje, onde procurou especializar-se em trabalho de restauração de obras de arte na UFMG ( Universidade Federal de Minas Gerais), "insituição com os melhores restauradores da América Latina".
Segundo o artista, o Grafite constitui uma outra vertente do Muralismo. Os painéis receberam influência do grafite, sendo utilizados, outrossim, spray e pincel. Esclarece o peruano que o Cartacismo surgiu recentemente como outra corrente, englobando temas políticos, cinematográficos, com inserção de letras e palavras nos cartazes. Uma novidade, já que no muralismo não há palavras.
Segundo Bolivar, o muralismo atual utiliza em sua confecção materiais leves e baratos, que sejam de fácil transporte, objetivando ocupar espaços públicos e modificar a paisagem urbana, mesmo que provisoriamente.
Ao se colocar um painel em uma parede, por exemplo, as pessoas passam a ter curiosidade, passando a indagar sobre as mensagens artísticas.
Richard Bolívar integra o movimento Brigadas Populares, criado por ele, Pedro Otoni, Sarah Otoni, Flavio Badarot, Silvania Rosa, Flavia Nolasco e Eunice, buscando fazer da arte um instrumento de conscientização das pessoas.
Esteve em Bom Jesus do Itabapoana pela primeira vez, trazendo três obras inéditas que encantaram o público. Suas obras percorreram outros 12 municípios que integraram o Circuito Cultural Arte Entre Povos.
(PUBLICADA NA EDIÇÃO DE 17 DE SETEMBRO DE 2011)
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
CIA DE TEATRO AMÉRICA LATINA
Jovens gravam Curta-Metragem e produzem Peças de Teatro
Os jovens da CIA. DE TEATRO AMÉRICA LATINA estão mostrando que o Grupo Teatral veio para ficar em Bom Jesus do Itabapoana e na região. Após o grande sucesso de estréia, por ocasião da inauguração do ESPAÇO CULTURAL LUCIANO BASTOS, com a peça teatral "AMOR OU TRADIÇÃO", escrita por uma das atrizes, Bianca Gonçalves, com apoio do ator Moacir Neto e da professora Adriana Peixoto, os artistas repetiram o êxito no CIRCUITO CULTURAL ARTE ENTRE POVOS.
Em Maricá(RJ) deram início ao Curta-Metragem "CÓLERA", que teve filmagens em Bom Jesus do Itabapoana(RJ), em Cachoeiro de Itapemirim (ES) e em Guaçuí (ES). Por outro lado, as artistas bonjesuenses Tainara Cezario Nunes e Luana Silva de Araújo redigiram a comédia "FUGIDINHAS DE ADOLESCENTE". Além de excelentes artistas, revelam ser autores de talento, fortalecendo o despertar cultural em nossa região.
Moacir Neto, de 17 anos de idade, que está dirigindo o Grupo, diz que realizou anteriormente um curso de filmagem durante o projeto Mostra de Vídeo Ambiental (MOVA), realizado anualmente na região do Caparaó. Com o Curta-Metragem, diz que pretende "levar o teatro com uma linguagem mais acessível ao público". Moacir teve a ideia de convidar os artistas cubanos Reinier Valdés e Adela Figueroa para participarem do Curta-Metragem "CÓLERA". O enredo teve também o apoio de Reinier, que atuou anteriormente como ator em uma película em Cuba.
Moacir considera que "CÓLERA" deva ser lançado para o público no início de dezembro próximo.
Heliara Borges, de 17 anos, outra atriz do Curta-Metragem, diz que considera "muito legal" esta experiência de realizar seu primeiro Curta-Metragem. Ela representa a personagem "Melissa, que cuida dos pais. Ela imagina que Pietro (Moacir) está feliz, porque ele reside em outra cidade, mas depois descobre que não é nada disso".
Letícia Boechat, de 18 anos, representa a personagem "Isis, garota apaixonada e que se suicida por causa de um amor não correspondido". Letícia gravou a forte cena em Bom Jesus do Itabapoana e diz que "a cena foi difícil. Passei até mal de verdade, ao procurar simular a situação".
A CIA DE TEATRO AMÉRICA LATINA mantém o blog ciaamericalatina.blogspot.com e prevê, para breve, mais três espetáculos: "ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS", "GATOS" e uma comédia: "DESCULPE-ME SE EU MATEI VOCÊ" .
Por outro lado, as atrizes bonjesuenses da CIA, Tainara Cezario Nunes e Luana Silva de Araújo, que criaram a comédia intitulada "FUGIDINHAS DE ADOLESCENTE", pretendem apresentar ao público até o fim do ano. Segundo Tainara, "a partir da criação do grupo teatral, eu e Luana tivemos a vontade de escrever uma peça. Espero que o público goste". Aproveitando que estudam na mesma escola, elas fizeram recentemente um grande sucesso, ao apresentarem para os colegas do Colégio Estadual Padre Mello o conto "APÓLOGO", de Machado de Assis, que fala sobre o diálogo entre uma agulha e um novelo de linha.
(PUBLICADO NA EDIÇÃO DE 14 DE OUTUBRO DE 2011)
Os jovens da CIA. DE TEATRO AMÉRICA LATINA estão mostrando que o Grupo Teatral veio para ficar em Bom Jesus do Itabapoana e na região. Após o grande sucesso de estréia, por ocasião da inauguração do ESPAÇO CULTURAL LUCIANO BASTOS, com a peça teatral "AMOR OU TRADIÇÃO", escrita por uma das atrizes, Bianca Gonçalves, com apoio do ator Moacir Neto e da professora Adriana Peixoto, os artistas repetiram o êxito no CIRCUITO CULTURAL ARTE ENTRE POVOS.
Em Maricá(RJ) deram início ao Curta-Metragem "CÓLERA", que teve filmagens em Bom Jesus do Itabapoana(RJ), em Cachoeiro de Itapemirim (ES) e em Guaçuí (ES). Por outro lado, as artistas bonjesuenses Tainara Cezario Nunes e Luana Silva de Araújo redigiram a comédia "FUGIDINHAS DE ADOLESCENTE". Além de excelentes artistas, revelam ser autores de talento, fortalecendo o despertar cultural em nossa região.
Moacir Neto, de 17 anos de idade, que está dirigindo o Grupo, diz que realizou anteriormente um curso de filmagem durante o projeto Mostra de Vídeo Ambiental (MOVA), realizado anualmente na região do Caparaó. Com o Curta-Metragem, diz que pretende "levar o teatro com uma linguagem mais acessível ao público". Moacir teve a ideia de convidar os artistas cubanos Reinier Valdés e Adela Figueroa para participarem do Curta-Metragem "CÓLERA". O enredo teve também o apoio de Reinier, que atuou anteriormente como ator em uma película em Cuba.
Moacir considera que "CÓLERA" deva ser lançado para o público no início de dezembro próximo.
Heliara Borges, de 17 anos, outra atriz do Curta-Metragem, diz que considera "muito legal" esta experiência de realizar seu primeiro Curta-Metragem. Ela representa a personagem "Melissa, que cuida dos pais. Ela imagina que Pietro (Moacir) está feliz, porque ele reside em outra cidade, mas depois descobre que não é nada disso".
Letícia Boechat, de 18 anos, representa a personagem "Isis, garota apaixonada e que se suicida por causa de um amor não correspondido". Letícia gravou a forte cena em Bom Jesus do Itabapoana e diz que "a cena foi difícil. Passei até mal de verdade, ao procurar simular a situação".
A CIA DE TEATRO AMÉRICA LATINA mantém o blog ciaamericalatina.blogspot.com e prevê, para breve, mais três espetáculos: "ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS", "GATOS" e uma comédia: "DESCULPE-ME SE EU MATEI VOCÊ" .
Por outro lado, as atrizes bonjesuenses da CIA, Tainara Cezario Nunes e Luana Silva de Araújo, que criaram a comédia intitulada "FUGIDINHAS DE ADOLESCENTE", pretendem apresentar ao público até o fim do ano. Segundo Tainara, "a partir da criação do grupo teatral, eu e Luana tivemos a vontade de escrever uma peça. Espero que o público goste". Aproveitando que estudam na mesma escola, elas fizeram recentemente um grande sucesso, ao apresentarem para os colegas do Colégio Estadual Padre Mello o conto "APÓLOGO", de Machado de Assis, que fala sobre o diálogo entre uma agulha e um novelo de linha.
(PUBLICADO NA EDIÇÃO DE 14 DE OUTUBRO DE 2011)
A MÃO IMORTAL DA BARRA
Da Serie Entrevistas de O NORTE FLUMINENSE
Dr. Ayrthon Borges Seródio nasceu no dia 21/05/29, na Barra do Pirapetinga, distrito de Bom Jesus do Itabapoana.
Seu pai, Oliveiro Vieira Seródio, era proprietário rural e comerciante e sua mãe, Maria José Borges, "do lar". Em sua família não houve pessoas que o influenciaram no gosto pela literatura. No entanto, o fato é que desde os 13 anos de idade escrevia e declamava poesias.
Aprendeu a ler na Fazenda da Barra e como não tinha acesso a livros, iniciou a arte da leitura através da Bíblia que sua mãe possuía. Posteriormente, passou a adquirir obras de literatura que eram vendidas por Ésio Bastos na Gráfica Gutenberg.
Durante a infância estudou com Olga Ebendinger, na Barra. Depois, foi aluno de Amália Teixeira, cuja escola funcionava na parte alta do prédio da Praça que hoje tem o seu nome - "na parte baixa funcionava a alfaiataria de Melhim Chalhoub". Foi aluno ainda de Orlando Azevedo, no Instituto Euclides da Cunha, "localizado na rua do cemitério".
Quando jovem, foi amigo de Athos Fernandes, que era redator de A VOZ DO POVO, e também de Osório Carneiro, o diretor do jornal. "Tratei de Osório até sua morte", exclama Dr. Ayrthon. Com Athos Fernandes, recorda-se que passou a conviver com o poeta "desde quando ele mudou-se para Bom Jesus". Diz ele: "Toda a noite, eu, Athos e Otacílio de Aquino íamos para a praça Governador Portela e declamávamos poesia até às 23h". "Eu tinha 15 anos idade na época, e declamávamos poesias de autores nacionais, estrangeiros e locais". Na época, "os homens rodeavam a Praça por um lado, enquanto as mulheres rodeavam a mesma no sentido contrario". Observou, contudo que "quando moças bonitas passavam, os mestres entoavam as poesias com mais inspiração".
"Eu tinha um ano de idade quando Osório Carneiro fundou A VOZ DO POVO". Ele, assim como Athos Fernandes e Otacílio de Aquino foram as pessoas que influenciaram dr. Ayrthon na poesia. "Foi com eles que eu aprendi a fazer poesia parnasiana com versos alexandrinos".
Dr. Ayrthon estudou também no Colégio Rio Branco e se recorda da Dona Carmita, "austera, mas excelente diretora". Recorda-se ainda do Diretor Olívio Bastos e do Chefe de Discilina, "seu" Rozendo, que "era muito rigoroso". Nunca teve qualquer problema com os educadores. Estudou ainda no Colégio Municipal de Muqui (ES).
Foi, posteriormente, estudar Medicina na UFF (Universidade Federal Fluminense) em Niterói, ocasião em que lecionou no Colégio Santo Antônio, no Bairro Ponto Cem Réis, no Colégio Nilo Pessanha e no Colégio do Barreto. Formou-se médico em 1953, e tendo em vista o conhecimento e as qualidades que o distinguiram dos demais formandos, tornou-se Professor Assistente de Pediatria e Puericultura na própria UFF durante dois anos.
Atuou como médico em Nova Esperança, no Paraná, em 1954, exercendo igualmente o magistério naquele município. Posteriormente, atuou como médico em Anápolis (GO), em 1958, em São José do Rio Preto (SP), no ano de 1959, e em Juiz de Fora (MG), em 1960. Retornou a Bom Jesus em 1964. Recorda-se que o Golpe Militar ocorreu quando ele estava na estrada, "vindo de mudança para Bom Jesus".
Aqui, além de médico, foi professor do Colégio Padre Mello por dois anos.
Até hoje exerce a direção da Clínica de Repouso Itabapoana, desde quando a mesma foi fundada na data de 31/03/1976. Especializou-se em Psiquiatria, Cardiologia, Clínica Médica, Erros na Medicina, Pediatria, Puericultura e Eletrocardiografia.
Além de expoente na medicina, consagrou-se como gênio da cultura, fundando diversas Academias de Letras. A Academia Bonjesuense de Letras foi fundada por ele, juntamente com Athos Fernandes e Otacílio de Aquino, sendo presidente da entidade por mais de 20 anos. Fundou o Instituto de Letras e Artes "Dr. José Ronaldo do Canto Cyrillo" (ILA), juntamente com a dra. Nísia Campos, e o Instituto de Letras e Artes de Carabuçu (ILAC) com o dr. Rubens Soares Oliveira. A Academia Calçadense de Letras foi também fundada por ele, juntamente com Edson Lobo, enquanto a Academia Itaperunense de Letras foi fundada por ele, juntamente com a Professora Flora Malta Carpi.
Exerceu a presidência do Conselho Municipal de Cultura de Bom Jesus do Itabapoana por 35 anos, com extensa relação de serviços prestados à cultura no município.
Publicou cerca de 24 (vinte e quatro) livros, que foram levados para várias partes do mundo ("Já levaram livros meus até para Jerusalém") e, como presidente do Conselho Municipal de Cultura, patrocinou a publicação de inúmeros livros de diversos escritores.
Dr. Ayrthon não tem preferência por alguma das poesias que escreveu, mas se recorda, com humor, de um episódio que foi retratado em um de seus versos: "há um poema falando sobre o Colégio Rio Branco. Foi dedicado a seu pai, que o publicou antes de morrer". Continua ele: "Neste soneto, refiro-me a um fato que ocorreu durante um desfile do educandário, na praça Governdor Portela, com cerca de trezentos alunos. A esposa de uma pessoa conhecida exclamou, na época, para o marido: 'veja, meu amor, nosso filho é o único que está com o passo certo!' ".
Possui uma contrariedade: "hoje deixou de haver poesia, no meu modo de entender". Continua ele: "hoje, a literatura está uma porcaria. Há poucos valores. A poesia foi desvalorizada. Não há rima, não há métrica, não há conteúdo", desabafa.
Há cerca de três anos, dr. Ayrthon Seródio não escreve mais. Uma doença impediu a coordenação de sua mão. "Fui acometido da Síndrome Neurológica de Dengue, que me impede de escrever. Tenho dormência nas mãos, assim como nas pernas".
Não obstante isso, dr. Ayrthon diz que se sente realizado, tanto na área da literatura ("já escrevi muito"), como médico. Um desejo que teria é o de ver a Academia Bonjesuense de Letras retornando suas atividades, uma vez que está desativada há vários anos.
Dr. Ayrthon possui dois filhos: Frederico, engenheiro, e Leonardo, também engenheiro, que reside em Boston (EUA) como "chefe de engenheiros de alto nível da empresa Arbor". Possui, ainda, duas netas: Rebeca (6 anos) e Leonardo (5 anos).
Maria Ângela Borges Guedes é sua esposa zelosa.
A mão que viveu para salvar vidas e que semeou cultura por onde passou, hoje está impossibilitada de atuar.
A mão do dr. Ayrthon, contudo, continua plenamente ativa através das mãos dos médicos que ajudou a formar e através das mãos dos novos poetas que surgiram inspirados em sua obra.
A mão do gênio da Barra é imortal.
NOTA
Para atender o desejo do dr. Ayrthon Seródio, o dr. Gino Bastos organizou uma reunião na residência do entrevistado, uma semana depois desta entrevista. Na reunião do dia 15 de outubro, sábado, compareceram Neumar Monteiro, filha de Athos Fernandes, a Diretora de Cultura, Martha Salim, o escritor Jailton da Penha e o poeta Paulo Xavier. Sob a direção do dr. Ayrthon Seródio, ficaram estabelecidas as diligências para que a Academia Bonjesuense de Letras possa retomar suas atividades em nosso município.
LIVROS ESCRITOS POR DR. AYRTHON BORGES SERÓDIO
1. Os Problemas Médico-Sanitários da Infância - 1958;
2. Anemias Ferroprivas da Infância - 1967;
3. Contribuição ao Estudo da Etiopatogenia e do Tratamento da Distrofia da Infância - 1962;
4. Antologia dos Poetas Bonjesuenses - Sonetos, 1976;
5. A Seara do Vento - Sonetos, 1977;
6. O Sacrifício Inútil - Sonetos, 1994;
7. A Figueira Assombrada - Sonetos, 1997;
8. O Estouro da Boiada - Sonetos, 1997;
9. À Sombra dos Ipês - Sonetos, 1998;
10. A Volta ao Passado - Sonetos, 1998;
11. A Festa de São João - Sonetos, 1999;
12. Menino de Rua - Sonetos, 1999;
13. O Filho Pródigo - Sonetos, 2000;
14. O Flagelo da Seca - Sonetos, 2000;
15. O Último Zumbi - Sonetos, 2001;
16. O Cheiro da Terra - Sonetos, 2001;
17. O Parque de Diversões - Sonetos, 2002;
18. O Último Adeus - Sonetos, 2003;
19. A Imagem do Inverno - Sonetos, 2003;
20. A Curva do Caminho - Sonetos, 2004;
21. A Eterna Primavera - Sonetos, 2004;
22. A Saga do Verão - Sonetos, 2005;
23. Eu e Tu (poesias);
24. Eu Estava Perdido (poesias).
SONETO
Academia Bonjesuense de Letras
No jubileu de prata a nossa Academia,
Que desde a fundação sempre foi atuante,
Revela com fervor, de forma relevante,
Nossa intensa criação na prosa ou na poesia.
No encontro semanal, presente a fidalguia,
Onde sempre a cultura é tema dominante,
Cada colega exibe a mostra edificante
De nova produção a toda a confraria.
Numa sessão solene empossando alguns membros,
A música e a poesia, em recital, relembro,
Bem como a saudação num discurso erudito.
E sendo um fundador, vinte anos presidente,
Orgulho que eu sinto é constante e crescente,
E exulto por nascer neste torrão bendito.
(do livro "O Cheiro da Terra")
(PUBLICADA NA EDIÇÃO DE 12 DE NOVEMBRO DE 2011)
Dr. Ayrthon Borges Seródio nasceu no dia 21/05/29, na Barra do Pirapetinga, distrito de Bom Jesus do Itabapoana.
Seu pai, Oliveiro Vieira Seródio, era proprietário rural e comerciante e sua mãe, Maria José Borges, "do lar". Em sua família não houve pessoas que o influenciaram no gosto pela literatura. No entanto, o fato é que desde os 13 anos de idade escrevia e declamava poesias.
Aprendeu a ler na Fazenda da Barra e como não tinha acesso a livros, iniciou a arte da leitura através da Bíblia que sua mãe possuía. Posteriormente, passou a adquirir obras de literatura que eram vendidas por Ésio Bastos na Gráfica Gutenberg.
Durante a infância estudou com Olga Ebendinger, na Barra. Depois, foi aluno de Amália Teixeira, cuja escola funcionava na parte alta do prédio da Praça que hoje tem o seu nome - "na parte baixa funcionava a alfaiataria de Melhim Chalhoub". Foi aluno ainda de Orlando Azevedo, no Instituto Euclides da Cunha, "localizado na rua do cemitério".
Quando jovem, foi amigo de Athos Fernandes, que era redator de A VOZ DO POVO, e também de Osório Carneiro, o diretor do jornal. "Tratei de Osório até sua morte", exclama Dr. Ayrthon. Com Athos Fernandes, recorda-se que passou a conviver com o poeta "desde quando ele mudou-se para Bom Jesus". Diz ele: "Toda a noite, eu, Athos e Otacílio de Aquino íamos para a praça Governador Portela e declamávamos poesia até às 23h". "Eu tinha 15 anos idade na época, e declamávamos poesias de autores nacionais, estrangeiros e locais". Na época, "os homens rodeavam a Praça por um lado, enquanto as mulheres rodeavam a mesma no sentido contrario". Observou, contudo que "quando moças bonitas passavam, os mestres entoavam as poesias com mais inspiração".
"Eu tinha um ano de idade quando Osório Carneiro fundou A VOZ DO POVO". Ele, assim como Athos Fernandes e Otacílio de Aquino foram as pessoas que influenciaram dr. Ayrthon na poesia. "Foi com eles que eu aprendi a fazer poesia parnasiana com versos alexandrinos".
Dr. Ayrthon estudou também no Colégio Rio Branco e se recorda da Dona Carmita, "austera, mas excelente diretora". Recorda-se ainda do Diretor Olívio Bastos e do Chefe de Discilina, "seu" Rozendo, que "era muito rigoroso". Nunca teve qualquer problema com os educadores. Estudou ainda no Colégio Municipal de Muqui (ES).
Foi, posteriormente, estudar Medicina na UFF (Universidade Federal Fluminense) em Niterói, ocasião em que lecionou no Colégio Santo Antônio, no Bairro Ponto Cem Réis, no Colégio Nilo Pessanha e no Colégio do Barreto. Formou-se médico em 1953, e tendo em vista o conhecimento e as qualidades que o distinguiram dos demais formandos, tornou-se Professor Assistente de Pediatria e Puericultura na própria UFF durante dois anos.
Atuou como médico em Nova Esperança, no Paraná, em 1954, exercendo igualmente o magistério naquele município. Posteriormente, atuou como médico em Anápolis (GO), em 1958, em São José do Rio Preto (SP), no ano de 1959, e em Juiz de Fora (MG), em 1960. Retornou a Bom Jesus em 1964. Recorda-se que o Golpe Militar ocorreu quando ele estava na estrada, "vindo de mudança para Bom Jesus".
Aqui, além de médico, foi professor do Colégio Padre Mello por dois anos.
Até hoje exerce a direção da Clínica de Repouso Itabapoana, desde quando a mesma foi fundada na data de 31/03/1976. Especializou-se em Psiquiatria, Cardiologia, Clínica Médica, Erros na Medicina, Pediatria, Puericultura e Eletrocardiografia.
Além de expoente na medicina, consagrou-se como gênio da cultura, fundando diversas Academias de Letras. A Academia Bonjesuense de Letras foi fundada por ele, juntamente com Athos Fernandes e Otacílio de Aquino, sendo presidente da entidade por mais de 20 anos. Fundou o Instituto de Letras e Artes "Dr. José Ronaldo do Canto Cyrillo" (ILA), juntamente com a dra. Nísia Campos, e o Instituto de Letras e Artes de Carabuçu (ILAC) com o dr. Rubens Soares Oliveira. A Academia Calçadense de Letras foi também fundada por ele, juntamente com Edson Lobo, enquanto a Academia Itaperunense de Letras foi fundada por ele, juntamente com a Professora Flora Malta Carpi.
Exerceu a presidência do Conselho Municipal de Cultura de Bom Jesus do Itabapoana por 35 anos, com extensa relação de serviços prestados à cultura no município.
Publicou cerca de 24 (vinte e quatro) livros, que foram levados para várias partes do mundo ("Já levaram livros meus até para Jerusalém") e, como presidente do Conselho Municipal de Cultura, patrocinou a publicação de inúmeros livros de diversos escritores.
Dr. Ayrthon não tem preferência por alguma das poesias que escreveu, mas se recorda, com humor, de um episódio que foi retratado em um de seus versos: "há um poema falando sobre o Colégio Rio Branco. Foi dedicado a seu pai, que o publicou antes de morrer". Continua ele: "Neste soneto, refiro-me a um fato que ocorreu durante um desfile do educandário, na praça Governdor Portela, com cerca de trezentos alunos. A esposa de uma pessoa conhecida exclamou, na época, para o marido: 'veja, meu amor, nosso filho é o único que está com o passo certo!' ".
Possui uma contrariedade: "hoje deixou de haver poesia, no meu modo de entender". Continua ele: "hoje, a literatura está uma porcaria. Há poucos valores. A poesia foi desvalorizada. Não há rima, não há métrica, não há conteúdo", desabafa.
Há cerca de três anos, dr. Ayrthon Seródio não escreve mais. Uma doença impediu a coordenação de sua mão. "Fui acometido da Síndrome Neurológica de Dengue, que me impede de escrever. Tenho dormência nas mãos, assim como nas pernas".
Não obstante isso, dr. Ayrthon diz que se sente realizado, tanto na área da literatura ("já escrevi muito"), como médico. Um desejo que teria é o de ver a Academia Bonjesuense de Letras retornando suas atividades, uma vez que está desativada há vários anos.
Dr. Ayrthon possui dois filhos: Frederico, engenheiro, e Leonardo, também engenheiro, que reside em Boston (EUA) como "chefe de engenheiros de alto nível da empresa Arbor". Possui, ainda, duas netas: Rebeca (6 anos) e Leonardo (5 anos).
Maria Ângela Borges Guedes é sua esposa zelosa.
A mão que viveu para salvar vidas e que semeou cultura por onde passou, hoje está impossibilitada de atuar.
A mão do dr. Ayrthon, contudo, continua plenamente ativa através das mãos dos médicos que ajudou a formar e através das mãos dos novos poetas que surgiram inspirados em sua obra.
A mão do gênio da Barra é imortal.
NOTA
Para atender o desejo do dr. Ayrthon Seródio, o dr. Gino Bastos organizou uma reunião na residência do entrevistado, uma semana depois desta entrevista. Na reunião do dia 15 de outubro, sábado, compareceram Neumar Monteiro, filha de Athos Fernandes, a Diretora de Cultura, Martha Salim, o escritor Jailton da Penha e o poeta Paulo Xavier. Sob a direção do dr. Ayrthon Seródio, ficaram estabelecidas as diligências para que a Academia Bonjesuense de Letras possa retomar suas atividades em nosso município.
LIVROS ESCRITOS POR DR. AYRTHON BORGES SERÓDIO
1. Os Problemas Médico-Sanitários da Infância - 1958;
2. Anemias Ferroprivas da Infância - 1967;
3. Contribuição ao Estudo da Etiopatogenia e do Tratamento da Distrofia da Infância - 1962;
4. Antologia dos Poetas Bonjesuenses - Sonetos, 1976;
5. A Seara do Vento - Sonetos, 1977;
6. O Sacrifício Inútil - Sonetos, 1994;
7. A Figueira Assombrada - Sonetos, 1997;
8. O Estouro da Boiada - Sonetos, 1997;
9. À Sombra dos Ipês - Sonetos, 1998;
10. A Volta ao Passado - Sonetos, 1998;
11. A Festa de São João - Sonetos, 1999;
12. Menino de Rua - Sonetos, 1999;
13. O Filho Pródigo - Sonetos, 2000;
14. O Flagelo da Seca - Sonetos, 2000;
15. O Último Zumbi - Sonetos, 2001;
16. O Cheiro da Terra - Sonetos, 2001;
17. O Parque de Diversões - Sonetos, 2002;
18. O Último Adeus - Sonetos, 2003;
19. A Imagem do Inverno - Sonetos, 2003;
20. A Curva do Caminho - Sonetos, 2004;
21. A Eterna Primavera - Sonetos, 2004;
22. A Saga do Verão - Sonetos, 2005;
23. Eu e Tu (poesias);
24. Eu Estava Perdido (poesias).
SONETO
Academia Bonjesuense de Letras
No jubileu de prata a nossa Academia,
Que desde a fundação sempre foi atuante,
Revela com fervor, de forma relevante,
Nossa intensa criação na prosa ou na poesia.
No encontro semanal, presente a fidalguia,
Onde sempre a cultura é tema dominante,
Cada colega exibe a mostra edificante
De nova produção a toda a confraria.
Numa sessão solene empossando alguns membros,
A música e a poesia, em recital, relembro,
Bem como a saudação num discurso erudito.
E sendo um fundador, vinte anos presidente,
Orgulho que eu sinto é constante e crescente,
E exulto por nascer neste torrão bendito.
(do livro "O Cheiro da Terra")
(PUBLICADA NA EDIÇÃO DE 12 DE NOVEMBRO DE 2011)
"ESTA MÁQUINA TEM SUA HISTÓRIA"
Gino Martins Borges Bastos
No dia 07 de fevereiro passado, às 07h:10min, enquanto meu pai
aguardava, na sala de visitas, a chegada de seu médico de confiança,
dr. Wagner, solicitou-me que trouxesse diante de si a antiga máquina
Remington, que lhe pus à frente, em uma pequena mesa.
Embora fragilizado fisicamente, mas com o espírito sempre altivo,
inseriu uma folha na máquina e se pôs a datilografar. Com a chegada do
médico, cessou a atividade, ocasião em que retirei da máquina o papel
e li o que meu pai escrevera: "Esta máquina tem sua história".
Certamente lembrava ele dos inúmeros atos por ele balizados relativos
ao seu querido Colégio Rio Branco e ao jornal O NORTE FLUMINENSE.
Foram as últimas palavras escritas por meu pai, em vida.
A máquina de escrever que sempre o acompanhou tem realmente sua
história, mas Luciano Bastos fez História, que futuramente será
adequadamente contada.
Espírito forte, forjado nos tempos típicos de sua época, em nenhum
momento esmoreceu. Personalidade com luz própria, sempre lutou
intransigentemente por aquilo em que acreditou. Nunca escondeu suas
posições e procurou honrar os nomes e os feitos dos antepassados.
Seus filhos Paula, Cláudia, Francia e eu atenderemos seu desejo que
era o de preservar o patrimônio do Colégio Rio Branco. No dia 13 de
agosto próximo, durante a Festa de Agosto, pretendemos inaugurar o
ESPAÇO CULTURAL LUCIANO BASTOS, para perpetuar o seu nome e fazer dali
um ambiente irradiador de cultura, incluindo um Museu, para o povo de
Bom Jesus, que ele tanto amava.
Luciano Augusto Bastos e Leny Borges Bastos presentes!
No dia 07 de fevereiro passado, às 07h:10min, enquanto meu pai
aguardava, na sala de visitas, a chegada de seu médico de confiança,
dr. Wagner, solicitou-me que trouxesse diante de si a antiga máquina
Remington, que lhe pus à frente, em uma pequena mesa.
Embora fragilizado fisicamente, mas com o espírito sempre altivo,
inseriu uma folha na máquina e se pôs a datilografar. Com a chegada do
médico, cessou a atividade, ocasião em que retirei da máquina o papel
e li o que meu pai escrevera: "Esta máquina tem sua história".
Certamente lembrava ele dos inúmeros atos por ele balizados relativos
ao seu querido Colégio Rio Branco e ao jornal O NORTE FLUMINENSE.
Foram as últimas palavras escritas por meu pai, em vida.
A máquina de escrever que sempre o acompanhou tem realmente sua
história, mas Luciano Bastos fez História, que futuramente será
adequadamente contada.
Espírito forte, forjado nos tempos típicos de sua época, em nenhum
momento esmoreceu. Personalidade com luz própria, sempre lutou
intransigentemente por aquilo em que acreditou. Nunca escondeu suas
posições e procurou honrar os nomes e os feitos dos antepassados.
Seus filhos Paula, Cláudia, Francia e eu atenderemos seu desejo que
era o de preservar o patrimônio do Colégio Rio Branco. No dia 13 de
agosto próximo, durante a Festa de Agosto, pretendemos inaugurar o
ESPAÇO CULTURAL LUCIANO BASTOS, para perpetuar o seu nome e fazer dali
um ambiente irradiador de cultura, incluindo um Museu, para o povo de
Bom Jesus, que ele tanto amava.
Luciano Augusto Bastos e Leny Borges Bastos presentes!
Um Homem Além de Seu Tempo
Gino Martins Borges Bastos
"Ele foi um homem além de seu tempo", exclamava meu pai em relação ao historiador Antonio de Souza Dutra, que teve o sentimento histórico raro de guardar consigo as edições dos primeiros jornais de Bom Jesus do Itabapoana (RJ).
Tais preciosidades, que estavam sob a guarda do Professor Pedro Dutra, seu filho, foram por este entregues a Luciano Bastos, para que este desse continuidade à preservação do acervo. No dia 12 de agosto próximo, com a inauguração do Museu da Imprensa dentro do Espaço Cultural Luciano Bastos, toda a comunidade poderá ter contato com os primevos exemplares dos primeiros jornais de Bom Jesus do Itabapoana.
Registro que meu pai lançou anteriormente três livros sobre a História de Bom Jesus: um intitulado "De Município a Distrito" e dois a respeito do jornal "O Itabapoana", criado em 1906, por Sylvio Fontoura. Tais livros foram lançados por ocasião das Exposições Internacionais ocorridas em anos anteriores, levadas a efeito durante a Festa de Agosto. Tal resgate da nossa História, por sua vez, teve início quando da Pré-Exposição Internacional ocorrida em 2007, no Shopping Bom Jesus, oportunidade em que eu e meu pai anunciávamos, já na época, o interesse em divulgar à comunidade o conteúdo deste fantástico jornal.
O Historiador Antonio de Souza Dutra preservou o jornal O ITABAPOANA, de 1906. Meu pai preservou o COLÉGIO RIO BRANCO, de 1920. Foram ambos, portanto, a seu modo, homens além de seus tempos.
"Ele foi um homem além de seu tempo", exclamava meu pai em relação ao historiador Antonio de Souza Dutra, que teve o sentimento histórico raro de guardar consigo as edições dos primeiros jornais de Bom Jesus do Itabapoana (RJ).
Tais preciosidades, que estavam sob a guarda do Professor Pedro Dutra, seu filho, foram por este entregues a Luciano Bastos, para que este desse continuidade à preservação do acervo. No dia 12 de agosto próximo, com a inauguração do Museu da Imprensa dentro do Espaço Cultural Luciano Bastos, toda a comunidade poderá ter contato com os primevos exemplares dos primeiros jornais de Bom Jesus do Itabapoana.
Registro que meu pai lançou anteriormente três livros sobre a História de Bom Jesus: um intitulado "De Município a Distrito" e dois a respeito do jornal "O Itabapoana", criado em 1906, por Sylvio Fontoura. Tais livros foram lançados por ocasião das Exposições Internacionais ocorridas em anos anteriores, levadas a efeito durante a Festa de Agosto. Tal resgate da nossa História, por sua vez, teve início quando da Pré-Exposição Internacional ocorrida em 2007, no Shopping Bom Jesus, oportunidade em que eu e meu pai anunciávamos, já na época, o interesse em divulgar à comunidade o conteúdo deste fantástico jornal.
O Historiador Antonio de Souza Dutra preservou o jornal O ITABAPOANA, de 1906. Meu pai preservou o COLÉGIO RIO BRANCO, de 1920. Foram ambos, portanto, a seu modo, homens além de seus tempos.
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
EXPOSIÇÃO CORA CORALINA VISITADA POR ESCOLAS
Além da Escola Estadual Antonio Carneiro Ribeiro, de Guaçuí (ES), da Escola Municipal Dr. Francisco Baptista de Oliveira, do Instituto de Educação Éber Figueiredo e do Colégio Batista, visitaram a Exposição "Cora Coralina, Quem é Você?" no Espaço Cultural Luciano Bastos (ECLB), por ocasião de sua última semana, os Colégios Estaduais Euclides Feliciano Tardin e Governador Roberto Silveira, a Escola Municipal Olívio Bastos e o Centro Educacional Santa Rita de Cássia.
Foram, ao total, cerca de 500 (quinhentos) alunos que puderam aumentar seu conhecimento, contribuindo para o desenvolvimento da cultura na região. O ECLB, por este prisma, prossegue o ideal que norteou o Colégio Rio Branco durante seus noventa anos de existência.
(PUBLICADA NA EDIÇÃO DE 14 DE OUTUBRO DE 2011)
Foram, ao total, cerca de 500 (quinhentos) alunos que puderam aumentar seu conhecimento, contribuindo para o desenvolvimento da cultura na região. O ECLB, por este prisma, prossegue o ideal que norteou o Colégio Rio Branco durante seus noventa anos de existência.
(PUBLICADA NA EDIÇÃO DE 14 DE OUTUBRO DE 2011)
RECITAL DE VIOLÃO EMOCIONA NO ECLB
O violonista campista NILSON MATTOS atendeu todas as expectativas e causou emoção por ocasião de sua apresentação no Espaço Cultural Luciano Bastos (ECLB) no dia 28 de outubro.
Com repertório que foi do clássico ao popular, Nilson Mattos arrancou aplausos mais intensos com a interpretação da canção de Dilemando Reis...
O violonista bonjesusense Amílcar Abreu fez questão de marcar presença e elogiou o artista.
Ao final, Nilson Mattos parabenizou os dirigentes do ECLB pela iniciativa, conclamando à sociedade e aos poderes públicos para apoiarem as manifestações culturais.
(PUBLICADA NA EDIÇÃO DE 12 DE NOVEMBRO DE 2011)
Com repertório que foi do clássico ao popular, Nilson Mattos arrancou aplausos mais intensos com a interpretação da canção de Dilemando Reis...
O violonista bonjesusense Amílcar Abreu fez questão de marcar presença e elogiou o artista.
Ao final, Nilson Mattos parabenizou os dirigentes do ECLB pela iniciativa, conclamando à sociedade e aos poderes públicos para apoiarem as manifestações culturais.
(PUBLICADA NA EDIÇÃO DE 12 DE NOVEMBRO DE 2011)
3PIANO consagra-se no ECLB
Se foi no palco do Auditório do Espaço Cultural Luciano Bastos (ECLB) que o 3PIANO realizou sua primeira apresentação para o público, foi neste mesmo palco que o trio, no dia 02 de dezembro passado, se consagrou.
Os jovens pianistas Luis Otávio Azevedo Barreto, formado pelo Conservatório Brasileiro de Música, Antônio Bendia Júnior, formado pela Escola Nacional de Música e Ana Luíza Xavier, formada pela Escola de Música Cristo Rei, superaram todas as expectativas e com o Recital "NOËL", dividido em três etapas, ofereceram ao grande público presente um espetáculo de altíssimo nível, podendo-se afirmar que constituiu-se em um momento histórico no desenvolvimento da cultura em nosso município.
Ao final, o público pediu "mais um", e foi atendido com "mais duas" interpretações.
O violonista Oséias Silva teve participação especial.
O público recebeu, na entrada do auditório, um texto a respeito de Noel "um garoto, ou melhor, um espírito que vem de um lugar onde tudo é determinado pelo número três". Após várias viagens no tempo e no espaço, "Noel é novamente atraído por um som que vem perto da rodoviária, bem quieto, no canto do salão ele ouve. Dentro de nove meses o mundo receberá Noel, como e onde, ainda não se sabe, mas o seu futuro está entregue nas mãos de cada um".
Luís Otávio destacou, na oportunidade, a obra do padre brasileiro José Maurício Nunes Garcia, "que era negro e teve vários filhos, o que chama atenção para a história de sua vida", nascido no Rio de Janeiro a 22 de setembro de 1767 e falecido no dia 22 de abril de 1830, considerado um dos maiores compositores das Américas de seu tempo.
Aliando cultura a mensagens de consciência crítica, Luis Otávio fez questão de expor sua irresignação com o fato de, numa cultura tropical como a nossa, enfatizarmos a figura do Papai Noel, personagem que utiliza roupas de inverno, própria de uma cultura estranha à nossa. Agradeceu, ao final, entre outros, o apoio da Escola de Música Cristo Rei, na pessoa de Marisa Xavier, assim como aos dirigentes do ECLB, ao CCAA e à Diretora de Cultura Martha Salim.
Com o término do espetáculo, o 3piano deu a todos uma certeza: um mundo diferente é possível!
(PUBLICADA NA EDIÇÃO DE 14 DE DEZEMBRO DE 2011)
Os jovens pianistas Luis Otávio Azevedo Barreto, formado pelo Conservatório Brasileiro de Música, Antônio Bendia Júnior, formado pela Escola Nacional de Música e Ana Luíza Xavier, formada pela Escola de Música Cristo Rei, superaram todas as expectativas e com o Recital "NOËL", dividido em três etapas, ofereceram ao grande público presente um espetáculo de altíssimo nível, podendo-se afirmar que constituiu-se em um momento histórico no desenvolvimento da cultura em nosso município.
Ao final, o público pediu "mais um", e foi atendido com "mais duas" interpretações.
O violonista Oséias Silva teve participação especial.
O público recebeu, na entrada do auditório, um texto a respeito de Noel "um garoto, ou melhor, um espírito que vem de um lugar onde tudo é determinado pelo número três". Após várias viagens no tempo e no espaço, "Noel é novamente atraído por um som que vem perto da rodoviária, bem quieto, no canto do salão ele ouve. Dentro de nove meses o mundo receberá Noel, como e onde, ainda não se sabe, mas o seu futuro está entregue nas mãos de cada um".
Luís Otávio destacou, na oportunidade, a obra do padre brasileiro José Maurício Nunes Garcia, "que era negro e teve vários filhos, o que chama atenção para a história de sua vida", nascido no Rio de Janeiro a 22 de setembro de 1767 e falecido no dia 22 de abril de 1830, considerado um dos maiores compositores das Américas de seu tempo.
Aliando cultura a mensagens de consciência crítica, Luis Otávio fez questão de expor sua irresignação com o fato de, numa cultura tropical como a nossa, enfatizarmos a figura do Papai Noel, personagem que utiliza roupas de inverno, própria de uma cultura estranha à nossa. Agradeceu, ao final, entre outros, o apoio da Escola de Música Cristo Rei, na pessoa de Marisa Xavier, assim como aos dirigentes do ECLB, ao CCAA e à Diretora de Cultura Martha Salim.
Com o término do espetáculo, o 3piano deu a todos uma certeza: um mundo diferente é possível!
(PUBLICADA NA EDIÇÃO DE 14 DE DEZEMBRO DE 2011)
Dia da Consciência Negra e Dia da Música. 2011
No Espaço Cultural Luciano Bastos (ECLB)
Dia 17 de novembro (quinta-feira): 19 horas
O Brasil criou uma data especial com o objetivo de reflexionar sobre a consciência negra na sociedade atual. Anteriormente, essa data estava relacionada ao dia 13 de maio, dia da Abolição da Escravatura. Mas desde a década de 60, passou a ser celebrada no dia 20 de novembro em referência à morte de Zumbi dos Palmares, em 1695.
Um dia importante para o país, que pretende incentivar o debate sobre a igualdade. Alguns estados comemoram o feriado da Consciência Negra, mas não é um feriado nacional. Escolas e grupos promovem palestras, atividades educativas e desfiles para acabar com o preconceito, que possui raízes históricas. O Espaço Cultural Luciano Bastos estará no dia 17 de novembro próximo, antecipando as comemorações desta luta que é de todos.
Organização: NENZINHO DA BARRA
Programação das apresentações culturais:
1. Caxambu (resgate de nossa cultura);
2. Lera;
3. Calango;
4. Capoeira;
5. Folia de Reis;
6. Boi Pintadinho.
DIA DA MÚSICA
A Escola de Música JEMAJ apresesntará o tema "A EXPANSÃO DA MÚSICA ATRAVÉS DO TEMPO"
DIA: 24 de novembro de 2011
LOCAL: Espaço Cultural Luciano Bastos (ECLB)
Bom Jesus do Itabapoana (RJ)
BRASIL
A palavra Música é de origem grega e significa "as forças das musas". As musas eram ninfas que ensinavam às pessoas as verdades dos deuses, semideuses e heróis, usando a poesia, a dança, o canto lírico, o canto coral, o teatro etc. Todas estas manifestações artísticas eram acompanhadas por sons.
Portanto, a definição mais exata para a Música é de "arte de ensinar". A música é um sentimento eclético porque as pessoas sentem a música de modo diferenciado. O que é música para uns, não passa de uma confusão de ruídos para outros.
No dia 22 de novembro comemora-se o Dia da Música. Na mesma data é comemorado o dia de Santa Cecília, padroeira dos músicos. A tradição relata que Santa Cecília cantava com tanta doçura que um anjo desceu do céu para ouvi-la. Com a música, podemos transmitir nossos sentimentos através das palavras e dos instrumentos.
O Brasil tem grandes nomes da música, representantes de nosso país que fazem sucesso não só em terras tupiniquins, mas em todo o mundo. Em Bom Jesus do Itabapoana(RJ), a Escola de Música JEMAJ, dirigida por Anizia Maria Aguiar Pimentel dos Santos, tem colaborado na formação de inúmeros músicos. A JEMAJ promoverá no Espaço Cultural Luciano Bastos (ECLB) atividades para a celebração do Dia da Música, no dia 24 de novembro, quinta-feira, às 19h 30 min.
Todos os números, contando a história da música através do tempo, serão apresentados, por alunos e professores da Escola de Música JEMAJ.
Programação
1.Chorus (G.F.Handel)
2.Greensleaves (anônimo século XVIII)
3.Ode à alegria (L.Van Beethoven)
4.Asa Branca(Luiz Gonzaga)
5.Não deixa o samba morrer (Beth Carvalho e Alcione)
6.Beija-me(João Gilberto)
7.Azul da cor do mar(Tim Maia)
8.Por enquanto(Renato Russo)
9.Potpourrit folclórico brasileiro
(PUBLICADA NA EDIÇÃO DE 14 DE DEZEMBRO DE 2011)
Dia 17 de novembro (quinta-feira): 19 horas
O Brasil criou uma data especial com o objetivo de reflexionar sobre a consciência negra na sociedade atual. Anteriormente, essa data estava relacionada ao dia 13 de maio, dia da Abolição da Escravatura. Mas desde a década de 60, passou a ser celebrada no dia 20 de novembro em referência à morte de Zumbi dos Palmares, em 1695.
Um dia importante para o país, que pretende incentivar o debate sobre a igualdade. Alguns estados comemoram o feriado da Consciência Negra, mas não é um feriado nacional. Escolas e grupos promovem palestras, atividades educativas e desfiles para acabar com o preconceito, que possui raízes históricas. O Espaço Cultural Luciano Bastos estará no dia 17 de novembro próximo, antecipando as comemorações desta luta que é de todos.
Organização: NENZINHO DA BARRA
Programação das apresentações culturais:
1. Caxambu (resgate de nossa cultura);
2. Lera;
3. Calango;
4. Capoeira;
5. Folia de Reis;
6. Boi Pintadinho.
DIA DA MÚSICA
A Escola de Música JEMAJ apresesntará o tema "A EXPANSÃO DA MÚSICA ATRAVÉS DO TEMPO"
DIA: 24 de novembro de 2011
LOCAL: Espaço Cultural Luciano Bastos (ECLB)
Bom Jesus do Itabapoana (RJ)
BRASIL
A palavra Música é de origem grega e significa "as forças das musas". As musas eram ninfas que ensinavam às pessoas as verdades dos deuses, semideuses e heróis, usando a poesia, a dança, o canto lírico, o canto coral, o teatro etc. Todas estas manifestações artísticas eram acompanhadas por sons.
Portanto, a definição mais exata para a Música é de "arte de ensinar". A música é um sentimento eclético porque as pessoas sentem a música de modo diferenciado. O que é música para uns, não passa de uma confusão de ruídos para outros.
No dia 22 de novembro comemora-se o Dia da Música. Na mesma data é comemorado o dia de Santa Cecília, padroeira dos músicos. A tradição relata que Santa Cecília cantava com tanta doçura que um anjo desceu do céu para ouvi-la. Com a música, podemos transmitir nossos sentimentos através das palavras e dos instrumentos.
O Brasil tem grandes nomes da música, representantes de nosso país que fazem sucesso não só em terras tupiniquins, mas em todo o mundo. Em Bom Jesus do Itabapoana(RJ), a Escola de Música JEMAJ, dirigida por Anizia Maria Aguiar Pimentel dos Santos, tem colaborado na formação de inúmeros músicos. A JEMAJ promoverá no Espaço Cultural Luciano Bastos (ECLB) atividades para a celebração do Dia da Música, no dia 24 de novembro, quinta-feira, às 19h 30 min.
Todos os números, contando a história da música através do tempo, serão apresentados, por alunos e professores da Escola de Música JEMAJ.
Programação
1.Chorus (G.F.Handel)
2.Greensleaves (anônimo século XVIII)
3.Ode à alegria (L.Van Beethoven)
4.Asa Branca(Luiz Gonzaga)
5.Não deixa o samba morrer (Beth Carvalho e Alcione)
6.Beija-me(João Gilberto)
7.Azul da cor do mar(Tim Maia)
8.Por enquanto(Renato Russo)
9.Potpourrit folclórico brasileiro
(PUBLICADA NA EDIÇÃO DE 14 DE DEZEMBRO DE 2011)
Diálogos e Sarau Literário no ECLB
Foram três os "Diálogos" das quintas-feiras do mês de outubro, no Espaço Cultural Luciano Bastos (ECLB) organizado por Pedro Salim: "Diversidade Sexual", com a psicóloga Cira Manhães, "Descubrimiento, Pasión y Arte", com o artista plástico cubano Francisco Rivero e "As Muitas Faces da Violência", com a advogada Rosane Borges. Com seu talento, Pedro Salim tem contribuído há anos pelo desenvolvimento cultural de nossa região. Por outro lado, ainda no mês de outubro, o ECLB apresentou o sarau literario "Para Viver um Grande Amor", sobre a obra de Vinícius de Moraes, organizado com brilhantismo pelas professoras Cristina, Helena, Jussara e Amigos.
(PUBLICADA NA EDIÇÃO DE 14 DE DEZEMBRO DE 2011)
(PUBLICADA NA EDIÇÃO DE 14 DE DEZEMBRO DE 2011)
3PIANO brilha no ECLB
Os jovens pianistas Luis Otávio Azevedo Barreto, Antônio Bendia Júnior e Ana Luíza Xavier, que integram o "3PIANO", brilharam no espetáculo "MELANCOLIA", que marcou a apresentação de estréia do trio, no auditório do Espaço Cultural Luciano Bastos (ECLB), no dia 30 de setembro passado.
Logo no texto entregue as presentes, o 3PIANO anunciava para o que veio: "Muito já se classificou, agrupou, julgou e apontou sobre música boa, ruim, erudita, popular, moderna e até mesmo não-música. Numa viagem sem destino o 3PIANO parte com apenas a certeza de se mostrar surdo para todo e qualquer tipo de barreira".
Na abertura, Antônio Bendia Júnior anunciou uma surpresa: uma homenagem a Luciano Bastos, através da composição francesa "Le Lac de Come", interpretada por Ana Luíza.
Por ocasião do início de cada uma das três etapas da marcante noite (Nostalgia, Lua e Breu), Neumar Monteiro declamou poesias de sua autoria e de Paulo Xavier, assim como Pedro Salim Jr. declamou texto de sua lavra.
Seguiram-se então música, poesia e prosa de alta qualidade, que satisfizeram os corações mais exigentes.
Ao final, uma homenagem especial à mestra de piano do trio: Marisa Xavier, diretora da Escola de Música Cristo Rei, de Bom Jesus do Itabapoana, e avó de Ana Luíza.
O "3PIANO" é mais um sonho que se torna realidade em nossa terra.
(PUBLICADO NA EDIÇÃO DE 14 DE OUTUBRO DE 2011)
Logo no texto entregue as presentes, o 3PIANO anunciava para o que veio: "Muito já se classificou, agrupou, julgou e apontou sobre música boa, ruim, erudita, popular, moderna e até mesmo não-música. Numa viagem sem destino o 3PIANO parte com apenas a certeza de se mostrar surdo para todo e qualquer tipo de barreira".
Na abertura, Antônio Bendia Júnior anunciou uma surpresa: uma homenagem a Luciano Bastos, através da composição francesa "Le Lac de Come", interpretada por Ana Luíza.
Por ocasião do início de cada uma das três etapas da marcante noite (Nostalgia, Lua e Breu), Neumar Monteiro declamou poesias de sua autoria e de Paulo Xavier, assim como Pedro Salim Jr. declamou texto de sua lavra.
Seguiram-se então música, poesia e prosa de alta qualidade, que satisfizeram os corações mais exigentes.
Ao final, uma homenagem especial à mestra de piano do trio: Marisa Xavier, diretora da Escola de Música Cristo Rei, de Bom Jesus do Itabapoana, e avó de Ana Luíza.
O "3PIANO" é mais um sonho que se torna realidade em nossa terra.
(PUBLICADO NA EDIÇÃO DE 14 DE OUTUBRO DE 2011)
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