HOSPITAL INVESTIGA SUPERFATURAMENTO
TERCEIRIZAÇÃO: 20% PARA O HOSPITAL, 80% PARA LABORATÓRIO
"O HOSPITAL PODE ESTAR SENDO RENTÁVEL, MENOS PARA A POPULAÇÃO"
Leia entrevista com Emília Saluto de Rezende
Cobrança de mais de R$700.000,00 relativa ao oxigênio seria baseada em superfaturamento, segundo o Hospital
Segundo o documento, que está sendo publicado nesta edição de O Norte Fluminense, a partir de "nota fiscal comprobatória", verificou-se possível irregularidade no fornecimento de "oxigênio líquido, "com uma diferença de mais de 400% (quatrocentos por cento)".
De acordo com os subscritores, "em auditoria prévia, já se constatou indícios de irregulariadades, a exigir esclarecimento e prestação de contas de tempos pretéritos, relativamente ao fornecimento de gases medicinas, em especial oxigênio".
Ressaltaram, outrossim, que "é nosso dever promover a defesa do interesse da entidade, constituindo-se em compromisso formal de respeito aos princípios éticos e morais".
De acordo, ainda, com o documento, "dentre as supostas irregularidades, mostra-se premente a apuração dos fatos que envolvem superfaturamento na cobrança, que motivou demanda judicial que culminou com reconhecimento de 'débito' superior a (sic) cifra de R$700.000,00 (setecentos mil reais, circunstância que vem agravando o estado financeiro do Hospital São vicente de Paulo".
Foram indicados para membros da comissão sindicante : "o sr. Rodrigo Diniz de Souza, o Dr. Rossini de Oliveira Tavares e o Dr. Augusto Pereira", que possuem prazo de "90 (noventa dias)" para apurar os fatos.
TERCEIRIZAÇÃO: 20% PARA O HOSPITAL, 80% PARA LABORATÓRIO
Não foi apenas o aparelho tomógrafo do Hospital que foi terceirizado com destinação de 20% para o Hospital e 80% para dois funcionários do nosocômio, que, por este motivo, se tornaram empresários.
Segundo uma fonte do Hospital, o mesmo modelo de terceirização foi adotado em relação à terceirização do laboratório: o Laboratório Kashima estaria abocanhando 80% da receita e repassando apenas 20% para o nosocômio.
De acordo, ainda, com outra fonte do próprio Hospital, estas terceirizações teriam ocorrido sem publicização que permitisse a realização da escolha entre outras empresas interessadas, o que poderia, segundo a mesma fonte, acarretar proposta mais vantajosa para o São Vicente.
FUNCIONÁRIOS COM MAIS DE 3 SALÁRIOS ATRASADOS
Os funcionários do Hospital São Vicente de Paulo continuam com seus salários atrasados. A segunda parcela do mês de maio, assim como os meses de junho, julho e agosto não foram pagos.É o que informa um dos diretores do Sindicato dos funcionoários, Celso Leonardo.
De acordo com o sindicalista, a direção do Hospital ainda não deu explicações ao Sindicato sobre algum pagamento a ser realizado.
ASSOCIADO SEM RESPOSTA
O associado ANDRÉ LUIZ DE OLIVEIRA continua sem resposta por parte da direção do Hospital a respeito de três requerimentos apresentados no dia 30 de abril passado.
Na oportunidade, o associado do Centro Popular Pró-Melhoramentos protocolou no Hospital São Vicente de Paulo três petitórios solicitando: a) "cópia da Prestação de Contas do período de março e abril de 2012"; b) "esclarecimentos a respeito da liberação por parte do Conselho Deliberativo no sentido de tomar empréstimo de 1 milhão de reais junto ao Banco Itaú. O que foi feito com tal dinheiro?"; c) "informações acerca da contribuição ao INSS dos servidores. Está sendo feita?"
"O HOSPITAL PODE SER RENTÁVEL, MENOS PARA A POPULAÇÃO"
Emília Saluto de Rezende
Por ocasião do desfile escolar do dia 15 de agosto, a professora da Escola Estadual Euclides Feliciano Tardin, Emília Saluto de Rezende, liderou uma manifestação em favor do Hospital São Vicente de Paulo, erguendo uma faixa com os seguintes dizeres: "Não precisamos de praça. Não precisamos de festa. Queremos SAÚDE. Queremos nosso Hospital".
Emília conta que o seu objetivo foi chamar a atenção das autoridades para a situação do Hospital: "assim como o governo do Estado fez um projeto para a praça e o implementou, ele poderia realizar um projeto para o Hospital, incluindo prevendo uma possível intervenção, se isso viesse a normalizar a situação do São Vicente", acentuou.
A professora disse que "o Hospital é um patrimônio de Bom Jesus. Eu nasci ali, meus filhos também. Problemas de saúde de minha família foram todos resolvidos no São Vicente. O Hospital chegou a ser referência de saúde na região e, hoje, está nesta situação quase falimentar. É necessário que cada um se mobilize do jeito que puder", assinalou.
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Emília registrou que não é de hoje que ouvia comentários que os funcionários estavam com seus salários atrasados: "Se uma empresa entra em falência, é porque os recursos financeiros não estão sendo bem geridos. Pode-se, concluir, portanto, que o São Vicente não vem sendo bem administrado, há alguns anos. Observa-se, ainda, que a sociedade não recebe prestação de contas. Não sabemos o quanto entra e o quanto sai. Não sabemos como as coisas chegaram a este ponto. Falta transparência", assinalou.
Segundo a mestra, "a punição dos responsáveis por irregularidades é tarefa das autoridades, mas cabe à sociedade procurar meios de encontrar uma solução para o Hospital".
Emília concluiu dizendo que "o Hospital pode estar sendo rentável, menos para a população".