sexta-feira, 28 de março de 2014



O NORTE FLUMINENSE E A HISTÓRIA DE LAJE DO MURIAÉ (RJ)



O Norte Fluminense registrou a primeira reunião do movimento emancipacionista de Laje do Muriaé (RJ)

O jornal O Norte Fluminense, ao longo de sua história, sempre esteve atento aos fatos relacionados aos acontecimentos da região.

Laje do Muriaé (RJ), por exemplo, foi um dos municípios que, mesmo na condição de distrito de Itaperuna (RJ), foi objeto de notícias de O Norte Fluminense, principalmente através da coluna de Antonio A. da Cunha escrita nas décadas de 1950/1960.

Antonio A. da Cunha escreveu coluna em O Norte Fluminense, nas décadas de 1950/1960









GOLPE MILITAR DE 1964 CAUSOU DANO IRREPARÁVEL A BOM JESUS DO ITABAPOANA

Governador Badger Silveira e Presidente João Goulart viriam a Bom Jesus do Itabapoana no dia 18 de março para assinarem um convênio objetivando a construção da Usina de Rosal



O  golpe militar de 64 causou um dano irreparável ao município de Bom Jesus do Itabapoana. Nessa ocasião, era governador do Estado do Rio de Janeiro o bonjesuense Badger Silveira, irmão do ex-governador Roberto Silveira, morto em acidente aéreo em 1961.

 Mais precisamente, no dia 18 de março de 1964, cerca de 13 dias antes do golpe, o presidente João Goulart, o Jango, tinha agendado uma visita a Bom Jesus do Itabapoana, em companhia do governador de Badger Silveira, para assinarem o termo de compromisso da construção da Usina de Rosal.


Referida obra era considerada a redenção econômica da região, uma vez que traria grande desenvolvimento para o município. A energia ali gerada seria utilizada para a implantação de um pólo industrial na região do Vale do Itabapoana.

Na edição de 15 de março de 1964, O Norte Fluminense anunciava o depoimento eufórico de Badger a respeito da Usina de Rosal:

"Dentro de poucos anos as forças estutantes de nossas cachoeiras estará transformando  (sic) em energia elétrica que irá dinamizar o nosso progresso através da eletrificação rural e do acionamento do parque industrial que surgirá neste ubérrimo Vale do Itabapoana".




 O COMÍCIO DAS REFORMAS


  A mesma edição de O Norte Fluminense salientava, também, em sua primeira página, o "Comício das Reformas", ocorrido no dia 13 de março, ressaltando o apoio de Badger a Jango.

João Goulart discursou para cerca de 220 mil pessoas. O Norte Fluminense transcreve uma parte de seu discurso:

 " Trabalhadores, acabei de assinar o decreto da SUPRA. Assinei-o, meus patriotas, com o pensamento voltado para a trajetória de irmãos brasileiros que sofrem no interior de nossa pátria. Ainda não é aquela reforma agrária pela qual lutamos. Ainda não é a reformulação de nosso panorama rural empobrecido. Ainda não é a carta de alforria do camponês abandonado. Mas o primeiro passo: uma porta que se abre à solução definitiva da melhoria agrária brasileira.

Chegou-se a proclamar, trabalhadores brasileiros, que esta concentração seria um ato atentatório ao regime democrático, como se no Brasil a reação ainda fosse dona da democracia ou proprietária das praças e das ruas.

Desgraçada a democracia a que tivera de ser desenhada por esses democratas.  Democracia para eles não é regime de liberdade de reunião para o povo. O que eles querem é uma democracia de um povo emudecido, de um povo abalado nos seus anseios, de um povo abafado nas suas reivindicações. A democracia que eles desejam impingir-nos é a democracia do antipovo, a democracia da anti-reforma, a democracia do anti-sindicato, ou seja, aquela que melhor atenda aos seus interesses ou aos dos grupos que eles representam. A democracia que eles pretendem é a democracia do privilégio, a democracia da intolerância e do ódio...".

Badger também fez uso da palavra:

" Aqui está a própria consciência do povo brasileiro para dizer ao Presidente João Goulart que todo o povo respondeu que desejava que viessem as reformas de base imediatamente, reformas pelas quais o povo reclama e anseia.

Não podemos assistir de braços cruzados a fome, a falta de assistência médica, a falta de escolas. A bandeira da reforma está diante de Vossa Excelência, Presidente. Aqui está o clamor do povo, para que aqueles que não entenderam a realidade venham aqui, em contato com essa multidão, sentir que pacificamente a grande maioria do povo fluminense veio trazer sua confiança a Vossa Excelência".
 

O bonjesuense Badger Silveira, governador do Estado do Rio de Janeiro, por ocasião do golpe militar de 1964

O ambiente de caos gerado pelas forças golpistas, contudo, culminou no dia de 31 de março de 1964 com a deposição do presidente João Goulart.

No dia 1o. de maio seguinte, golpistas inseridos na Secretaria de Segurança encaminharam à Assembleia Legislativa documentos acusando o governador Badger Silveira e seu vice, João Baptista da Costa, de terem "ligações com o Partido Comunista".

 Em decorrência disso, os deputados pusilânimes acabaram decretando o impedimento de ambos para exercerem o cargo e impondo a perda dos direitos políticos a Badger Silveira por 10 anos, impedindo que este desse continuidade às obras previstas em favor do Estado do Rio de Janeiro e de Bom Jesus do Itabapoana.

Em relação ao  "impeachment" de Badger, O Norte Fluminense pontuou nas páginas da edição de 3 de maio de 1964: "a cassação de seus direitos políticos teve dolorosa repercussão neste município, sua terra natal, onde desfruta de geral estima".

Com o golpe militar, o iminente desenvolvimento econômico e social de Bom Jesus do Itabapoana foi ceifado de modo truculento e vil.

A construção da Usina de Rosal, por exemplo, só foi concretizada mais de três décadas depois, mas com uma dimensão pífia: a Usina de Rosal e as Pequenas Usinas Hidrelétricas PCH de Pirapetinga, PCH de Calheiros e PCH Franco Amaral funcionam sem nenhum compromisso com o desenvolvimento da região. São administradas por empresas com índole privada mais interessadas no lucro do que servirem à região e à população. 

Usina de Rosal é administrada pela CEMIG

PCH Franco Amaral





PCH Calheiros



PCH Pirapetinga


Como resultado disso, Bom Jesus do Itabapoana vive a ironia de estar sempre envolta com apagões, enquanto a riqueza oriunda das quedas das suas águas é apropriada pelo setor privado, em detrimento do nosso povo.











quarta-feira, 19 de março de 2014


MARIA RIDOLPHI DEGLI ESPOSTI


Maria RIdolphi Degli Esposti e os filhos Lúcia, Filomena, Paulo e Penha, na zona rural de Santa Rita

Maria Ridolphi Degli Esposti reside em Santa Rita, zona rural de Calheiros, distrito de Bom Jesus do Itabapoana (RJ).

Foi para esta região que imigrantes italianos se estabeleceram em Bom Jesus, no final do século XIX.

Residência de Maria Ridolphi em Santa Rita
  Maria, nascida no dia 29/08/1929, na localidade de Boa Sorte, em Varre-Sai (RJ), é neta dos italianos Ângelo Ridolphi e Antonia Delceti, e filha do italiano Fernando Ridolphi e Prudência Cappaci Ridolphi.

Segundo Maria "meu avô veio da Itália com dois filhos: Fernando e Dionísio. Os outros 8 (oito) nasceram no Brasil: Brasilino, Geraldina, Geraldino, Ana, Filomena Augusta, Assunta, Rosental e Pietro".

Ela é a única viva dos 11 irmãos: Irene, Antonio, Geraldo, Ângelo, Iria, Maria, José, Rosa, Vicente, Filomena Clara e Terezinha Aparecida.

Maria Ridolphi Degli Esposti e a região de Boa Sorte, onde residiu quando criança: casa demolida deixou lembranças


  Com cerca de 7 anos, mudou-se para a região de Córrego do Ouro.
Casou-se com Sebastião Degli Esposti, no distrito de Rosal, no dia 24/12/1951, e teve 7 (sete) filhos: Paulo, Penha, Lúcia, Geraldo, Filomena Catarina, Ana Margarida e Francisco.

Maria Ridolphi e o sobrinho José Fancisco
  Hoje, viúva, vive em companhia dos filhos, com exceção de Ana, que reside em Campos dos Goytacazes. Em sua casa acolhe também o sobrinho José Francisco Ridolphi e todos os familiares que necessitem.

Maria Ridolphi e Maria Bernadete (sobrinha), Anna Júlia, Filomena (sobrinha), Maria Aparecida (sobrinha) e o filho Paulo, em Varre-Sai (RJ)

Devota de Santo Antonio, seguindo a tradição dos avós e dos pais, Maria Ridolphi tem devoção, ainda, por Nossa Senhora de Lourdes, padroeira da capela estabelecida próxima à sua casa, e por São Geraldo Magela.

Maria Ridolphi: vida e fé em Santa Rita


A região de Santa Rita vive economicamente da produção de leite e do café. A alta do preço do café animou a família Ridolphi e os demais cultivadores de café da região.


Café e rosca italiana são sempre oferecidos aos visitantes


Com 16 netos, Maria diz que "estou à disposição para quando Deus quiser me levar. Sinto-me realizada e sinto-me feliz vivendo junto com meus filhos".



Nova geração de ítalo-bonjesuense: Gabriela de Lourdes Souza Degli Esposti, 5 anos, filha de Francisco Ridolphi Degli Esposti e Terezinha de Fátima Souza Degli Esposti, uma das netas de Maria Ridolphi









segunda-feira, 17 de março de 2014


 A VISITA HISTÓRICA DE
JOÃO GOULART A BOM JESUS DO ITABAPOANA (RJ)


 O ECLB (Espaço Cultural Luciano Bastos) recebeu doação de Ademir Pimentel, de  foto histórica da visita de João Goulart, o Jango, a Bom Jesus do Itabapoana, em 1960.


Na foto, João Goulart, descendente de açorianos, nascido na localidade gaúcha de Estância de Iguariaçá, e que viria a ser presidente da República entre 1961 e 1964, é acompanhado do Governador Roberto Silveira, bonjesuense nascido no distrito de Barra do Pirapetinga, do deputado estadual bonjesusense Tito Nunes da Silva, de Ésio Martins Bastos, fundador do jornal O Norte Fluminense e, ainda, do deputado Brígido Tinoco. A fotografia foi tirada por René Bom Jesus nas imediações da praça Governador Portela e pertencia ao arquivo de Filomeno Gomes Pimentel, conhecido como Loló Pimentel.






sexta-feira, 14 de março de 2014


FECHAMENTO DE ESCOLA MUNICIPAL EM BOM JESUS DO ITABAPOANA REVOLTA COMUNIDADE DE SANTA RITA



Moradores de Santa Rita estão revoltados com o aviso da prefeitura municipal






A comunidade de Santa Rita, zona rural do distrito de Calheiros, está revoltada com a prefeitura municipal de Bom Jesus do Itabapoana (RJ) pelo aviso do fechamento da Escola Municipal Fazenda Santa Rita.

Segundo moradores, a escola possui 5 (cinco) alunos e a prefeitura teria avisado que, caso a escola não alcance o número de 8 (oito) matrículas, a escola será desativada, o que levará prejuízo aos alunos, às famílias e à comunidade.




Igreja de Calheiros

Por outro lado, moradores do distrito de Calheiros reclamam do serviço de limpeza efetuado na Rua Manoel Chaves Tiradentes. Segundo os reclamantes, lixo tem ficado acumulado na referida rua, causando transtornos à comunidade.

quinta-feira, 13 de março de 2014



POETA DR. AYRTHON BORGES SERÓDIO SERÁ HOMENAGEADO

O poeta bonjesuense Dr. Ayrthon Borges Seródio será homenageado, na categoria Poesia Clássica, no dia 12 de abril pela CSCL (Congresso Sociedade Cultura Latina) - Seção Brasil na solenidade “Melhores do Ano de 2013”. O evento, que está em sua oitava edição,  ocorrerá em Laje do Muriaé (RJ), no dia 12 de abril às 14h.

 A premiação do poeta bonjesuense ocorreu a partir da divulgação do 1o. volume da Coleção Literatura Bonjesuense, publicado pela Editora O Norte Fluminense. Esta obra contém as poesias escritas por dr. Arython publicadas em "A seara de vento", em 1977, e "O sacrifício inútil", em 1994.

Segue uma das poesias de destaque do poeta.



NO TÚMULO DE MEU PAI




Roubado cedo ainda, em hora imprópria à vida
Qual ave na procela arrebatada ao ninho,
Partiu meu pai deixando em seu caminho
A mágoa sem remédio, e a queixa mais dorida.

Qual árvore frondosa, a muitos deu guarida,
E um amigo jamais deixou sofrer sozinho.
Honesto, humilde e bom, e farto de carinho,
Um exemplo a seguir em meio a nossa lida.

Cumprindo um ritual, desejo mortuário,
Como da vez passada eu volto ao sepulcrário,
Uma ilha de paz onde impera a igualdade.

Contrito na mudez e presa da amargura,
Vejo através da campa, em sua sepultura,
Um punhado de cinza... E uma eterna saudade!...


100 ANOS DE JOSÉ DAVID FORAM COMEMORADOS NO ABRIGO JOSÉ LIMA






José David e os responsáveis por ele, Elizirlany e Alarcom (E), e os padrinhos José Manoel e Elizabeth, com a neta Ana Luíza (D)

Comemorou 100 anos de idade, no dia 09 de março passado, no Abrigo de Idosos José Lima, o sr. José David, conhecido como Leandro. 

Os padrinhos José Manoel e Elizabeth, com sua neta Ana Luíza, marcaram presença na linda festa organizada pelas Irmãs de Caridade da Associação do Imaculado Coração de Maria e São Miguel com o apoio do grupo Amigos Pra Valer, composto por apoiadores do Abrigo.

A comunidade apóia as atividades do Lar dos Idosos

 Nascido no dia 05/03/1914, José David ingressou na entidade no dia 31/02/2002, tendo como responsáveis Elizirlany e Alarcom, de Apiacá (ES). José David trabalhou para os pais do casal, no Sítio Santana, em Vargem Grande, município de Mimoso do Sul (ES).



A irmã Maria do Carmo Soares de Lima deu início à comemoração


A Associação do Imaculado Coração de Maria e São Miguel foi criada em 22 de agosto de 1976  pelo Monsenhor Francisco Apoliano, que, por sua vez, inaugurou o Abrigo de Idosos José Lima seis anos antes, ou seja, no dia 22 de agosto de 1970. A irmã Regina Sátolo Beiral é a atual gerente da entidade, enquanto a irmã Maria do Carmo Soares de Lima é a responsável pelo Pavilhão São José. 

  


 Irmãs de Caridade da Associação do Imaculado Coração de Maria e São Miguel realizaram uma festa inesquecível para José David


quarta-feira, 12 de março de 2014




















 




UMA NETA DO INTENDENTE MANOEL ANTONIO DE AZEVEDO MATTOS (final)


Ruth Fragoso de Azevedo Silveira


A mãe de Ruth, Hemínia, completou 100 anos de vida no dia 30 de julho de 1994. Na oportunidade, a família realizou grande festa e a residência da matriarca recebeu o cetro e a coroa da Festa do Divino Espírito Santo. Hermínia  faleceu no ano seguinte.


Hermínia, mãe de Ruth: com 100 anos de idade




O cetro e a coroa, da Festa do Divino do Espírito Santo, estiveram na casa de Hermínia, durante a comemoração dos seus cem anos de vida


Hermínia tinha o costume de colecionar miniaturas de objetos e Ruth seguiu a mãe nesse ofício. Sua predileção é colecionar objetos relativos a borboletas.


Ruth: paixão pela história e por borboletas



OUTRAS RECORDAÇÕES 



1.Os bisavós maternos eram portugueses, recordando-se do prenome de sua bisavó: Delfina. No álbum de família, Ruth escreveu, no dia 03 de maio de 2010: "Dedico este álbum em homenagem ao meu muito querido e amado papai, José de Azevedo Mattos, ele e minha amada mãe, juntos, são meus tesouros e orgulho de tê-los como pais".

















 




José Antonio, Maria da Penha e Tereza Cristina, filhos de Mercês Maria, única filha do intendente Manoel Antonio de Azevedo Mattos, em Petrópolis. Foto da década de 1930


2.Ruth teve quatro irmãos: Maria Mercês, Maria José, Branca (falecidas),  e Yolanda, que casou-se com José Correia Neto. Maria José  casou-se com Ademar Nunes da Silva, proprietário da Farmácia Normal, com quem teve 4 filhos: Paulo Sérgio, Luiz Alberto, atual magistrado em Bom Jesus do Itabapoana, Rogério, falecido, e Ademar Nunes da Silva Jr., médico.

 
Yolanda de Azevedo Correia, irmã de Ruth, ao lado desta e de  descendentes, na comemoração pelos 90 anos de Ruth. Foto de 18/08/2013.






HOMENAGEM DE RUTH A SEU PAI


No album de família, Ruth prestou a seguinte homenagem a seu pai:

" Homenagem ao meu querido paizão, do qual tenho muitas saudades...

Pai, esta homenagem singela a você tem uma razão - saudades, muitas saudades estão batendo forte em meu coração. esta homenagem está bastante atrasada, deveria ser feita há muito tempo.

Quando você partiu, deixou conosco nossa adorada mãezinha que com seu imenso carinho nos ajudou a superar um pouco tamanha perda.

O tempo passou, passou, ficamos com a nossa mãe até ela completar 101 anos de vida maravilhosamente bem vividos, o que nos encantou e ao senhor também, não foi?

Por esse deslinhamento que é raro chegamos a esta idade, passamos a quase veneração. Sabíamos que o senhor que lá de longe, bem longe, aplaudia também.
 
Hoje, pai, sem você e sem ela, ficamos como crianças assustadas. nosso equilíbrio sofreu grande abalo. As saudades de vocês se multiplicam.

Hoje, quero deixar no seu álbum de lembranças esta homenagem para as gerações futuras conhecerem este paizão e saber que você foi muito cedo para junto de Deus e dos entes que também já partiram.

Sua lembrança nos faz viver pois deixou de herança sua bondade, sua honestidade, seu trato amigo com as pessoas. Lutou ombro a ombro com Da. Hermínia, sempre visando melhores dias. A recomopensa disto tudo foi a prole linda que deixou. Obrigada por tudo, querido paizão, que voce foi para suas cinco filhas. N.B.: Agora estou sofrendo com outra perda, a do meu querido Ló. Sua filha muito saudosa, Ruth"


QUATRO GERAÇÕES


Ruth e seus 6 filhos: Luzia Maria, Lídia, Amilton, Silênia, Nereida e Adriano, em foto de 2012.



Ao final da reportagem, Ruth agradece ao jornal O NORTE FLUMINENSE: "graças à reportagem, pude manter contatos com familiares distantes, do Rio de Janeiro e de São Paulo, que eu desconhecia. Além disso, a reportagem resgatou os nomes de meus avós, que tiveram parte importante no período em que Bom Jesus do Itabapoana alcançou sua primeira emancipação, no ano de 1890". 

Em relação aos seus sonhos, Ruth diz: "Meu sonho é a minha família. Quer ver todos organizados e felizes, assim como eu fui, desde criança, e continuo sendo. Minha missão não acabou. Quero sempre estar ativa, com coisas para fazer. Quero aproveitar minha vida para dar sempre o melhor de mim", finaliza, emocionada.

4 gerações: Ruth, Silênia, Rafaela e Guilherme




Aniversariou, no dia 16 de fevereiro, Olgani Possidônio, diretora da Escola Estadual Maria da Conceição Pereira Pinto e da Associação dos Amigos do Teatro Cinema Conchita de Moraes.

Familiares e amigos se reuniram em sua residência para uma bela confraternização. O NORTE FLUMINENSE parabeniza Olgani pela passagem de sua data natalícia.





















HONRA E GLÓRIA AOS IRMÃOS PEREIRA PINTO (final)



Senador José Carlos Pereira Pinto  
("De Campos aos Fluminenses")



Jorge Pereira Pinto  ("Quem quebrou a casa de meu pai?")




                                                 



Time do Santa Maria Futebol Clube, tricampeão em 1959, 1960 e 1961. Ao centro, Jorge Pereira Pinto (acervo de Eduardo Rosa)

"Operário meu não passa fome e nem anda de chinelo", costumava dizer Jorge Pereira Pinto ( "Quem quebrou a casa de meu pai?", p.20).


Santa Maria F.C.,campeão municipal em 1953, recebeu homenagens e prêmios do Senador José Carlos Pereira Pinto
("De Campos aos Fluminenses")


O dinamismo de Jorge Pereira Pinto foi ressaltado na obra "Quem quebrou a casa de meu pai?): "Quando comprou Santa Isabel, a fazenda era pequena, com muita pouca produção. Para fabricar 15 mil sacos levava um ano. Agora fabrica 120 mil em seis meses" (p.32).


Mil e quinhentos trabalhadores, das Usinas de Santa Maria e de Santa Isabel se confraternizam, no Dia dos Trabalhadores, com a presença de uma embaixada do Lóide Brasileiro
("De Campos aos Fluminenses")


Dia de festa no interior da fábrica da Usina Santa Maria
 ("Quem quebrou a casa de meu pai?")


A respeito de Jorge Pereira Pinto, Domar Campos, economista do Banco Central, professor de Economia Política do Instituto Superior de Estudos Brasileiros - ISEB; jornalista (redator do Jornal do Brasil, do Última Hora e de O Globo), assinalou, no livro "Quem quebrou a casa de meu pai?":

"Bom Jesus do Itabapoana foi uma região rica do estado do Rio de Janeiro, particularmente por ter sido centro de economia açucareira e, também, por estar situada na fronteira com o Estado do Espírito Santo.

A estrutura, ao mesmo tempo familiar e de importância econômica, teria que vir a ser caracterizada pela permanência do estilo patriarcal tradicional da família brasileira. Os patriarcas foram surgindo até nossos dias. Tive a aventura de vir a conhecer e estabelecer amizade com um desses patriarcas: Jorge Pereira Pinto. Uma personalidade que conciliava o patriarcalismo com a modernidade, com  muito equilíbrio.  

O patriarca Pereira Pinto unia tradição e modernidade com perfeito equilíbrio, um dos pontos altos da evolução política e social que consolidaram a estrutura atual da política sócio-econômica do Brasil.

Fizemos uma boa camaradagem desde os primeiros momentos e chegamos a alguma intimidade. Tive a oportunidade de apreciar a graça analística do Senhor Jorge.

Nessas ocasiões, ele lembrava um conto de Machado de Assis, em que a personagem por ele criado, lendo o diário do seu tio Joaquim, referia-se sem reservas aos defeitos e às virtudes dos seus parentes mais próximos: " Ora, o tio Joaquim!" Eu ficava também surpreendido "Ora, o velho Jorge!" Que espírito crítico, sem mágoa, nada conservador, discreto e delicadamente malicioso...
É sempre o que vem a mente quando converso com parentes ou amigos da família Pereira Pinto, como o Antonio Carlos, meu amigo de longa data. esqueço os episódios, os altos e baixos da economia açucareira, não obstante reconhecendo a sua importância para o estado do Rio e para o Brasil. Lembro sempre a história do tio Joaquim e concluo: "Ora, o velho Jorge!"  


Getúlio Vargas, por sua vez, se referiu a José Carlos Pereira Pinto, nos seguintes termos:

"O usineiro que constrói uma obra como esta valoriza a sua terra e se faz credor da sua admiração eternamente"


Sylvio Fontoura, o criador do 1o. jornal de Bom Jesus do Itabapoana, em 1906, intitulado "O Itabapoana", escreveu a respeito de José Carlos Pereira Pinto, em 8 de novembro de 1918, no jornal campista A NOTÍCIA:

" Não podemos deixar de levar hoje os nossos aplausos aos organizadores das Cozinha Popular, dentre eles destacando-se o sr. José Carlos Pereira Pinto, que não só na cozinha, mas em todos os misteres da Cruz Branca vai prestando os mais relevantes serviços. Sempre na vanguarda de todos os empreendimentos, este cavalheiro não tem poupado esforços  trabalhando até alta noite, a todos atendendo com a maior solicitude, merecendo sem nenhuma dúvida os nossos mais francos aplausos e a bênção da pobreza. Deixando os afazeres, tudo abandonando, trata hoje exclusivamente dos interesses da Cruz Branca, ou seja dito - dos interesses da pobreza. Nos tempos que correm, dificilmente encontramos cavalheiro desta têmpera que, sem nenhum interesse oculto, se põe intensamente ao serviço de uma população, sem nenhuma recompensa, apenas com o fito de fazer o bem à pobreza. A este cidadão, pois, os nossos mais francos aplausos". 
  

Por outro lado, o grande Padre Mello compôs uma poesia dedicada ao Senador José Carlos:
 

ACRÓSTICO

         Soneto e oitava

Justíssimo é que Bom Jesus, em cheio,
O leve às urnas e que o veja eleito
Senador Federal, e deste jeito,
Ele verá que vive neste meio.

Católico sincero, sem receio
Afirma sua crença, e com respeito,
Reconhece no mais igual direito,
Lá dos próprios domínios bem no seio.

O povo fluminense e qualquer povo
Sabe quanto lhe deve a sociedade
Pelo de Campos edifício novo

Em que não só os filhos da cidade
Refúgio encontram mas dos arredores
Encontrarão tmabém remédio às dores.    

   ______________________

Irmãos seus consideram os pobrezinhos
Repartindo com eles do seu cofre
Abundantes esmolas e carinhos.
Pensa na sorte de quem dores sofre,
Institui hospital, escolas cria.
No templo a reza, jogos no recinto;
Tudo para que vivam na alegria
Onde achar outro José Carlos Pinto?!...

(1945)    Padre Mello
Bom Jesus do Itabapoana




Por fim, a obra " De Campos aos Fluminenses" menciona, entre outras menções ao Senador, a seguinte, proferida em 11 de março de 1944, no Serviço de Difusão da A.I.C: "O nome de José Carlos Pereira Pinto transpôs os umbrais da posteridade".