Jornal fundado por Ésio Martins Bastos em 25 de dezembro de 1946 e dirigido por Luciano Augusto Bastos no período 2003-2011. E-mail: onortefluminense@hotmail.com
segunda-feira, 30 de dezembro de 2024
BONJESUENSE é promovida a CAPITÃO-TENENTE DA MARINHA DO BRASIL
TEATRO ACOLHE MORADORES NA ENCHENTE DA USINA SANTA MARIA
O Teatro Cinema Conchita de Moraes, na Usina Santa Maria, reinaugurado no dia 11 de agosto passado, não é apenas um local de cultura e de celebrações. É também um porto seguro para a comunidade, no caso de enchente.
Na manhã de hoje, duas famílias tiveram que sair de suas residências e se estabeleceram no Conchita, em decorrência do aumento do nível das águas do rio, que ocuparam suas casas. Na parte da tarde, com a diminuição do nível das águas, as famílias puderam retornar a suas residências.
10 de janeiro: os 127 anos de nascimento do historiador Antônio de Souza Dutra
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Antônio de Souza Dutra é um dos expoentes intelectuais e historiadores bonjesuenses. |
Filho de Joaquim Dutra de Moraes e Thereza Cristina Sousa Dutra, nasceu na zona rural de Quebrados no dia 10 de janeiro de 1898 e teve oito irmãos: Ludovino, Joaquim, José, conhecido como Caboclo, Augustinha, Ana Alexandrina, conhecida como Anita, Maria Tereza, conhecida como Mulata e Maria Clementina, conhecida como Pitita.
Com 13 anos de idade, mudou-se para a cidade, onde foi trabalhar na "Pharmácia Normal", de propriedade de Pedro Gonçalves da Silva Jr., conhecido como Cel. Pedroca, que foi o nosso primeiro prefeito a partir instalação do município, no dia 25 de dezembro de 1890.
"TROQUEI A ENXADA PELA ESPÁTULA"
Segundo Maria Apparecida Dutra, sua filha, "meu pai era franzino e não se adaptou ao trabalho da zona rural. Foi assim que deixou os 8 (oito) irmãos na roça e foi trabalhar na Farmácia Normal, como limpador de vidro e manipulador de receitas. A Farmácia Normal tinha sido adquirida por meu avô de um integrante da família Camargo, um tio-avô da pianista conhecida como dona Nina. Meu pai costumava dizer: 'Troquei a enxada pela espátula'. No prédio do estabelecimento, havia um apartamento que meu avô destinava a seus empregados e foi ali que meu pai passou a residir. Foi ouvindo as conversas de meu avô com as pessoas que ali compareciam, já que a Farmácia Normal era um local de encontro dos intelectuais da época, que meu pai se interessou pelos livros e pela leitura", assinalou.
Quanto à importância da Farmácia Normal como centro de cultura de nosso município, Delton de Mattos, um dos gênios de nossa literatura, testemunhou, no prefácio do livro "Páginas Memoráveis de Bom Jesus do Itabapoana", que contém textos da obra do historiador, que " a Farmácia Normal de outrora não era apenas um estabelecimento de fazer e vender remédios, mas também verdadeira e autêntica Academia de Letras, em que se reuniam as figuras mais expressivas da vida cultural da cidade, tão só para discutir ideias e falar de livros, isto com tal regularidade e competência que poderia fazer inveja à escassa e quase nula produtividade de qualquer agremiação provinciana do nosso tempo" (pág. 12).
Delton acentuou que " quando eu frequentava o curso ginasial do antigo Rio Branco, que concluí em 1942, sempre que podia continuava a procurar o aconchego e a atmosfera literária da Farmácia Normal".
Assinalou, outrossim, que, ao promover as compras de livros, "recorria à notória competência do erudito proprietário da Farmácia Normal, que sempre me recomendava os títulos mais importantes e até concordava, por assim dizer, em 'adiantar-me' alguns dos seus preciosos volumes que depois seriam repostos, quando me chegavam as novas encomendas" (pág. 13).
Ao final do prefácio do livro, Delton registrou: "Parece que não haveria meio mais a meu alcance para cultuar a memória dos intelectuais da Farmácia Normal, dos quais Antônio de Souza Dutra foi expoente tutelar, do que colocar à disposição dos leitores bonjesuenses dos nossos dias esta utilíssima obra, que retrata com fidelidade e competência os principais fatos da nossa história".
O livro com textos do historiador, editado por Delton de Mattos, baseou-se nos escritos publicados no jornal A Voz do Povo.
A respeito do historiador, Maria Apparecida Dutra assentou ainda: "meu pai acabou casando-se com mina mãe Alice, filha do meu avô Cel. Pedroca. Ele chegou a iniciar o curso de Farmácia na Faculdade de Leopoldina (MG), mas teve que interromper os estudos, devido à doença de meu avô. Com o falecimento deste, meu pai assumiu a Farmácia Normal. Em 1948, o antigo prédio onde ficava situada a farmácia foi demolido para abrir a Rua República do Líbano. A Farmácia mudou-se, então, para a parte inferior do prédio contíguo, onde residia o Cel. Pedroca, localizado na Praça Governador Portela. A Farmácia Normal funcionou até 1980, quatro anos após o falecimento de meu pai, ocorrido no dia 14 de fevereiro de 1976, uma vez que meu irmão Pedro se sentiu vocacionado apenas para o magistério e a política. Meu pai era uma pessoa introvertida e nada social. Ele era devotado ao trabalho, aos livros e à família. Era apaixonado por leitura e por pesquisas".
Do casamento com Alice Gonçalves da Silva, Antônio Dutra teve três filhos: Maria Apparecida Viestel, Pedro Gonçalves Dutra e Lúcia Gonçalves Dutra.
Maria Apparecida Dutra, casou-se com Ruimar Viestel e teve os seguintes filhos: Maria Alice, Miguel, Maria Adelaide, Marco Antônio e Maria Angélica. Pedro, casado com Auta de Oliveira, teve três filhos: Vinícius, Plauto e Pedro Gonçalves Dutra Jr., enquanto Lúcia, casada com Luís Teixeira de Oliveira, teve os seguintes filhos: Laura, Luísa e Luís Antônio.
Segundo a filha do historiador, a nova geração dos descendentes do Cel. Pedroca está constituída assim: "Alice e Raquel, filhos de Maria Angélica; Henrique e Bernardo, filhos de Miguel; Luíza, filha de Maria Alice; Rafael, filho de Vinícius; Gabriel e Mateus, filhos de Pedro Gonçalves; Gabriel e Caio, filhos de Luís Antônio".
Maria Apparecida diz que "considero que o legado de meu pai foi o de dignidade e o de servir ao próximo. Para ele, o importante era o enriquecimento com a cultura e com a vida", finaliza.
Pode-se dizer que o historiador promoveu este importante legado a partir do que hauriu na Farmácia Normal. A propósito, ele assinalou no texto do mencionado livro editado por Delton de Mattos, que a residência do Cel. Pedroca, "foi meu segundo lar... Foi ali, naquele ambiente em que sempre imperaram a honestidade, a modéstia, a bondade e a cultura, que eu aprendi a viver; hoje, já perto da velhice, rendo graças a Deus por ter aproveitado bastante daquela aprendizagem"(pág. 92).
Foi Antônio Dutra que preservou também os primeiros exemplares dos jornais de Bom Jesus do Itabapoana, entre os quais as primeiras edições do primeiro jornal de Bom Jesus, editado por Sylvio Fontoura em 1906, intitulado "Itabapoana", e patrocinado pelo Cel. Pedroca, seu sogro.
Essas e outras preciosidades foram doadas por Pedro Dutra, filho do historiador, após sua a morte, a Luciano Augusto Bastos, por considerar este a pessoa adequada a zelar por este rico acervo. Luciano Bastos, por sua vez, compilou o conteúdo do referido jornal em dois livros que constam da Coleção Histórias de Bom Jesus, da Editora O Norte Fluminense. As demais relíquias de Antônio Dutra doadas a Luciano Bastos, integram o rico acervo do ECLB (Espaço Cultural Luciano Bastos).
O jornal O Norte Fluminense se rejubila com a comemoração da data natalícia de Antônio de Souza Dutra, esse gigante de nossa história e cultura, ao mesmo tempo que parabeniza sua filha Dona Apparecida Dutra e demais descendentes por essa data magnânima!
11 de janeiro: os 77 anos de fundação da CAVIL
Hoje, dia 11 de janeiro, a CAVIL (Cooperativa Agrária do Vale do Itabapoana) comemora 77 anos de fundação.
O lançamento da pedra fundamental para a construção da sede, ocorreu, contudo, no dia 15 de agosto de 1948, em concorrida solenidade.
O êxito da administração pode ser aferido na expansão de oferta de seus produtos e na futura inauguração da terceira unidade revendedora, em Bom Jesus do Norte.
Um proprietário rural de Guaçuí, no Espírito Santo, informou que "prefiro vender o leite para a CAVIL, porque ela é organizada e oferece as melhores condições".
A cooperativa, que tem Adeildo Gomes de Resende, como presidente, José Francisco Coutinho, como superintendente, e José Nunes, como secretário, conta com cerca de 463 associados e gera diretamente no campo e na cidade cerca de dois mil empregos. Mensalmente, a folha de pagamento é de 3 milhões de reais. Recebe leite de nove municípios fluminense e capixaba.
Imbuída do idealismo que norteou Eurico Moreira de Faria e outros abnegados - fundadores da cooperativa - a atual administração comanda, com êxito, o destino de nossa tradicional sociedade cooperativa.
Nossos Parabéns!
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A ata da fundação da CAVIL |
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domingo, 29 de dezembro de 2024
6 de janeiro: os 100 anos da fundação do Hospital São Vicente de Paulo
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O nosocômio e a capela foram fundados pela Associação São Vicente de Paulo, cujo presidente era o Dr. Diogo Cabral de Mello. |
Hoje, dia 6 de janeiro, o Hospital São Vicente de Paulo e a Capela de Nossa Senhora do Rosário completam 100 anos de fundação.
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Cesar Ferolla: "Vemos Bom Jesus dotado de uma das maiores instituições que poderíamos imaginar" |
Segue o pronunciamento de César Ferolla que foi publicado no jornal bonjesuense Nossa Terra, de 1925, editado por Antônio da Costa Freitas, cujo exemplar íntegra o rico acervo do Espaço Cultural Luciano Bastos (ECLB), e do qual aqui reproduzimos uma parte:
"Inaugura-se afinal, hoje, o Hospital São Vicente de Paulo, fato que ansiosamente esperávamos. Trazendo as nossas congratulações aos denodados cavalheiros que a custa de não pequenos esforços conseguiram erigir esse grandioso monumento, é com o maior e sincero prazer que vemos Bom Jesus dotado de uma das maiores instituições que poderíamos imaginar. Uma das maiores sim, porque tudo pode ser dispensado em uma localidade, menos a igreja, a escola e o hospital; a primeira, para a alma, a segunda, para a inteligência, e a terceira, para o corpo.
A igreja, graças aos esforços do ilustre amigo e virtuoso Padre Mello, aí está, obra prima de arte e bom gosto; a escola, vêmo-la nos diferentes institutos de ensino, particulares e públicos. Faltava-nos, pois, o hospital: era uma dívida para com os nossos pobres, era um dever a que não se pode afastar todo o povo que se diz civilizado, mas finalmente, eis o pujante, grandioso, e que não sei se é pelo amor que temos à medicina, ciência magna, ou por outra qualquer causa, consideramos iniciada em Bom Jesus uma nova era, farta em bênçãos divinas, e que garantidamente há de ser o reflexo da alma bondosa daqueles que erigiram e hão sustentar a nova casa de caridade...".
Após procissão ocorrida às 16h30min, deu-se início à solenidade de inauguração, ocasião em que o presidente da entidade convidou para a mesa o Reverendo Padre Mello e o Monsenhor Henrique Mourão, Bispo da Diocese de Campos. Fizeram uso da palavra, na oportunidade, o médico Dr. Agenor de Barros, Octacílio de Aquino e Cesar Ferolla. Padre Mello, impressionado com a qualidade dos discursos, solicitou, então, que os mesmos fossem impressos, para divulgação.
A orquestra regida pelo maestro Leopoldo Muylaert abrilhantou o evento.
Ao final, Monsenhor Mourão se disse "impressionado com a demonstração de fé que assistia", afirmando que "a verdadeira caridade é a que se origina do amor de Deus".
"JUÇARA: A MÃE DISCRETA E PODEROSA DA MATA ATLÂNTICA", por Fábio Alexandre Miranda de Sousa
Este é meu pé de Juçara. Fica no meu quintal. Este é um tempo chuvoso. Eu, literalmente, estou ficando velho. Por isso aprecio a chuva e o Juçara. Eu cresci vendo esses pés de coco no quintal… Não me importava muito com eles… Mas agora, depois de meio século, eu os nomeio mães da Mata Atlântica.
Essa planta é uma maravilha! Parente do açaí (dá sim para fazer suco da fruta madura, meu padrinho já fez até vinho), ela tem os seguintes poderes: não cai (só se derrubar), portanto não oferece risco à construções; é de uma resistência absurda às condições climáticas (prefere os brejos, mas resiste à seca muito bem); não provoca sombra significativa; atrai as mais diversas aves quando dá frutos: quase todos eles engolem o caroço inteiro e a dispersam sua semente pelas fases (com exceção das maritacas que roem os frutos) além de, ao chegarem, dispersam as mais diversas sementes de outras frutíferas. Ah, ainda produz um uivo muito característico (às vezes assustador), quando sob os ventos fortes.
Pelo fato de atrair aves que a dispersam e que dispersam as outras sementes ao seu redor, sendo uma fonte de alimento segura para estas e outros animais (roedores que comem no solo), nas estações de escassez, é que eu digo que merece o título de mãe da Mata, lembrando-me do verso de Djavan, que aponta o açaí como guardião, seu parente Juçara, nestas matas aqui, também merece a honraria.
Fé
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Wilma Martins Teixeira Coutinho |
O Dedo de Deus nas alturas
Abençoa a todos nós
Aqui do Mirante pedimos
Muita paz eu creio em vós
O Céu azul faz o quadro
Mais sagrado que já vi
É Deus mostrando pra gente
A estrela de Davi
Como brilha lá no Céu
Faiscando sem parar
Eu fico o tempo todo
Parado a contemplar
Wilma
sábado, 28 de dezembro de 2024
1º de janeiro: os 86 anos de nossa 2ª emancipação
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José de Oliveira Borges, o Zezé Borges, o 1º prefeito após nossa 2ª emancipação |
Ao comemorarmos, na data de hoje, 1º de janeiro, os 86 anos de nossa 2ª e definitiva emancipação - logo após a comemoração dos 134 anos de nossa 1ª emancipação, ocorrida no dia 25 de dezembro - nós, bonjesuenses e bonjesuistas (os que não nasceram em Bom Jesus, mas vivem como se assim fosse), elevamos nossos olhos orgulhosos para a nossa rica história, para os nossos heróis, para a nossa preciosa cultura e para nossos inquebrantáveis valores!
Somos resultado de um grande legado e por ele continuaremos a lutar e viver, construindo o nosso futuro, com os firmes alicerces que nortearão as novas gerações.
Foi o Almirante Ernani do Amaral Peixoto, interventor no estado do Rio de Janeiro, que outorgou nossa emancipação através do Decreto-Lei nº 633, de 14 de dezembro de 1938.
Nossa luta por emancipação ocorreu incessantemente, desde o dia 8 de junho de 1892, quando o governador Tomás Porciúncula cassou nossa 1ª autonomia e nos converteu em distrito de Itaperuna.
Nosso município foi instalado no dia 1º de janeiro de 1939, no Paço Municipal, onde hoje está assentado o prédio do Big Hotel.
O Decreto-Lei nº 633, assinalou:
"Art.º 3º - O município de Bom Jesus do Itabapoana será constituído de quatro distritos na seguinte ordem:
1º- Bom Jesus do ltabapoana; 2º - Calheiros (ex- Santo Antônio do Itabapoana); 3º - Rosal (ex- Santana do Itabapoana); 4º- Liberdade".
A festa da 2ª emancipação e posse do prefeito José de Oliveira Borges, o Zezé Borges, ocorreu em meio à grandiosa presença da população. Após a fala do alcaide empossado, discursou Zito do Couto em nome da população. Padre Antônio Francisco de Mello também usou da palavra, após o discurso de Romualdo Monteiro, prefeito de Itaperuna. A memorável manifestação do pároco açoriano foi registrada para a história e o JONF (Jornal O Norte Fluminense) a publica neste artigo.
O historiador Porphirio Henriques, que acompanhou pessoalmente a instalação do município, lançou a obra "LIBERTAS" sobre esse momento histórico. Essa publicação inolvidável integra a biblioteca de Luciano Augusto Bastos. O historiador Zico Camargo, por sua vez, também registrou o célebre momento em seu notável livro "BOM JESUS DO ITABAPOANA".
A memória dos fatos que abrilhantam as páginas da história de um povo e prestam homenagem aos protagonistas, tem por fim estimular as presentes gerações à conquista das glórias futuras!" (Padre Mello)
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Prédio onde está situado o Big Hotel, e que foi o Paço Municipal, a partir de 1º de janeiro de 1939 (foto: Porphirio Henriques) |
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Edmundo Falcão, Paulo de Faria, Rezende Silva, Telles Barbosa e José Campos de Oliveira, após a cerimônia da instalação do município (foto: Porphirio Henriques) |
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Foto tirada a partir da janela do prédio do Paço Municipal, atual Big Hotel (foto: Porphirio Henriques) |
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Francisco Camargo Teixeira, o Zico Camargo, abordou a 2ª emancipação em sua obra "BOM JESUS DO ITABAPOANA" |
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Francisco Camargo Teixeira, o Zico Camargo |
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Porphirio Henriques Filho acompanhou o momento histórico da instalação de nosso município e promoveu a memorável publicação "Libertas", que compõe o acervo da biblioteca de Luciano Augusto Bastos |
FINALMENTE, A INDEPENDÊNCIA DEFINITIVA , por Padre Mello (1º de janeiro de 1939)
"A honra dos filhos é a glória dos pais"
(Padre Mello)
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Padre Antônio Francisco de Mello |
(Discurso de Padre Mello, respondendo o de Romualdo Monteiro, prefeito de Itaperuna, no dia 1º de janeiro de 1939)
"Senhor Prefeito. Na despedida que Vossa Excelência acaba de fazer não se ouviram as vozes de descontentamento, nem justos queixumes de quem a estas horas sente o desmembramento desta preciosa unidade do glorioso município de Itaperuna. Pelo contrário, ouvimos palavras paternas, afetuosas, as expressões de carinho de um pai que abençoa o filho adulto e de maioridade que se desprende do lar paterno, para seguir seu destino. Palavras de um verdadeiro pai que vendo o filho capaz de se governar e administrar seus haveres, ao dar-lhe o abraço de despedida lhe diz: "Vai, meu filho; segue o teu destino. Recorda e põe em prática as lições que recebeste. Sê trabalhador, honesto e criterioso. Não te afastes do caminho da honra, que a honra dos filhos é a glória dos pais...".
Pois bem, Senhor Prefeito, o nosso município de Bom Jesus não se afastará dessa linha de honra e critério com que procurará corresponder aos votos que Vossa Excelência, tão afetuosamente, tão carinhosamente, tão paternalmente acaba de formular. E desse modo montaremos o pesar que vai pelos corações dos itaperunenses, de nos haver perdido. Perda sensível, é certo, e é essa a nossa glória, esta a justificação da resistência aos esforços constantes, insistentes pela consecução do nosso desideratum, porquanto se nada valêssemos, insensível seria a nossa falta. Estamos, é certo, senhor Prefeito de Itaperuna, independentes, mas não separados. Continuamos unidos. Unem-nos as velhas amizades individuais. Unem-nos as relações de ordem social.
Unem-nos os interesses comuns e recíprocos, ocasionados pela nossa vizinhança. Unem-nos as mesmas linhas divisórias materialmente, territorialmente estabelecidas. Sim, essa linha que se lança pelas cumeadas da cordilheira estendida desde o Capitinga até a Serra da Caiana, interrompe-se nas cabeceiras da Barra Funda por onde contínua a divisa; essa linha, Senhor Prefeito, não nos separa, une-nos.
Sua função é dividir as águas das duas grandes bacias do Muriaé e do Itabapoana. Assim, continuaremos a viver juntos, unidos pelos laços que se não quebraram, que resistem ao histórico acidente político que solenizamos, cada um nos seus domínios, desenvolvendo suas energias, realizando suas possibilidades, cooperando enfim para seu próprio bem-estar, para o engrandecimento do Estado e maior prosperidade e glória da Pátria ".
TEXTOS DOS IRMÃOS MARIA APPARECIDA DUTRA E PEDRO GONÇALVES DUTRA SOBRE JOSÉ DE OLIVEIRA BORGES
O JORNAL O NORTE FLUMINENSE transcreve, a seguir, textos de Maria Apparecida Dutra e de seu saudoso irmão, Pedro Gonçalves Dutra, sobre José de Oliveira Borges. Ambos são filhos do historiador Antônio Dutra e netos de Pedro Gonçalves da Silva, conhecido como Coronel Pedroca, o 1º prefeito de Bom Jesus por ocasião de sua 1ª emancipação ocorrida no dia 25 de dezembro de 1890.
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Maria Apparecida Dutra, celebridade da história bonjesuense |
Segundo Maria Apparecida, "é com satisfação saber da publicação do texto de meu irmão sobre Zezé Borges, que era um líder por vocação. Paternalista, de coração bom, procurava ajudar a todos, desprovido de interesse político. Pedrinho, meu irmão, era amigo de Zezé Borges, independentemente da posição política e tinha mais liberdade com Zezé Borges do que com meu pai. Sua esposa, Maria Ferreira Borges, conhecida como dona Malica, possuía o mesmo espírito humanitário. Ela abria as portas de sua casa para receber todos os que necessitavam, sem fazer distinção da opção partidária de cada pessoa. Sua casa parecia uma área comunitária. Esse amor pelas pessoas é uma das características de sua família, e foi transmitido naturalmente aos seus descendentes, que seguem os mesmos princípios de Zezé Borges e Malica".
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Amaral Peixoto e José de Oliveira Borges em Bom Jesus do Itabapoana, no aniversário do bonjesuense |
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José de Oliveira Borges e a esposa Maria Ferreira Borges, a Malica, em sua residência |
UMA VIDA A SERVIÇO DE BOM JESUS DO ITABAPOANA, por Pedro Gonçalves Dutra
JOSÉ DE OLIVEIRA BORGES
Dados Biográficos
Nasceu José de Oliveira Borges a 13 de Novembro de 1895, em Barra do Pirapetinga, 10º Distrito de Itaperuna, hoje 1º distrito de Bom Jesus do Itabapoana, sendo o 4º filho de Francisco Borges Sobrinho e Maria Severina Borges.
Transferindo-se com seus pais para Arrozal de Santana, hoje Rosal, 3º distrito de Bom Jesus do Itabapoana, ali fez seus estudos primários na escola de dona Consuelo Minucci.
Em 1911, seus pais transferem-se para Bom Jesus, onde, apenas ainda adolescente, seria eleito o 1º secretário do CENTRO OPERÁRIO, entidade fundada por Pedro Gonçalves da Silva (Cel. Pedroca), nos primeiros anos do nosso século.
A 25 de Janeiro de 1917, contraiu núpcias com a srta. Maria Moraes Ferreira, tendo comemorado 65 anos de união conjugal em janeiro de 1982, ano no qual viria a falecer a 16 de julho. Desta união nasceram os seguintes filhos: Adelaide e Geraldo (já falecidos); Maria Borges Pereira das Neves, esposa do Dr. Emannuel Pereira das Neves, ex-deputado estadual e advogado aposentado do Banco do Brasil; José Ferreira Borges, escrivão do Cartório do 1º Ofício desta cidade, Antônio Ferreira Borges, Fiscal de Rendas aposentado do RJ, Terezinha Borges, funcionária aposentada da R.F.F; Luiz Ferreira Borges, Comerciante; João Baptista Ferreira Borges, Comerciante; Francisco de Oliveira Borges, Comerciante e Paulo Ferreira Borges, Médico em Brasília-DF. Possuía 36 netos.
VIDA PÚBLICA DE JOSÉ DE OLIVEIRA BORGES
1922 - Eleito Vereador e vice-presidente da Câmara Municipal de Itaperuna. Representou com brilhantismo o então 10º distrito, sabendo elevar o nome de Bom Jesus ao ocupar tão elevado cargo.
Embora continuando na militância política, a Revolução de 1930 veio encontrá-lo ao lado do governo deposto, tendo permanecido até 1939 sem exercer nenhum cargo público.
1939 - É empossado como primeiro prefeito nomeado para o Município de Bom Jesus do Itabapoana, criado pelo decreto nº 633 de 14 de Dezembro de 1938, cargo no qual permaneceu até 1946.
1947 - Eleito Deputado Estadual pelo Partido Social Democrático. Foi um dos constituintes de 1947 tendo exercido também a vice-presidência da Assembleia Legislativa, por escolha de seus pares.
1951 - Ao concluir o mandato de Deputado Estadual, elege-se Vereador, liderando a oposição ao Prefeito de então.
1955 - Eleito Prefeito em 1954, sempre pelo PSD, ao enfrentar poderosa coligação de partidos, assume o governo a 31 de Janeiro de 1955, governando até 31 de Janeiro de 1959.
1963 - Eleito Vereador, exerce na Legislatura 63-67 a vice-presidência da Câmara Municipal.
Candidata-se a Prefeito em 1970 e a Vice-Prefeito em 1972, pela legenda do Movimento Democrático Brasileiro, agremiação na qual ingressou com a extinção do Partido Social Democrático.
Fundador e Presidente do Ordem e Progresso F.C., do Rotary Clube, do Centro Popular e do Aero Clube de Bom Jesus do Itabapoana..
Delegado do Governo do Estado do Rio de Janeiro, junto ao instituto Brasileiro do Café, nomeado pelo Governador Amaral Peixoto.
Realizações - Implantação da máquina administrativa municipal e sua organização. Abertura de estradas em todo o município. Início do calçamento de ruas da cidade. Aquisição para o município de terrenos onde hoje se localiza o Bairro Novo. Início da construção do prédio onde hoje funciona a Prefeitura Municipal. Construção do muro do Cemitério Público da cidade - Aquisição para o Município da Usina de Energia Elétrica de Rosal.
Eis o resumo de 80 anos de vida pública inteiramente dedicada a seus semelhantes.
Que o exemplo de JOSÉ DE OLIVEIRA BORGES frutifique e que a herma inaugurada a 13/10/75 lembre que com homens de fibra e honradez de caráter de ZEZÉ BORGES é que se constroem a grandeza de um município e de seu povo.
1982 - 16 de Julho - Falece o grande homem público que foi JOSÉ DE OLIVEIRA BORGES, tendo o "O NORTE FLUMINENSE" assim noticiado o infausto acontecimento:
FALECE O VELHO CACIQUE, pelo JONF (Jornal O Norte Fluminense)
Faleceu Zezé Borges!... Foi a notícia que, na tarde de sexta-feira última célere, percorreu todos os quadrantes do município espraiando por toda a região do Vale do Itabapoana. E todos sofreram o mesmo impacto, era como se cada um perdesse uma partícula de seu ser, tanto arraigada estava, em todos os setores da vida bonjesuense, a atuação desse cidadão que madrugou nas lides comunitárias, exercendo os mais variados cargos representativos, obediente e obstinado a um só ideal: o de servir os seus semelhantes e a sua Bom Jesus!
Comerciário, construtor, comerciante - dos de maior expressão - no ramo madeireiro de cereais e de café, foi, entretanto, o traço marcante de sua trajetória terrena, a sua ininterrupta atuação política, onde encontrou campo propício para expandir a sua personalidade ímpar de administrador probo e de homem público voltado para os superiores interesses de sua terra e de sua gente.
Nascido em Barra do Pirapetinga, a 13 de novembro de 1895, consorciou-se em 1917, com a Exma Sra. Da. Maria Ferreira Borges, que deixa viúva desse matrimônio advieram os seguintes filhos: Da. Maria Borges Pereira das Neves, esposa do Dr. Emannuel Pereira das Neves, José Ferreira Borges, Titular do Cartório 1º Ofício de nossa Comarca, Antônio Ferreira Borges funcionário Estadual, Terezinha Borges Cheibub, funcionária da R.F.F, Luiz Ferreira Borges comerciante em nossa cidade, Francisco de Oliveira Borges, comerciante em Niterói, João Baptista Ferreira Borges, empresário e comerciante, em nossa cidade, Dr. Paulo Ferreira Borges, médico em Brasília e mais os já falecidos Adelaide e Geraldo. Deixa ainda o pranteado extinto 37 netos e 41 bisnetos.
A VIDA POLÍTICA
Na década de 20 foi eleito vereador à Câmara de Itaperuna representando Bom Jesus, que à época fazia parte daquele município, exercendo a Vice Presidência daquela casa Legislativa. Com a emancipação do nosso município em 1939 foi designado pelo então interventor no Estado, Comandante Ernani do Amaral Peixoto, Prefeito Municipal, cargo que exerceu até 1945. Com a reconstitucionalização do país, foi eleito em 1947 deputado estadual constituinte; em 1955, voltou a ser Prefeito do município, eleito na legenda do PDS, do qual era um dos fundadores. Exerceu, posteriormente, o cargo de Vereador destacando-se em todos os mandatos como político hábil e administrador empreendedor e realizador.
ÚLTIMAS HOMENAGENS
A Prefeitura Municipal decretou luto oficial a todas as entidades de nossa comunidade e bem assim uma grande legião de amigos e admiradores compareceram ao sepultamento do ilustre desaparecido que se verificou no Campo Santo de nossa cidade. O nosso jornal associa-se a essas homenagens póstumas, levando à família enlutada as nossas condolências.
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José de Oliveira Borges, em 1954 |
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José de Oliveira Borges e correligionários em sua residência, em 1954 |
Segue o Decreto-Lei no. 633, que criou o Município de Bom Jesus do Itabapoana,assinado pelo Interventor Federal, Almirante Ernani do Amaral Peixoto, neste Estado, em 14 de dezembro de 1938:
"O Interventor Federal do Estado do Rio de Janeiro, usando das atribuições que lhe confere o Artigo 181 - da Constituição Federal e, considerando as razões expostas pelo Departamento Estadual de Administração dos Municípios à Comissão de Estados da Divisão Administrativa do Estado, que sobre o assunto opina favoravelmente;
Considerando que, assim sendo, se faz mister a constituição de um orçamento de caráter provisório para o município recém-criado de forma a servir de base para a respectiva instalação e para modificação da previsão orçamentária do município de Itaperuna;
Considerando ainda que o município a ser instalado exige uma legislação provisória que discipline os casos correntes da elaboração das leis que competirá ao prefeito municipal nomeado baixar;
Considerando, finalmente, serem justas as apreciações do Departamento Estadual dos Municípios na exposição apresentada à Comissão de Estudos da Divisão Administrativa do Estado.
DECRETA:
Parágrafo Único - As divisas interdistritais são as seguintes:
Do 1º distrito - Bom Jesus do Itabapoana:
Com o Estado do Espírito Santo, pelo rio Itabapoana, desde a barra do Pirapitinga, até o médio entre os córregos são Domingos e Pau Ferro, à margem do Itabapoana; com o 4ºdistrito, pelas vertentes do ribeirão da Liberdade, partindo do ponto médio já referido, até o alto da serra de São Braz; com o município de Itaperuna, pelas serras de São Braz, Capetinga, Bom Jardim, Himalaia, Sacramento, Braúna e Monte Verde (divisor das águas do Itabapoana e do Muriaé); daí até a cachoeira de Dona Flora de Pirapetinga, abaixo do Arraial Novo, deste ponto pela serra do Bonito, apanhando a bacia do Córrego do Cágado até a sua confluência com Pirapetinga e por este até sua barra no Itabapoana.
Do 2º distrito - Rosal (ex- Santana):
Com o Estado do Espírito Santo, pelo rio Itabapoana, desde a barra do ribeirão Varre-Sai até a barra do ribeirão Água Limpa; com o 3ºdistrito, pelas vertentes do ribeirão Água Limpa até suas cabeceiras; com o município de Itaperuna, pela Serra do Morro Azul, cabeceiras do Córrego Soledade ou Grota Funda, por este abaixo até sua confluência com o ribeirão Varre-Sai e por este até sua barra no rio de Itabapoana.
Do 3º distrito - Calheiros (ex- Santo Antônio do Itabapoana):
Com o Estado do Espírito Santo, pelo rio Itabapoana, desde a barra do córrego da Água até a barra do Pirapetinga; com o 1º distrito pelo Pirapetinga acima, até a confluência do Córrego apanhando a bacia deste; seguindo pela serra do Bonito até a cachoeira de Dona Flora, no Pirapetinga, abaixo do Arraial Novo, atravessando a dita cachoeira e apanhando a serra do Monte Verde; com o município de Itaperuna, a partir da serra do Monte Verde, seguindo por águas vertentes até as cabeceiras do córrego Água Limpa; com o 2ºdistrito, pelas linhas já descritas.
Do 4º distrito - Liberdade:
Com o Estado do Espírito Santo, do ponto médio entre os córregos de São Domingos e do Pau Ferro, pelo Itabapoana abaixo até o marco do Carabuçu; com o Município de Campos, do marco do Carabuçu, à margem do Itabapoana por uma linha de três mil e oitocentos metros até o marco da Pedra; à margem do ribeirão Santo Eduardo, nas proximidades da Vila do mesmo nome, pelo ribeirão Santo Eduardo até suas cabeceiras: daí pelas serras do Tardin, São Brás, até encontrar a divisa com o l.º distrito; pelas linhas já descritas.
Art.º 3º - O município de Bom Jesus do Itabapoana será constituído de quatro distritos na seguinte ordem:
1º- Bom Jesus do ltabapoana;2º - Calheiros, (ex- Santo Antônio do Itabapoana); 3º - Rosal, (ex- Santana do Itabapoana); 4º- Liberdade.
Art.º 4º - O município de Itaperuna ficará constituído de onze distritos na seguinte ordem:
1º - Itaperuna; 2º - Penha; 3º - Laje; 4º- Reserva;5º-Natividade;6º- Porciúncula; 7º - Varre-Sai; 8º - Santa Clara; 9º - Ouro Fino; 10º - Vista Alegre;11º- Comendador Venâncio.
Art.º 5º - A instalação do município de Bom Jesus do Itabapoana far-se-á no dia 10 de janeiro de 1939.
Parágrafo Único - O Departamento Estadual de Administração dos Municípios providenciará imediatamente para a organização do quadro orçamentário em caráter provisório.
Art.º 6º - O prefeito de Bom Jesus do Itabapoana submeterá à apreciação do Departamento Estadual de Administração dos Municípios, dentro do primeiro trimestre de 1939, as modificações que julgar convenientes ao orçamento provisório.
Art.º 7º- No município de Bom Jesus do Itabapoana vigorará a legislação municipal do atual município de Itaperuna no que for aplicável, até serem baixados o regimento interno e códigos de posturas e tributário definitivo.
Art.º 8º - O Departamento Estadual de Administração dos municípios tomará as medidas necessárias para a instalação, competindo-lhe:
a) A divisão dos bens patrimoniais e industriais entre o município criado e aquele de que é desmembrado, atendendo sempre a situação e utilização dos ditos bens.
b) A organização dos orçamentos provisórios de receita e despesa do novo município e do de Itaperuna.
c) A fixação do "quantum" das dívidas ativa e passiva que cabia receber ou pagar a cada um dos municípios, atendendo a providência de arrecadação e à natureza de despesa;
d) Fixação dos funcionários municipais, dividindo-os entre os dois municípios e promovendo entendimentos e acordos necessários para que os respectivos quadros de pessoal se enquadrem nos limites percentuais expressos na Lei Orgânica das Municipalidades.
Art.º 9º - Revogam-se as disposições em contrário."
Assinaram o decreto: Ernani do Amaral Peixoto, Horácio de Carvalho Júnior, Ruy Buarque de Nazareth, Mario Crissiuma Paranhos, J. Resende Silva e Rubens de Campos Farrulla.
Segue a ata de instalação do Município de Bom Jesus do Itabapoana:
"A primeiro de janeiro do ano de mil e novecentos e trinta e nove, às treze horas, no edifício do Paço Municipal , nesta Cidade de Bom Jesus do Itabapoana, Estado do Rio de Janeiro, presente numerosa assistência popular, reuniram-se os Excelentíssimos Senhores Doutor José Vieira Rezende Silva, Secretário de Estado das Finanças - representando o Excelentíssimo Senhor Interventor Federal, Doutor Rubens Farrula, Secretário de Estado da Agricultura, Indústria e Comércio, Doutor Paulo Faria, representando o Excelentíssimo Senhor Secretário de Estado da Viação e Obras Públicas, Homero Lara, Delegado especial designado pelo Excelentíssimo Senhor Interventor Federal para proceder a instalação do Município, Orlando Ferreira Nunes, representando o Excelentíssimo Senhor Doutor Diretor Geral do Departamento Estadual de Administração dos Municípios, Doutor Edmundo Falcão da Silva, Diretor Geral do Departamento de Compras da Secretaria das Finanças, Coronel Romualdo Monteiro de Barros, Prefeito Municipal de Itaperuna, Coronel Fernando Lopes da Costa - oficial do Exército Nacional, Professor Doutor Teles Barbosa - professor da Academia Fluminense de Letras, digo, professor da Faculdade de Direito de Niterói e Membro da Academia Fluminense de Letras, e mais pessoas gradas que esta subscrevem,. para o fim especial de se declarar instalado o Município de Bom Jesus do Itabapoana, criado pelo decreto lei estadual de quatorze de dezembro de mil e novecentos e trinta e oito. Aberta a sessão, ao som do Hino Nacional, de pé toda a assistência, o Senhor Homero Lara, após ligeiras considerações sobre o ato, pronunciou as seguintes palavras: - "Na forma da lei, e de acordo com o que dispõe o artigo quinto do decreto número seiscentos e trinta e três de quatorze de dezembro de mil e novecentos e trinta e oito, que criou o Município, na qualidade de Delegado especial designado pelo Excelentíssimo Senhor Interventor Federal para procedê-la, declaro, neste ato, oficialmente, instalado o Município de Bom Jesus do Itabapoana, elevadas as categorias de cidade - a sua sede e de vilas as dos seus distritos. Convido o Senhor José de Oliveira Borges, Prefeito Municipal já empossado, a assumir o exercício de suas respectivas funções". Calorosas e prolongadas salvas de palmas aplaudiram a instalação do Município e festejaram a investidura do seu primeiro Prefeito, o qual tomou assento à mesa. A seguir, foi dada a palavra ao orador oficial, Senhor Doutor Columbino H. Teixeira de Siqueira, médico nesta localidade, que proferiu brilhante alocução alusiva ao ato, sendo vivamente aplaudido. - Ao declarar encerrada a sessão de instalação, o Senhor presidente convidou a assistência a ouvir a leitura da ata, a qual, depois de lida, foi por ele assinada e pelas altas autoridades e pessoas gradas presentes ao ato. - Eu, Plínio de Figueiredo Silveira, funcionando como Secretário "ad-hoc", que escrevi e procedi à leitura desta ata ao termo da sessão, cuja realização aqui se registra. Cidade de Bom Jesus do Itabapoana, primeiro de janeiro de mil novecentos e trinta e nove".
https://onortefluminense.blogspot.com/2024/12/25-de-dezembro-os-134-anos-de-nossa-1.html
O aniversário do Memorialista dr. Antônio Soares Borges
Hoje, dia 31 de dezembro, aniversaria o memorialista dr. Antonio Soares Borges, que tem se destacado no resgate da vida e obra do açoriano Padre Mello, considerado um gênio da civilização e da cultura, assim como da Festa do Divino e da Coroa e da Lira Operária Bonjesuense. Ele é presidente de honra da agremiação musical e vice-presidente da CAES (Casa dos Açores do Espírito Santo). Um de seus importantes textos pode ser encontrado no seguinte endereço eletrônico:
http://onortefluminense.blogspot.com.br/2014/08/redescobrindo-o-padre-mello.html
Dr. Antonio é filho dos saudosos Dr Cid Bastos Borges e Margarida Maria Soares Borges. É descendente, pelo lado materno, dos portugueses Antonio Corrêa Soares e Maria José do Carmo, originários de São Pedro de Castelões, Vale de Cambra, Portugal, e, pelo lado paterno, do açoriano Francisco Lourenço Borges, oriundo da Ilha Terceira.
O JONF (Jornal O Norte Fluminense) parabeniza Antonio Soares Borges pela passagem de sua data natalícia, com votos de muitos anos de vida!
quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
O EXTRAORDINÁRIO NATAL SOLIDÁRIO EM ROSAL
Gostaríamos de expressar aos que doaram presentes, aos voluntários que se empenharam na organização e aos que compartilharam seu tempo e amor, nosso muito obrigada.
O impacto de sua generosidade vai muito além deste Natal; ela fortalece o espírito de solidariedade.
Com o apoio de todos, conseguimos criar um ambiente acolhedor, divertido e cheio de esperança para as crianças.
Que o exemplo de solidariedade de todos se multiplique e que, juntos, possamos continuar contribuindo na construção de um mundo melhor.
Com carinho e gratidão,
Equipe do Natal Solidário.
Rosal 2024