sexta-feira, 25 de janeiro de 2013


Da série Entrevistas de O Norte Fluminense

O FILHO VENCEDOR DA BRAÚNA



Mauro Borges Alvarenga e Maria Aparecida Borges de Rezende



Mauro Borges Alvarenga é filho de Álvaro Leite Alvarenga e Elisa Teixeira Borges. Nasceu em Braúna, zona rural de Bom Jesus do Itabapoana, no dia 06 de janeiro de 1935.

Seus avós paternos são Felicíssimo Leite Alvarenga, oriundo de Caraguases (MG) e Albertina Pereira, nascida em Miraí (MG). Os avós maternos são Ancleto José Borges e Maria Leopoldina.

Mauro casou-se com Maria Aparecida Borges de Rezende em 1961, em São José do Calçado, e possui dois filhos: Maurelisa, casada com Jorge Elias Moreira Moulin, e Carlos Alberto Rezende Alvarenga, falecido.

Possui uma neta: a médica dra. Stephanie Rezende Alvarenga Moulin.


Stephanie e seu tio Carlos Alberto, na festa de 15 anos


Teve 4 irmãos. Três do primeiro matrimônio de seu genitor: Eloisio, já falecido, Maria Aparecida e Nilda. Ivone é irmã do segundo casamento. A família de Mauro considera, ainda,  Sebastião Benedito de Souza, como irmão de coração.

A Infância

Quando contava com 5 anos de idade, sua mãe, com 38 anos, faleceu.. Este fato marcou Mauro pelo resto da vida. Como seu pai casou-se novamente, Mauro foi morar com sua irmã mais velha, Maria Aparecida. Posteriormente, voltou ao convívio do pai em Braúna para, em seguida, ir residir com os tios Orestes Leite ALvarenga e Lola, em Itaperuna (RJ).


Eliza Borges Alvarenga e Álvaro Leite Alvarenga, pais de Mauro, na Braúna, em 1919


Bodas de Ouro de Anacleto José Borges e Leopoldina (centro),  avós do casal Mauro e Maria Aparecida, em 1939, na Fazenda da Barra. Mauro identificou Jorcelino Teixeira Borges, Alfredo Borges, Osório Teixeira Borges, Francisco Anacleto Borges, Alair Teixeira Borges, Bolivar  Teixeira Borges, Ernani Rezende Mendonça e Euclides Vieira de Rezende.


Quando possuía 14 anos, foi morar na casa do seu padrinho de batismo, Osório Carneiro, passando a trabalhar no jornal A Voz do Povo, de propriedade deste. Segundo Mauro, seu pai foi subdelegado em Pirapetinga, na ocasião em que Osório era delegado de polícia, nos idos de 1942. Durante um ano e e meio, trabalhou como entregador de jornal. "Eu entregava o jornal descalço. Recordo-me  que Osório tinha também um serviço em Itaperuna. Trabalhavam em A Voz do Povo Athos Fernandes, como redator, e José Maria Garcia, na parte contábil. Athos, que era um gênio, era o braço direito de Osório e costumava fazer editoriais, tudo de acordo com ele", assinala.


 Álvaro Leite Alvarenga, pai de Mauro, em frente à rodoviária, em 1966


Tiragem de 4 mil exemplares, semanalmente 

De acordo com Mauro, "havia cerca de 7 funcionários que trabalhavam na oficina de A Voz do Povo. A sede era localizada na Praça Governador Portela, ao lado do antigo cinema. A Voz do Povo tinha  tiragem de cerca de 4 mil exemplares, com mais de mil assinantes só em Bom Jesus do Itabapoana".

Em relação à convivência com O Norte Fluminense, Mauro diz que "não havia rivalidade. Esio Bastos e Osório eram amigos. Osório era uma das pessoas mais honestas que conheci, e procurei me espelhar nele. Era bom para a família e um amigo, mas era pesoa de pouca conversa. Ele não tinha medo de nada".


Mauro integrou equipe de futebol no Campo do Americano, em São José do Calçado (ES), em 1955:
Em pé: Cortiça, Paulinho Garcia, Luis Menezes, Roberto Cambaxirra, dr. Francisco, João Balaia,  Tatu, Braz Cirilo
Agachados: Luis Borges, Mauro, Zezinho Broa, José Tuim, José Antonio Rangel e Coronel 


Pseudônimos de Osório Carneiro

Prossegue Mauro: "Osório costumava escrever artigos e colocar pseudônimos. Recordo-me de alguns utilizados por ele: Lírio do Campo, Salvador Santiago, Idalécio Marques e Professor Paulino Lorena, sendo este o que mais se destacou", salientou.

Segundo Mauro, Osório publicava, vez ou outra, uma entrevista com o Professor Paulino, que "segundo ele escrevia, costumava ficar ausente de Bom Jesus, por um bom tempo". Sobre a cidade, o Professor entrevistado reclamava, criticando o prefeito: " O Professor Paulino dizia, no texto: isso virou uma bagunça! Tanto tempo sem vir aqui em Bom Jesus e quando retorno, vejo as ruas cheias de buraco". Mauro, como era entregador do jornal, se recorda da reação negativa de alguns leitores do jornal, com a crítica ao prefeito: "Como pode ser que um sujeito do Rio de Janeiro venha para Bom Jesus e fique a criticar a cidade?".

Quando Osório Carneiro ficou adoentado, foi internado em Cachoeiro de Itapemirim (ES). Mauro se recorda da visita que fez ao padrinho: " Ele já não podia escrever e enchia os olhos de lágrima quando falava sobre A Voz do Povo, pois teve de vendê-lo. Morreu lá, mas foi enterrado em Bom Jesus."

História de tipógrafo (I) - Athos Fernandes


Mauro se recorda de vários episódios ocorridos quando trabalhou nos jornais A Voz do Povo, O Norte Fluminense e Gráfia Três Rios. Lembra que "Athos Fernandes era muito brincalhão. Certa vez, no jornal A Voz do Povo, ele chamou alguns tipógrafos para corrigirem um texto. Athos solicitou atenção para a matéria, enquanto a lia rapidamente.Ocorre que ele costumava ler uma palavra diferente da que estava escrita no texto, para ver se os tipógrafos apontavam o equívoco, e mostrassem que estavam prestando atenção no texto. Ao ler um texto, falou sobre a 'banda de música de São José do Calçado', enquanto o texto dizia: 'banda de música de Bom Jesus'. Como ninguém apontou a troca, ele exclamou: "Vocês não estão prestando atenção no texto escrito, enquanto eu leio.Pelo que observo, vocês só podem estar pensando em namorar!".

Historia de tipógrafo (II) - Octacílio de Aquino 

Mauro, após trabalhar em A Voz do Povo, foi atuar como tipógrafo em O Norte Fluminense.
Nesta época, se recorda de uma personalidade de destaque: Octacílio de Aquino. "Octacílio de Aquino gostava de acompanhar a composição e fazer a correção das matérias. Certa vez, nas dependências do jornal, dirigiu-se ao tipógrafo Dalci e solicitou que ele lesse o texto onde estava escrito "passa-se 6" e perguntou a ele: 'Por que escreveu isso?". Dalci respondeu que fez a composição conforme estava escrito no texto. E Octacílio replicou: 'quando eu escrevi 'passa-se 6' era para alertá-lo para deixar um espaço de 6 linhas". Mauro se recorda, ainda, de que Octacílio de Aquino era considerado um homem além de seu tempo.

História de tipógrafo (III) - Luciano Bastos

"O Norte Fluminense era comandado por Ésio Bastos, com o apoio de Luciano Bastos. Na parte debaixo do prédio, ficavam as máquinas, enquanto na parte de cima ficavam os tipógrafos, compondo as matérias.Certo dia, por volta das 15 h, como não havia matéria para compor, os tipógrafos resolveram dar um cochilo e colocaram Golinha, compadre de Luciano Bastos, para ficar de vigia. Ocorre que Golinha preparou uma brincadeira para puxar o pé do funcionário José Russo, quando este subisse a escadaria. O fato é que Luciano Bastos chegou de repente e subiu a escada embalado. Quando o primeiro passo foi dado na parte de cima, Golinha lançou a mão no pé de Luciano Bastos, que, surpreendido, exclamou: 'Até você compadre?' "



História de tipógrafo (IV) - O tipógrafo que corrigiu o patrão

Outro episódio que suecedeu na tipografia, ocorreu quando Mauro trabalhava na Gráfica Três Rios, na cidade do mesmo nome:."O colega Mário, que corrigia as matérias, viu um texto intitulado 'ASSOCIAÇÃO EMPATOU AO APAGAR DAS LUZES'; e exclamou: 'Quem foi o analfabeto que escreveu este título?". Eis que o colega Álvaro apressou-se para alertá-lo: ' fala baixo que foi o nosso chefe!'. Mas Mário não se conteve: 'Mas isso é coisa de analfabeto, sim, porque o jogo ocorreu no período do dia!".

História de tipógrafo (IV) - O tipógrafo que ensinou ao professor

Mauro conta, ainda, outro episódio envolvendo ele próprio, ainda em Três Rios. "Eu estava iniciando meu trabalho por lá, quando o professor Coutinho, que escrevia sobre futebol, se dirigiu a mim e disse: " Eu escrevi a palavra 'douto' e você substituiu-a por 'doutor'. Você está querendo me corrigir? O sr. vem de Bom Jesus para dar aula para um professor?'.  Sofri gozação o tempo inteiro por causa desse episódio.

Miquelina e seu Pancrácio

Mauro se recorda, ainda, de duas personagens criadas por Segisnando Martins e publicadas em O Norte Fluminense: dona Miquelina e seu Pancrácio, que criticavam os problemas do município: "Eram personagens engraçados e que divertiam os leitores".

O fim da estação de trens

Outro fato digno de nota foi a época do fechamento da estrada de ferro em Bom Jesus do Norte. "Recordo-me que, na década de 1950, João Soares era proprietário da empresa Força e Luz. Com o fim da estação de trem de Bom Jesus do Norte, houve uma coincidência com os problemas surgidos pelo fornecimento de energia elétrica. Houve uma revolta geral e várias pessoas passaram a quebrar as lâmpadas dos postes. Graças ao governador Roberto Silveira, com a construção da Usina Franco Amaral, os problemas de energia foram solucionados".

Ida para Três Rios

 Quando trabalhava em O Norte Fluminense, Mauro recebeu proposta para fazer um teste, na Gráfica Três Rios. Mauro aceitou o desafio e, junto com Golinha, levaram dois dias para chegar a Três Rios. "Fui aprovado no teste e passei a receber mais de três vezes do valor que eu recebia em Bom Jesus. Nesta gráfica eu compunha para três jornais: Protetor de Petrópolis, Esportivo e Entre Rios".

Mauro: tipógrafo em Três Rios, com seu colega Sebastião Tavares


Mauro brilhou no futebol em Três Rios



Mauro obteve reconhecimento em Três Rios



Ocorre que, posteriormente, o irmão de Mauro, Didi, estabeleceu um comércio de secos e molhados na rua Aristides Figueiredo, em Bom Jesus, em sociedade com Ronaldo Borges Sobrinho, e convidaram-no para trabalhar com eles. Foi assim que Mauro despediu-se de Três Rios, ocasião em que recebeu expressiva homenagem dos colegas e amigos.

Enói Borges de Rezende e Euclides Vieira de Rezende, pais de Maria Aparecida, em São José do Calçado, em 1925


Após o retorno a Bom Jesus do Itabapoana, Mauro casou-se e, passados dois anos, mudou-se para Divino de São Lourenço (ES) para acompanhar sua esposa, que fora trabalhar como professora.


Mauro e Maria Aparecida, no dia 16/07/1961, em Sâo José do Calçado


Tempos depois, Mauro foi convidado para trabalhar em uma loja de secos e molhados, de propriedade de Sílvio Figueiral Ribeiro, pai de Jaime Figueiral., em Apiacá. "Ele me disse: 'você vai trabalhar para mim, vendendo tecido na Casa Santa Terezinha' ".


Mauro se emociona ao relatar esse episódio."Após um período trabalhando como comerciário, fui  convidado para trabalhar na loja A Triunfante, em Bom Jesus, para ganhar três vezes mais. Aí, o Sílvio  chegou e me disse: 'não vá, vou te vender minha loja'. Eu respondi :'Mas eu nâo entendo de administração de comércio'. E Sílvio replicou: 'mas você sabe como  lidar com o público. Além disso, os funcionários te ensinarão tudo. Vou passar a loja para você. Fica comigo, estou cansado. É um bom negócio' ". Mauro acabou aceitando o desafio e chegou a fazer com que o comércio chegasse a ter "290 fregueses".


Osório Carneiro e Sílvio Figueiral são as pessoas que Mauro se lembra com gratidão.

Mauro, Pedro Salim e Amilcar: os vencedores do campeonato de damas do Bar Rio, em frente ao Aero Clube, em 1985:"Nunca vi um jogador como Pedro Salim", diz Mauro



Com 51 anos de casado, Mauro olha para trás e reconhece que "tudo foi difícil". A emoção lhe domina mais uma vez, por alguns instantes, e os olhos marejam.

Mauro volta os olhos, contudo, para os dias de hoje e diz sentir um "orgulho" pela família que possui."Não sou um grande homem, mas considero acertado o ditado que diz 'por trás de um grande homem há uma grande mulher'. Minha esposa mudou minha vida. Tudo o que tenho agradeço a Deus e a minha esposa. Além disso, tenho uma filha, um genro e uma neta extraordinários".



Mauro, entre Maria Aparecida e dra. Stephanie, com o casal Jorge Elias e Maurelisa:  o maior tesouro


O menino da Braúna, que perdeu a mãe aos 5 anos de idade, e enfrentou, desde cedo, grandes dificuldades em sua vida, sobressai, hoje, como exemplo de homem vencedor que, ao invés de dedicar-se a lamentar a sorte, procurou lutar e a construir o seu próprio destino. Além disso, possui, hoje, o maior tesouro, que é sua família, composta especialmente por sua esposa, Maria Aparecida, sua filha, Maurelisa, seu genro Jorge e sua querida neta, a médica dra. Stephanie.








                          "A CIDADE SONHADA"
                  Dra Nísia Campos lança livro histórico em Apiacá


Dra Nísia Campos Teixeira Kneipp


Em noite histórica para o vizinho município capixaba de Apiacá e para a região, foi lançado na noite do dia 14 de dezembro, no Salão da Câmara Municipal de Vereadores, o livro "A CIDADE SONHADA", com textos compilados pela da dra. Nísia Campos Teixeira Kneipp, presidenta do ILA (Instituto de Letras e Artes dr. José Ronaldo do Canto Cyrillo).


Capa do livro "A Cidade Sonhada"



Sob os auspícios do ILAC (Instituto de Letras e Artes de Carabuçu), presidido pelo dr. Rubens Soares Oliveira,  e do Conselho Municipal de Cultura de Bom Jesus do Itabapoana, a obra foi o resultado de uma minuciosa pesquisa realizada pela autora a partir de coluna escrita pelo apiacaense José de Castro Silveira, "Noticiário de Apiacá", e publicada no jornal O Norte Fluminense ao longo de mais de  20 anos. José de Castro Silveira, conhecido como Belote, é pai de Sebastião Kneipp de Oliveira Filho, marido de dra. Nísia Campos, e sua coluna prosseguiu com Carlos Cunha, após seu falecimento.

Dr. Rubens Soares Oliveira, presidente do ILAC


Ao trazer à lume os artigos escritos por Belote, dra. Nísia Campos resgata não apenas o nome do colunista apiacaense, mas também parte da história do município vizinho, permitindo um olhar singular sobre a realidade da sociedade na época.

Sebastião Kneipp de Oliveira Filho, esposo de dra. Nísia Campos

Este é o primeiro volume da série, que abarca as publicações relativas aos anos de 1969, 1968, 1967 e 1966. Dra. Nísia procurou, assim,  levar o leitor  a ter uma dimensão da importância do escritor e do genitor deste, o Coronel Gabriel da Silveira, conhecido como Coronel Santinho, a partir das matérias constantes das últimas publicações. Esio Martins Bastos, fundador de O Norte Fluminense, escreveu por ocasião do passamento de Belote: "... perde o nosso jornal, com o falecimento de Belote, um dos seus mais eficientes colaboradores, pois há mais de vinte anos era o nosso representante em Apiacá, tendo nesse prolongado espaço de tempo prestado relevantes serivços à nossa folha".



Dra Nísia e seu pai, Hildebrando José Teixeira



Dra Nísia explicou que a coluna sobre Apiacá passou a ser publicada com a "edição de no. 216, de 12 de agosto de 1951, quando o jornal contava com os seus cinco anos de circulação, pelas mãos do então correspondente José de Castro Silveira. Em 11 de agosto de 1968, edição 965, página 4, na véspera de completar seus 18 anos de publicação, Belote, com a saúde abalada, encerrou o Noticiário de Apiacá", sendo substituído por Carlos Cunha.

Dra Paula, Dra. Nísia, Hildebrando e dr. Gino

Na contracapa da obra, outro texto de Esio Bastos publicado no 1o. exemplar do jornal O Norte Fluminense, em 15 de dezembro de 1946,  intitulado "Apiacá e seu progresso", alude ao pai de Belote, asseverando que o "Coronel Gabriel da Silveira, conhecido como Coronel Santinho, doou um terreno para que o Estado construisse um moderno ginásio".  Nessa edição do jornal, fora publicada uma rara foto do Coronel Santinho, que restou replicada no livro.

Parte do público presente ao lançamento de "A Cidade Sonhada"


A publicação de "A CIDADE SONHADA" bem que poderia ser chamada de "AO MARIDO AMADO", pois se trata de uma obra com evidente homenagem de dra. Nísia a seu marido, que, por sua vez, apaixonado também por sua cidade natal, se emocionou com lágrimas, ao lembrar do pai e do avô.


Concorrida noite de autógrafos

Por ocasião da solenidade, estiveram presentes,entre outras pessoas, Paula Aparecida Martins Bastos - Pró-Reitora de Extensão do IFF, Dr. Gino Martins Borges Bastos, Promotor de Justiça,
Regina Lucia Alves Goulart Marques, secretária e tesoureira do jornal A Voz do Povo, Aura Maria Lamha Carneiro e Neuza Maria de Siqueira Nunes, representantes do ILA, Barbara Silva, presidenta do Lions Club, de Bom Jesus do Itabapoana, Alexis Delaine Lima Ferreira, presidenta do Conselho Municipal de Educação/BJI,  Maria Áurea Megre Mansur Hobaica, representando o sr. Joaquim Moreira Megre, Magda Coura Berbert Torres, professora de História de Manhuaçu (MG) e descendentes do Capitão Santinho e do seu filho Belote.


 DO LIVRO "A CIDADE SONHADA"

Segue excerto de texto da edição de 18/05/1969 de O Norte Fluminense  reproduzido em "A Cidade Sonhada".

JOSUÉ DE CASTRO SILVEIRA (BELOTE) - Esio Bastos

Em Niterói, onde se encontrava em tratamento, após prolongada enfermidade, faleceu no dia 13 último, o nosso prezado amigo  e dedicado colaborador José de Castro Silveira (Belote), figura exponencial do município capixaba e Apiacá...José de Castro Silveira, que desaparece aos 69 anos de idade, dedicou toda a sua útil existência a bem servir a sua Apiacá, donde jamais se ausentou, tomando parte decisiva em todos os empreendimentos relacionados com o progresso e bem-estar da comunidade. Cidadão prestante, vivia a resolver os problemas alheios, dedicando-se de corpo e alma ao próximo, preceito cristão  que sempre honrou despretenciosamente... 









domingo, 6 de janeiro de 2013




Falecimento


Faleceu no dia de hoje, em Florianópolis (SC), onde foi sepultado, o bonjesuense Juary Braga Pimentel, conhecido como Dedé. Ele foi casado com Maria José Teodoro do Nascimento, nascida em Sacramento.

Juary viveu em Bom Jesus do Itabapoana durante 60 anos, onde criou e formou, com o fruto de seu trabalho como agricultor e horticultor,  seus 6 filhos, que se formaram como veterinários, advogado, administradora e servidores públicos da Justiça Federal em Santa Catarina.


São eles: Juari do Nascimento Pimentel,  Juarez do Nascimento Pimentel, Pedro Paulo Pimentel, Gemima do Nascimento Pimentel, Adolpho do Nascimento Pimentel e Fabrício do Nascimento Pimentel.


A filha Gemima Pimentel acompanhou seu querido pai até os últimos momentos e exclama: "MEU PAI, MEU HERÓI".


À família enlutada, os sentimentos de O Norte Fluminense.


Juary presente!

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013




NOTÍCIA DE VARRE-SAI 

                                                    
por  Maria Bernadete Rodolphi


 



No dia 29 de dezembro passado, a familia Rodolphi esteve em festa,
por ocasião do casamento de Fernando Rodolphi Medeiros e Andréia Borges.

Fernando é filho de Jacimar Gouvea Medeiros e Maria Aparecida Rodolphi.

A cerimônia, belíssima, foi realizada na Matriz São Sebastião de Varre-Sai (RJ), pelo
Padre Rogerio Cabral Caetano.
 
 
 
 
 
 

terça-feira, 1 de janeiro de 2013





DESEMBARGADOR ANTONIO IZAIAS DA COSTA ABREU TOMA POSSE NA CÂMARA DE COMÉRCIO BRASIL-CHILE


Segue o discurso de posse do ilustre bonjesuense:


Senhor Dr. Antenor Gomes de Barros Leal, Presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro,



Senhor general Rubens Bayma Denys, vice-presidente do Conselho Superior da Associação Comercial do Rio de Janeiro,



Senhor embaixador Brian Michael Frazer Neele,



Dr. Lício Araújo, Presidente da Câmara Comércio Brasil-Chile,



Ministro Samuel Ossa, Cônsul=Geral no Rio de Janeiro e presidente de honra da Câmara,



Autoridades presentes,



Senhoras e Senhores,



No momento em que o homem tomou consciência de deixar o isolamento em que vivia nas cavernas e sair em busca de novas conquistas, distanciando-se do seu habitat, ao associar-se a outras tribos passou ele a dominar doravante o desconhecido.

Embora lento, mas após milênios o planeta foi subjugado e graças ao incontestável avanço tecnológico caminha agora em busca do sideral. Todavia, se o homem-de-neandertal a princípio, sem alternativa, valeu-se da caça, da colheita dos frutos, das raízes, do leite e assim num crescendo o homo-sapiens fechou o seu ciclo alimentar cujo sistema agrega atualmente milhares de substâncias e produtos dos mais variados. Mas, ocorre que o excesso de produção o levaria fatalmente ir ao encontro de outros povos a fim de vendê-la ou escambá-la. Surge, desse modo, a incipiente navegação costeira que o caminhar lento dos séculos alcançou com avanço do instrumental de navegabilidade, novas terras e outros mundos estreitando os laços de confraternização dos povos. O comércio marítimo sinalizado inicialmente com os fenícios e cartagineses avultou-se consideravelmente sendo, no presente, representativo de cifras bilionárias. O mundo se globalizou, as distâncias encurtaram-se tornando-nos mais próximos um dos outros, sem distinção de ideologia, crenças e credos. Entretanto, se a produção tem áreas específicas, o consumo por sua vez, se pulveriza por toda a face da terra. Todos contribuem com um pouco do necessário à realização do bem estar social. Contudo, embora o descontentamento geral na América, Europa e Ásia promova uma convulsão social pela aplicação de medidas para conter o gasto público, operou-se, a rígida determinação dos governos, descontentamento, envolvendo todos os quadrantes da terra, embora tenha como objetivo o aprimoramento do pensamento humanitário que, através de medidas solidárias venham a varrer dos continentes, a pobreza, a miséria e a fome.

Realmente o nosso país necessita adotar medidas estruturais para vencer a modesta competitividade delegando a inúmeros setores produtivos e de serviços a iniciativa privada parte dos programas sobre a tutela estatizante do governo ficando com este o poder de fiscalização, regulação e a segurança dos negócios jurídicos para que haja o equilíbrio da participação do estado na economia e no livre comércio.

Com relação ao Chile, a grande e respeitável nação do pacífico, desde a sua independência política em 1818, sempre mantivemos em cooperações mutuas as mais estreitas relações culturais e comerciais sem qualquer constrangimento diplomático que pudesse afrouxar os laços fraternos que nos une.

Procuramos meritoriamente homenagear a nação andina através de seus filhos ilustres e logradouros públicos, a saber, Avenida Salvador Allende, Rua Gabriela Mistral, Avenida Chile e outros.

A economia chilena, internacionalmente conhecida é uma das mais sólidas do continente. Durante o período de 1973 a 1990, foi adotado o modelo neoliberal mantido pelos governos posteriores e o crescimento econômico de 2000 a 2007 manteve-se com uma taxa de crescimento anual de 5% (cinco por cento). Desde a década de 70, do século anterior, vem o Chile mantendo uma política de redução de tarifas e de eliminação de barreiras comerciais. Desse modo, graças a política de comércio a nação andina assinou tratados com parceiros importantes tais como NAFTA, UNIÃO EUROPÉIA, MERCOSUL, CHINA, INDIA, JAPÃO, COREIA DO SUL, entre outros.

O seu invejável crescimento econômico nas últimas décadas melhorou alguns aspectos sociais; elevando a expectativa de vida para 74 anos (homens) e 80 (mulheres); o analfabetismo foi reduzido a 3% e a pobreza de 45,1% em 1987 para 13,7% em 2006. Foi o primeiro país latino americano a atingir e superar as metas de redução de pobreza para este milênio. Atualmente o maior esforço dos governantes tem se concentrado no sentido de reduzir a péssima distribuição de renda existente entre ricos e pobres. Essas medidas têm colocado o Chile na alta escala da economia mundial tais como a abertura e a liberalização do mercado, a adoção de altos padrões de competitividade, o mercado trabalhista relativamente flexível e um sofisticado e eficiente sistema financeiro ajudam o país a manter as suas perspectivas de crescimento, no longo prazo a base, como já ressaltamos anteriormente, de 5% (cinco por cento) ao ano, segundo dados da economista Thais Pacievitch.

Senhoras e senhores tudo isso que sucintamente acabamos de expor nos encheu de orgulho e contentamento ao receber do ilustre Lício Araújo, presidente da CAMARA DE COMÉRCIO E INDUSTRIA BRASIL-CHILE, a comunicação para compor o quadro de Associados Titulares dessa novel entidade, integrada ao Conselho de Comércio Exterior. Confesso a todos os presentes neste evento que pouco tenho a oferecer, mas muito a aprender, mormente em assuntos de especial magnitude.

Senhores há cargos que são criados para os homens e há homens destinados a estes cargos. É o caso de Lício Araújo, levado ao honroso cargo de presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Chile. Estamos certos que muito honrará com seu eficiente trabalho a nobre e conceituada instituição binacional. Manso no falar, fidalgo nos gestos, Lício Araújo sempre se mostrou um diplomata nato. Os problemas que enfrentou os resolveu com prudência e sapiência.

Senhoras e senhores, cabe-me neste momento de confraternização, lembrar a todos que os sonhos antecipam a realidade, realidade alimentada pela seiva da esperança através da qual visamos a felicidade nos dias de porvir. Não importa que o porvir seja o amanhã e que o amanhã encontre-se distante de nós anos, séculos ou milênios pois a felicidade é o maior bem da humanidade e, em tal caso, a ampulheta do tempo se nos apresenta irrelevante.

Autoridades presentes, Senhoras e senhores, finalizando desejo consignar que somente o entendimento dos homens, a fé em um Deus que derrame a todos benção igualitária; a crença inabalável no porvir e nos nosso dirigentes proporcionando-nos um viver feliz. Pode alguém entender tratar-se de visão utópica e irrealizável. Todavia, comungo com o inspirado Athos Fernandes, fraternal amigo e vate da minha terra, ao proclamar para os que sonham com um mundo melhor e mais justo que neste momento dedico a grandiosa nação chilena:



MEUS SONHOS



Eu sonho um mundo livre e sem fronteiras,

sem guerras e trincheiras,

sem preconceitos e perseguições,

em que do proletário as mãos honradas

construam hospitais, creches, estradas

e destruam canhões!



Eu sonho um mundo calmo equilibrado,

na Paz consolidado

em que não medrem ódios e rancores.

Um mundo em que os fragores das batalhas

cedam lugar as forjas e as fornalhas,

e ao ronco dos tratores!



Eu sonho um mundo forte no direito,

sempre Justo e Perfeito,

sem o império da Gula e da Cobiça.

Um mundo que de pão a quem tem fome,

e a Liberdade dê bem mais que um nome,

no senso da Justiça!



Eu sonho um mundo nobre do trabalho,

quer da pena ou malho,

das fábricas ou glebas de plantio.

Um mundo em que da infância à senectude

tem o povo a pletora da saúde,

quer no inverno ou no estio!



Eu sonho um mundo alegre e visionário,

que deteste o argentário,

e construa a utopia da igualdade.

Um mundo em que do obreiro a mão calosa,

nos seja a mão amiga e dadivosa,

da fraterna amizade!



Sonho um mundo sem guerras de conquistas,

Pacífico, humanista,

em que os povos se abracem como irmãos.

Um mudo em que de Cristo são os preceitos,

inspirem bem deveres e direitos

de autênticos cristãos!



Sonho um mundo em que Deus seja louvado,

sentido, assimilado,

para atuar na vida das nações.

Um mundo de tal modo convertido,

que um templo novo seja sempre erguido,

no escombro das prisões!



Eu sonho um mundo belo e sem pesares,

sem armas nucleares,

sem preconceitos e perseguições.

Em que do proletária as mãos honradas,

construam hospitais, creches, estradas,

e destruam canhões!



Eu sonho, enfim! E sei que tudo é um sonho,

tão distante e risonho,

mas que virá nos dias do porvir.

Um mundo para os sábios e os estetas,

e que tão só os santos e os poetas

poderão construir!



A todos os presentes, os meus agradecimentos.



Antonio Izaias da Costa Abreu


Rio de Janeiro, 31 de outubro de 2012

BLOG É ACESSADO NO MUNDO 



Não obstante poucas matérias sejam postadas mensalmente, em relação ao que é publicado no jornal impresso do interior do Estado do Rio de Janeiro, o blog de O Norte Fluminense (www.onortefluminense.blogspot.com) tem sido visitado a partir de vários países no mundo. Os que mais visitam o blog são os Estados Unidos, Rússia, Alemanha, França, Portugal, Itália, Argentina, Espanha, Canadá, Holanda, Israel, Polônia, Suíça, Cuba, Tailândia, Moçambique, Ucrânia, Chile, Romênia, Líbano  e Reino Unido.

As matérias mais acessadas são "Uma saga italiana em Bom Jesus do Itabapoana",  "USINA SANTA MARIA: A GLÓRIA QUE RESISTE", "Família Seródio: dos Açores para Bom Jesus do Itabapoana", "Os Cedros do Itabapoana",  "FAZENDA DAS AREIAS: A DRAMÁTICA SITUAÇÃO DE UM PATRIMÔNIO HISTÓRICO", "A FRANÇA BONJESUENSE" e "O POETA INCONFIDENTE DO ITABAPOANA", além das matérias sobre o Hospital São Vicente de Paulo.





Fábrica de Queijos e Doces "PRODUTOS ROSALENSE"


Carlos Ferreira Vargas e a fábrica de queijos e doces


No dia 22 de maio de 2010, o casal Carlos Ferreira Vargas e Arlete Oliveira Vargas realizou um sonho: inaugurou a fábrica de queijos e doces "Produtos Rosalense", no distrito de Rosal, depois de 15 anos produzindo queijo artesanal em seu sítio. "Antes da inauguração, visitei várias fábricas em Miraí, em Itaperuna, em Bom Jesus e em Boa Ventura. Depois de tudo preparado, compramos o imóvel, restauramos a casa da frente e instalamos a fábrica nos fundos", registra.

De lá para cá, as perspectivas aumentaram: passou a ter apoio da EMATER e da FAPERJ, o que  permitirá a ampliação das atividades como a produção de iogurte e manteiga.
A inauguração da "Produtos Rosalense" ocorreu no dia 22 de maio de 2010


Os pais de Carlos, Joel Vargas e Maria Alice, residem no prédio onde funcionou a antiga desnatadeira de Rosal
Joel, 90 anos, Maria Alice e a filha Marli
A fábrica Produtos Rosalense e o posto de vendas, que possui o telefone 22-38321321, constituem uma importante iniciativa de geração de emprego e de fonte de renda para a região.


Produtos de qualidade geram emprego e renda


VISTA ALEGRE


O ANOITECER EM VISTA ALEGRE


                              O anoitecer em Vista Alegre, zona rural de Rosal


A FAZENDA DE VISTA ALEGRE


                                                    Fazenda Vista Alegre


                                                         Porão da fazenda


                           Móveis raros guarnecem a sede da fazenda

A CAPELA DE VISTA ALEGRE



     Capela de Nossa Senhora Aparecida, construída sobre o cemitério de escravos




                                       Júlio Macário e a filha Daniela, na capela


José Macário Nunes Moraes e Dona Juca (Josefina Rodrigue Rios) construíram a capela, no século XIX



O CEMITÉRIO DE ESCRAVOS EM VISTA ALEGRE


                             Cemitério de Escravos localizado ao lado da capela


A escalada

                                                                                         Lívia Almeida e Sousa



Em uma das viagens ao interior de mim, ouvi uma história que me chamou atenção. Era uma vez um garotinho franzino e de olhos claros que queria muito voar. Ele sonhava com esse feito todos os dias de sua vida. Ele queria voar para alcançar a paz no alto de uma colina e ver o mundo de lá, tranquilo e confortável.

Várias foram às tentativas: tentou criar um balão azul, mas esse estourou no meio do trajeto; construiu uma grande pipa, porém a mesma se rompeu com os ventos fortes; subiu numa escada altíssima e tentou pensar positivo e pulou para alçar voo, como os passarinhos, todavia caiu de cara no chão, ralou-se e quebrou-se por inteiro.

Por causa dessa última tentativa, o menininho ficou com muito medo de tentar novamente. Para sublimar seu grande desejo de viver em paz na linda colina, o rapazinho começou a caçar filhotes de passarinhos, colocando-os numa linda gaiola feita de ouro, e a treiná-los com repetidas gravações de outros pássaros da mesma espécie. Desse modo, criaria um ser que reproduzia o canto da paz vinda da alta montanha e, assim, ele também sentiria o frescor da alegria que era produzida pela melodia da ave cativa.

Por alguns momentos, sentia-se feliz e animado, mas, em seguida, uma angústia e tristeza o assolava. Dessa forma, ignorava, por muitas vezes, os passarinhos presos nas gaiolas, deixando-os sem alimento e água por muitos dias. Quando se lembrava, tentava cuidar da melhor forma, mas esses já estavam enfermos e morriam presos. Certas vezes, o garoto abria a gaiola, pois via que não tinha condições de mantê-los aprisionados, sem proteção e cuidado.

Porém, os pobres passarinhos não percebiam que a gaiola estava aberta, pois desde filhotinhos estavam cativos naquele lugar à espera do seu dono por nutrição e cuidado. E ali morriam um por um, ou por enfermidade ou pelas garras de um gavião.

O garoto odiava os gaviões.

O tempo foi passando, a idade foi avançando e os passarinhos todos morrendo. Até que em certo momento, o garoto que já havia se tornado um senhor, começou a se questionar: quem sou eu? Onde estou? Por que sou assim tão só? O que eu fiz da minha vida? Perguntas sem respostas, aparentemente.

Com o tempo, ele parou de caçar passarinhos, passou a não odiar os gaviões e sim admirá-los, pois esses iam para onde bem queriam e eram fortes e ávidos.
Esse homem estava com sede e com fome, mas não de comida ou bebida, mas sim de conhecimento de si mesmo. Então, ele se recordou de quando era mais jovem e queria tanto voar para o alto da colina.

Voar ele não podia – esse entendimento ele adquiriu com a maturidade –, porém conquistar a colina sim: com suas pernas, braços e mente.  Para isso, haveria de existir um grande esforço, para entender seus limites, para avançar e recuar na escalada, preparo físico, persistência e coragem, visto que o caminho para chegar ao topo não existia, era ele quem iria traçar a trilha.

A história parava por aqui, ainda não sei se o homem/menino conseguiu, consegue ou conseguirá conquistar a colina. Apenas sei que há um querer, uma motivação interna que o move para esse objetivo.

A solidão plena fez com que ele buscasse os passarinhos dentro de si mesmo.

Que neste fim de ano, possamos refletir que não existe caminho sem tropeço, não há vitória sem guerra, não há conhecimento de si próprio sem dor, porque crescer dói, uma vez que uma mudança de estado requer novos condicionamentos de adaptação à nova realidade circundante. 

Por outro lado, organizar-se, planejar-se, pedir ajuda a outros desconhecidos, possibilita uma maior confiança em nós mesmos na hora de enfrentar os desafios. A escalada é grande, não somos capazes de voar por nossa condição física, mas somos capazes de aprender a voar por meio de nossa capacidade de imaginar e sonhar.


Livia Aparecida de Almeida e Sousa é professora da  UNIFA (Universidade da Força Aérea) do Rio de Janeiro e Mestra em Teoria Literária na UFRJ (Univerfsidade Federal do Rio de Janeiro





UVA BONJESUENSE


Uva Niágara-rosada é produzida em Bom Jesus


Há cinco anos atrás, o norte-americano Edward Charles Mckenna resolveu investir na produção de uvas em sua propriedade localizada na Fazenda Califórnia, em Mutum de Cima. Destinou, então, mais de um alqueire para plantar cerca de nove mil pés de uvas da espécie Niágara-rosada, que melhor se adaptou à região.


Entrada da Fazenda Califórnia


Hoje, o êxito do investimento é perceptível a olhos vistos, confirmando que a cultura da uva é um bom investimento para os produtores da região.

Vanderléia coordena a venda de uvas na entrada da Fazenda


Além disso, são cerca de 30 empregos gerados direta e indiretamente. Maria José diz que com o método empregado na Fazenda, é possível ter uva durante todo o ano: " hoje, faz-se podas por setores, o que leva a termos uva continuamente".


Maria José e seu filho Vinícius vendem uva na feira

O Programa Frutificar, ligado à Secretaria Estadual de Agricultura, por sua vez, tem anunciado visitas a produtores interessados em financiamentos para a implantação ou ampliação de áreas de produção, elastecendo a perspectiva de dias melhores para a nossa gente.



66 ANOS DE O NORTE FLUMINENSE




No dia 25 de dezembro de 1946, Ésio Bastos fundou O NORTE FLUMINENSE, sendo seu diretor e redator até o dia 24 de agosto de 2003, quando ocorreu seu passamento. Seu irmão, Luciano Bastos, assumiu a direção do jornal, exercendo-a até o seu falecimento, no dia 2 de fevereiro de 2011. O filho deste, Gino Martins Borges Bastos, e o diretor comercial João Batista Assad Tavares, que compõe os quadros do jornal ao longo de sua trajetória, dão prosseguimento aos ideais que sempre nortearam o jornal.


Nesta oportunidade, O NORTE FLUMINENSE agradece ao imprescindível apoio da comunidade, dos assinantes, leitores,  articulistas e anunciadores, desejando a todos um Natal de paz e um 2013 de realizações.

Ésio e Luciano Bastos presentes!




Noite memorável pereniza o nome de LUCIANO BASTOS
(publicada na edição de junho de 2011)
Heloisa Crespo homenageou Luciano Bastos em verso


A noite do dia 13 de maio passado constituiu-se num marco na história de Bom Jesus do Itabapoana (RJ), diante da concorrida e emocionante homenagem prestada pelo ILA (Instituto de Letras e Artes Dr.José Ronaldo do Canto Cyrillo) a Luciano Augusto Bastos, advogado, diretor do Colégio Rio Branco e editor de O Norte Fluminense por vários anos.

Presidida pela dra. Nisia Campos Teixeira, a solenidade foi realizada no salão da Câmara Municipal, gentilmente cedido pelo vereador Samuel Júnior, afilhado do homenageado, e que abriu  o recinto da Câmara  para as homenagens preparadas, disponibilizando os funcionários e toda a sua equipe de trabalho, além de ofertar um coquetel após a cerimônia.

Em seguida às falas de abertura por parte da presidenta do ILA, a mesma convidou os filhos de Luciano Bastos, Paula Aparecida Martins Borges Bastos, Claudia Martins Bastos e Gino Martins Borges Bastos para tomarem assento  à direita da mesa  diretora. Estiveram presentes, ainda, outros familiares do homenageado: os sobrinhos Maria Célia Bastos e Paulo Guerra, a cunhada Ercília Tavares Borges e Taís Borges do Carmo.

 Ato contínuo,  um atirador do Tiro de Guerra adentrou ao recinto levando solenemente a bandeira do Brasil, após o que foram  entoados o Hino Nacional e o Hino à Bandeira. Utilizou então  da palavra o Sargento Olimar Auler representando o Exército Brasileiro, que leu a "ficha do atirador" do homenageado. Ali foi salientado que Luciano Bastos integrou um grupo de 70 atiradores, no ano de 1945, ocasião em que residia na rua Buarque de Nazareth. Em 2009, Luciano Bastos foi agraciado como Colaborador Emérito do Exército.

Prosseguindo, o  Desembargador Dr. Antonio Izaias da Costa Abreu realizou um comovente  discurso laudatório. O palestrante, que se deslocou especialmente do Rio de Janeiro para proferir o necrológio de Luciano Bastos, esteve acompanhado de sua esposa Penha Abreu. A exposição do orador está reproduzida à página 02 desta edição.

A escritora e poetisa Heloisa Crespo, representando a centenária Academia Campista de Letras e a Academia Pedralva de Letras e Artes, ambas de Campos dos Goytacazes (RJ), versejou a história de Luciano Bastos no  poema que transcrevemos abaixo.

LUCIANO AUGUSTO BASTOS

O ILA solenemente
promove uma homenagem
ao filho que já se foi
na data que é só mensagem
de luta, libertação,
sonho, fé e coragem.

A data é 13 de maio
que faz parte da história*(1)
e, hoje é aqui consagrada,
através da oratória
do insigne doutor*(2),
relatando a vida e a glória

do confrade Luciano,
membro, sim, correspondente
da Academia Predalva.
Como sempre um agente
da cultura onde passou.
Um verdadeiro expoente.
 

Mineiro de nacimento.
Ele é um carangolense
de coração, não há dúvida,
é mesmo bonjesuense.
De sangue um pouco campista
e na formação forense.

Campista porque ele é filho,
sobrinho, neto e bisneto
de uma família de Campos,
com parentesco direto
e indireto à nobreza.
E Luciano discreto

Nada fala, nada diz
que Vivaldina Martins,
sua mãe, era parente
de Claudinier Martins *(3)
o "Príncipe dos Poetas"
e de parentes afins

que se distinguem por méritos:
escritores, desenhistas,
farmacêuticos, políticos,
militares, humoristas,
delegados de polícia,
filólogos,sonetistas,
  
Ilustradores, chargistas,
jornalistas, professores,
acadêmicos, poetas,
repórteres, oradores,
autores de vários livros,
advogados, pintores,

Como foi o Segisnando,
João, o Justiniano...
Claudinier e outros mais,
até chegar Luciano,
Leny, os filhos e netos.
Hoje ele vive em outro plano.

Dr. Luciano Bastos,
também deixou seu legado,
através das suas obras,
dos seus filhos tão amados.
Orgulho de Bom Jesus,
em verso e prosa cantado!

 Heloisa Crespo
13/05/2011

*(1)   13 de maio de 1888
*(2)   Desembargador Antônio Izaias da Costa Abreu, em 13 de maio de 2011
*(3)  Claudinier Pinto Martins


O Dr. Nilton Serpa Kelly,  Presidente do Rotary Club de Bom Jesus, por sua vez, utilizou  da palavra, e informou que a entidade instituiu a Comenda de Honra ao Mérito Rotário Luciano Augusto Bastos, para homenagear pessoas que prestarem relevantes serviços ao Rotary e ao país, consituindo um meio também de perpetuar o nome do homenageado.

 A Prefeita Municipal Branca Motta se fez presente ao evento, entregando placa de reconhecimento aos filhos de Luciano Bastos.

O Dr. Luiz Marques, Presidente da 17ª Subseção da OAB/RJ, em sua homenagem, ressaltou, entre outras coisas, a atuação de Luciano Bastos na criação da entidade em Bom Jesus.

O Dr. Augusto César, respresentando o presidente do Hospital São Vicente de Paulo, salientou as contribuições de Luciano Bastos ao nosocômio.

O Jornal A Voz do Povo, por intermédio da secretária e tesoureira do Jornal, Regina Lucia Alves Goulart Marques, assinalou que Luciano Bastos foi assinante do jornal por mais de 50 anos.

O Olympico F.C. foi  representado pelo gerente de projetos do clube, Rafael Messias, que lembrou das realizações do homenageado quando esteve à frente do Clube de seu coração

Representando a FAESP (Fundação de Apoio ao Ensino Superior ),  Geraldo Antonio Theodoro Lima  lembrou das importantes atividades de Luciano Bastos quando este presidiu a entidade.

O ILAC (Instituto de Letras e Artes de Carabauçu) esteve representado pela professora Dorcas de Paula Vieira,  por quem Luciano Bastos nutria grande respeito e admiração. Ela foi professora do Desembargador Costa Abreu em Carabuçu.

O Dr. José Antonio de Almeida Rangel, representando o Lions Club, salientou ainda o cunho também pessoal da homenagem, uma vez que, por vários anos foi vizinho de Luciano Bastos.

O Professor Cléverson Rufino Araújo, Presidente do Diretório local do PMDB, acompanhado dos integrantes do Diretório do Partido, Martins de Paula e  Roberto da Veiga, realizou um discurso enaltecendo as qualidades de Luciano Bastos, que foi presidente da entidade por vários anos, sendo presidente de honra da agremiação política.

Os Correios estiveram presentes através do funcionário Juvenal, ressaltando  que Luciano Bastos era um dos que possuía uma das caixas-postais mais antigas do município.

 O jovem Kalisto,  representando a família de Martins de Paula, ex-vereador e membro do diretório do PMDB, entregou aos familiares de Luciano Bastos um desenho de rosto por ele produzido especialmente para a solenidade.

A última inspetora escolar estadual que atuou no Colégio Rio Branco, Patrícia Fonseca da Rocha, também se fez presente, levando sua homenagem.
Jussara Miranda, Diretora do CAPS, igualmente usou da palavra, lembrando da trajetória de Luciano Bastos.

Estiveram presentes, ainda na solenidade, o Dr. Luiz Alberto Nunes da Silva, Juiz de Direito da Comarca local, o Padre Vicente Osmar Batista Coelho, representando o Centro Educacional Santa Rita de Cássia, o Dr. Carlos Augusto Galo, advogado e Promotor de Justiça aposentado, o Dr. Cinézio Salles, presidente da JCI de Campos e advogado atuante, Anízio Pimentel, representando a JEMAJ Musical,  Ebenezer Campos, filho do saudoso Pastor Onésimo Gerar da Silva, representando o jornal O Repórter, as diretoras do Colégio Estadual Padre Mello, Luciana Bello e Meryane Giacomine, Profa. Maria Apparecida Viestel, Sra. Eliane Chalhoub, o professor Héliton Dias Pimentel, o dr. José Cabral de Melo entre outros.

Foram vários os telegramas e manifestações de pessoas e personalidades que justificaram a ausência à cerimônia.

 A programação cultural consubstanciou-se, ainda, em um momento de louvor, com emotiva interpretação de Marisa Valinho acompanhada do violonista Amilcar Abreu Gonçalves, conhecido como o "Mão de Ouro do Violão" que, em seguida, realizou uma  homenagem ao amigo de infância, acompanhado da talentosa Martha Lucia Figueiredo Salim Almeida, Diretora de Cultura de Bom Jesus do Itabapoana, no órgão. Uma composição de lamento e de saudade do amigo, seguida da música  intitulada "Torna Sorriento", encheram de emoção o próprio consagrado violonista, assim como os demais presentes.

O dr. Gino Martins Borges Bastos agradeceu a homenagem em nome da família.

Ao final, o poeta Onofre Nunes apresentou ao público o soneto intitulado "DOUTOR LUCIANO":

    DOUTOR LUCIANO

Atleta... político...educador...
Amou com devoção a terra em que viveu.
Bom conselheiro, foi também doutor
que na área do Direito floresceu.

Usando a verve de historiador
alguns dados de história escreveu
demonstrando com isso um grande amor
pelo solo que pisou e que foi seu.

Aos lhanos honrou, com a presença,
transmitindo, o bom senso de quem pensa
no progresso cultural do nosso povo.

E a sua ausência, como foi sentida!
Mas, partindo elevou-se além da vida
na busca do esplendor de um mundo novo


E a memorável noite de homenagens se findou, havendo unanimidade a respeito do grande legado deixado às gerações futuras por Luciano Augusto Bastos.