domingo, 26 de maio de 2019

C o n t a s   C o r r e n t e s
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 Joel Boechat 


Cantinho de 
         Filas nos Bancos


Abri uma Conta Corrente
Na Casa Bancária do Amor
Depósito inicial
A covardia, de não ter feito
Um dia...
Alarde do amor que sinto
Por ti...

Outro depósito em seguida,
Loucuras de amor que não
Fizemos...
Abraços aconchegados que
De teus braços não recebi.

Momentos de enlevo que
À sós  nunca tivemos...
Beijos gosto de maçãs,
Doces e Molhados...
escandalizados...
De teus lábios...
De sorrisos encarnados
Jamais senti.

História de amor...
Em apaixonada poesia
Que escrevi
E tu nunca leste

Abra também uma conta
E nela deposite

Os beijos que não me deste
As loucuras que comigo não
Fizeste.
Deposite a covardia de não
Dizer que me ama.

Os apertados abraços que
Sonhaste dar
Em quem também sonha
Em tê-la no leito de amor
E  nos braços...

Quando formos sacar
Parte de tudo que foi
Depositado...
Vamos sacar ainda
As ânsias e desejos do
Amor que não fizemos

Do auge do amor não
Alcançado
Os laços apertados nos
Corpos suados e
braços aconchegados

Resolveremos  na
Casa Bancária do Amor
Transformar as duas
Contas em uma conta
Conjunta

Com condição especial
Nela depositar, tempos e
Modos que se anelam...
Ao Verbo Adorar
Sem o modo Condicional

Autorização expressa para
Sacar sem limites
Desejos, sonhos e alvitres
E...
Desse sonho... Que
Nenhum de nós
Bem coladinhos
Desejaria acordar...

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