terça-feira, 13 de julho de 2021

COMENDADOR CARLOS PINTO DE FIGUEIREDO

 

Desembargador Antônio Izaías da Costa Abreu


O primogênito do alferes Silva Pinto nasceu no ano de 1825, em Ouro Preto. Tudo indica haver sido criado por parentes, provavelmente por seus avós maternos, pois, logo depois, seus pais enfrentaram a árdua viagem em busca de terras férteis e devolutas, como abordado anteriormente.

Carlos Pinto de Figueiredo foi casado, em primeiras núpcias, com D. Isabel Augusta Soares, filha de Honório Hermeto Carneiro Leão, o Marquês de Paraná, de cuja união resultou o nascimento do filho do casal, Honório Hermeto Pinto de Figueiredo, que veio a ocupar o honroso cargo de Secretário da Província de Minas Gerais (1874-1875) e a de São Pedro do Rio Grande do Sul, posteriormente (1876/1877). Sua esposa herdou do pai a casa situada na Travessa Marquês de Paraná nº 26 - Flamengo, Rio de Janeiro, onde o comendador permaneceu, por muitos anos, após enviuvar de D. Isabel Augusta Soares.

Tempos depois, o comendador convolou núpcias com D. Anna Euphrosina Caldeira Brant [8], viúva de Francisco Garcia Paes Leme, e filha de Felisberto Caldeira Brant Pontes Oliveira e Horta, Marquês de Barbacena, tornando-se assim, padrasto do notável Dr. Augusto Brant Paes Leme, médico, lente emérito da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, um dos mais conceituados e respeitados cirurgiões do país.  Essa união perdurou até 17 de outubro de 1909, quando sua segunda esposa, também, faleceu (doc. 5).

Carlos Pinto de Figueiredo, foi, dentre seus irmãos, o mais arrojado e, certamente, o mais letrado e o mais político.  Ignora-se o seu grau de escolaridade, mas, deixa a entender, pelos cargos e funções exercidas e laços matrimoniais, ser portador de boa cultura, frequentador e partícipe da restrita e seleta classe política e social da Corte.

Importa, igualmente, mencionar que a condecoração honorífica de comendador a que fora agraciado, ainda um tanto jovem, haver sido em virtude de algum trabalho de influência social, política ou econômica.

Outrossim, a concessão que lhe fora conferida para, juntamente com Eduardo Joaquim Pereira de Oliveira, explorarem a navegação fluvial no Itabapoana, do Porto da Limeira, antiga Vila da Rainha, até a foz, consoante termos previstos na Lei Provincial nº 21, de 1864, revela, também, a sua percepção empresarial.

Necessário, portanto, enfatizar que a sua escolha eletiva à Câmara Alta do Império, como um dos representantes da Província do Espírito Santo, à 13ª Legislatura- 1867-1868 [9], dá mostras da sua participação no contexto político da época.  Aliás, quem teve por sogros Honório Hermeto Carneiro Leão e Felisberto Caldeira Brant Pontes Oliveira e Horta, águias da política nacional no seu tempo, deveria, também, como aqueles, voar com visão de um horizonte bem amplo.

Ressalte-se que os vínculos matrimoniais com Isabela Augusta Soares e Anna Euphrosina Caldeira Brant, filhas de figuras das mais representativas da aristocracia e da política do 2º Império, cujos pais foram ornados com títulos honoríficos da nobreza do Brasil deve ter sido o suporte necessário para que vivesse num ambiente sobremodo social, nobre e aristocrático.

O Comendador chegou a casar-se pela terceira vez, com D. Judith de Figueiredo Coimbra, conforme Provisão de 12 de junho de 1911, durando a união apenas um ano, tendo em vista seu falecimento em 28 de junho de 1912, cujo corpo baixou à sepultura no dia seguinte, no Cemitério São João Batista (docs. 6, 7 e 8).





[8] Anna Euphrosina Brant de Figueiredo, filha bastarda do Marquês de Barbacena, nasceu em 1822, quando o nobre já estava viúvo.  Recebeu de seu pai esmerada educação e casou-se com Francisco Garcia Paes Leme, que faleceu em 1869. Mulher de fino trato, culta, de reconhecida beleza. 

[9] Comendador Carlos Pinto de Figueiredo- Deputado – 13ª Legislatura in História do Espírito Santo, pg 122- Misael Ferreira Penna- 1878.










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