terça-feira, 22 de março de 2022

A tragédia que ocorreu com nossos líderes políticos

 

José Augusto Neves

Sempre que acontece uma tragédia com uma personalidade política de um país, cria-se uma grande comoção em toda a população. Imagine agora nesse momento em que a Rússia invadiu a Ucrânia, o assassinato ou a morte do presidente Voloyimyr Zelensky da Ucrânia.

Em grande escala, isso afeta o mundo inteiro, porém se olharmos para uma situação em pequena escala no município brasileiro, vamos perceber que a tragédia que aconteceu com seus líderes políticos é maior que em todo e qualquer lugar do mundo.

O primeiro grande desastre que tivemos em Bom Jesus de Itabapoana com um líder político foi a morte do prefeito Gauthier Figueiredo, quando o avião que o transportava para o Rio de Janeiro chocou-se com um avião da Força Aérea Americana sobre a baía de Guanabara, próximo à enseada de Botafogo. Gauthier representava uma mudança transformadora em Bom Jesus de Itabapoana. Líder evangélico, numa cidade eminentemente católica, mas respeitado pela sua postura, honestidade e decência, venceu a oligarquia pessedista que vinha desde o período de Getúlio Vargas e Amaral Peixoto.

Outro grande desastre com um bom-jesuense foi a morte do Governados Roberto Silveira na queda de um helicóptero que o levaria para ajudar nas enchentes no Noroeste Fluminense. Líder nato, deputado estadual, vice-governador, era um estrela ascendente na política nacional, que sem dúvida o levaria ao mais alto cargo político do país.

As próximas tragédias com políticos nascidos em Bom Jesus do Itabapoana ocorreram por conta da implantação da ditadura militar em 1964. Naquele ano, nosso conterrâneo, Badger Silveira, foi destituído do mandato popular que havia conquistado em 1962 sem nenhuma justificativa que explicasse tal medida.

Mais tarde, após a edição do AI-5, dois deputados estaduais nascidos em nossa cidade, tiveram seus mandatos cassados e seus direitos políticos suspensos do 10 anos: Michel Salim Saad e José Augusto Pereira das Neves. Estes episódios reduziram a eleição de bom-jesuenses para cargos eletivos, o que vinha acontecendo desde o fim da ditadura Vargas em 1946. Após a fusão com o antigo estado da Guanabara ficou ainda mais difícil a eleição de um conterrâneo.

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