Iracema Seródio Boechat
Barulho de comportas marulhantes,
Pingos d'água orvalhando a ramaria,
É tua faina, diária, ofegante,
Na jornada sem par de cada dia.
E a água cai sonora, deslumbrante,
Em meio às flores em policromia.
Como és feliz, assim, cantarolante!
Na jornada sem par de cada dia.
E se despede o dia. E a noite chega
E do meu leito embalo a nostalgia.
Cessa a jornada igual de cada dia.
Cessa a jornada. O fim do dia é mudo.
E assim ficamos quietos de repente:
Só as lágrimas caem do olhar da gente...
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