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Álvaro Moreira
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Olá GINO, podemos contar com você?
Álvaro Moreira, prefeito de Bom Jesus do Itabapoana entre 1993 e 1996, concedeu, a seguir, entrevista exclusiva ao jornal O Norte Fluminense.
Álvaro Moreira nasceu no dia 8/7/1927, em São José do Calçado/ ES, filho de Joaquim Moreira da Silva, lavrador, oriundo de Bom Jesus do Norte, e Francisca Jorge da Silva, da zona rural de São José do Calçado.
Seus pais moraram na zona rural de Calçado e tiveram 10 filhos: Rosa, Álvaro, Joaquim, Georgina, Anchimar, Juracy,Onecy e Valdemar. Dois outros morreram quando eram pequenos.
Toda a família de Álvaro sofreu muito, logo após o casamento, porque era uma época de grande miséria. Em 1932, muita gente quebrou por causa da baixa no preço do café. Segundo Álvaro, "em minha casa não havia móveis. Dormíamos em esteiras e nos cobríamos com a coberta peleja, que, ou cobria pernas ou cobria braços".
"Sou o segundo mais novo. Sofri muito em minha infância. Minha mãe morreu no Arraial do Café, em Alegre, aos 44 anos. Eu tinha 7 anos e não consegui estudar. Com 10 anos, fui morar em Celina, distrito de Alegre, com meu irmão mais velho, Anchimar. A minha alimentação e o local para dormir eram garantidos por minha tia. Trabalhei no bar de Anchimar por 3 anos, anotando jogo do bicho. Foi assim que aprendi a fazer as contas de somar e subtrair. Depois de um ano, eles se foram para o Paraná. Meu irmão Anchimar me deu, então, o dinheiro da passagem para Bom Jesus do Norte, pois havia a informação de que meu tio, Eurico Moreira de Faria, era fazendeiro.
Eurico era presidente da Cooperativa Agrária do Vale do Itabapoana Ltda (CAVIL). Ele pegava a manteiga em Bom Jesus do Norte, despachava para o Rio de Janeiro e ia vendê-la. A manteiga ficava na Estação de trem. Eurico era um comprador de café, como Merhige Hanna Saad e Ananias, de Ponte do Itabapoana. O atual Parque de Exposição da CAVIL, em Bom Jesus do Itabapoana, leva seu nome.
Meu pai foi administrador de uma fazenda de Eurico, seu irmão, na região de Jardim, em Bom Jesus do Norte.
Eu passei a morar com meus irmãos Joaquim e Georgina em Bom Jesus do Norte, em 1941. Eu consegui, então, estudar por apenas um ano, no Grupo Escolar Horácio Plínio, quando eu tinha 13 anos.
No dia 2.1.1945, com 17 anos e meio, passei a ser empregado, na função de tesoureiro, da firma G. Figueiredo e Cia., cujo sócio majoritário era Gauthier Figueiredo. Os demais sócios eram Gilson Figueiredo, Antônio Lumbreras e um tio de Gauthier, que administrava a filial de Rosal Secos e Molhados. A firma vendia gêneros alimentícios, no atacado e no varejo.
Três funcionários trabalhavam no escritório: Tãozinho Garcia, contador, Elvio Tarouquela, auxiliar de Contabilidade e outro funcionário, cujo nome não me recordo e que trabalhou por pouco tempo. Em 1946, Tãozinho saiu da empresa e Elvio assumiu a função de contador.
Em 1947, assumi como sócio da empresa, sem capital, só para constar no lugar de Antônio Lumbreras. Depois, Elvio se retirou da firma em 1948 e fundou a empresa Irmãos Almeida, com seu irmão Helton. Assumi, então, o serviço de contador e de tesoureiro, sem ter qualquer estudo. E continuei fazendo a escrita por 30 anos.
Em maio de 1953, eu e Gilson compramos o prédio e o estoque da G. Figueiredo e fundamos a Sociedade Comercial Ltda.
Gilson retirou-se da empresa em 1970 e fiquei como único sócio, constituindo uma firma individual. Em fevereiro de 1972, fundei o Mercado Norte Sul, tendo Samuel Xavier como sócio. Em 1979, Samuel se retirou da administração para organizar uma torrefação em Bom Jesus do Norte. Minha esposa, Cacilda, ficou, então, 10 meses como gerente da firma. Em 1980, vendi a empresa para Samuel Xavier. A partir de então, o prédio sempre foi alugado para Supermercados, estando hoje, locado para o Supermercado Rafinha Ltda".
Álvaro Moreira casou-se com Cacilda Moreira em Celina, distrito de Alegre, em 17.10.1954. Segundo ele, "Casamos sem namorar".
Tiveram dois filhos: Álvaro Moreira Junior, corretor de imóveis que reside em Rio das Ostras, com os netos Ricardo e Paula, e Rosane Moreira, professora e bacharel em direito, com os netos Laura e Rosannah.
Em relação à política, Álvaro Moreira conta que "Carlos Garcia se elegeu prefeito em 1988 e me convidou para ser seu Secretário de Fazenda. Próximo do fim do seu mandato, foi realizada uma enquete interna para saber quem seria o candidato a prefeito. O nosso grupo político desejava um nome que desse continuidade à moralidade pública, e obtive 65 por cento das intenções, dentre seis candidatos.
Fui, então, candidato, tendo Gilson Figueiredo como vice, e vencemos Miguel Motta, obtendo mais de 12 mil votos. A vitória foi fácil, mas exigiu muita luta.
Exerci o mandato entre 1993 e 1996. A seguir, informo minhas principais realizações (nota do editor: elas estão assinaladas no final da reportagem).
Gostaria de registrar que, nos dois últimos anos de meu governo, estive com o governador Marcelo Alencar, no Palácio Guanabara, em reunião com os prefeitos do Noroeste Fluminense. Em certo momento, o governador se dirigiu a mim e disse que ele estava pensando em morar em Bom Jesus depois que se aposentasse, porque, segundo pesquisas que o governo fez, o melhor lugar para se morar na época era Bom Jesus do Itabapoana.
Se minha administração foi boa, tenho de agradecer também aos secretários e diretores.
A mensagem que deixo às novas gerações é a seguinte: "sejam honestos e lutem por aquilo em que acreditam!"
As principais realizações do ex-prefeito Álvaro Moreira, entre 1993 e 1996, segundo ele mesmo:
"Construção do prédio para atender os idosos (Clube dos Idosos);
Construção da ponte entre as avenidas Abreu Lima e Governador Roberto Silveira;
Construção e cobertura do Valão Soledade até a rua 21 de Abril, sendo a metade construída por Carlos Garcia;
Construção da usina de reciclagem de lixo, perto da Usina Santa Isabel, operando com 35 funcionários, sendo 32 da Usina e 3 de Bom Jesus;
Construção das praças dos bairros Jardim Valéria e Bela Vista;
Construção e cobertura de um valão que passa pela fazenda dos herdeiros do Sr. Luiz de Rezende Bastos, que possibilitou a construção de uma praça, em parceria com o governo do Estado;
Construção para funcionar atendimento médico e odontológico na Usina Santa Isabel;
Construção de um imóvel para funcionar o consultório médico e odontológico da Volta da Areia;
Compra de um terreno para sepultamento, localizado atrás da Capela Mortuária Chiquita Menezes, pois no cemitério não havia mais espaço;
Compra de terreno na Chácara dos Vieira, bairro Pimentel Marques, para a construção de um campo de futebol e de um ginásio de esportes;
Compra de veículos para a prefeitura;
Patrolamento e ensaibramento de todas as estradas vicinais do município;
Calçamento de ruas na Asa Branca, Monte Calvário, Chácara dos Vieira e nos distritos de Serrinha, Calheiros, Rosal e Pirapetinga;
Construção do lago José Neves e da pista para caminhadas, localizados próximo ao Trevo;
Iluminação do lago José Neves, do Trevo ao Pitucão, do Trevo até a Avenida José de Oliveira Borges, do Monte Calvário e do loteamento Chácara dos Vieira;
Iluminação das obras realizadas em cima da laje do valão, da ponte perto da delegacia até à ponte da rua 21 de Abril, possibilitando, assim, as caminhadas à noite;
Fixação de placas com os nomes das ruas e, também, os números de todas as casas da cidade, sem custo para os proprietários;
Construção, em parceria com o governo do Estado, de um imóvel para construção de consultório médico no bairro Pimentel Marques; e
Contribuiu para a fundação do Instituto de Letras e Artes dr José Ronaldo do Canto Cyrillo (ILA) apoiando a Drª Nisia Campos."
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