Bruna Dutra Piconi de Moraes |
Cada vez mais a visão sistêmica cresce e ganha espaço no mercado. Embora seja um termo já muito abordado dentro do universo terapêutico, é certo que essa nova lente está reverberando em outros cenários, como organizações empresariais e familiares, empreendedorismo, marketing; oferecendo novas percepções, inclusive, no Poder Judiciário, com a inovação, pelo Juiz Sami Storch (2018), do que foi denominado como Direito Sistêmico.
Afinal, o que é essa visão sistêmica?
A visão sistêmica vem do método desenvolvido pelo alemão Bert Hellinger (1925-2019), denominado Constelação Familiar. É uma psicoterapia cujo objetivo é estudar como os padrões de comportamentos de sistemas familiares são acumulados e repassados, consciente ou inconscientemente, de geração para geração.
É importante a ressalva de que esta prática não guarda qualquer relação de cunho religioso ou esotérico, sendo um método terapêutico alternativo e reconhecido pelo Sistema Único de Saúde brasileiro.
Pois bem. Após anos de observação e experiências como psicoterapeuta, Bert Hellinger constatou que, com o nascimento de uma criança, além do patrimônio genético herdado por ela dos seus pais, há também uma herança afetiva, resultante de crenças, memórias, comportamentos e padrões dos antepassados.
Além disso, Bert observou que todas as relações, especialmente os laços afetivos familiares, têm como base alguns princípios, que foram denominados, na Constelação Familiar, como as “Ordens do Amor”. São eles: o direito de pertencimento, o respeito à hierarquia e o equilíbrio entre dar e receber.
Segundo esse entendimento, é possível afirmar que todo e qualquer conflito, nas relações familiares e interpessoais, nasce da inobservância de uma dessas Ordens do Amor, também conhecidas como As 3 Leis Sistêmicas.
Como o ser humano é um ser relacional, isto é, relacionar-se é intrínseco à natureza humana, essas leis regem absolutamente todas as relações humanas. Afinal, empresas são feitas de pessoas; igrejas são feitas de pessoas; uma comunidade é feita de pessoas.
A diferença primordial desta prática terapêutica das terapias tradicionais é justamente o que vem fazendo com que ela transborde para outros cenários: na abordagem sistêmica, olhamos para todo o sistema familiar daquela pessoa que está enfrentando dores emocionais, para entender a raiz do conflito e, assim, oferecer uma solução disruptiva.
Costumo afirmar com fervor que a abordagem sistêmica ajuda as pessoas a voltarem para o seu lugar, através da reconexão com a sua origem. E, do seu lugar, é possível ter mais leveza na vida e construir relações saudáveis e equilibradas.
Bruna Dutra Piconi de Moraes
Nascida em Bom Jesus do Itabapoana. Formada em Direito e, após exercer a advocacia por 10 anos, fez uma transição de carreira para o Desenvolvimento Humano. Além de formações de alto impacto, como Master Coach, Hipnose Ericksoniana e Pós Graduação em Constelações Sistêmicas Integrativas, lidera um grupo online de mulheres e é pioneira na prática terapêutica de Constelação Familiar em Bom Jesus.
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