quinta-feira, 31 de julho de 2025

Obra do Divino: a Açorianidade que floresce em Bom Jesus

 


Há cartas que não chegam apenas com palavras. Chegam como bênçãos.

Hoje, sobre as mãos da presidente da ABIJAL, Beatriz de Fátima Magalhães Dias, repousou uma correspondência que não era só papel — era memória, era legado, era destino.

Da longínqua e azul Região Autônoma dos Açores veio o reconhecimento: a ABIJAL, nossa jovem e pujante Academia Bonjesuense Infantojuvenil de Artes e Letras, foi acolhida como guardiã viva da Açorianidade em nosso solo. E como um sopro do Divino Espírito Santo, a resposta trouxe também sustento: mil euros que darão asas às próximas celebrações culturais em nosso município.

Tudo isso no limiar de uma festa que carrega mais que símbolos — carrega fé.
Amanhã, o Divino começará a descer entre nós. Como desceu, um dia, entre os antigos moradores das lavouras e colinas de Bom Jesus, nas figuras de Antônio Teixeira de Siqueira e Francisco José Borges, que em meados de 1860 começaram a gestar entre nós a tradição da Coroa e do Cetro do Divino Espírito Santo.

E essa pomba que canta no Hino do Espírito Santo, conhecida em nossa terra como “Alva Pomba”, voou até nós pelas mãos de um açoriano de espírito e de ação: Padre Antônio Francisco de Mello. Chegado no dia 18 de junho de 1899, ele não só ofertou cânticos, mas colunas, vitrais, cultura. A própria fachada da Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus é sua prece em pedra.

É certo: a história é feita de nomes. Mas é a alma do povo que os sustenta.
E é por isso que no dia 2 de agosto, entre livros, palavras e sons da nossa III Feira Literária e Cultural, a ABIJAL abrirá o palco à estreia da Tuna Luso-Bonjesuense — música que vem do mar, da ilha, da terra, do coração. Cantará o que somos: parte Açores, parte Brasil, completamente Bom Jesus.

E como se tudo se alinhasse num tempo sagrado, no dia 13 de agosto, quando celebramos o Dia Municipal do Imigrante Açoriano, será inaugurado um monumento na Praça Governador Portela. Pedra sobre pedra, honra sobre história. Uma homenagem silenciosa, porém eterna às famílias de acordescendentes que trouxeram nos ombros e no sangue a herança açoriana, e a plantaram com carinho no Vale do Itabapoana.

Sim, é obra do Divino.
Pois o que se constrói com fé, com arte e com memória, não se apaga.
Floresce. Canta. E permanece.



2 comentários:

  1. Um reconhecimento como guardiã da Açorianidade e um apoio financeiro são motivos de celebração. Parabéns, ABIJAL! 👏👏👏❤️

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