sábado, 2 de agosto de 2025

Coração em Palavras





Na manhã inaugural da III FLICbonjê (Feira Literária e Cultural de Bom Jesus do Itabapoana), entre livros, sorrisos e o burburinho encantado de leitores e artistas, o tempo pareceu suspenso por um instante.

Sob os olhares atentos dos que acompanharam sua entrevista, a poetisa, trovadora, romancista, artista plástica e compositora bonjesuense Maria Terezinha Borges Coutinho, radicada em Vila Velha (ES), vestiu a alma de emoção.

Nas mãos, o livro "Pintando Palavras", recém-nascido em letras e afetos.

Nos olhos, o brilho de quem transforma a vida em arte, e a arte — em comunhão.

E quando sua voz, firme e doce, começou a declamar o poema “Coração”, algo se abriu ali, entre as páginas e o peito.

As palavras — bordadas com delicadeza e dor — iam traçando um caminho que tocava a todos: o amor que se cuida, o tempo que acolhe, a perda que marca.

E, ao final, não foram só versos que transbordaram.

Foram lágrimas.

Lágrimas sinceras de quem vive o que escreve.

De quem não apenas pinta palavras, mas as sente, as chora, as eterniza.

Naquele momento, Maria Terezinha não era apenas autora de um livro.

Era ponte entre corações.

Era memória viva de uma cidade que pulsa arte, e que guarda, com orgulho, o suave toc-toc de suas criações.

E assim, Bom Jesus do Itabapoana testemunhou o que há de mais bonito na literatura: a verdade que emociona.



Coração

Maria Terezinha Borges Coutinho

Me entregaste o teu coração 

e eu, com todo jeitinho,

e com todo o cuidado,

e com todo o carinho,

guardei-o e o conservei 

com dedicação e amor

bem juntinho do meu!

E o tempo foi passando 

e eu bem feliz me sentia,

com o suave toc-toc

do teu meigo coração 

a bater pertinho do meu!

Certo dia, sem razão,

numa estranha confusão,

levaste teu coração:

Lutei, lutei e lutei,

para que ninguém roubasse 

o que muito bem guardei!

Hoje com muita tristeza 

sinto uma enorme saudade 

do teu meigo toc-toc 

juntinho do meu coração.


sexta-feira, 1 de agosto de 2025

"Quando a Literatura me levou a Bom Jesus"


 
Valeria Fernandes, autora mineira de 11 livros infantis 

Foi pela literatura que os caminhos se cruzaram.

Vinda de Juiz de Fora, em Minas Gerais, a escritora Valeria Fernandes, autora de 11 livros infantis, chegou a Bom Jesus do Itabapoana pela primeira vez, convidada para participar da III FLICbonjê (Feira Literária e Cultural de Bom Jesus do Itabapoana)

Logo ao chegar, o encantamento foi imediato.

Entre ruas acolhedoras, ela se surpreendeu com a limpeza, a organização e o carinho visível em cada detalhe da cidade.

Mas foi o calor humano que a conquistou de vez.

A cultura bonjesuense — rica, viva, pulsante — se revelou em conversas, apresentações, livros, olhares e sotaques.

Gente que valoriza suas raízes e acolhe com generosidade.

Na feira, encontrou leitores, ouviu histórias, compartilhou palavras.

E entendeu que a literatura, ali, não é só escrita — é vivida.

Bom Jesus do Itabapoana, com sua alma cultural, ganhou um lugar especial em seu coração.

E a primeira visita, certamente, não será a última.




A fé refletida nas águas

 

A fé refletida nas águas: a majestade da Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus, espelhando céu e devoção no silêncio do chafariz. Foto de Rogério Loureiro Xavier, 1º/08/2025, III FLICbonjê (Feira Literária e Cultural de Bom Jesus do Itabapoana)


"Com seu reflexo nas águas, 

num anoitecer tão belo, 

dá adeus à dor e às mágoas 

a igreja de Padre Mello".

(Lúcia Spadarotto)