Maestro Áureo Fiori: uma vida dedicada à música |
Maestro da Lira Operária por mais de 22 anos, Áureo Fiori, aos 81 anos de idade, doou instrumentos para a Lira 14 de Julho, de Rosal, entidade na qual aprendeu a tocar os primeiros acordes.
Áureo Fiori foi maestro da Lira Operária Bonjesuense, em seus áureos tempos |
Segundo Áureo, "recebi lições na Lira 14 de Julho, com meu tio Luís Tito de Almeida, o Tuca, casado com minha tia Anita, quando tinha cerca de 07 anos de idade. Sou de família de músicos. O meu pai Walter Fiori tocava flauta transversa. Recordo-me que ele chegou a tocar com Gauthier Figueiredo e Panni, que tocavam violino.
Quando fui tocar na Lira 14 de Julho pela primeira vez, em uma alvorada do dia 14/07/1940, ao romper na rua Francisco Diniz, o tambor que tocava apoiado no meu cinto acabou arriando o calção, deixando as minhas partes baixas à mostra. Foi um riso geral e a banda teve de suspender a apresentação até eu me recompor com as vestes", lembra, com humor.
Áureo Fiori e Orlando Silva, no Big Hotel |
Áureo e a Lira Operária
Sobre a "Furiosa", disse: "ingressei na Lira Operária quando, certa vez, Amaro Rodrigues lançou meu nome para ser presidente da entidade. O maestro Raul Lopes havia se retirado da regência e eu, como presidente, fui atrás, primeiramente, do maestro José Carlos Ligiero, em Itaperuna, que não aceitou a função. Dirigi-me, então, a Ourânia, distrito de Natividade, onde convidei o maestro Zequinha do Bambu, que também não aceitou o convite, mas disse que estaria disposto a ajudar-me. Desloquei-me, então, a Varre-Sai, e estive com o maestro Lourival Tupini, que se dispôs, também, a auxiliar-me. O músico Ventura, por sua vez, disse-me: 'pega a partitura de regência, e toca'. Passei, então, a frequentar a casa do maestro Sebastião Ferreira, conhecido como professor Bastião, casado com Ataliba, e que residia no meio da rua da Igualdade, que dá para o cemitério. Se sou o que sou, devo tudo ao professor Bastião. Ele me deu aula de leitura musical e me doou o seu arquivo", salienta.
Áureo Fiori e banda na réplica da Usina Hidrelétrica, na Praça Governador Portela |
Áureo continua: "Recentemente, fiquei sabendo que a Lira 14 de Julho, de Rosal, está se articulando para retomar as atividades e necessitando de instrumentos. Por este motivo, doei para a entidade um contrabaixo, um bombardino e um trombone. Foi ali, afinal, que comecei a aprender música. Recordo-me, aliás, que, na 1ª vez que a Lira 14 de Julho tentou se erguer, recebeu instrumentos da Banda do Colégio Rio Branco, doados por Luciano Bastos".
Áureo Fiori e a Banda do antigo Colégio Rio Branco |
A necessidade de renovação das Liras
Todas as Liras necessitam de ter, internamente, um processo de renovação, caso o contrário, estarão condenadas a deixarem de existir. É o que aconteceu, por exemplo em Itaperuna.
Segundo Áureo Fiori, os pais deveriam colocar os filhos para estudarem música: "músico é como um poeta. Quem estuda música não tem tempo para pensar em coisas ruins. A música mexe com os sentimentos nobres", finaliza.
Áureo Fiori em memorável momento à frente da Lira Operária Bonjesuense |
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