sábado, 26 de setembro de 2015

Maestro Áureo Fiori doa instrumentos à Lira 14 de Julho




Maestro Áureo Fiori: uma vida dedicada à música


Maestro da Lira Operária por mais de 22 anos, Áureo Fiori, aos 81 anos de idade, doou instrumentos para a Lira 14 de Julho, de Rosal, entidade na qual aprendeu a tocar os primeiros acordes. 


Áureo Fiori foi maestro da Lira Operária Bonjesuense, em seus áureos tempos

Segundo Áureo, "recebi  lições na Lira 14 de Julho, com meu tio Luís Tito de Almeida, o Tuca, casado com minha tia Anita, quando tinha cerca de 07 anos de idade. Sou de família de músicos. O meu pai Walter Fiori tocava flauta transversa. Recordo-me que ele chegou a tocar com Gauthier Figueiredo e Panni, que tocavam violino.

Quando fui tocar na Lira 14 de Julho pela primeira vez, em uma alvorada do dia 14/07/1940, ao romper na rua Francisco Diniz, o tambor que tocava apoiado no meu cinto acabou arriando o calção, deixando as minhas partes baixas à mostra. Foi um riso geral e a banda teve de suspender a apresentação até eu me recompor com as vestes", lembra, com humor.

Áureo Fiori e Orlando Silva, no Big Hotel


Áureo e a Lira Operária
 

Sobre a "Furiosa", disse: "ingressei na Lira Operária quando, certa vez, Amaro Rodrigues lançou meu nome para ser presidente da entidade. O maestro Raul Lopes havia se retirado da regência e eu, como presidente, fui atrás, primeiramente, do maestro José Carlos Ligiero, em Itaperuna, que não aceitou a função. Dirigi-me, então, a Ourânia, distrito de Natividade, onde convidei o maestro Zequinha do Bambu, que também não aceitou o convite, mas disse que estaria disposto a ajudar-me. Desloquei-me, então, a Varre-Sai, e estive com o maestro Lourival Tupini, que se dispôs, também, a auxiliar-me. O músico Ventura, por sua vez, disse-me: 'pega a partitura de regência, e toca'. Passei, então, a frequentar a casa do maestro Sebastião Ferreira, conhecido como professor Bastião, casado com Ataliba, e que residia no meio da rua da Igualdade, que dá para o cemitério. Se sou o que sou, devo tudo ao professor Bastião. Ele me deu aula de leitura musical e me doou o seu arquivo", salienta.



Áureo Fiori e banda na réplica da Usina Hidrelétrica, na Praça Governador Portela


Áureo continua: "Recentemente, fiquei sabendo que a Lira 14 de Julho, de Rosal, está se articulando para retomar as atividades e necessitando de instrumentos. Por este motivo, doei para a entidade um contrabaixo, um bombardino e um trombone. Foi ali, afinal, que comecei a aprender música. Recordo-me, aliás, que, na 1ª vez que a Lira 14 de Julho tentou se erguer, recebeu instrumentos da Banda do Colégio Rio Branco, doados por Luciano Bastos".

Áureo Fiori e a Banda do antigo Colégio Rio Branco


A necessidade de renovação das Liras 

Todas as Liras necessitam de ter, internamente, um processo de renovação, caso o contrário, estarão condenadas a deixarem de existir. É o que aconteceu, por exemplo em Itaperuna.

Segundo Áureo Fiori, os pais deveriam colocar os filhos para estudarem música: "músico é como um poeta. Quem estuda música não tem tempo para pensar em coisas ruins. A música mexe com os sentimentos nobres", finaliza.

Áureo Fiori em memorável momento à frente da Lira Operária Bonjesuense
















            


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