sábado, 11 de novembro de 2017

ÁUREO FIORI, LEVY XAVIER E DONA NINA SÃO HOMENAGEADOS PELA LIRA CALHEIRENSE



Lira Calheirense recebeu, do jornal O Norte Fluminense, os seus quatro primeiros instrumentos: saxofone, trombone de vara, trompete e clarineta

Três meses após a fundação da Lira Calheirense, e depois de várias  aulas teóricas ministradas gratuitamente pelo Maestro Áureo Fiori, a entidade recebeu os quatro primeiros instrumentos, que trouxeram entusiasmo à comunidade de Calheiros.

Um saxofone, um trombone de vara, um trompete e uma clarineta, doados pelo jornal O Norte Fluminense, despertaram também a curiosidade dos estudantes. Uma das crianças presentes perguntou à sua mãe: "esse tesouro é todo para nós, mamãe?"

A Corporação é resultado de parceria entre a Associação dos Amigos do Memorial Governadores Roberto e Badger Silveira,  o Jornal O Norte Fluminense  e a Escola Municipalizada Cel. Luiz Vieira de Rezende, dirigida por Samia Gomes Linhares.

Restou deliberado, na oportunidade, que a Lira Calheirense levará o nome do Maestro Áureo Fiori, ícone de nossa música, com grande número de serviços prestados a Bom Jesus do Itabapoana e à região, e que, com 83 anos de idade, com idealismo juvenil, aceitou o desafio de apoiar a fundação da 3ª Lira de nosso município, dando aulas gratuitamente para os alunos.

Restou deliberado, ainda, que a sede da entidade levará os nomes de dois outros ícones de nossa música: Levy Xavier, o primeiro maestro bonjesuense, e Dona Nina, formadora de uma geração de inúmeros músicos da região.

A Lira Calheirense aceita doações dos seguintes instrumentos:
1 clarineta, 1 trompete, 1 trombone de vara, 1 barítono si bemol, 1 bobardão si, 1 bombardão mi, 1 tarol, 1 tambor, 1 bombo e 1 par de pratos. 1 bombardino dó, 2 sax orni e 1 saxofone tenor.

Contatos com André Luiz de Oliveira pelo celular: 022- 998317343.

Vejam, no final, uma síntese da vida do Maestro Áureo Fiori, do Maestro Levy Xavier e de Dona Nina.














      MAESTRO ÁUREO FIORI

Maestro Áureo Fiori com o cantor Orlando Silva, no Big Hotel, em 1970

O Maestro Áureo Fiori nasceu em Rosal, distrito de Bom Jesus do Itabapoana (RJ), no dia 07 de dezembro de 1933, e é filho dos músicos Walter Fiori e Zenith Nunes Fiori.


Foi Maestro da Lira Operária Bonjesuense por cerca de 22 anos, da Lira 26 de Julho, de Apiacá (ES), onde atuou por cerca de 8 anos, da Banda do Colégio Ari Parreira, de Laje do Muriaé (RJ), e da Lira 19 de Março, de São José do Calçado (ES), até 2010, quando, devido a uma queda, fraturou o fêmur, o que o impossibilitou de continuar Vieira de Rezende, dirigida por Samia de Oliveira Linhares.



A Lira é administrada pela Associação e conta com o apoio do consagrado Maestro Áureo Fiori, que possui 83 anos de idade, e irá ministrar gratuitamente as aulas. 

Colaborou na fundação da Banda de Música do Colégio Estadual Padre Mello, de Bom Jesus do Itabapoana, da Banda Marcial Terezinha Juliana, em São José do Calçado, da Banda do Colégio Zélia Gisner e da Banda do Colégio Antonio Honório, em Bom Jesus do Norte (ES).


Áureo Fiori dirigiu a Lira Operária por cerca de 22 anos

Áureo Fiori comandou Lira na antiga réplica da Usina Franco Amaral localizada na Praça Governador Portela

MAESTRO LEVY XAVIER


Levy Xavier sempre brilhou na música em nosso município e na região. Edição de 1936 de A Voz do Povo. Acervo: ECLB

O Maestro Levy de Aquino Xavier foi o primeiro maestro bonjesuense, filho dos músicos Samuel - que tocava bombardino - e Baldina Xavier - que tocava piano. Segundo Elcio Xavier, poeta bonjesuense considerado um dos grande nomes de nossa literatura, seu tio iniciou os estudos musicais com o Maestro Leopoldo Muylart, que fundou a primeira orquestra em nosso município, nos anos de 1923 e 1924. Nesta época, por influência de Padre Mello, fundou o Grupo Musical Flor de Maio.

 Samuel de Aquino Xavier e Baldina, pais do Maestro Levy Xavier, em 1935


Foi poeta e músico, regendo bandas e orquestras. Foi regente da banda de São Pedro do Itabapoana (ES), de São José do Calçado (ES) e de Santo Eduardo (RJ). Apresentava-se, com frequência, em festividades no distrito de Rosal.

Em 1928, colaborou na organização de duas bandas de música no município de Apiacá (ES): a Lira Santo Antônio e a Lira Boa Vistense.

Em 1931, fundou a Corporação Musical da Usina Santa Maria, em nosso município.

Em 1933, fundou o Bloco Carnavalesco Rosa Branca.

Entre 1933 e 1938, comandou o Grupo Musical Jazz Sorriso, que brilhava nos bailes de nossa região.

Grande compositor, uma de suas canções de maior sucesso é "CIDADE DE BOM JESUS", composta em parceria com seu sobrinho, gravada em 2015 pelo Grupo Musical Amantes da Arte, e que consta do CD "BOM JESUS DE CORPO E ALMA", da Coleção Músicas Bonjesuenses, produzido pela Editora O Norte Fluminense.

Samuel Xavier integra a relação dos nomes da família Xavier que se destacaram na arte musical em nosso município




CIDADE DE BOM JESUS

Levy Xavier e Samuel Xavier

Não há, por certo, no mundo
Cidade que tanto seduz
Que se tem amor tão profundo
Como esta que é Bom Jesus.

Não há cidade tão bela
Outra terra que mais produz
Como esta somente ela
A cidade de Bom Jesus.

Os  bonjesuenses cultivam a glória
De ser um povo muito gentil
Bom Jesus grande na história
E seu céu da cor de anil.
Bom Jesus merece a vitória
Por ser também do Brasil.


Música de Levy Xavier integra CD do Grupo Musical Amantes da Arte


DONA NINA 


Se fosse viva, Dona Nina teria completado 93 anos de idade no dia 1º de setembro passado. Nascida em São José do Calçado (ES), era filha de Francisco Camargo Teixeira, o Zico Camargo, e Maria Mello Teixeira.

Dona Nina folheando o livro "Bom Jesus do Itabapoana", de seu pai Zico Camargo


Em entrevista dada ao O Norte Fluminense, em 2011, ela registrou que seu avô se chamava Francisco Hermenegildo Teixeira de Siqueira, o "Vovô Caxico".


                      Dona Nina e a foto do seu pai Zico Camargo


Tanto por parte de mãe, como por parte de pai, dona Nina recebeu
influência musical. O tio-avô de Zico Camargo, Joaquim Teixeira
Siqueira Magalhães, o Quinca Magalhães, organizou nos idos de 1905 a Banda Quinca Magalhães, composta por músicos da família. Por outro lado, "Vovô Caxico tocava 4 instrumentos: violão, cavaquinho, flauta e sanfona".

Dona Nina pertenceu à 4ª. geração de organistas.

Sua bisavó materna, Georgina Medina Diniz, foi "a 1ª. organista de Bom Jesus do Itabapoana e de São José do Calçado".

Carolina Diniz Freitas, a "Tia Salica", de quem teve lições de música, constituiu-se na 2ª. geração. Conceição Diniz Mello, a "Tia
Conceição", integrou a 3ª. geração, enquanto a 4ª. geração é composta pela própria dona Nina e por sua irmã Ioli Mello Teixeira. A 5ª. geração está representada por Maria Bernadete Teixera da Silva e por Maria Aparecida Teixeira da Silva.

Além das aulas com a Tia Salica, em São José do Calçado, recebeu aulas de música em Bom Jesus do Itabapoana, quando tinha 20 anos de idade, tendo como mestra Yveth Soares Diniz, "a 1ª. pianista de Bom Jesus do Itabapoana".

Posteriormente, foi convidada a fazer um curso de Canto Orfeônico no Rio de Janeiro por cerca de um ano e meio. Ao retornar a Bom Jesus, foi contratada no ano de 1951, para lecionar no Grupo Escolar Pereira Passos, atividade que continuou realizando por cerca de 20 anos, até se aposentar.

Em 1963, foi criado o Conservatório Brasileiro de Música de Bom Jesus do Itabapoana, por "Pereira Pinto, Olívio Bastos, Ésio Bastos e pessoas do Rotary". A entidade mudou de nome para Conservatório de Música de Bom Jesus do Itabapoana e, posteriormente, já sob a direção de dona Nina, para Escola de Música Levy de Aquino Xavier, em homenagem ao "1º. maestro de Bom Jesus do Itabapoana". 

Pela Escola "passaram cerca de 2.000
alunos, entre eles as proprietárias das Escolas de Música Cristo Rei e JEMAJ, Marisa Xavier e Anízia Maria, respectivamente".


Ela aprendeu a tocar o hino português "Alva Pomba", de autoria do Padre Delgado, com Padre Mello, que incorporou tal hino à Festa do Divino Espírito Santo e se tornou tradição em nosso município por ocasião das procissões.

Dona Nina tocou na Igreja por cerca de sessenta anos e deixou como legado o amor à família, a história e a fé. A mensagem que deixou para as novas gerações foi: "Estudem sempre, sempre, sempre, e coloquem no seu íntimo a música, pois ela é divina".












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