sábado, 27 de abril de 2019

Monumento aos instituidores de Bom Jesus, idealizado por Padre Mello, pode se tornar realidade, 85 anos depois

Fachada do monumento em homenagem aos 12 instituidores do Patrimônio de Bom Jesus

Segundo o notável texto intitulado "Primórdios de Bom Jesus", escrito por Padre Mello em 1942, para comemorar o centenário do desbravamento de nosso município, foram 12 os instituidores do Patrimônio de São Bom Jesus.

São eles: Francisco Furtado Costa, do Barro Branco, José Rodrigues Costa, da Soledade, João da Costa Soares, da Cristalina, João Ignácio da Silva, da Barra do Sacramento, Antônio Teixeira de Siqueira, Francisco Teixeira de Siqueira e José Teixeira de Siqueira, da Barra do Pirapetinga, Francisco José Borges, do Córrego do Leite, José Carlos de Campos, da Fortaleza, Jacob Furtado de Mendonça, da Fazenda São João Batista, Manoel Furtado e Alferes Silva Pinto.

Em razão disso, Padre Mello concebeu um monumento em memória desses instituidores, para ser inaugurado em 1942.

Infelizmente, sua ideia acabou não sendo realizada, na época.

Oitenta e cinco anos depois, contudo, o sonho de Padre Mello pode ser realizado, graças ao esforço do escultor Valdieri Martin, carioca radicado em Cachoeiro de Itapemirim, que preparou um projeto de monumento para a comunidade bonjesuense.

Valdieri se tornou pessoa próxima a Bom Jesus do Itabapoana. Ele foi o autor da escultura em homenagem ao Padre Preto, em Calheiros, que está assentada na Praça Três Irmãos, construída pela Associação dos Amigos do Memorial Governadores Roberto e Badger Silveira, e do busto em homenagem a Elcio Xavier, o Príncipe dos Poetas, que está fixado no Espaço Cultural Luciano Bastos.

A fixação do monumento em honra aos desbravadores de nosso município, na Praça Amaral Peixoto, além de fazer justiça aos nossos heróis, resgataria a ideia genial de Padre Mello e poderia servir para revitalizar a área, como ponto de visitação turística.

A região é histórica, pois foi onde restou construída a primeira igreja de nosso município, a de Santa Rita de Cássia. O português Manoel Gomes Alves fixou residência, em 1842, onde está atualmente o Espaço Cultural Luciano Bastos. Ele aqui chegou juntamente  com Antônio José da Silva Neném e Manoel da Silva Fernandes.
.
A 1ª foto de Bom Jesus do Itabapoana foi a da Igreja de Santa Rita, em 1875




2 comentários:

  1. Fico feliz em ver o reconhecimento de meu trisavô José Carlos de Campos como um dos instituidores de Bom Jesus, onde foi também fazendeiro de café e açúcar e madeireiro. Foi ainda seu primeiro sub-delegado e durante muitos anos participou ativamente da vida política de Bom Jesus tendo sido homenageado dando nome a uma rua desta cidade. Também por ter construído uma das primeiras pontes sobre o rio Itabapoana, logo apelidada de ponte do Zé Carlos, acabou dando origem ao distrito "José Carlos" em Apiacá (ES).

    ResponderExcluir
  2. Olá Fabio Farias, sou Antonio Carlos Massad Campos e devemos ser primos distantes pois sou bisneto de José Carlos de Campos.
    Meu pai, Carlos Teixeira de Campos, neto de José Carlos de Campos, escreveu um livro de poesias publicado em 1979, no qual faz referências avô. Vou transcrevê-las abaixo, na íntergra, para agregar mais informações desse nosso reverenciado parente.
    Titulo : Meu Avô José Carlos de Campos
    José Carlos de Campos, triunfante,
    Com sua decidida Caravana,
    Faz muito mais de um século distante,
    Chegava às margens do Itabapoana.

    Oriundo da operosa Juiz de Fora,
    Traçava para a vida novos trilhos,
    Tendo consigo, no raiar da aurora,
    A nobre esposa e seus primeiros filhos.

    Deixara o amado berço natalício,
    Que tinha, já, progresso florescente,
    Para trocá-lo pelo sacrifício
    Naquela zona inculta, antigamente.

    A vastidão de suas novas terras,
    Partia do Arraial de Bom Jesus,
    Entre planícies e pequenas serras –
    Belas paisagens, no esplendor da luz!

    E ali bem perto, sem fazer bravatas,
    Na luta que enfrentara, com dureza,
    Tão persistente, desbravando matas,
    Fundou sua fazenda – a Fortaleza.

    Austero, mas de espírito bondoso,
    Tratou paternalmente a escravatura,
    E dela teve o braço valoroso,
    Na intensificação da agricultura.

    Criou sua família numerosa,
    No lema de trabalho e de honradez.
    E em toda a sua vida prestimosa,
    José Carlos de Campos muito fez.

    A construção da ponte que ele vence,
    Ligando, há tantos anos afastados,
    O solo capixaba ao fluminense,
    Que benefício para os dois Estados!

    Lutou, naquele tempo, com sucesso,
    Na mais sadia atividade humana.
    Foi um dos precursores do progresso
    Do imenso Vale do Itabapoana.

    Desse casal, os netos e bisnetos,
    Entre os demais parentes, que são tantos,
    Existem, sempre dignos corretos,
    Espalhados por múltiplos recantos,

    Nos Casemiro Campos, nos Teixeiras,
    Nos Oliveiras, Bastos e Monteiros,
    Também nos Figueiredos e Silveiras,
    Nos Farias, nos Gomes e Ribeiros!

    E a sua sucessiva descendência,
    Que o tempo geralmente não consome,
    Há de ter sempre, na reminiscência,
    O respeitoso orgulho de seu nome!...

    ResponderExcluir