Elcio Xavier e os filhos Rogério Loureiro Xavier, Rita de Cássia Loureiro Xavier Kisukuri, Regina Loureiro Xavier e Rosete Loureiro Xavier Nascimento,no ECLB
Era uma leve e tranquila tarde de
agosto de 1950. Eu gozava merecidas férias em Bom Jesus.
Em casual encontro de meu avô Samuel
(músico na juventude), meu tio Levy (extraordinário trompetista, maestro e
compositor) e o neto autor destas linhas, discutíamos banalidades quando o som
longínquo de uma Banda deslizou sobre as águas do velho Itabapoana. Foi o
estopim para se falar entusiasticamente sobre Liras Musicais.
O avô emocionado lembrou da primeira
Banda do Arraial e se fixou na segunda, de 1890, onde atuara com seu
bombardino. E falou também sobre outras corporações musicais que surgiram ao
longo dos anos. Levy, com o entusiasmo de um jovem, descreveu sobre as Bandas que
encheram de alegria e desilusões sua vida de músico.
Falou-se também das Bandas de
cidades e vilas que circundam Bom Jesus, e das bandinhas de curta vida,
montadas para abrilhantar as festas da Aldeia.
Dessa
reunião programada pelo acaso saiu a relação abaixo que estava gravada na lembrança
de cada um deles com detalhes que enriqueceram a grandeza dessas citações tão
valiosas para a memória de nossa terra.
Eis
a seguir, de forma sucinta, a relação das Bandas que despertavam a Vila em suas
alvoradas, alegravam a Praça da Matriz e enchiam de orgulho o ordeiro povo
bonjesuense.
1ª BANDA - criada
em 1880, porém de curta duração.
Maestro: Feliz (Felix Joaquim
de Souza Machado, um excepcional músico
de grandes virtudes)
Componentes:
Candoca (Carlos de Aquino
Xavier Júnior) grande pistonista. Tocava qualquer instrumento; Quincas Bastos(Joaquim
Sérgio Bastos); Nhonho Fragoso (José Candido Fragoso); João Fragoso; João
Reduzino; Eusébio Sales – Grande pistonista e outros nomes não lembrados.
2ª BANDA -
organizada em 1889 (1889 - 1895) - BANDA DOS GAROTOS
Maestro: Feliz
(Felix Joaquim de Souza Machado)
Componentes:
Samuel Xavier; Júlio Xavier; Adílio
de Aquino; Aniz de Aquino; José Xavier Leite; Virgílio Xavier Bastos; Amado dos
Santos; Roldão dos Santos; Aristides Reduzino; Francisco Bifano e outros nomes que
a memória não reteve.
3ª BANDA - (junho
de 1911 até 1915 ou 1916) - LIRA DA MOCIDADE
Fundador:
Padre
Mello
Maestro: Alfredo
Brasil (grande requintista)
Componentes:
Lauro Paranhos; Antenor
Benigno; Roldão dos Santos; Amado dos Santos; Juvencio José Teixeira; Aristides
da Silva; Euclides Xavier Bastos, Juvenal Xavier Bastos e José Xavier Bastos
(filhos do Candoca); Lauro Pimentel; Mertídio Ginger e outros nomes que a
memória não reteve.
4ª BANDA - (fim de 1911 / início de 1912 até
1914) - LIRA DEMOCRATA
Maestro: Júlio
de Aquino Xavier (grande clarinetista - tocava qualquer
instrumento)
Componentes:
Eustáquio da Silva (Taco); Nominato
da Silva; Amado dos Santos; Euclides Xavier (filho do Candoca); Homero Xavier (filho
de Samuel A. Xavier); Antenor de Oliveira; Aristides da Silva; Carolino Hanman;
Horácio Elias de Moraes; Mertídio Ginger e outros nomes que a memória não
reteve.
5ª BANDA - (1918
a 1919) - LIRA DO COMÉRCIO
Esta Banda foi incorporada à BANDA DO TIRO 307.
Maestro: Peixoto
Componentes:
Amado dos Santos; Roldão dos
Santos; José Bastos Xavier (Juca do Candoca); Homero Xavier (irmão de Levy); Lauro
Paranhos; Florestan Alves de Freitas; Antenor de Oliveira; Nilo Constantino da
Silva; Cornélio Teixeira; Pedro Borges e outros nomes que a memória não reteve.
6ª BANDA - (1920
a 1921) - BANDA DO TIRO 307
Talvez
a melhor já fundada em Bom Jesus.
Maestros:
Peixoto - melhor músico aparecido em Bom Jesus; tocava qualquer instrumento com
perfeição; Benedito Marques e Leopoldo Muylart
Componentes:
Grupo
de 28 músicos, entre os quais:
Homero Xavier; Gil Xavier;
Levy Xavier; José Bastos Xavier; Oswaldo Santos; José Elias de Moraes; Roldão
dos Santos; Amado dos Santos; Nilo Constantino da Silva; Lauro Paranhos;
Cornélio Teixeira; Florestan Alves de Freitas; Antônio Oliveira; Manduca.
7ª BANDA - (1921
a 1922) - LIRA DOS OPERÁRIOS
Maestro: Leopoldo
Muylart - que organizou em 1922, a primeira orquestra que tocava no Cinema
Bom Jesus durante as sessões.
Componentes:
Esta Banda
foi criada pelo Centro Operário, incorporando todos os
músicos
da 307.
8ª BANDA - (1926
- 1931) - LIRA FUTURISTA
Foi a melhor Banda, depois da BANDA DO TIRO 307.
Maestros: Leopoldo Muylart - de 1925 a 1926; Baêta Filho; Clóvis Brandão
e Nilo Constantino da Silva.
Componentes:
José
Bastos Xavier (Juca); Levy Xavier; Homero Xavier (irmão de Levy); Adalto Xavier
(irmão de Levy); Walter Rosa; Hermogenio Rosa; João Soares Lucas; José
Malaquias; Ludgero Costa; Manoel Sérvulo; Júlio Barreto; Roldão dos Santos; Nilo
Constantino da Silva; Lauro Pimentel; Nelson Medina; Raymundo Gomes; Cornélio
Teixeira e outros nomes que a memória não reteve.
9ª BANDA - LIRA OPERÁRIA BONJESUENSE
Fundada em 02/05/1940, com o nome de Sociedade Musical
União Operária.
Em agosto de 1941 passou a se chamar LIRA OPERÁRIA
BONJESUENSE.
Maestros: José Cirino Júnior; Alberto Peçanha; Levy
Xavier; Nilo Constantino da Silva; Ramon Rodrigues; Áureo Nunes Fiori e Nilo
Rodrigues de Oliveira.
Primeiros
Componentes que a memória registra:
Criveland
Araújo; José Elias de Moraes; Ronaldo Silveira Araújo; Samuel Cerqueira Xavier;
José Marques; Walter Boechat; Walter Rosa; Antonio Raimundo; Arlindo Silva; Roldão
dos Santos; Cornélio Teixeira; Itamar S. Xavier; José Pendé.
_______________________________________________________________
NOTA ESPECIAL DE 2018
Vale
ressaltar, emocionado, a vitoriosa trajetória dessa briosa Lira Operária Bonjesuense, berço da formação de grandes músicos ao
longo de sua quase centenária existência.
Meu
fraterno abraço ao amigo Maestro Nilo, condutor atual da nossa querida “Furiosa”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário