segunda-feira, 31 de maio de 2021

Uma grande poesia de Iracema Seródio Boechat no Memorial do Imigrante

 

"Pátria de Meu Pai" é uma das grandes poesias de Iracema Seródio Boechat, que se encontram no Memorial do Imigrante


A Sala Professora Iracema Seródio Boechat, no Complexo Memorial do Imigrante - Museu Açoriano do Vale do Itabapoana - Centro de Estudos Luso-Açoriano, que está sendo construído pelo gênio do médico dr Nino Moreira Seródio - homenageia a célebre tia poetisa.

A fantástica obra deve ser inaugurada ano que vem, se as condições permitirem, e tem repercussão internacional.





Complexo Memorial do Imigrante - Museu Açoriano do Vale do Itabapoana - Centro de Estudos Luso-Açoriano, está sendo construído na rodovia Bom Jesus-Apiacá.

Dr Nino Moreira Seródio e família com trajes de seus antepassados açorianos, no Complexo Memorial do Imigrante: uma obra de repercussão internacional.




A ALMA DO SABIÁ

 

                     Saulo Soares


“O acaso é uma explicação demasiado cômoda, que tem, de resto, o inconveniente de nada explicar.”

Veron


    O último poema escrito por Lúcio de Mendonça - piraiense e um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras - retratava a angústia que lhe causava a iminente perda da visão: “A cegueira e a morte, em desumano esporte, disputam-me, não sei, na ânsia de igual terror, qual chegará primeiro, a cegueira ou a morte. A morte e a cegueira, em desumano esporte, disputam-se entre si, e eu, no profundo horror da alternativa, imploro o supremo favor de poder escolher, e de escolher a morte.”

    Retirei das páginas de “Lúcio de Mendonça”, de João Pedro Fagerlande, publicada na Série Essencial, da Academia Brasileira de Letras, as seguintes linhas: “Vejamos uma observação de José Veríssimo, talvez o mais importante crítico literário da época, sobre a escrita de Lúcio: “não conheço, no nosso meio, ninguém mais bem-dotado literariamente que o Sr. Lúcio de Mendonça. [...] Conhecendo como poucos o instrumento da arte literária, o Sr. Lúcio de Mendonça, por mal seu ou nosso, deu sobretudo preferência a essa coisa chamada literatura ligeira. É como um virtuose de alto mérito que [...] fosse principalmente ao piano para tocar valsas e polcas. É verdade que ele dá a essas peças menores um extraordinário e às vezes surpreendente relevo, mas é justamente isso que nos faz lastimar que tanta virtuosidade seja aplicada com frequência a coisas somenos.”

    Um dos textos que corrobora o que afirmou o crítico literário é o que transcrevo a seguir, A Alma do Sabiá. Para quem leu o conto O Hóspede - e tantos outros contos, e poemas, e crônicas - e se maravilhou com a sagacidade e maestria do autor, o pequeno texto A Alma do Sabiá, pode parecer infantil, singelo. E é exatamente por este motivo que merece ser lido.  Eis, então, A Alma do Sabiá:


    A princípio, como se diz na Bíblia e nos contos infantis, o sabiá era mudo. Mudo é um modo de dizer: à tarde, ao voltar para o ninho, já sabia dar aqueles pios tristes e longos que ainda tem; mas era só.

E era motivo de perpétua galhofa para os outros passarinhos ver aquele indivíduo tão corpulento e tão peco de garganta que até o beija-flor, com seu cantozinho fino e estridente, e o pardal, com sua frase monótona, faziam melhor figura do que ele.

Mas um dia, uma tarde, o sabiá (porque nesse tempo havia só um sabiá, como um só pardal e um só beija-flor) estava numa laranjeira, à beira da estrada, junto à porteira da casa; e vinha passando um cavaleiro, com o rosto voltado para uma janela donde uma linda moça, chorosa, dizia-lhe adeuses repetidos.

Eram motivos que se separavam, trocando os derradeiros olhares com tão íntima ternura como se quisessem neles trocar as almas.

Então o sabiá, cruzando a estrada, atravessou aqueles olhares amorosos. Sentiu-se trespassado por uma corrente elétrica. Pousou numa laranjeira defronte, e ao desprender o pio monótono de todas as tardes, entoou, maravilhado, um canto suavíssimo, repassado de infinita melancolia, como se fosse a saudade dos amantes que ali estivesse soluçando.

Assim foi que o sabiá começou a cantar.”


A frase de Veron, em epígrafe, foi escolhida por Lúcio para preceder o primeiro capítulo do seu romance O Marido da Adúltera. Quem primeiro chegou, se a morte ou a cegueira, não saberia dizer. Mas, tenho a firme convicção de que ele - cego ou não - desprezando o acaso como resposta e explicação definitiva, enxergou a “alma do sabiá”.

   

domingo, 30 de maio de 2021

O legado do Maestro Áureo Fiori é para sempre!


    Suely, Suelena, Walter e Walder: filhos do saudoso Maestro Áureo Fiori lutam pela preservação da memória do pai


 No dia 30/05, aconteceu, pela manhã, importante reunião entre os filhos do saudoso Maestro Áureo Fiori, Suely, Suelena, Walter e Walder, com o presidente da ADRUC (Associação de Desenvolvimento Rural e Urbano de Calheiros), Eraldo Salutto Rezende, e sua esposa Maria Regina Borges de Abreu Rezende.

Na reunião ocorrida na casa do Maestro, ficou deliberada a tratativa para a reativação da Lira Calheirense Maestro Áureo Fiori, assim como da instalação de seu núcleo na sede da ADRUC.

              Maestro Áureo Fiori à frente de sua residência


"O Maestro Áureo Fiori já tinha iniciado contato com o setor público municipal, para ajudar nos reparos  da sede da ADRUC, onde ele pretendia estabelecer a base da Lira. Pretendemos recomeçar a conversação com a prefeitura. O imóvel onde está localizada a sede da ADRUC é histórico para o município. Foi ali que funcionou o núcleo do primeiro Distrito Policial da região, a partir de 15 de dezembro de 1879", salientou Eraldo.

            Maestro Áureo Fiori e Orlando Silva, no Big Hotel, em 1970


Segundo Walder Fiori, "a música faz parte da história e cultura de uma região. A música era um alimento para meu pai". 

Walter salientou, por sua vez: "papai vivia para a música.  A música era o combustível para ele. Os projetos musicais nunca acabavam para ele."

 Maestro Áureo Fiori ficou à frente da Lira Operária Bonjesuense por 22 anos


Suely registrou: "os sonhos de meu pai eram contínuos. Na sala de nossa casa, havia um teclado, um aparelho de som e um amplificador, que meu pai não deixava serem retirados".

Já Suelena ressaltou: "a paixão de meu pai era a música . Ele era música e alegria".



Eraldo finalizou, fazendo questão de mencionar que "o distrito de Calheiros só tem uma palavra para referir-se ao Maestro Áureo Fiori: Gratidão!"

O legado do Maestro Áureo Fiori é para sempre!


 Maria Regina Borges de Abreu Rezende, Eraldo Salutto de Rezende, Suely, Walter, Suelena e Walder Capaccia Fiori: o legado do Maestro Áureo Fiori é para sempre!



sábado, 29 de maio de 2021

quarta-feira, 26 de maio de 2021

Causos de taxistas em Bom Jesus

Chauferes da Praça Governador Portela nas décadas de 1950/1960



HISTÓRIAS DO TAXISTA LÉ 
CONTADAS POR JOÃOZINHO BORGES



CAUSO DE CHAUFER DE PRAÇA
  
Nos idos de 1950, em um distrito de Bom Jesus do Itabapoana, foi instalado um parque de diversões itinerante, que possuía serviço de auto falante para dedicatórias. Em certa hora, ouviu-se o anúncio de uma dedicatória: "OX oferece para Maria da Conceição a música 'O menino da porteira', de Tonico e Tinoco, como prova de amor e carinho."
Mais tarde, soube-se que OX seriam as iniciais de Ontonho Xofer, motorista da praça, que possuía um fordeco que tinha ponto na praça Governador Portela.




Joãozinho Borges

João Baptista Ferreira Borges, conhecido como Joãozinho Borges, é o saudoso filho de José de Oliveira Borges, o Zezé Borges, o primeiro prefeito de Bom Jesus do Itabapoana por ocasião de sua segunda emancipação, ocorrida no dia 1º de janeiro de 1939. Entre as várias histórias relatadas ao O NORTE FLUMINENSE, as duas seguintes se referem a Lé, o taxista, que publicamos a seguir.


LÉ E O FORDECO


"Lé era descendente de libaneses. Comprou um fordeco e virou motorista de táxi. Foi fazer o exame de motorista. No dia das provas, o examinador determinou que ele dirigisse o carro, a partir da frente da casa do José Mansur, subisse o morro da praça, e fosse até as imediações do Edifício Monte Líbano. Ocorre que o fordeco possuía um copo que recebia gasolina e repassava para o motor. O examinador havia fechado, anteriormente, o copo, de modo que o carro não conseguia partir. Lé desceu do carro, abriu o caput, examinou o motor, tirou as velas, limpou tudo, mas o carro não pegou. Eis que o examinador sugeriu que ele olhasse o registro do copo. Quando Lé verificou a situação, exclamou: 'eu quero saber quem foi o f.d.p. que fechou o registro do copo!'. Mesmo após o xingamento, Lé recebeu a carteira de motorista profissional".



LÉ E O POSTE


"Lé costumava estacionar o táxi perto de um poste de luz, na Praça Governador Portela. Quando meu pai era prefeito, Lé pediu a ele que, quando morresse, pusesse o poste ao lado de sua sepultura. Quando Lé morreu, meu pai atendeu seu pedido. Aproveitou  a reforma da iluminação que estava sendo feita na Praça e colocou o poste ao lado de sua sepultura".

"ÁRVORE ENGOLIU PLACA DE TÁXI", CONTA NIVALDO DE SOUZA 

Segundo Nivaldo de Souza, "na centenária árvore do Pau Ferro, foi fixada uma placa de táxi, na década de 1950. Ocorre que, com o passar do tempo, a árvore foi crescendo e acabou engolindo essa placa. Os taxistas da época eram conhecidos como Manoel Meia-Noite, Lé, Chiquinho Borges, Joca, Chiquinho Miséria e José Pedro Rosa".

Nivaldo de Souza garante que a árvore engoliu a placa de táxi



TAXISTAS DAS DÉCADAS DE 1950 E 1960


Em 2001, Balthazar Franco da Silva escreveu o ALMANAK BOM JESUS, onde menciona a relação dos chauferes das décadas de1950 e 1960. Segue sua indicação:

"Chaufer de Praça - Olegário Verdan, Genuíno Verdan, Chiquinho Borges, Lé, Joca, Antônio Rosa, Navalha, Juquinha, Nenelo, José Pedro Rosa, Manoel Meia-Noite, José e Fernando Agripino, Chico Miséria, São Fidélis, Zé Bodega".











terça-feira, 25 de maio de 2021

Uma linda viagem no tempo em São Pedro do Itabapoana


 São Pedro do Itabapoana, distrito de Mimoso do Sul (ES), é um grande exemplo de mescla de preservação de história com encanto da Natureza.

Em 1852, foi dado o início da formação do povoado São Pedro de Alcântara, graças a Manoel Joaquim Pereira.

Em 1987, houve o tombamento pelo Conselho Estadual da Cultura.

Hoje, São Pedro é conhecida nacionalmente, como Terra da Sanfona e Viola, graças aos seus famosos Festivais.

São Pedro possui inúmeras atrações, como o Museu de São Pedro de Alcântara do Itabapoana, o Antiquário São Miguel, de Balbino Miguel Nunes, e o Bistrô Histórico, de Marília Almeida, entre outros.

Visitar São Pedro do Itabapoana é usufruir de um momento único e inesquecível!












Marília Almeida estabeleceu, com sucesso, o Bistrô Histórico 





    Balbino Miguel Nunes comanda o belo Antiquário São Miguel















     Rua construîda por escravos


 Museu contém peças raras dos colonizadores

    São Pedro do Itabapoana em 1920