Gauthier Pontes Figueiredo, pai de Gilberto Figueiredo, nasceu no dia 4 de junho de 1910, em Airituba, distrito de São José do Calçado.
Sua família se muda para a Fazenda Monte Azul, em Rosal, quando tinha seis meses.
Mais tarde, foi para Campos dos Goytacazes, onde estudou no Colégio Batista e fez o Tiro de Guerra. Casou-se com Guiomar Alt Figueiredo, tendo oito filhos.
Segundo Gilberto Figueiredo, "meu pai foi o pioneiro em café e no transporte, na década de 1950. Ele era um dos grandes compradores de café da região, junto com Salim, conhecido como Salim Fartura, de Bom Jesus do Norte, pai de Adib Salim, Pedro Salim, Merhige Hanna Saad, Ernesto Lumbreras e Zezé Borges, entre outros. Foi nesse ambiente de riqueza econômica, que surgiram vários líderes políticos em Bom Jesus, muitas vezes adversários entre si".
Gauthier Pontes de Figueiredo se elegeu prefeito, pela primeira vez, em 1950. Em disputada eleição, venceu Antônio Tinoco por dois votos, exercendo o mandato de 1951 a 1954.
"Como prefeito, eleito pelo PDC (Partido Democrata Cristão, fundado por Ésio Bastos), meu pai levou luz para Rosal, no primeiro governo, assim como realizou as estradas principais para todos os distritos. Meu pai trouxe a primeira máquina Patrol para Bom Jesus. Meu pai fundou o matadouro municipal.
Ele construiu a ponte de madeira que havia próxima à delegacia. Infelizmente, a placa sumiu.
A Metalúrgica Satélite Ltda foi trazida por ele para Bom Jesus. Chegou a comprar 16 caminhões Mercedes para o comércio e transporte de café.
Meu pai trouxe o maestro Sebastião Ferreira, conhecido como Professor Bastião, para dinamizar a música em Bom Jesus. Professor Bastião, que era negro, dava aula de piano particular e formou gerações de músicos, como os maestros Nilo Rodrigues e Áureo Fiori, assim como Vera Viana, entre inúmeros outros.
Ele conquistava os adversários com sua gentileza. A primeira estrada para a Serra do Tardin, por exemplo, onde havia o poderoso político Mário Nunes, que perdeu a segunda eleição para ele, foi feita por meu pai.
Meu pai me disse sobre o episódio envolvendo o Monsenhor Ovídio Simon, que foi para São Fidélis.
Segundo eu pesquisei, havia um grupo de bonjesuenses insatisfeitos com Monsenhor Ovídio, que pretendia acabar com a festa religiosa, por algum motivo relevante. E, supostamente, haveria também algum confronto com o Centro Popular e a Maçonaria. O fato é que, em um certo dia, um grupo de lideranças bonjesuenses teria se dirigido à Casa Paroquial. Meu pai, temeroso que pudesse ocorrer algo, esteve, antes, com o Monsenhor Ovídio, e o aconselhou a sair de Bom Jesus até que o clima se acalmasse. Monsenhor Ovídio concordou com as ponderações e meu pai mandou um motorista levar Monsenhor Ovídio para São Fidélis, em um jeep de sua propriedade.
Depois, meu pai foi visitá-lo por duas vezes em São Fidélis, a seu convite. Monsenhor Ovídio teria dito, então: "Tive apoio em um governo protestante".
Meu pai foi prefeito duas vezes, e morreu sem ter nada, nem mesmo uma pensão para a viúva. Celso Pessanha, que substituiu o governador Roberto Silveira, foi quem arranjou um emprego de cuidadora para minha mãe, no antigo Colégio Estadual Pereira Passos, hoje, Colégio Estadual Governador Roberto Silveira. Meu pai cultivou os valores da honestidade e da fidelidade às amizades.
Morreu em acidente de avião, no dia 25 de fevereiro de 1960, quando se dirigia para recepcionar o presidente dos EUA Eisenhower. Seu avião bateu em outro avião que levava uma banda norte-americana.
O oceano foi sua sepultura.
Osório Carneiro, Tito Nunes, Gauthier Figueiredo, Santinho Tavares, Roberto Silveira, Ésio Bastos e Pedro Teixeira |
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