quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Mestre Daniel de Lima e o projeto de lei que valoriza o artesão: As mãos que moldam sonhos


Mestre Daniel de Lima: artesão do barro e dos sonhos 

Na Assembleia Legislativa, ergueu-se a promessa de um tempo novo: o PROARJ, programa que nasce como esperança para aqueles que vivem da arte moldada pelas próprias mãos. Projeto de lei, número frio no papel, mas que guarda em si o calor da argila, o sopro da vida que o artesão imprime em cada peça. Reconhecer o artesanato é mais que política pública; é dignificar quem, com barro e talento, ergue identidades, preserva memórias e tece futuros. O Projeto de lei 6304/2025 é de autoria das mãos do deputado estadual Fred Pacheco.

Entre tantos nomes que fazem da terra um altar de beleza, um eco ressoa forte: Daniel Pereira de Lima. Nascido em Recife, menino sonhador de Afogados, foi em Tracunhaém que seus olhos descobriram a alquimia da argila. Não era apenas barro à beira do rio; era matéria-prima de destino. Enquanto amigos modelavam passarinhos para turistas, Daniel moldava também o seu próprio voo.

Aprendeu com mestres, queimou peças, respirou fumaça de fornos e sonhos. Tracunhaém, cidade de barro vivo, foi sua escola de encantamento. Dali, partiu em jornadas: Sapê, Alhandra, Brasília, Rio das Ostras, Campos, Casimiro de Abreu… De cidade em cidade, suas mãos espalharam sementes de arte, sua palavra virou oficina, sua vida se fez ponte para outros que, como ele, encontraram no barro não apenas sustento, mas identidade.

Hoje, ao olhar sua trajetória, não vemos apenas esculturas ou utilitários. Vemos gerações formadas, destinos transformados. Vemos um homem que soube, em cada peça, esculpir também a si mesmo. Daniel é obra e artífice, sonho e matéria, barro e chama.

O projeto de lei que surge agora no Rio de Janeiro não é apenas um gesto burocrático. É reconhecimento de que o artesão é guardião cultural, curador de memórias e criador de futuros. Que este programa seja, enfim, o sopro que falta para que as mãos que moldam a argila sejam também moldadas pelo respeito e pela dignidade.

Porque o barro, quando tocado por mãos verdadeiras, não gera apenas formas: gera histórias. E, no coração de cada peça, palpita um país inteiro que aprende a valorizar os que fazem da arte a sua vida.



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