HOJE, O COLÉGIO RIO BRANCO - TEMA DE MESTRADO NA UENF - ESTARIA COMEMORANDO 99 ANOS
Colégio Rio Branco, quando funcionava na rua Aristides Figueiredo em 1920 (acervo do ECLB/Espaço Cultural Luciano Bastos) |
Foi no dia 25 de maio de 1920 que o Professor José Costa Júnior fundou o Colégio Rio Branco. Bom Jesus era, na época, distrito do município de Itaperuna. Havia terminada a 1ª. Guerra Mundial recentemente e a vila era próspera. José Costa Jr. era novato na localidade mas teve o lampejo de criar uma escolinha primária, que nasceu tímida e pequenina na hoje Rua Aristides Figueiredo, onde existiu mais tarde o Instituto Euclides da Cunha e se tornou, posteriormente, a residência do Professor Orlando Azeredo. Pouco depois, chegava o Professor Mário Bitencourt, cunhado do Professor José Costa Jr. que ao mesmo se aliou, organizando a firma Costa & Bittencourt. O nome Rio Branco foi uma homenagem ao Barão do mesmo nome que era na época a figura mais popular do Brasil.
Há 5 (cinco) anos, o blog do Espaço Cultural Luciano Bastos(www.espacoculturallucianobastos.blogspot.com) postou o seguinte texto sobre o educandário.
COLÉGIO RIO BRANCO - ESPAÇO CULTURAL LUCIANO BASTOS
Prédio histórico do Colégio Rio Branco em 1935. Construído por José Carlos Campos e residência do Padre Mello em 1911. |
O Colégio Rio Branco (hoje Espaço Cultural Luciano Bastos) foi fundado em 1920 pelo Professor José Costa Jr. Funcionou incialmente na rua Aristides Figueiredo.
Em 1930 foi transferido para o prédio no Alto de Santa Rita, hoje Praça Amaral Peixoto. O casarão para onde se transferiu o Colégio foi construído em meados do séc. XIX para servir de residência a José Carlos Campos, grande fazendeiro na região. Foi também residência do Padre Mello, em 1911. É o que o historiador Antonio Dutra nos revela em um de seus artigos publicados em 1961 no jornal A Voz do Povo, intitulado "Bom Jesus há meio século":
“... no Largo Santa Rita existia apenas o prédio que é hoje o Ginásio Rio Branco, que fôra construido por José Carlos Campos para sua residência e era então ocupado pelo Padre Mello, que ali morava em companhia da velha d. Cândida, sua tia, e de d. Mariquinhas, sua irmã”.
Desde sua fundação, o Colégio Rio Branco funcionava com internato e externato, e logo Bom Jesus tornou-se polo educacional da região, tendo sido o primeiro colégio a oficializar o ensino ginasial, isto em 1936.
Com noventa anos de serviços educacionais no Vale do Itabapoana, encerrou as atividades após o falecimento de seu diretor Luciano Bastos, em fevereiro de 2011.
“... no Largo Santa Rita existia apenas o prédio que é hoje o Ginásio Rio Branco, que fôra construido por José Carlos Campos para sua residência e era então ocupado pelo Padre Mello, que ali morava em companhia da velha d. Cândida, sua tia, e de d. Mariquinhas, sua irmã”.
Desde sua fundação, o Colégio Rio Branco funcionava com internato e externato, e logo Bom Jesus tornou-se polo educacional da região, tendo sido o primeiro colégio a oficializar o ensino ginasial, isto em 1936.
Com noventa anos de serviços educacionais no Vale do Itabapoana, encerrou as atividades após o falecimento de seu diretor Luciano Bastos, em fevereiro de 2011.
Em Agosto de 2011 aí foi criado o Espaço Cultural Luciano Bastos, homenageando aquele que por 53 anos esteve à frente da direção da escola.
Estamos completando três anos dedicados à conservação desse histórico prédio e seu acervo, bem como à promoção de atividades culturais.
A todos que, no Colégio Rio Branco, contribuíram para o ensino e também aos que frequentaram os seus bancos escolares, prestamos nossas homenagens.
Estamos completando três anos dedicados à conservação desse histórico prédio e seu acervo, bem como à promoção de atividades culturais.
A todos que, no Colégio Rio Branco, contribuíram para o ensino e também aos que frequentaram os seus bancos escolares, prestamos nossas homenagens.
Luciano Augusto Bastos, nosso Patrono: 53 anos à frente da direção do Colégio Rio Branco |
Há 3 (três) anos, o Colégio Rio Branco foi tema de mestrado na UENF, conforme noticiou o blog do Espaço Cultural Luciano Bastos, que sucedeu o educandário. Veja a matéria a seguir.
COLÉGIO RIO BRANCO É TEMA DE MESTRADO NA UENF
Fonte: www.espacoculturallucianobastos.blogspot.com
Colégio Rio Branco |
Uma importante pesquisa sobre o Colégio Rio Branco vem sendo desenvolvida na UENF pela nortebonjesuense Suelen Ribeiro de Souza: filha de Aldanir Luiz de Souza e Maria Aparecida Souza Ribeiro, de Bom Jesus do Norte, Suelen nasceu em 1989, tendo estudado o curso técnico no IFF campus Bom Jesus e graduado-se em História, em 2011, pela Faculdade São José, em Itaperuna.
Ao ingressar no Programa de Pós-Graduação em Políticas Sociais da UENF, no ano de 2014, Suelen se interessou pela linha de pesquisa "Educação, Política e Cidadania". Buscando desenvolver uma pesquisa que dialogue com a realidade de sua região de origem, Suelen percebeu que o Colégio Rio Branco, por sua trajetória na história educacional ao longo do século XX, possui uma relevância social que por si só justifica o tema de estudo. Assim nasceu seu projeto de mestrado, com orientação da professora Dra. Silvia Alicia Martínez e Coorientação da professora Dra. Renata Maldonado da Silva, e que tem como foco a história do Colégio Rio Branco.
O acervo do Espaço Cultural Luciano Bastos tem sido uma importante fonte de pesquisa para o desenvolvimento de seu trabalho acadêmico, encontrando aí diversos documentos e periódicos de época que possibilitam traçar um panorama sobre a atuação do Colégio Rio Branco na área educacional.
Suelen Ribeiro de Souza: acervo do ECLB é fonte para sua pesquisa de mestrado sobre o Colégio Rio Branco |
Com base em sua pesquisa no acervo do ECLB, diversos trabalhos têm sido apresentados por Suelen em eventos científicos. Um deles, intitulado "A História do Colégio Rio Branco nas páginas do Jornal Norte Fluminense", foi apresentado no VIII Congresso Brasileiro de História da Educação, ocorrido em Maringá no mês de julho deste ano, no formato de comunicação individual.
Além da pesquisa documental, Suelen pretende realizar entrevistas com ex-alunos, tendo como foco principal aqueles que estudaram no Colégio até a década de 1970. Através das entrevistas a mestranda pretende confrontar suas hipóteses sobre a importância social do educandário com a realidade apresentada pelos entrevistados que passaram pelos bancos escolares do Colégio Rio Branco.
Confira abaixo o resumo de um dos trabalhos apresentado pela pesquisadora no ano de 2014. Foi durante a XIV Mostra de Pós-Graduação da UENF, em Campos dos Goytacazes, sob o título: "A Política Educacional: um estudo do Colégio Rio Branco, o curso de formação de professores e o sistema de bolsas".
Apresentação de poster na XIV Mostra de Pós-Graduação da UENF, Campos dos Goytacazes, 2014 |
A POLÍTICA EDUCACIONAL: UM ESTUDO DO COLÉGIO RIO BRANCO, O CURSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E O SISTEMA DE BOLSAS
SOUZA, Suelen Ribeiro;
MARTINEZ, Silvia Alicia;
SILVA, Renata Maldonado.
O presente trabalho pretende articular a abordagem dos diferentes campos do saber, impulsionado pelo campo interdisciplinar. Tendo por objetivo discutir o sistema de bolsas, no Colégio Rio Branco, instituição privada situada no município de Bom Jesus do Itabapoana/RJ, enquanto política pública formadora de uma cultura escolar, nas décadas de 70 e 80 do século XX, coadunado a ação interna da escola com as diretrizes impostas pela Educação Estadual e Federal. Entende-se que "a cultura escolar desponta das diversas formas de interação no ambiente escolar na transmissão de conhecimentos do docente na relação do saber teórico e o saber escolar e as conexões entre vida escolar e reformas educativas (FARIA FILHO, 2004, p. 141). Para tal, propõe-se analisar esta discussão tendo como foco o conceito de "Capital Cultural" de Pierre Bourdier, compreendendo que "o capital consiste na transmissão feita principalmente na atmosfera sócio-familiar e mais de forma indireta do que direta, de modo que os herdeiros adquirem disposições socialmente construídas" (VIEIRA; DALLABRIDA, 2013, p.760). O presente tema será articulado a partir da história da fundação do CRB até as décadas analisadas. Essa pesquisa será realizada sob a perspectiva qualitativa, na base histórica (BODGAN; BIKLEN, 2009), onde entende-se como o estudo de um período de tempo, relatando o desenvolvimento da escola e as modificações que correram através dos anos. A averiguação dar-se através de análise de documentos, jornais (O Norte Fluminense) entrevistas e a apreciação do ambiente escolar preservado no "Espaço Cultural Luciano Bastos", nome concedido à instituição após o encerramento das atividades escolares. É mister salientar que na construção do aporte teórico será importante conceituar cultura escolar e política de assistência de bolsas. O intuito aqui é compreender a cultura escolar embutida na instituição e a influência que a política de bolsa exerce sobre ela. Tem-se por hipótese que a cultura escolar formada neste ambiente tem características peculiares por mesclar elites e os desvalidos, tendo na política de bolsas sua maior contribuição. Acredita-se que a assistência do poder público Municipal, Estadual e federal (ARQUIVO ESCOLAR, 2014) ocorre em detrimento da ausência de instituições públicas locais com oferecimento das modalidades de ensino oferecidos por esta instituição. "A história do Rio Branco se confunde por vezes com a própria história de nossa cidade, eis que sempre esteve presente aos grandes acontecimento bonjesuenses" (BASTOS, 1980, p.1). Conclui-se, que o CRB durante décadas ministrou a educação do povo bonjesuense, sendo assim ele é mais que um educandário, representa a "alma de Bom Jesus do Itabapoana" (SALES, 1997).
Palavras-Chave: Cultura Escolar, Política de Bolsa, Colégio Rio Branco e a Política Educacional.
MARTINEZ, Silvia Alicia;
SILVA, Renata Maldonado.
O presente trabalho pretende articular a abordagem dos diferentes campos do saber, impulsionado pelo campo interdisciplinar. Tendo por objetivo discutir o sistema de bolsas, no Colégio Rio Branco, instituição privada situada no município de Bom Jesus do Itabapoana/RJ, enquanto política pública formadora de uma cultura escolar, nas décadas de 70 e 80 do século XX, coadunado a ação interna da escola com as diretrizes impostas pela Educação Estadual e Federal. Entende-se que "a cultura escolar desponta das diversas formas de interação no ambiente escolar na transmissão de conhecimentos do docente na relação do saber teórico e o saber escolar e as conexões entre vida escolar e reformas educativas (FARIA FILHO, 2004, p. 141). Para tal, propõe-se analisar esta discussão tendo como foco o conceito de "Capital Cultural" de Pierre Bourdier, compreendendo que "o capital consiste na transmissão feita principalmente na atmosfera sócio-familiar e mais de forma indireta do que direta, de modo que os herdeiros adquirem disposições socialmente construídas" (VIEIRA; DALLABRIDA, 2013, p.760). O presente tema será articulado a partir da história da fundação do CRB até as décadas analisadas. Essa pesquisa será realizada sob a perspectiva qualitativa, na base histórica (BODGAN; BIKLEN, 2009), onde entende-se como o estudo de um período de tempo, relatando o desenvolvimento da escola e as modificações que correram através dos anos. A averiguação dar-se através de análise de documentos, jornais (O Norte Fluminense) entrevistas e a apreciação do ambiente escolar preservado no "Espaço Cultural Luciano Bastos", nome concedido à instituição após o encerramento das atividades escolares. É mister salientar que na construção do aporte teórico será importante conceituar cultura escolar e política de assistência de bolsas. O intuito aqui é compreender a cultura escolar embutida na instituição e a influência que a política de bolsa exerce sobre ela. Tem-se por hipótese que a cultura escolar formada neste ambiente tem características peculiares por mesclar elites e os desvalidos, tendo na política de bolsas sua maior contribuição. Acredita-se que a assistência do poder público Municipal, Estadual e federal (ARQUIVO ESCOLAR, 2014) ocorre em detrimento da ausência de instituições públicas locais com oferecimento das modalidades de ensino oferecidos por esta instituição. "A história do Rio Branco se confunde por vezes com a própria história de nossa cidade, eis que sempre esteve presente aos grandes acontecimento bonjesuenses" (BASTOS, 1980, p.1). Conclui-se, que o CRB durante décadas ministrou a educação do povo bonjesuense, sendo assim ele é mais que um educandário, representa a "alma de Bom Jesus do Itabapoana" (SALES, 1997).
Palavras-Chave: Cultura Escolar, Política de Bolsa, Colégio Rio Branco e a Política Educacional.
Referências
BASTOS, Luciano. Colégio Rio Branco: Festeja sessenta anos de Fundação o Tradicional Educandário bonjesuense – idealismo e grandeza – programações durante o ano. O Norte Fluminense. Bom Jesus do Itabapoana, 11 de maio de 1980, Ano 34 nº 1.446, página 1.
BOGDAN, Roberto C; BIKLEN, Sari Knopp. Investigação Qualitativa em Educação. Tradutores: Maria João Alvarez, Sara Bahia dos Santos e Telmo Mourinho Baptista. Porto Editora: Portugal, 1994.
DALLABRIDA, Norberto. Os incluídos do exterior: trajetórias sociais de ex-alunos bolsistas de um colégio de elite (1952-1961).In: LOPES, Sonia de Castro; CHAVES, Miriam Waidenfeld (org.). A história da Educação em Debate: estudos comparados, profissão docente, infância, família e igreja. Rio de Janeiro: Mauad X: FAPERJ, 2012. p. 155-169.
FARIA FILHO, Luciano Mendes et al. A Cultura escolar como categoria de análise e como campo de investigação na história da educação brasileira. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.30, n.1, p. 139-159, jan./abr. 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ep/v30n1/a08v30n1.pdf.
JULIA, Domenique. A Cultura Escolar como objeto histórico. Tradução do artigo de Julia: “La culture scolaire comme objet historique”, Paedagogica Historica. International journal of the history of education (Suppl. Series, vol. I, coord. A. Nóvoa, M. Depaepe e E. V. Johanningmeier, 1995, pp. 353-382). Tradução: Gizele de Souza. Disponível em: http://moodle.fct.unl.pt/pluginfile.php/122509/mod_resource/content/0/Leituras/Dominique_Julia.pdf.
MARTÍNEZ, Silvia Alicia. A Escola Normal de Campos na gênese do processo de formação e profissionalização do magistério no Norte Fluminense. In: LOPES, Sonia de Castro; CHAVES, Miriam Waidenfeld (org.). A história da Educação em Debate: estudos comparados, profissão docente, infância, família e igreja. Rio de Janeiro: Mauad X: FAPERJ, 2012. p. 121-137.
SALLES, Herberto. Membro da Academia Brasileira de Letras. Visita ao Colégio Rio Branco em março de 1997.
VIEIRA, Letícia. DALLABRIDA, Norberto. Trânsfugas de classe social e de gênero: trajetórias sociais de egressas de um colégio público de florianópolis (segunda metade do século xx). ATOS DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO - PPGE/ME ISSN 1809-0354 v. 8, n. 2, p.757-777, mai./ago. 2013 DOI 10.7867/1809-0354.2013v8n2p757-777.
👏👏👏🇧🇷
ResponderExcluirParabéns ontem, hoje e sempre!
Que Deus preserve as pessoas de bem, que levam a cultura a sério e preservam os acervos históricos de Bom Jesus do Itabapoana-Rj.
Bravo! 👏👏✒📖📚🇧🇷🥂🙏