Reginaldo Teixeira Chalhoub |
A primeira crônica que li foi quando eu era criança, a partir de um trabalho de pesquisa que a minha professora, Joana Lúcia Megre, no Colégio Rio Branco, determinou à turma.Tínhamos que localizar uma crônica em jornais e revistas, e levá-la para a sala de aula.
Depois de muita busca, consegui localizar uma, de autoria de Fernando Sabino, impressa em revista. Pelo que me recordo, o autor retratava um sujeito gordo que gostava muito de seu gato. Ao final, após dar falta do bichano, observou que tinha sentado e esmagado o pobre do felino em sua poltrona preferida.
Só mais recentemente passei a me interessar pelo gênero literário, através das mãos do mestre Reginaldo Teixeira Chalhoub.
Seus textos admiráveis, mesclando humor, história, jornalismo e literatura, publicados mensalmente nos jornais "A Voz do Povo" e "O Norte Fluminense" e em seu grandioso livro "Minhas Mal Traçadas Linhas", eram e são como um farol no meio da escuridão dos tempos atuais.
Paralelo a isso, através de nossas conversas memoráveis no Café Bistrô, pude beber da sua fonte cristalina de cultura e história.
Em certos momentos, surgiam ideias sobre temas para hipotéticas crônicas. Algumas situações cômicas e merecedoras de registro encontravam, contudo, sérios obstáculos para serem consumadas.
Como mencionar, por exemplo, episódios envolvendo o Marcos F. D. P., que passou a adquirir o pomposo título porque, segundo comentários, costumava expulsar os fregueses do bar, assim que eles terminavam o consumo?
Como retratar também os episódios envolvendo um descendente de italiano, apelidado de C*, porque, de acordo com informações, era tão feio que lembraria a parte inferior do intestino?
O fato é que, mesmo sem o F.D.P. e o C*, Reginaldo foi o responsável por levar-me ao maravilhoso mundo das crônicas que, em síntese, é o mundo de nossas vidas reais.
Autor da obra-prima "Carta para Amália", Reginaldo escreveu mais crônicas que Machado de Assis, superando o maior expoente da literatura brasileira. É um tesouro bonjesuense e uma de nossas maiores referências literárias.
Os bonjesuenses sempre conseguirão ver mais longe, porque poderão subir, quando desejarem, nos ombros de gigantes como os de Reginaldo Teixeira Chalhoub.
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