domingo, 12 de maio de 2024

Músico venezuelano comemora um ano de atuação na Lira Operária Bonjesuense




A um ano de pertencer à Banda Lira Operária Bonjesuense no Brasil.


Por Alfonso Castro Escalante


Alfonso Castro Escalante 


Hoje, 10 de maio de 2024, completo um ano de pertencer à Banda Lira Operária Bonjesuense, que atua em Bom Jesus de Itabapoana, no estado do Rio de Janeiro, Brasil. A história começou assim:

Na segunda-feira, 08 de maio de 2023, fui trocar o vidro do meu relógio na relojoaria de Bom Jesus do Norte, onde moro no Brasil, e coincidentemente o relojoeiro, o Maestro Nilo Rodriguez de Oliveira, é o diretor da Banda "Lira Operária Bonjesuense" que está ativa na outra cidade, logo após a ponte sobre o rio Itabapoana, que divide as duas cidades, Bom Jesus de Itabapoana, no estado do Rio de Janeiro, e Bom Jesus do Norte, no estado do Espírito Santo. Perguntei ao Maestro Nilo se ele era o Diretor da Banda, e ele me respondeu com outra pergunta: "Você é músico?" Respondi que na minha juventude, dos 12 aos 18 anos, havia tocado nas bandas de Zea e Tovar, na Venezuela. Ele pegou um quadro emoldurado da parede de sua relojoaria, com alguns músicos com seus instrumentos, e lá estava ele, muito jovem, com cerca de 25 anos, tocando clarinete. A foto é de 1958.

Ele me perguntou em português: "Qual desses instrumentos você tocava lá?" Eu comecei a procurar meticulosamente entre os integrantes, e havia um Genis, que apontei. Eu disse: "Este Maestro se chama Genis." Ele respondeu em português: "Aqui é chamado de Saxhorne. Tenho uma vaga na banda. Você se atreve a ir praticar na quarta-feira, 10, e no sábado, 13 de maio?" Não hesitei em aceitar, pois era uma oportunidade que Deus colocava em meu caminho, apesar de ter passado 48 anos sem tocar o instrumento. Na quarta-feira, ele me buscou e me levou para a outra cidade onde a banda ensaiava. Conheci alguns músicos e ele me entregou o instrumento. Confesso que tive dificuldade para tocar, muitas partituras e sinais haviam sido esquecidos, e ele me mandou voltar no sábado, 13 de maio, dia de Nossa Senhora de Fátima. Nesse dia, a maioria dos músicos estava presente, me apresentei e fui recebido com alegria por todos os integrantes. Todos se ofereceram para me orientar, ajudar, e me deram um uniforme.

Contei esse acontecimento ao meu amigo Maestro Gustavo Ramirez Manzanilla, que ficou muito contente. Ele me enviou partituras, escalas cromáticas e todas as coisas que havia esquecido em 48 anos. Em 21 de maio, fiz minha estreia na festa em honra à Virgem em Dores do Rio Preto. Em 27 de maio, participei do alvorecer e desfile em San José de Calçado, pelos 133 anos de sua fundação. Em 11 de junho, em Italva, pelo 37º aniversário de sua emancipação, com alvorecer e desfile. Em 9 de julho, no 84º aniversário da Banda "Lira Operária Bonjesuense", com desfile e serenata. Nos dias 15 e 16 de julho, alvorecer e desfile nas festas de um distrito em Carabuçu. Em 25 de julho, no 2º aniversário da Casa dos Açores, em um evento protocolar e almoço festivo de aniversário.

Em 6 de agosto, iniciaram as festividades em honra ao Senhor Bom Jesus de Itabapoana e a Novena de 9 dias, com o transporte dos Símbolos Sagrados: a Coroa, o Cetro e a Bandeira, para diferentes comunidades. Em 13 de agosto, foi o evento protocolar do dia da cidade, e nos três últimos dias, 13, 14 e 15 de agosto, houve alvorecer às 5h da manhã e desfile por diferentes locais da cidade. As festividades da cidade terminaram em 15 de agosto com um desfile.

Em 22 de agosto, participamos da procissão na Igreja "O Abrigo dos Velhos", no 53º aniversário, onde houve procissão com a imagem do Sagrado Coração de Maria, com serenata diante do Bispo. Em 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil, voltamos a San José de Calçado, onde tocamos alvorecer às 5h da manhã e participamos do desfile tradicional das "Carroças de Boi" à tarde, com a participação de instituições educacionais.

Em 30 de setembro, celebramos com grande alegria os 90 anos do Maestro Nilo Rodrigues de Oliveira em uma fazenda perto de Dores de Rio Preto, onde os membros da banda passaram um dia agradável com música, canto, comida, bebida e boa companhia.

Em 13 de outubro, tocamos alvorecer em Santo Eduardo, um distrito do Rio de Janeiro. Em 16 de outubro, participamos da procissão em honra ao Santo Padroeiro de Bom Jesus do Norte, São Gerardo Maiella, no estado do Espírito Santo.

Nunca é tarde para recomeçar. Não tinha a intenção de entrar para a banda, mas Deus me deu uma oportunidade magnífica, onde tenho crescido no conhecimento da música. Ganhei algum dinheiro em cada apresentação e me sinto feliz. Para mim, tem sido uma experiência inesquecível, pois fiz muitos amigos e é uma forma de lazer, além de aprender muitas coisas sobre a ciência da música, relembrando as memórias felizes do meu passado em Zea, na minha infância e juventude, onde aprendi as partituras musicais com o Maestro Daniel Garcia Mora (+) na Banda Francisco María Araque (1968 - 1972) e na Banda Don Emilio Muñoz de Tovar, sob a direção do Maestro Epifanío Lizcano (1974 - 1975).

Agradeço ao Maestro Nilo Rodrigues de Oliveira e aos demais membros da Banda pelo apoio contínuo e solidariedade, especialmente durante minha cirurgia de próstata e reincorporação em março. Estamos preparando com entusiasmo e alegria para os próximos eventos musicais.

Nota: o venezuelano Alfonso Castro Escalante é músico, executante do Saxhorne , historiador, escritor e  relator histórico da Banda Lira Operária Bonjesuense no Brasil 

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