Hoje, a praça Governador Portela se encheu de sons que pareciam nascer do vento e abraçar o coração de cada presente. Cerca de 40 músicos, reunidos sob a batuta da OSVI, Orquestra Sinfônica do Vale do Itabapoana, transformaram o espaço público em templo de beleza, dentro da programação do Concerto Celebração pela Vida, alusivo ao Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio.
Foram dez canções que desfilaram em notas, harmonias e silêncios, encantando olhos e ouvidos. Fundada pelo pastor Fábio Rodrigues e pelo maestro carioca Ricardo Severino, conhecido como Ricardo Jarrão, a OSVI nasceu do sonho de tocar não apenas instrumentos, mas corações. Com apoio do pastor Eli e do Professor Evandro, essa orquestra vem construindo pontes invisíveis entre a música clássica e a sociedade, tornando a arte acessível e transformadora.
O fascínio da música instrumental está em sua capacidade de exigir atenção e sensibilidade. Sem palavras para distrair, o ouvinte mergulha na melodia, no timbre, na harmonia; desenvolve a concentração, organiza pensamentos e descobre novas camadas da própria sensibilidade. E é isso que a OSVI oferece: um presente para a mente e para a alma.
A marca da orquestra é o refinamento. Um repertório capaz de encantar jovens e adultos, de formar públicos atentos e sedentos por cultura, em uma região onde a música instrumental raramente é oferecida pelos grandes meios de comunicação. E, ainda assim, a OSVI não toca para as manchetes; toca para o coração.
Enquanto a grande mídia se perde em ruídos e banalidades, há agentes culturais silenciosos que edificam a alma humana, especialmente os jovens. Ensaios em salas discretas, dedicação silenciosa, um mundo sendo gestado no silêncio: é aí que se encontra o verdadeiro tesouro. Um mundo novo se forma, nota por nota, coração por coração, e a OSVI é prova viva de que a cultura transforma, eleva e cria esperança.
Na praça Governador Portela, entre olhares atentos e mãos aplaudindo, ficou clara uma lição: a música da OSVI não precisa de holofotes para iluminar vidas. Ela floresce na alma, silenciosa e eterna, lembrando-nos de que o verdadeiro espetáculo é aquele que toca o coração humano.
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