segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Carta de saudade...

                                                                     Joel Boechat





                                                                 Cantinho de recordações
                                                                 Minha  Homenagem...
                                                                 a um cantor do passado

Nas espirais da fumaça... um dia
um róseo  vulto  eu vi...
A bailar naqueles quase incandescentes
cinza-branco das  nuvens
Aliados ao prazer de uma taça e
Um cigarro...
o corpo de u'a Mulher...
Que me conduzia a um desejo ardente...

Aquele cigarro, tirado da carteira
Dourada,  tão  displicente que,
no cinzeiro, depois da última tragada,
para apagar...
entre os dedos amassava...

Foi, para mim, o meu maior maior erro ..
Aquele corpaço, como que, nas espirais
que bailavam no espaço...
Abandonei no maior desespero...
No exílio do mundo do desterro...

Cantor de muita fama
Sentia o Mundo Inteiro aos meus pés
Melhores cachês e programas...
Um Rei... sem Reinado, sem Rainha
Lacaios, cocheiros em carros nobres
Sem escravos e librés...

Lá, num cantinho do céu,  de um azul
tão bonito
Mesmo assim, eu muito triste e  aflito
Envio essa carta de despedida
À minha Mulher querida

Falo de saudade da minha mocidade,
Noitadas, febres de desejos,
de violões os  sons e acordes e,
dos jovens,  todas as ansiedades...

Bem  perto de  outros, também cantores,
Que tiveram seus grandes amores
Canto a minha  aflição...

Recordando quase chorando
a minha melhor canção...

Devolve, todo imenso amor,
toda felicidade,  toda a tranquilidade,
que te ofereci...
Devolve o sabor dos meus lábios
que, em teus  rubros lábios esqueci...
Devolve tudo, por favor,
Tudo que te escrevi

 Que eu devolverei, chorando ainda,
 Essa saudade infinda que sinto de ti...

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