Joel Boechat
Cantinho de recordações
Minha Homenagem...
a um cantor do passado
Nas espirais da fumaça... um dia
um róseo vulto eu vi...
A bailar naqueles quase incandescentes
cinza-branco das nuvens
Aliados ao prazer de uma taça e
Um cigarro...
o corpo de u'a Mulher...
Que me conduzia a um desejo ardente...
Aquele cigarro, tirado da carteira
Dourada, tão displicente que,
no cinzeiro, depois da última tragada,
para apagar...
entre os dedos amassava...
Foi, para mim, o meu maior maior erro ..
Aquele corpaço, como que, nas espirais
que bailavam no espaço...
Abandonei no maior desespero...
No exílio do mundo do desterro...
Cantor de muita fama
Sentia o Mundo Inteiro aos meus pés
Melhores cachês e programas...
Um Rei... sem Reinado, sem Rainha
Lacaios, cocheiros em carros nobres
Sem escravos e librés...
Lá, num cantinho do céu, de um azul
tão bonito
Mesmo assim, eu muito triste e aflito
Envio essa carta de despedida
À minha Mulher querida
Falo de saudade da minha mocidade,
Noitadas, febres de desejos,
de violões os sons e acordes e,
dos jovens, todas as ansiedades...
Bem perto de outros, também cantores,
Que tiveram seus grandes amores
Canto a minha aflição...
Recordando quase chorando
a minha melhor canção...
Devolve, todo imenso amor,
toda felicidade, toda a tranquilidade,
que te ofereci...
Devolve o sabor dos meus lábios
que, em teus rubros lábios esqueci...
Devolve tudo, por favor,
Tudo que te escrevi
Que eu devolverei, chorando ainda,
Essa saudade infinda que sinto de ti...
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